O chamado “neologismo” é a criação e adequação de palavras na língua. Um dos pais da semiótica, Pierce, disse que para novas idéias são necessários novos termos, pois, procura-se evitar que antigos significados impregnem as novas idéias. Trabalhar com palavras e conceitos é sempre um desafio, às vezes faltam palavras na nossa língua para certos conceitos, por isso que somos “Designers”.
Quando as palavras são amplas demais (ou os conceitos estreitos demais) procura-se delimitar seu significado através de adjetivos que venham classificar de que exemplo da tipologia daquele conceito estamos falando, e assim temos o Design Gráfico, de Produto, Interiores, Social, etc, etc, ….
Além da definição do que é Design, esse é outro agravante dentro dos círculos de discussão de Design:
E o Design Social? A priori ele se enquadra como o Design que visa contemplar produtos que promovam a diminuição das desigualdades sociais: cadeiras de rodas, produtos de baixo custo, produtos de suporte para atividades de sub emprego (displays para vendedores de cartões telefônicos)… ele se confunde com o desenho universal – proposta que procura criar produtos que atendam a qualquer tipo de pessoa, não sendo discriminada como um “produto para” – e com um “design filantrópico” ou o “dízimo do design” (idéia do pioneiro do pensamento do design sustentável, Victor Papanek).
Os equívocos acontecem no não entender o que significa “Design” (ou atribuir uma definição simplista) sendo necessário buscar esses “tags” (rótulos, etiquetas) como uma espécie de muleta para o conceito. É destituí-lo do seu caráter político, torná-lo uma atividade “pura”. É principalmente esquecer que todo símbolo carece de um contexto e de um interpretante, logo, a fim de não me ater ao significado do Design, coloco-o aqui no mesmo patamar das outras profissões e atividades: atender em suas atribuíções às demandas da sociedade.
A nova linha de teóricos no design, que vieram com a preocupação ambiental dos movimentos do início da década de 60, entendem que “responsabilidade ambiental” não pode ser dissociada da “sócio-econômica”, formando o tripé que rege a Sustentabilidade. Outro mais novos ainda entendem que esse “novo” design na verdade é o verdadeiro conceito do Design, sendo a sua não-aplicação sim, um caminho alternativo.
Esse texto se propõe a ser um ponto provocativo para o ínicio de uma reflexão sobre o uso da palavra “social” como conotador de uma alternativa da atividade de design, uma espécie de “opositor ao Design Capitalista”. Para uma mudança factível do paradigma da práxis e do pensar do Design na contemporaneidade é importante que se passe a assumir características políticas nas suas atribuíções, afinal, desde William Morris que se entende o Design (puro) como atividade de transformação social.