Todas as atividades são coletivas.
A teoria da atividade nasceu em meio à Revolução Russa do começo do século XX e foi inspirada em modelos coletivos para a cooperação e construção. Estes modelos, que ao meu ver não definem o caráter cooperativo real do ser humano, tentam abordar a atividade de uma maneira consciente e não instintiva. Porém, a elaboração e toda a sua argumentação é deveras correta. Como afirmei na primeira frase do texto, “todas as atividades são coletivas”, e de fato são.
É indiscutível: qualquer ação, mesmo que do maior âmbito individual, tem sua consolidação ou base num pensamento coletivo. Padrões culturais, regulamentares e até instintivos são coletivos.
Mas o que não fica claro é: se todas as atividades são coletivas, o que faz o modelo comunista, por exemplo, dar errado?
Na minha definição, é a personalização e as idéias humanas. As idéias humanas, por maior concretização e construção coletiva que seja, toma uma interpretação individual e cabe ao sistema regente definir se é ou não é certo, tomando as medidas cabíveis. A personalização vem de um raciocínio puramente social onde hiberna a chave para o reconhecimento. Reconhecimento vem através de diferenciação, e diferenciação só vem à tona a partir da personalização.
Pensamento puramente mercadológico e político, não? Obviamente que não. Se pararmos pra pensar na caça primitiva onde tarefas eram definidas a partir de capacidades, isto já se torna personalização.
No design, as tarefas são definidas um pouco diferentes.
De acordo com o pensamento coletivo, o indivíduo projeta a personalização dos outros. É algo estranho de se conceber, mas é o que ocorre. Aí sim o pensamento é mercadológico, político e milhões de derivações coletivas à mais.