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O Design afeta o Código ou o Código afeta o Design?

E por que não os dois? Sim isso mesmo. E sei que você já se perguntou ou já até mesmo afirmou isso. Seja designer ou seja programador client side, todos já falaram isso. E é verdade, claro.

Mas por que Dulcetti?

Antes de mais nada, deixa eu me apresentar aqui, pois já comecei falando e você nem sabe quem sou eu. Meu nome é Bruno Dulcetti, Programador Client Side da Globo.com e Sênior do Portal Videolog.tv. Tenho um blog que leva meu próprio nome, Bruno Dulcetti. sim, não quis inventar nomes, pode falar que eu não tenho criatividade, eu não ligo. Só quis divulgar mais meu nome mesmo. E consegui.

E não vou ficar me extendendo por aqui, deixo isso para uma próxima oportunidade.

Beleza Brunão. Então continua seu pensamento…

Vamos pegar as duas situações, as duas profissões: Designer e Programador e comparar isso tudo.

O Designer. Layouts mirabolantes e afins.

Você, designer, que mexe bem pra caramba no Photoshop ou Fireworks da vida, tem várias idéias mirabolantes, já pensa em algo ultra-mega-meteórica-fuderosa-bombástica para o layout solicitado pelo cliente. Mas na verdade ele não quis nada tão mirabolante, afinal eles querem sempre algo simples e sucinto não é verdade?

Mas você que mostrar trabalho e tem capacidade pra isso, então pensa em algo bem bizarro para um programador implementar no HTML e CSS. Não liga muito para Acessibilidade e Usabilidade e muito menos para os kbytes que aquele layout vai ter. Vai na base do “se fode ae”.

Até que chega no programador…

O programador olha aquele layout e pensa: “Designer fdp! Só quer me f**er”. Mas relaxem. Eles não querem isso na verdade. Mas isso fica para um discussão paralela que não vem ao caso neste momento.

O programador verifica a possibilidade de poder concluir o trabalho, como pode fazer aquilo, isso, aquiloutro, etc. Chega sempre na mesma conclusão: “É né… Gambiarras”. Sim. Elas, as malditas gambiarras, que os designers conhecem, mas não entendem muitas vezes (quando não possuem conhecimento de programação), por isso, acabam não ligando muito.

Tá Bruno… Mas e aí?

E aí que o programador vai ter que se virar e modificar seu código de uma forma que consiga agilizar aquele layout. E dependendo do layout, o código pode ser alterado (gambiarrizado) em até 30% ou 40%. E chegamos numa conclusão: “É verdade! O Layout, design de um site, modifica a estrutura de um código para podermos deixá-lo da forma que o designer enviou.”.

Agora vamos para outro caso.

O programador. Códigos semânticos e bem organizados (nem sempre)

Agora temos a situação meio que inversa. Vou pegar o exemplo anterior para ficar mais rápido.

Depois de chegar aquele layout mirabolante e rolado os xingamentos do programador, ele cria um documento com algumas modificações e melhorias no layout (melhorias pra ele, mas pro designer seria algo como arrancar um dedo da mão dele), para um bom resultado nos indexadores, um bom resultado no tamanho final do site, carregamento, entre outras melhorias, tanto na usabilidade, quanto de acessibilidade.

O designer recebe aquilo e modifica tudo o que o programador pediu (seria algo como deixar os cantos retos ao invés de arredondados, imagem de fundo menos pesadas e com menos gradientes, entre outros) e retorna o layout para o programador.

O programador analisa e aceita a segunda opção, concluindo que ficou melhor e mais adequado para o ambiente web proposto pelo cliente ou pelo seu chefe.

Hmmm… Entendi Dulcetti… Aí o layout foi modificado…

Exatamente. Chegamos no segundo ponto, onde o design do site teve que ser modificado devido as alterações solicitadas pelo programador, para melhorar o desempenho do site.

Tá Bruno, entendi. Mas quando que acontece um e quando acontece o outro?

É um belíssima pergunta. Isso varia de empresa pra empresa, de projeto pra projeto, entre outros fatores importantes. Por exemplo, se você está numa Agência de Publicidade e ela possui um cliente gigante, que precisa de um projeto magnífico em relação a design, pode ter certeza, o programador vai sofrer ou vai pedir pelo amor de Deus que aquele site seja feito em Flash.

Então o Flash é mais tranquilo?

Depende do ponto de vista. Da parte estrutural sim, mas parte server nem um pouco. Mas isso a gente deixa pra outro artigo.

Onde eu estava mesmo? Ah sim…

Voltando ao “quando acontece”. Agora, se você trabalha numa empresa onde o conteúdo, semântica, código bem feito, SEO bem trabalhado, pode ter certeza que os designers ficarão de cara feia e xingando todas as gerações dos seus superiores.

É Dulcetti… Difícil isso hein.

A realidade é que sabemos que os designers não manjam o suficiente sobre SEO, usabilidade e qualidade de código, pois não é (será?) obrigação deles e os programadores não manjam e não dão tanto valor ao design, a qualidade de um layout bem feito e planejado.

Mas sabemos também que podemos chegar num ponto, num meio termo, sim. Podemos ter layouts muito bonitos feitos com um código digno de um programador, o CSS Zen Garden comprova isso, basta um esforço das duas partes:

Programador:

Para de reclamar um pouco de um layout um pouco diferente do habitual e se esforçar para conseguir um bom resultado. Tem como, eu garanto.

Designer

Não ser tão xiita e abrir mão, às vezes quando necessário, de alguns detalhes que possam prejudicar demais o código de um site/portal. E se possível, usar mais textos nos títulos do que imagens, principalmente quando as fontes forem parecidas com fontes padrões. Essa pra mim é uma das principais reclamações dos programadores, fora os gradientes. 😀

Finalizando…

Bom, vou ficando por aqui e espero que tenham gostado dessa minha primeira contribuição para o Design. Aquele abraço.