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(x)html e css para design de interfaces – Parte 2

O (x)html/css como ferramenta, conceito e diferencial do designer de interfaces é o tema deste artigo, em sua segunda parte. Para um melhor entendimento, sugiro, antes de mais nada, uma atenta leitura à primeira parte.

Processo de produção do código

O processo, em si, é bastante claro e objetivo: cuidar da codificação, da estrutura do lay-out desejado, obtendo, assim, um melhor resultado, carregamento rápido, amplificando os conceitos de usabilidade e acessibilidade por meio de boas e salutares técnicas.

Sendo assim, nada poderá dar errado, não é?

Analisando os “gargalos” da produção

O processo rotineiro de um estúdio ou agência web inclui verbas mínimas, grandes exigências e pouca tolerância (por boa parte dos clientes) e prazos impossíveis. Não há como fugir: ou se entra em tal lógica tortuosa de cabeça, ou colhe-se as consequencias desagradáveis da falta de adaptação, que incluem o “sumiço” dos freelas e o desemprego pertinente.

Conheça, agora, os maiores “gargalos produtivos”, e as melhores maneiras de evitá-los:

1) Propostas infactíveis:

Tais propostas são oferecidas / desenvolvidas por profissionais de criação completamente desambientados do processo de estruturação de páginas. É certo que a criatividade precisa de espaço para “voar”, porém um mínimo de “pé-no-chão” é mais do que necessário. É preciso conhecer o processo produtivo como um todo (mesmo que certas etapas não façam parte de sua rotina profissional), a fim de não propor soluções “impossíveis”, que podem ser belas e competentes em termos de design, porém completamente descabidas no momento de estruturar tal conteúdo.

Portanto, se a idéia e o briefing levam para o desenvolvimento em (x)html/css (com textos em formato “nativo”, portanto), de nada adianta desenvolver um lay-out que, na melhor das hipóteses, só será factível em flash.

O profissional que faz design web, ao conhecer efetivamente a estruturação, poderá situar-se melhor, evitando grandes “mancadas”, como apresentar e aprovar determinada proposta ao cliente impossível de ser “produzida”.

2) Códigos sujos:

Herança indefectível do uso “preguiçoso” de editores WSWYG, códigos sujos, não-semânticos, inadequados às web standards, estão espalhados por diversos sites, nos mais variados “níveis” de produtores. O maior problema, aqui, está na manutenção de tal código. Normalmente, sites com códigos de tal “qualidade” nascem do descuido e descaso de diversos “profissionais” completamente reativos, sem qualquer preocupação com a necessidade de edição posterior. Ao agirem assim, ignoram a máxima: “o cliente vai mudar de idéia”, além de “esquecerem” que sites web são mutantes, mudam drasticamente (visualmente, conceitualmente).

A solução, novamente, recai sobre a necessidade de aprender, de fato, estruturação. Assim, com conhecimentos, visão e responsabilidade, todo e qualquer código torna-se limpo, editável e expansível.

3) Falta de integração:

Por mais óbvio que seja, existem designers que simplesmente relutam na hora de conversar com os estruturadores e programadores envolvidos no mesmo projeto, resultando num grande obstáculo à integração de soluções produtivas adotadas. Ninguém está numa ilha, o sucesso de um projeto web está diretamente ligado à integração de uma equipe, capaz de trabalhar e pensar coletivamente.

4) Produção desestruturada:

O maior problema, aqui, é a repetição da produção de códigos quase idênticos, somente por estarem em projetos distintos, o que, certamente, custará tempo precioso.

Que tal usar módulos produtivos? Existem diversos blocos de código e muitas soluções produtivas de estruturação que normalmente se repetem, de projeto em projeto. Assim, diversas tarefas ficam mais fáceis, pois já partem de um conjunto de códigos pré-definidos, bastando a adaptação dos mesmo para que o projeto avance. Exemplos de tal idéia: códigos para separação em colunas de uma página, de menus de links, de formulários e diversos outros.

Soluções possíveis

Há uma série de ações que podem (e devem) ser adotadas pelo designer que faz web, melhorando significamente a performance em tal meio e evitando a calvície precoce (advinda do constante “arrancar” de cabelos). Sugiro, aqui, algumas idéias que podem melhorar a vida profissional:

1) Vivencie a estruturação:

Perca o medo e o receio. Mergulhe de cabeça! Experimente adotar as web standards em seus projetos, acompanhe sites desenvolvidos com padrões (como o w3csites, por exemplo) e veja as poderosas possibilidades em ação. Ao acompanhar os mais “experientes” em ação, certamente a empolgação em mergulhar fundo aumentará consideravelmente.

2) Expanda seus conhecimentos:

O melhor meio para aumentar suas habilidades é o estudo. Juntamente com a pesquisa, irá possibilitar um aumento significativo da percepção profissional, em qualquer nível em que esteja. Confira algumas dicas comentadas, de sites e livros:

a) W3C – Documentação traduzida: boa parte dos mais importantes documentos contendo as definições do (x)html, css, web standards e acessibilidade. Grandes colaboradores brasileiros resolveram desenvolver, gratuitamente, suas traduções, visando à expansão das web standards em terras nacionais. Faça sua parte e estude os documentos traduzidos, fazendo com que tal esforço não seja em vão.

b) Maujor: Maurício Samy Silva (Maujor) é um respeitável senhor de cabelos brancos e uma invejável bagagem em web standards no Brasil, sendo, praticamente, o oráculo de tal tema. Quando se interessou por padrões web, o tema era praticamente desconhecido no país (e não havia os milhares de sites e blogs escrevendo – ou tomando carona – sobre o tema). Portanto, trata-se do pioneiro dos padrões no Brasil, sendo que seu site possui muitas informações preciosas para estudandes e profissionais da área. Visite o site, aproveite e passe pelo blog.

c) CSS Zen Garden: conheça uma brilhante galeria de sites desenvolvidos somente com (x)html/css e veja do que esta linguagem é capaz, desde que utilizada sabiamente. O site oferece um conjunto de documentos para que qualquer pessoa se aventure na construção de um novo layout, inteiramente baseado em css, sendo que os melhores são publicados. Visite. Conheça a versão em português.

d) Livro do Maujor: o livro “Construindo Sites com CSS e (X)HTML” é o melhor livro publicado até então no Brasil. Com didática séria, dinâmica e inteligente, Mauricio Samy Silva conduz o estudante pelos caminhos do desenvolvimento com css, dando base sólida e conhecimento de verdade. Visite o site do livro.

e) CSS interativo: conheça este serviço oferecido pelo iMasters, com desenvolvimento de Mauricio Samy Silva e experimente, interativamente, todos os recursos do css. Visite!

f) W3C validator (css e xhtml): verifique seu código a fim de procurar erros e correções. Com esta ferramenta oferecida pelo W3C, você poderá verificar seus códigos por uploads (ou seja, poderá verificar antes de publicar), páginas hospedadas e conferir a relação de erros e sugestões “robóticas” para correções. Conheça a ferramenta e adicione aos seus favoritos! Você também pode instalar plugins de firefox para validação diretamente no browser como o tidy, por exemplo, e verificar seus códigos.

g) Web Developer: conjunto de ferramentas para desenvolvedores (edição em real time de css, validação e outros), oferecidas num plugin de firefox. Instale aqui e aprenda sobre a ferramenta aqui.

Conclusões

Espero que as informações e dicas acima possam ajudar a todos os designers de interface no árduo caminho rumo à padronização total de todas as páginas e sites desenvolvidos. Fico no aguardo das opiniões de todos vocês.

Boa sorte!

(x)html e css para design de interfaces

O papel desempenhado pelo (x)html e css para designers que fazem web parece bastante óbvio para muitos. Porém, ainda há uma grande quantidade de estudantes e envolvidos que relutam quando chega o momento de aprender estruturação.

O que é estruturação?

Trata-se de um termo comum na profissão, quer dizer fazer o código (x)html, desenvolver o css para formatação visual. Normalmente, parte-se de um layout pronto e aprovado, feito em algum programa para criação visual (o photoshop é o favorito). Assim, com os aspectos visuais definidos, a tarefa do profissional será a de transformar aqueles lindos arquivos .psd em páginas web que funcionem corretamente, de maneira satisfatória.

É realmente necessário saber (x)html e css?

Podemos citar uma analogia simples: trabalhar com web e não conhecer essas linguagens, equivale a uma viagem de, por exemplo, seis meses na Inglaterra, sem o mínimo conhecimento de inglês. Por mais que você se muna de todo o aparato-idiomático-fast-food (canetas com scanners tradutores, e-books, palms, smartphones, notebooks), chegará o momento em que sua falta de conhecimento o colocará, obviamente, em situações mais do que constrangedoras.

Portanto, trabalhar com web sem conhecer a sua língua-mãe é praticamente impossível, pois, apesar de haver diversos recursos para desenvolver (x)html e css sem digitar linhas de código, fatalmente chegará o momento em que a falta de conhecimento cobrará o seu preço.

Qual a melhor maneira de aprender?

Evidentemente, com a ajuda de um professor num bom curso, tudo fica bem mais fácil. Por incrível que pareça, existem diversas escolas (de informática ou não) que ensinam o ultrapassado html 4.0.1. O aluno aprende uma linguagem antiga e se baseia em técnicas não recomendadas no momento atual, como o uso de frames (divisão da página em partes distintas, trazendo um enorme obstáculo a acessibilidade), tabelas para lay-out (inserção do conteúdo da página em células de tabelas, gerando um código não semântico, não acessível e muito “sujo”, limitando a visualização das páginas em dispositivos de mídia que não os monitores dos PC´s), formatação visual dos elementos com comandos não recomendados de html e utilização de tags(comandos) proprietários sem padronização.

A melhor maneira de aprender é, portanto, aprender o que é certo, analisando o que é errado como se analisa um animal estranho num zoológico. Na web, terra das mudanças constantes e rápidas, ir contra a corrente pode trazer, como consequência final, a desvantagem competitiva.

A utilização de poderosos editores WYSIWYG como o Dreamweaver é praticamente indispensável no ambiente produtivo, porém seu uso deve vir após o conhecimento básico da estrutura da codificação (x)html e css. Assim, com o conhecimento solidificado e correto, torna-se mais fácil a trajetória profissional.

A dica é: aprender a base do (x)html/css, aprender Dreamweaver (ou outro robusto editor visual, por motivos de produtividade – sugiro o excelente Blue Fish) e aprofundar os conhecimentos cada vez mais. Aguarde a próxima parte deste artigo.

Um abraço!

Links úteis para designers de web

Após décadas sem postar, volto hoje com uma relação bem interessante de links para designers e desenvolvedores que trabalham com web. Aqui vai:

1) Entendendo a Web Developer Tools:
Plugin fantástico para firefox, permite edição de códigos com preview real, validação facilitada, acesso rápido ao css da página e muito mais. Na verdade, são poucos os que a utilizam da maneira correta (e com todos os recursos). Portanto, neste post do blog do maujor, a ferramente é devidamente dissecada. Enjoy 😉

2) Preview da página em todos os browsers:
Que tal visualizar como seu site ficará em TODOS os browsers, de TODAS as plataformas? Como é praticamente impossível instalar todos os browsers num único sistema, recomendo a utilização deste site, que produz screenshots de seu site em diversos navegadores diferentes. Confira!

3) Galeria de CSS:
Você conhece o CSS Beauty? Exuberantes exemplos de como fazer design de qualidade, primoroso e cumprindo, fielmente, as web standards. Confira!

4) CSS Box Model interativo
Ferramenta que permite o aprendizado interativo de CSS, com todas as propriedades possíveis, que podem ser aplicadas dinamicamente, facilitando (e muito) o conhecimento e aplicação das mesmas. Confira aqui!

Por hoje, encerro por aqui, mas em breve retorno com outros links e informações interessantes.
Aproveito para convidar a todos para visitarem meu novo blog.

Um abraço!

P.S.: aguardem posts com tudo o que rolou no Intercon 2008!

O CMS e o Design – Parte 1

O CMS está ganhando o mundo, oferecendo métodos eficazes e simples de produção na web. Se, num momento anterior, a parte do desenvolvimento de um site trazia uma série de dores de cabeça ao pobre desenvolvedor freelancer que se habilitava a fazer o projeto completo por alguns trocados a mais (ou, quando não conseguia,se via obrigado a dividir os mínimos trocados com algum pobre programador…), hoje não é mais um problema indissolúvel.

CMS pra quem tem fome

Conheço uma série de projetos de sites dinâmicos que contaram somente com profissionais de design em sua concepção, devido a facilidade trazida pelo modelo CMS de produção. Sim, é verdade: tudo está pronto, pré-configurado, funcionando super bem, sem maiores problemas. Nada de noites sem dormir, debruçado sobre aquele livro gigantesco de php!

Ah, se fosse assim!

Pois é, o mundo disneyano acima não existe. Pelo menos, não da forma como foi descrito. É fato que tudo está mais simples, mais fácil. Porém, dizer que o programador é dispensável e que os conhecimentos de PHP ou de qualquer linguagem de servidor não são necessários é, no mínimo, uma grande heresia.

Qualquer profissional envolvido com um projeto com CMS, sabe o quanto deve conhecer a estrutura da linguagem de programação, da maneira como o sistema adotado funciona, para poder ajustar e customizar o layout, mantendo sua funcionabilidade intacta.

Customização: E agora, José?

Estava tudo muito lindo. Poucos cliques e um belo sistema de busca, de comentários, de comércio eletrônico surgiam na sua frente, prontos, funcionais. Pois é, você, como bom designer, começa a olhar e encontra uma série de soluções estéticas capengas, em completa desarmonia com a proposta e o conceito geral de seu cliente. Então, respira fundo e decide: customizarei!

Confira o final da saga no próximo post. Um abraço!

Desenvolvendo o bom design

Bom design significa design de qualidade, que comunica, agrega valor ao produto e cumpre com primazia o seu papel. Porém, para se chegar a um resultado de alto nível, é necessário muito mais que o domínio técnico das ferramentas, recursos e linguagens. Enquanto o designer não se conscientizar disso, corre o risco de ficar à deriva num mar de tendências, recursos clichês e falta de profundidade.

Referências

O designer, além de dominar todo o processo inerente ao meio para o qual está criando, deve possuir diversas referências culturais, estéticas e artísticas.

Vejamos os exemplos dos grandes escritores. Além de serem dotados de grande talento, são verdadeiros “ratos de biblioteca”, lendo tudo o que lhes é oferecido compulsivamente, de clássicos da literatura às bulas de medicamentos.

Com isso, dominam cada vez mais a linguagem, aprimoram as possibilidades de expresssão e, finalmente, se carregam de referências literárias e textuais. As referências serão condensadas, “mixadas” pelo cérebro e oferecerão, ao escritor, possibilidades expandidas de expressão.Na verdade, só fala e escreve bem quem lê muito, só se fica atualizado acompanhando as notícias, so se é um bom músico dormindo e acordando com música, todos os dias. Em todos os meios citados, a “tara” ou “objeto de desejo” é a produção daquilo ao que cada um se propõe, de forma natural e não forçada.

Quais são as referências para o designer?

O design possui características interessantes, que tornam essa profissão tão fascinante e complicada, ao mesmo tempo, dando margem a diversos embates filosóficos-existenciais-profissionais, como em quase nenhuma outra ocupação conhecida.

Design não é arte, porém, com frequência, esbarra em conceitos e soluções advindas da produção artística. Assim, referências artísticas são uma constante no trabalho do designer, que deve se alimentar de exposições de pinturas-gravuras-xilogravuras-esculturas; enfim, de todo tipo de arte. Há, ainda, a possibilidade de mergulhar em livros e observar o quão magistral a expressão humana pode ser e a maneira como isso pode ser abordado em uma publicação.

O aprimoramento e o bom design saem de uma bagagem cultural ampla, completa. Não há outro meio. A vivência da profissão, a seriedade aplicada ao fazer técnico, o perfeccionismo, o prazer de se fazer o que gosta mesmo em cenários complicados e muito rotineiros de extrema pressão, de dead-lines criminosos. Tudo isso faz parte do grande e complexo todo da profissão.

Não há dependência direta da mídia para a qual se cria no sentido das boas referências, pois, como se sabe, design é, dentro de sua magistral amplitude, uma coisa só. É claro que nossos olhos são imediatamente atraídos para o lado cujo qual nos interessamos. O designer que faz web (também conhecido como webdesigner) fatalmente irá observar mais atentamente os trabalhos feitos para essa mídia, acompanhando os prêmios e os desdobramentos do mercado. Da mesma forma, que faz design off-line estará sempre de olho em material impresso, assim sucessivamente.

As boas referências estéticas e culturais são comuns para todos os desdobramentos da profissão, não acredito haver uma diferença clara e pronunciada. Creio que todo designer deveria ser um amante das artes visuais, um atento observador anônimo do mundo e de suas vertentes, observando todos os aspectos visuais em tudo o que o cerca: carros, ônibus, apartamentos, roupas, cartazes, fachadas, arquitetura, tv, internet… Um grande catalisador de tendências, idéias e conceitos.

Conclusão

O design de qualidade não está ligado diretamente à idéia de bons recursos tecnológicos. Apesar dos grandes talentos nacionais, existem diversos aspectos de diversas áreas que ainda não chegaram numa qualidade compatível com o design feito nos países de primeiro mundo. Se a questão fosse somente o equipamento, já estaria resolvida há tempos. Temos as mesmas máquinas, os mesmos softwares, acesso a boa informação técnica e bons livros (mesmo que importados); porém, muito de nossa produção está ainda engatinhando, o que mostra que a questão é totalmente cultural. Para se fazer o bom design, é necessário ter uma boa cultura.

Portanto, o mundo a sua volta é a sua principal fonte de inspiração e matéria-prima. Não deixe de apreciar, obviamente, todas as formas de arte, além das visuais. Ouça uma música que lhe toque, ligue sua parabólica e prepare-se para absorver toda e qualquer referência e pode acreditar: na hora em que for necessário, seu cérebro saberá justamente onde buscar a informação e solução para determinada peça e você, só depois de algum tempo, vai entender o processo louco e fascinante da criação e seu referencial estético.

Embalagem comemorativa Lámen

Acabo de conhecer a embalagem comemorativa de 50 anos da criação do lámen.

Foi lançada como edição especial, prometendo o sabor original do produto.
Trabalhando com as cores marrom e laranja, pode até soar um pouco forte para os dias de hoje, porém trata-se de uma interessante oportunidade (também disponível por diversos outros meios) de conhecer,  comparar e refletir como o design de embalagens é um produto do seu tempo, refletindo tendências estáticas e culturais de determinada época.

Há, ainda, uma ilustração de um pintinho, também parte da versão original da embalagem antiga,  que anuncia o tempo de preparo: 1 minuto e meio(!), tempo que dobrou nas versões atuais do produto (na verdade, no verso, descobre-se o “segredo” do preparo mais rápido…). No topo da embalagem existe um logo comemorativo “Think Next 50”.

No verso, as referências continuam: ilustrações típicas dos anos 50 “ensinam” como preparar o “miojão”, além de trazer uma rápida história de “Momofuko Ando”, que criou o lámen em 1958 (saiba mais aqui).
Tanto no verso quanto nas laterais da embalagem, existem inscrições japonesas, reverenciando a criação original do produto.

Você deve estar se perguntando:“cadê a foto da tal nova embalagem?”
Respondo: minha máquina digital “morreu” ontem à noite, na mão de um inadvertido amigo sob os efeitos do vinho, mas voltará, em breve. Assim, não tive como fotografar a embalagem; até mesmo o meu celular está na assistência técnica (“que cara azarado”, você deve estar pensando!).
Fiz uma “pequena” busca na internet, porém não consegui encontrar imagens (“pequena” devido a pressa de freelas pra terminar), peço sinceras desculpas!
Se alguém descobrir um bom link, mande via comentário!
No site da Nissin também não tem!

De qualquer maneira, resolvi escrever este pequeno artigo dominical colocando-os a par da novidade.
Grande Abraço!

Padrões Web para Clientes e Leigos

Não sei quanto a vocês, mas comigo já aconteceu, várias vezes, de estar frente a frente com um cliente que não tinha a mínima idéia do que são os padrões web e qual a necessidade de adotá-los. Além disso, muitos alunos iniciantes, após serem submetidos a artigos, apostilas e revistas abordando o tema de forma crua e pouco responsável, vieram até mim com muitas perguntas sobre o tema, além de uma série de visões distorcidas e pouco objetivas.

Por isso, acabei escrevendo este artigo, que indico para dar uma iniciação ao tema. Quando apresento este artigo para os meus clientes (leigos, na sua maioria), consigo “conversar” mais objetivamente sobre o tema, além de poder propor soluções mais adequadas para cada projeto. Espero que seja útil para vocês.

Padrões Web: back to basics ou o que nunca deve ser esquecido.

Confira, neste artigo:

1) O que é web?
2) O que é XHTML?
3) O que é CSS?
4) O que são web standards (padrões web)?
5) Como aplicar estes padrões em minhas páginas?

1) O que é web?

A web funciona dentro da internet como um sistema que interliga diversos arquivos por meio de hipermídia e hiperlinks. Na web, existem os servidores (que armazenam os arquivos dos sites que utilizamos), o cliente (você, que acessa a web) e um navegador (também conhecido como browser), cuja função é interpretar os códigos das páginas e processa-los, possibilitando a exibição na tela. As páginas web são escritas numa linguagem de marcação (utilizando marcas, também conhecidas como tags) chamada html. Os browsers processam o código html e servem páginas para os usuários.

2) O que é xhtml?

Xhtml é uma linguagem de marcação, baseada em xml. Em sua versão 1.1 e 1.0, é considerada um evolução ao html4.0.1, tornando as regras mais claras. A separação de conteúdo e formatação visual é um dos pilares principais da linguagem, que também oferece ferramentas e recursos de acessibilidade diversos, bem como a real possibilidade de trabalhar com um modelo único de publicação. Traduzindo, isso quer dizer que você, desenvolvedor/estudante, criará a página somente uma vez, e poderá publicá-la em qualquer tipo de mídia.

3) O que é CSS?

CSS é uma linguagem que permite a formatação visual de uma página html utilizando o sistema de folhas de estilo.

Para entender o conceito do css, imagine o seguinte: você tem um documento extenso, escrito no seu editor de textos preferido. Porém, trata-se de um trabalho escolar, o chato do professor impôs uma série de regras de formatação para títulos, subtítulos, textos, fotos, legendas, etc… Você, neste caso, tem duas opções: ou formata manualmente cada linha de seu texto, ou cria uma folha de estilos, acessíveis facilmente. Então basta selecionar os blocos de texto e aplicar o estilo correspondente. Simples, não? Pois é exatamente assim que o css funciona. Só que, ao invés de formatar textos, ele formata páginas html.

Todos os navegadores dão um suporte razoável ao css (porém, cuidado com o Internet Explorer!). Esta poderosa linguagem oferece um real controle sobre os aspectos visuais e posicionamento dos elementos das páginas, como jamais existiu na web.

4) O que são web standards (padrões web)?

A web possui um órgão gestor em nível global, chamado W3C. Este consórcio mundial da web é presidido por Tim Berners-Lee, o criador do html, desenvolvedor do primeiro servidor web, do http e, portanto, pai da web. Um dos principais motivos da grande popularização da web no mundo, foi justamente o empirismo desse cidadão, que não quis cobrar royalties de sua criação. Ou seja, o html é totalmente livre de licenças.

O W3C cria os padrões que devem ser seguidos e adotados por toda a comunidade web. Estes padrões visam sempre a melhoria contínua da web, facilidade de acesso, democratização da informação e trabalho mais eficiente por conta dos desenvolvedores de web espalhados por todo o mundo.

Atualmente, os padrões web dizem respeito, especialmente, à separação clara e objetiva de conteúdo (html) e formatação visual (css). Também, a questão da acessibilidade e do acesso às páginas de qualquer dispositivo ou browser é uma grande bandeira levantada pelo W3C e por um grande número de desenvolvedores conscientes pelo mundo.

Ao eliminar a necessidade de utilização das tabelas para layouts, que agora podem ser criados por tags de divisão (div), o W3C deu margem à criação do “marketeiro” termo “tableless”, tratado como verdade absoluta por muitos, mas que não passa da aplicação dos padrões web de maneira consciente e limpa.

5) Como aplicar estes padrões em minhas páginas?

Na verdade, é tudo muito simples:

a) Desenvolva seu layout em alguma ferramenta visual de design (photoshop, por exemplo);
b) Após a aprovação do layout (e conclusão de várias etapas de planejamento), parta para a confecção (desenvolvimento) do html básico, puro, sem formatação visual nenhuma. Siga as normas de desenvolvimento, escreva um código lógico, limpo e semântico, com marcações de acessibilidade.
c) Parta para a criação dos arquivos CSS. Trabalhe com arquivos gerais e externos, utilizando-os para a formatação global de seu site.

Photoshop no Linux?

Em notícia recente publicada aqui, falou-se sobre o apoio e interesse que que a Google tem em rodar Photoshop CS3 em Linux, via emulador Wine.

De onde vem esse interesse?

Vale a pena, aqui, analisar algumas das implicações envolvidas neste caso.A Google possui o Picasa, um editor de imagens de uso livre, que, em tese, poderia ser considerado um concorrente do Photoshop. Se não tecnicamente, ao menos, mercadologicamente.

Apesar disso, todos os que trabalham profissionalmente com o Photoshop (eu, inclusive), sabem o quanto é difícil qualquer programa se equiparar em termos qualitativos à esta ferramenta, naturalmente líder de mercado, uma liderança, em tese, pouco contestada pelos utilizadores e pela comunidade profissional de designers, arte-finalistas e operadores de computação gráfica. O que se vê, na verdade, é quase uma “seita” de “photoshopers”, ansiosamente aguardando novas versões, plugins; compartilhando em diversos forúns e comunidades espalhadas pela web seus brushes, patterns, configurações de regulagens de selective colors, curves, etc…

O Picasa, creio, não tentará se equiparar ao Photoshop. Então, qual seria o motivo desse repentino interesse da Google? Qual o interesse da numa ferramenta concorrente da Adobe? Com certeza, eu não conheço o motivo preciso, mas analisarei algumas possibilidades.

Com a (nem tão) recente compra da Macromedia, a Adobe se tornou um quase monopólio de ferramentas e soluções web, as mais populares e utilizadas do mercado. Vejo esse interesse da Google como uma possível aproximação com o “império do software proprietário para web” da Adobe, no melhor espírito “se não pode com eles, alie-se a eles”, ou seja, é melhor estar por perto de quem, em tese, está ganhando o jogo, do que lutando contra.

Já vi muitos amigos de profissão dizerem que “no dia em que o Photoshop rodar em Linux, migro para esta plataforma e abandono o Windows de vez”. É provável que a Google esteja de olho nisso, que tenha consciência de que uma conquista deste porte (rodar Photoshop CS3 no Linux) será acompanhada de uma grande celebração no setor, neste cenário, o “pai” da façanha ganhará ainda mais simpatia da comunidade web.

Cabe ressaltar que rodar Photoshop utilizando um emulador não faz com que o aplicativo se torne livre, muito pelo contrário. O usuário precisa ter uma cópia (para Windows) para instalar o programa em ambiente Linux, utilizando uma solução wine, um dos mais celebrados emuladores para Linux da atualidade.

Então, qual a diferença?

Isto é o que se tem hoje. Porém, com a entrada da Google na “jogada”, tudo pode mudar. É verdadeiramente improvável que a Adobe irá abrir alguma API relativa ao Photoshop, mas, como disse, com um parceiro novo desse porte, o wine dará grandes saltos qualitativos, trazendo uma solução de emulação melhor e estável.

Conclusões

Muitos na comunidade do software livre enxergam, com ressalvas, a tática anunciada pela Google. Por qual razão o investimento será feito em emulação de Photoshop e não no gimp, conhecida ferramenta de edição bitmap desenvolvida para ambiente Linux? Se é pouco provável que a API do Photoshop será liberada, o que acontecerá no futuro, como retorno do investimento neste seguimento?Com certeza, são questionamento pertinentes, que mexem com o mercado.

O fato é: a Google não dá “ponto sem nó”, então podemos esperar mudanças consideráveis.

E você, o que acha?

Artigo originalmente publicado aqui e aqui.

Acessibilidade: urgente e necessária!

imagem representando acessibilidade
Alguns assuntos são tratados com maestria por um sem-número de profissionais, é sempre admirável observar isso. Porém, assuntos como acessibilidade devem ser exaustivamente relatados, observados, repassados de todas as maneiras possíveis.

Nas minhas andanças pela web, descobri um avaliador de acessibilidade (ASES) disponibilizado pelo governo federal eletrônico em conjunto com a Sociedade Acessibilidade Brasil, nos blogs de Cristian Tretin (web para todos) e, posteriormente, no blog de Marcelo Torres.

O ASES é uma ferramenta open source (código aberto, ou seja, permite a melhoria contínua por qualquer desenvolvedor que queira ajudar), seguindo uma tendência inaugurada pelos softwares e distribuições LINUX.

Neste blog, publico sempre conteúdo inédito, normalmente evito assuntos já abordados por outros blogs. Neste caso, porém, a idéia é justamente contrária: acessibilidade e orientações de como testar ou criar conteúdo acessível devem ser divulgadas por todos os blogs relacionados com o tema, expandindo e fazendo a informação chegar para todos os desenvolvedores, estudantes e profissionais envolvidos com web, de alguma forma.

O ASES é uma ferramenta excelente, permitindo o test-drive de seus sites e blogs no ítem acessibilidade. Munido das informações sobre os pontos fracos de sua aplicação web, fica muito mais fácil a melhoria da mesma, corrigindo erros e solucionando problemas.
Várias mudanças serão efetuadas, progressivamente, neste blog, devido aos resultados obtidos pelo ASES.

Confira seus principais recursos, de acordo com o site oficial:

  • Avaliador de acessibilidade (e-MAG e WCAG);
  • Avaliador de CSS;
  • Avaliador de HTML (4.01 e XHTML);
  • Simuladores de leitor de tela (tempo) e Baixa visão (daltonismo, miopia, catarata);
  • Ferramenta para selecionar o DocType, conteúdo alternativo, associador de rótulos, links redundantes, corretor de eventos e preenchimento de formulários

Definições básicas dos termos citados:
a) e-MAG: modelo de acessibilidade do governo eletrônico, atendendo as exigências do decreto 5.296, sobre acessibilidade.

b) CSS, HTML, XHTML: saiba mais neste artigo, aqui do blog.

c) Leitor de tela: software especialmente desenvolvido para leitura do conteúdo dos textos de um computador, inclusive website. Ao se escrever um código de acordo com os padrões e normas de acessibilidade, o leitor cumpre sua missão de maneira muito mais eficaz.

E por falar em leitor de tela, sugiro o download deste aqui:
http://www.nvda-project.org/download.html

Trata-se de uma excelente ferramenta freeware que lê o conteúdo do monitor, utilizando a tecnologia de voz sintetizada. Instale e experimente como suas aplicações web são interpretadas por ele, não deixe de melhorar, sempre!

Aguardem mais artigos sobre este tema importantíssimo!

Grande Abraço!

Inkscape: desenho vetorial livre

Este artigo, publicado originalmente em meu blog, faz parte da série sobre a migração progressiva de usuários de software proprietários para desenvolvimento web, para ferramentas livres, baseadas em ambiente linux.
A idéia da transição progressiva subentende o conhecimento passo-a-passo de novos recursos, com um mínimo de mudanças no início.

Neste artigo, irei mostrar como instalar, configurar e fazer alguns trabalhos no inkscape, utilizando uma versão para Windows. Na verdade, não existem grandes diferenças entre esta versão e a do Linux, o que facilita o processo de transição consideravelmente.

Siga estes passos afim de conhecer uma nova ferramenta, destinada ao desenho vetorial, sendo um equivalente, no mundo do software livre, aos programas Corel Draw, Illustrator e outros.

Instalando e conhecendo o Inkscape

1) Instalando o programa

Instalação inkscape
Ícone do arquivo de instalação do inkscape para windows

Siga este link e instale a versão para Windows do Inkscape. A instalação é tranquila, sem maiores problemas, bastando seguir as opções da tela. Nada muito complicado. Lembre-se que não será necessário nenhum serial ou arquivo de crack! 😉

2)Conhecendo a Interface

Interface do Inkscape
Interface inicial do inkscape
Do you like Corel Draw?
Se sim, logo de cara vai se sentir familiarizado com a interface do programa, bastante parecida com a interface do Draw, inclusive no que diz respeito ao posicionamento das paletas, recursos e outros. Vejam, não estou dizendo que é igual, mas sim semelhante. Mais um ponto a favor para a migração progressiva e indolor.

3) Alguns Tutoriais de Inkscape:

Conheça mais sobre a ferramenta, suas utilizações e tutoriais nos seguintes links:

Vetorizando com Inkscape

Acompanhe este tutorial passo-a-passo e aprenda, facilmente, a utilizar algumas das ferramentas do inkscape para vetorização.

Para iniciar, faça um cadastro no stock photos. Trata-se de um dos maiores bancos de imagens royalty-free da web, onde você encontra várias imagens legais para seus trabalhos.

A imagem que utilizaremos neste tutorial está aqui.Em tempo: vetorização é um processo em que transformamos determinada imagem num desenho vetorial, podendo ser a réplica vetorial da imagem ou uma versão da mesma.

Neste artigo, nosso pinguim será vetorizado, com todos os passos descritos aqui.

1) Iniciando o trabalho

Abra o inkscape. Observe que um documento novo é criado automaticamente.

Novo documentoUm novo documento, criado na abertura do software

2) Salvando seu trabalho

Clique em arquivo/salvar como.

Salve seu arquivo com o nome de sua preferência. Para ir salvando as modificações após ter salvo pela primeira vez, utilize o atalho ctrl+s.

Salvar como
Janela para salvar o documento

3) Trabalhando com camadas

Como qualquer ferramenta de edição gráfica que se preze, o inkscape também dá suporte ao trabalho com camadas. Por meio delas, é possível organizar o trabalho de maneira profissional, clara e bem definida.

Acesse o menu flutuante camadas: camadas/camadas. Você também pode utilizar o atalho shift+ctrl+l.Dê um clique duplo na camada 1 e a renomeie como imagem. Clique no botão com sinal de adição (+) na parte inferior da paleta flutuante camadas para criar uma nova camada, que deve ser denominada como desenho. Observe os pequenos ícones à frente de cada uma das camadas: o olho controla a visibilidade, o cadeado controla a editabilidade (se estará editável ou não). Na parte inferior, temos as setas, que permitem alterar a ordem das camadas, para cima ou para baixo, conforme a necessidade.

O menu deslizante opacidade controla a transparência das camadas. No valor 100%, estará totalmente visível. Já no valor 0%, estará totalmente invisível. Efeitos do tipo lentes podem, também, ser conseguidos assim.
Menu camadas
Menu flutuante camadas

4) Importando a imagem

Após ter feito o download da imagem do pinguim (conforme indicado na início do artigo), selecione, com um clique, a camada imagem, no menu flutuante camadas. Clique em arquivo/importar ou utilize o atalho ctrl+i. Selecione a imagem e clique em abrir.

Importar
Janela importar

Com a tecla ctrl pressionada, clique em qualquer uma das quatro setas de redimensionamento (presentes nos quatro cantos da imagem), segure e arraste para baixo, adequando o tamanho da imagem ao tamanho do documento. Note que isso deve ser feito utilizando-se a ferramenta de seleção (primeira ferramenta da caixa de ferramentas, com formato de seta preta), também utilizada para mover os objetos na área de trabalho do programa.

Redimensionando

Redimensionando a imagem

Após isso, clique no ícone do cadeado da camada imagem, para bloqueá-la. Clique na camada desenho, afim de selecioná-la para iniciarmos a vetorização propriamente dita. Utilize ctrl+s para salvar as últimas alterações do arquivo.

5) Vetorizando

bezierÍcone da ferramenta bézier, para edição de nós

Utilizando a ferramenta bézier , na caixa de ferramentas, localizada na extrema esquerda da tela, crie um formato básico de retas e pontos, que serão arredondados posteriormente. Na imagem, a linha está mais grossa e colorida, afim de facilitar a visualização:

Inicio vetorA parte preta do pinguim começando a ser vetorizada

6) Criando curvas

nosFerramenta para edição de nós

Com a utilização da ferramenta de edição de nós, iremos criar as curvas. Clique no meio dos seguimentos retos, segure e arraste. Assim, você terá criado as curvas, relacionadas com suas retas específicas.

zoomFerramenta zoom

Porém, utilizando a ferramenta zoom, veja se é necessário criar novos nós, afim de posicioná-los em pontos estratégicos para a criação das curvas. Para criar novos nós, dê um clique duplo no local do seguimento aonde o mesmo será criado.Observe que ao fazer isso, o inkscape mostra as alças de controle, que devem ser utilizadas para ajustar as curvas dos seguimentos, bastando clicar nas mesmas, segurar e arrastar para a posição desejada.

Analise todas as retas do seu desenho, inserindo e editando, com cuidado, todos os nós. Utilize a ferramenta zoom, para maior precisão da edição. Lembre-se: quanto mais cuidadoso você for, um melhor resultado final terá no seu trabalho.Para alterar a cor de sua linha, segure shift e clique na cor desejada na paleta de cores, localizada na parte inferior do inkscape. Para aumentar a espessura da linha, dê um clique duplo no local indicado pela imagem a seguir. Assim, você terá acesso ao menu suspenso preenchimento e traço, com diversas opções de ajustes. Veja:

Edição de linhas

Edição de linhas e paleta de cores

Um grande segredo em vetorização é, exatamente, saber separar cores como partes diferentes do desenho, ou seja, podemos trabalhar cada uma das partes do pinguim separadamente:

  • Parte preta (a “casaca”);
  • Parte branca (“peito” e “barriga”);
  • “Bico”;
  • “Gravata” (as bolinhas brancas serão feitas posteriormente, juntamente com o olho);
  • “Pata”;

Note que, até este momento, estamos somente traçando os contornos. Os preenchimentos serão feitos na finalização da vetorização. A técnica para fazer todo estes objetos é a mesma ensinada para se fazer a “casaca”.

Para trocar a cor dos contornos, faça shift+clique na cor desejada na paleta de cores.Para alternar entre a visualização com e sem a imagem, clique no ícone do olho na frente da camada imagem. Compare e veja se o seu trabalho está satisfatório:

Vetor básico
Traços básicos da vetorização

7) Inserindo formas básicas

Na caixa de ferramentas, selecione a ferramenta elipse, clicando na mesma.

elipseA ferramenta elipse

Faça os círculos correspondentes às bolinhas da gravata, bem como ao olho do pinguim. Para rotacionar, dê clique duplo e rotacione, da mesma forma que acontece no Corel Draw.

O resultado final deve ser este:

gravata com bolinhas
Resultado após a inserção das bolinhas (elipses)

8) Preenchendo os objetos

Para preencher os objetos, os passos são extremamente simples. Basta ir selecionando os objetos desenhados e clicar na cor correspondente. Para tirar uma cor de contorno, por exemplo, basta acessar a paleta de preenchimento e traço (shift+ctrl+f), clicar na aba pintura de traço e clicar no ícone da transparência. Esta paleta já foi mostrada no tópico “6” desse tutorial.

Contorno-traço
Menu preenchimento e traço

No final, sua vetorização deve ter a seguinte aparência:

final
Vetorização finalizada

Com isso, finalizamos nossa vetorização.

Óbviamente, trata-se de uma vetorização bastante básica, com fins didáditos, para auxiliar aqueles que nunca tiveram contato com o programa.

Espero que o artigo tenha ajudado a todos e fico a disposição para comentários, dúvidas e esclarecimentos. Boa sorte!

Viral faz mal?

Resolvi publicar este arquivo aqui (que já foi publicado no webinsider, imasters e no meu blog) para conhecer a opinião da comunidade de designers sobre este tema. O artigo é opinativo, logo, não pretende estabelecer a verdade absoluta, na verdade, exibe o meu ponto de vista, que muitos de vocês podem concordar ou não. Fico no aguardo de suas opiniões!

O marketing viral consiste, na sua concepção mais pejorativa (que cabe em vários casos de nítido exagero), na utilização de redes sociais consolidadas para divulgar um determinado produto ou serviço, criando ou aproveitando um hype em cima de determinado tema.
Muitas vezes, aproveita-se de conceitos da moda, assuntos que estão “na boca do povo”. Por exemplo, quem conseguir, de alguma forma, vincular sua imagem ao famigerado Big Brother, terá um aumento considerável na quantidade de acessos de determinada página.

O viral é produto de uma época em que redes sociais da web e blogs estão na “crista de onda”, com força total, principalmente devido ao conteúdo colaborativo e à segmentação precisa. Seguindo este pressuposto, ao arquitetar uma nova campanha viral com eficiência, o cliente terá “dispersão zero”, como as agências adoram falar. Ao se definir uma campanha esperta, focada, que “pega carona” em determinado assunto da “moda”, os resultados aparecem, o retorno é compensador e o “amigo cliente” sai das reuniões com um largo sorriso nos lábios, assim como a agência, contando suas “pratas” e pensando nos próximos cases de sucesso.

Apesar do mundo “disneyano” descrito acima, algo nesta história não me desce bem. Posso parecer purista demais, porém não consigo deixar de pensar que muitos são “pescados” por eficientes táticas virais, tratando aquele vídeo da coca-cola e mentos como obra do acaso, não conseguindo enxergar a bela iniciativa de marketing viral por tras disso.

Pessoas que participam de comunidades diversas, criam perfis desenfreadamente em qualquer novo serviço social, sem a mínima noção de que estas comunidades que assinam se transformaram num lucrativo negócio para seus donos, ou algo do tipo. Pessoas que aceitam novos “amigos” por qualquer serviço “instant messenger” da vida, sem sequer desconfiarem que as tais pessoas “tão legais” possam ser “websurfers“, a serviço de uma agência viral.

Culturalmente falando, o culto ao efemero é algo que realmente dá nos nervos. Desesperadamente procurando qual é o último “burburinho” ou “modinha”, muitos acabam creditando mais atenção do que determinado assunto, por sua relevância, mereceria.
Há, portanto, uma “inversão de valores”, onde o mais importante é a popularidade de algo, independentemente de sua profundidade ou relevância. E necessário tomar cuidado e não se deixar levar pelo clássico argumento do sucesso, da audiência ou algo que o valha.

Apesar de ser óbvio que não estou generalizando (pois o marketing viral, quando bem desenvolvido, pode até auxiliar um sem número de usuários da web, divertindo, informando e alertando), creio que muitas estratégias virais são altamente discutíveis, seja por sua natureza apelatória, seja pela repercussão gerada, nem sempre positiva.

Acredito que a estratégia viral possa conviver harmoniosamente com a comunidade web de maneira geral, desde que deixe tudo às claras: o que é propaganda, deve ser creditado como tal, à moda dos encartes publicitários de mídia convencional. Porém, ao tentar passar algo “goela abaixo” dos usuários de redes sociais da web como verdade, corre-se o sério risco de confundir as fronteiras do real e do marketeiro, trazendo, a longo prazo, relutâncias com o modelo vigente, o que pode ser um belo tiro no próprio pé.

Cuba: design pobre, reflexo de um povo?

eleicoes_cuba

Este cartaz, aí em cima, foi feito para as eleições cubanas, recentemente.
Olhando fixamente para ele, fiquei pensando em várias coisas, caras para nós, designers:

  1. Até que ponto o pitoresco não “esbarra” no tosco?
  2. Qual o critério utilizado, subjetivamente, para o que é belo?
  3. A cultura popular, enquanto autora de designs, sempre tem valor estético relevante?

Porém, a pergunta que mais me incomodou: até que ponto a qualidade do design reflete o padrão de vida e a cultura de um povo?

Não é novidade para ninguém que Cuba passa por sérias crises internas, que seu povo é muito pobre, que é conduzido com rédeas curtas. Sabemos das investidas de muitos cubanos em fugas cinematográficas, rumo ao mundo capitalista, livre, democrático, injusto, sujo; mais gostoso, principalmente para quem tem seu espaço garantido no topo da “pirâmide social”.

Ao mesmo tempo, vemos, aqui, no Brasil, um design muito competente, de alto nível, competindo com os maiores países do mundo… Apesar de toda nossa condição precária iminente, algumas camadas da população, sempre ligadas nas tendências e com condições de estudo privilegiadas, aproveitaram toda a escancarada abertura que temos com o exterior para ter contato comas mais modernas tendências de design. Alguns, criativíssimos, misturaram referências culturais brasileiras em seus trabalhos, obtendo primorosos resultados.
Então, talvez, o design tenha qualidade por ter sido desenvolvido por pessoas mais “cosmopolitas” que brasileiras (algo, aliás, considerado, por muitos, uma característica típica do brasileiro) e assim, representa um nível de qualidade e sofisticação conpletamente divergente da realidade da imensa maioria da população. Ou não.

E você, o que acha?
A qualidade do design reflete a condição de um povo?

O cara que manja “tudo de corel” não é designer!

Sim, são muitos (alguns) anos vividos neste mundão de meu Deus…

Quantas vezes ouvi isso: “Você é designer? Manja tudo de corel e photoshop?”
Quantas vezes respondi: “Sim, tenho domínio das ferramentas e mais todas as listadas aí no meu cv, porém a vaga é para designer ou operador de computação gráfica?”

A história continua a mesma.

Micreiros, os “sobrinhos que sabem tudo de computador”, estão por toda a parte, espalhados, prostituindo o mercado, baixando diversas apostilas, comprando e sustentando publicações discutíveis do tipo “seja um web designer e ganhe dinheiro em uma semana”, além de despencarem a média salarial e o custo do freela.

Sou otimista. Acredito que o mercado, como uma tartaruga, caminha rumo ao amadurecimento, entende que soluções de gente “meia-boca” só podem ser ruins e só levam ao re-trabalho muito mais difícil e complicado (o barato sai caro), mais tarde.

Porém é deprimente saber que profissionais que dedicam uma vida ao ofício do design se vejam obrigados a enfrentar, como concorrentes, os malditos micreiros e sua sabedoria onipotente.

Acho que é uma missão de todos nós: educar o cliente, informar o mercado, com paciência e dados concretos mostrar a eles a diferença de um bom design e um design “tabajara”. Reclamar entre nós não resolverá muito: todos precisam reconhecer e respeitar nossa tão sofrida profissão.

Amém.

A TV Digital e o Mito da Caverna

O mito.
Platão, esperto e sábio como poucos, criou uma bela alegoria sobre visões limitadas, fuga intencional (ou não) da realidade imediata e como algumas pessoas podem colaborar para que o bem comum ganhe. Ou seja: a pessoa de visão, que tem uma percepção diferente do mundo, que não tem medo (ou controla o medo de forma eficaz), pode fazer a diferença em compartilhar com todos (ou, pelo menos, com quem estiver mais próximo), a tal “nova visão de mundo”, proporcionando assim um crescimento de todos, ou daqueles que se livram das amarras e acreditam no novo. Ou que aquilo que sempre acreditaram ser a mais absoluta verdade não passava de sombras numa parede escura de uma caverna fria e úmida, porém confortável (notem bem, “confortável”), já que não conheciam outra realidade, mesmo.

Como podemos saber se estamos numa boa situação se não conhecemos outras realidades e experiências?
O mito da caverna conta a história de pessoas que viviam no interior de uma caverna, desde suas infâncias, e de lá nunca saiam.
As pessoas, acorrentadas, só conheciam o mundo externo por meio de sombras que eram projetadas no interior da caverna, ou seja, a visão do mundo externo era uma visão totalmente distorcida e limitada, pois se resumia as sombras diversas.
Imagine: um pequeno rato tomava as dimensões de um terrível monstro, os homens pareciam gigantes, tudo muito diferente e aterrador.
Um dos homens resolveu sair da caverna. Construiu um artefato rudimentar, conseguiu quebrar as correntes, subiu à superfície e vislumbrou a realidade.
Após ter visualizado e vivenciado um pouco do “novo” mundo e ter tido a certeza que a realidade era, de fato, simples, voltou à caverna e convidou todos a subirem, na alegoria perfeita da função do filósofo: mostrar a verdade, clarear as sombras.

A TV Digital (ou não).
A vida, interpretada pelas sombras, traduzia uma realidade diferente da verdade.

Na TV (que não pretende salvar o mundo; na melhor das hipóteses, salvará a verba do cliente), existem diversas ferramentas e meios para se comunicar conceitos, normalmente de forma visual. A utilização de diversas técnicas diferenciadas torna a televisão sofisticada, atual, moderna, “up”.

Mas a vida segue lá fora.

Ao expressar ou recriar, seja qual for o meio, um estilo de vida diferente da maioria, ao “agregar valor” a um produto qualquer por meio de recursos visuais bem desenvolvidos, há sempre a tendência de tirar o ser humano de seu meio real e leva-lo para outra realidade.

No final das contas, estaremos cercados de sombras, expostos em realidades estranhas às nossas, fornecendo visões deturpadas de vida para muitos, vendendo a idéia final do conceito superior, defendido como a verdade absoluta dos praticantes da profissão.

Sendo meramente estético, sem conceitos, ou cheio de significados, a televisão, em qualquer um de seus desdobramentos, é a “ferramenta das sombras”, traduzindo regras gerais para todos, implantando conceitos de belo e feio, de moderno e ultrapassado, de funcional e inútil.

A televisão digital é o aperfeiçoamento das sombras. Agora, os acorrentados, na frente dela, terão acesso ao maravilhoso mundo das “sombras interativas”, podendo mandar mensagens, interagir, decidir horários para a apresentação do “grupo de sombras” favorito, que tal adquirir aquela moto-sombra fantástica? E sem sair da caverna! Parcelado no cartão! É bem verdade que você nem vai usar a moto dentro de onde está, mas, e daí? O importante é consumir!

Conclusão
Há o amor, também há o ódio, cada ação provoca uma reação normalmente contrária, muitas vezes em cadeia.

A televisão digital pode ser utilizada para melhorar a vida de todos, apresentando propostas inovadoras de programação, estimulando o pensamento crítico, facilitando o acesso para cultura e informação à todos. Mas, provavelmente, nada vai mudar.

Se, na concepção original, o mito da caverna pode ser traduzido no dilema de muitos que não conhecem a verdade, a televisão pode, na mesma proporção, disseminar sombras eternas, ou, quem sabe, lançar luzes sobre as mesmas.