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Eu não respiro mais.
Deixo meu corpo repousar, inerte, olhando a vida dos outros pela janela. São apenas luzes cinzas, para meus olhos cansados que não conseguem ver cor. Preso nesse submarino híbrido de carne e sonhos, eu mergulho em minha própria insignificância, deixando todos os sons abafados para trás. Eu posso chegar ao fundo. A angustiante pressão. Esmagadora realidade. Preciso me desfazer de mim mesmo. Essa conformação do meu negativo não revela quem sou, mas apenas os erros do caminho. Tudo pode ser sempre melhor, depois que, algum dia já foi algo. Mas nesse ponto, não tenho mãos para reformar meus castelos de areia. Eu sou a areia. O nada entrecortado em planos. Nenhum plano pra mim mesmo. Seco, posso voar como o vento, livre e corajoso. Assim, nesse mar de sentimentos, apenas vejo água fluir dos olhos tristes das amazonas. A guerra acabou. Eu perdi.
Eu não respiro mais.