Category Archives: Arte

Arte é a expressão de um ideal estético através de uma criação. É um tipo de manifestação humana universal existente em todas as culturas. A arte se comunica de forma simbólica e criativa com a sociedade. Uma obra de arte transmite ideias, sentimentos, crenças ou emoções e ela não precisa ser necessariamente um quadro.

10 razões para NÃO me contratar

Por: Morandini

Na área do design, a Internet é pródiga em listas. Lista dos 50 melhores sites, lista dos 10 logotipos mais criativos, lista dos motivos para isso, lista das razões para aquilo…

Recentemente, vi num blog de um designer britânico uma lista de motivos para contratá-lo. Eram argumentos excelentes, que mostravam sua expertise, seu conhecimento, sua experiência e seus casos de sucesso.

Inspirado nele, resolvi fazer minha lista com 10 razões para NÃO me contratar.

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Google lança Art Project

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Sabe o street view que você está acostumado? Então… O Google lançou uma versão mais maneira para quem curte arte. Essa versão mostra museus e obras de arte que estão espalhadas pelo mundo, intitulado “Google Art Project” o sistema possúi os mesmos recursos do seu pai (street view) porém com a possibilidade de ver todos os detalhes de uma obra com qualidade, tudo isso graças a tecnologia utilizada nas fotos, com sete bilhões de pixels!

Atualmente as instituições que podem ser visitas são:

  • Van Gogh Museum (Amsterdam)
  • National Gallery (Londres)
  • Rijksmuseum (Amsterdam)
  • Freer Gallery of Art, Smithsonian (Washington, DC)
  • Tate Britain (Londres)
  • Palácio de Versailles (Verssailes)
  • Gemaldegalerie (Berlin)
  • The Frick Collection (Nova York)
  • Museum Kampa (Prague)
  • MoMA (Nova York)
  • Museo Reina Sofia (Madrid)
  • Alte Nationalgalerie (Berlin)
  • Museo Thyssen – Bornemisza ( Madrid)
  • The State Hermitage Museum (St. Petersburg)
  • The Metropolitan Museum of Art (Nova York)
  • Uffizi Galery (Florence)
    The State Tretyakov Gallery (Moskow)

E o Google anunciou também que em breve terá muito mais…

Quer conferir todos? Entre no http://www.googleartproject.com/ e escolha um lugar para visitar.
(em inglês)

via: gizmodo

Lançada nova camisa da Seleção Brasileira


tinha vazado aqui a nova camisa da Seleção Brasileira e muita gente não acreditou que o tal modelo com uma faixa verde na frente da camisa poderia realmente ser lançado oficialmente. E para o desagrado de todos (leia-se maioria) foi realmente lançado hoje, um dia de atraso, já que Nike havia dito que o lançamento seria no dia 31 de Janeiro. Bom a boa noticia é que não mudou NADA, a má é que não mudou NADA, só colocaram um canarinho atrás do escudo.


Com a tag #segredodaamarelinha que diversos usuários do mundo todo falaram mal da nova camisa da nossa seleção logo depois da Nike escrever: “Apresentamos as novas camisas da Seleção Brasileira, que serão defendidas pelos guerreiros de corpo fechado nos campos de batalha.”

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Nike rezando para a da Argentina não ser mais bonita em 3, 2 1…

Há e se você tiver sugestão do que colocar na faixa na frente da camisa, deixe sua sugestão!

Magali = Uso indevido de imagem?

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Muito provavelmente você já viu o vídeo acima que ganhou a internet e que estava domingo no programa Fantástico. E que segunda, após um comunicado do cartunista Mauricio de Sousa, mostrou outro lado da história. O uso indevido de imagem, já que Magaly é um personagem da Turma da Mônica.

Muito vemos sobre uso indevido de imagem em emails, fóruns, e os mais diversos blogs e não cabe a mim voltar a discutir isso, porque é um assunto que nunca tem fim, porém teve uma comentário no youtube que me deixou super curioso. Segue ele:

“Nas aventuras da turma? do Mauricio de Sousa vemos caricaturas:

Batman de Frank Foster

Superman de Joe Shuster e Jerry Siegel

Frankstein de Mary Shelley

Dracula de Bram Stoker e etc…

Será que ele não feriu os direitos autorais de alguem? Fazer caricatura dos personagens do outros pode? ”

@alex6th

Com base nisso, resolvi entrar em contato com o Mauricio de Sousa (via twitter) e procurar saber se essas citações que ele faz no gibi são pagos também e ver se ele tem algo mais a falar. Enquanto isso pergunto: E você? o que você acha dessa história?


Entrevista com Chris Sickels, ilustrador e escultor.

É dificil não ficar embasbacado com o trabalho de Chris Sickels. Suas esculturas são tõa geniais, tão cheias de pequenos detalhes, tão vivas. Há algo de lúdico, algo que remete aos nossos brinquedos de criança que nos faz ficar observando longamente cada uma das ilustrações.

Chris foi um dos entrevistados mais simpáticos ao responder aos emails, mesmo quando eu errei seu nome. “Todo mundo erra”, disse ele,” é por isso que tenho um estúdio chamado Red Nose”. Na entrevista falamos de processo criativo, arte e familia.

Rodrigo Teixeira: (Eu sempre pergunto isso) – Qual é seu background em educação? Como você começou?

Chris Sickels: Eu me formei na Academia de Artes de Cincinnati, Ohio – EUA durante 1992-96. Foi no meu segundo ano de faculdade quando fui apresentado a profissão de ilustrador, até então eu só tinha noção real de design de produto e artes plásticas.

RT: Quais são suas maiores influências?

CS: Alexander Calder, especialmente seus primeiros circos. Tim Hawkingson, animação em stop motion, e muitos outros artistas e coisas.


RT: Você sempre sentiu que a escultura era sua midia ideal? Ou procurou outros campos, como pintura ou design?

CS: Eu me formei como pintor, e curti todos os aspectos das classes na escola, das marcenarias, fotografias, gravuras, escultura, design, tipografia, e foi depois de 4, 5 anos anos após a escola que eu realmente comecei a integrar meu amor pela escultura com minha paixão por ilustração.


RT: No estúdio Red Nose você trabalha sozinho ou tem um time com você?

CS: Sou só eu, apesar de que meus filhos geralmente me acompanham no estúdio.


RT: Você mesmo faz prospecção de clientes, ou tem um agente (isso se ainda precisar de fazer prospeção)?

CS: Definitivamente eu  ainda preciso prospectar clientes! E sim, eu tenho um agente fantástico, Magnet Reps, com quem eu tenho trabalhado por 10 anos. Colaboração em malas diretas para clientes, junto com a promoção do website e blog pela agência da Magnet Reps, a até colaboração com Frank Sturges Reps (outra agência de ilustração) para produzir um catálogo/revista  anual, The Artalog de novos trabalhos de ilustradores nos dois grupos e recursos para trabalhos em novos mercados.


RT: Eu ouvi dizer que, até recentemente, você ainda não usava uma câmera digital para fotografar seu trabalho. Isso é verdade? Porque?

CS: Até a metade de 2008 eu estava fotografando cromos de 4X5 polegadas. Mesmo depois que o laboratório local parou de revelar filmes desse tamanho, eu comprei uma mesa processadora alemã e revelava meus próprios filmes na lavanderia de casa. Quando a Polaroid parou de produzir o filme que eu usava para a iluminação preliminar e composição eu decidi que estava na hora de desistir, e começar a migrar para as digitais. Eu admito que gosto das forças do que as câmeras digitais podem produzir, mas ainda sinto falta dos dias em que segurava um slide de 4X5 na mesa de luz, curtindo a magia e o mistério do filme.


RT: Alguns dos trabalhos mais impressionantes que vi nos ultimos tempos vem de ilustradores. Existe uma discussão sem fim a respeito de se a ilustração é ou não arte. Qual a sua opinião a respeito? E como você vê o mercado de arte hoje em dia?

CS: Isso pode ser uma resposta cliché, mas vou dizer por mim: Eu faço coisas, porque eu preciso disso. Se eu sou pago para fazer algumas coisas para um cliente, e em retorno eu ganhou aquecimento e comida para meus filhos, então eu acho ótimo. Se alguém quer dizer que isso é ou não arte, é com eles. Eu só quero fazer essas coisas.


RT: Que tipo de trabalho você aprecia mais fazer: editorial ou publicidade?

CS: Eu gosto de trabalhos onde o diretor de arte e eu temos uma confiança mútua em o que fazemos. Apesar de que publicidade tende a pagar melhor,  que pode compensar pela falta de outras coisas em um trabalho particular 🙂

RT: Você tem uma rotina? Pode explicar como é seu processo criativo?

CS: Eu tento fazer meu trabalho em horário comercial, sempre que possível. Das oito as cinco, seis da tarde. Desse modo eu tenho tempo para minha família.
Um bom amigo uma vez me disse que meu processo de trabalho era como assistir a alguém fazer salsicha. Se você vê como é feito, não vai querer comer.

RT: Que tipo de materiais você usa em suas criações?

CS: Qualquer coisa, e tudo que eu puder. Eu já de tudo, de madeira, arame, espuma, comida, água em spray, peixes (tanto vivos quanto mortos), um amassador de alho, metal e lixo, pra citar alguns.


RT: Você já esteve no Brasil? Conhece algum artista ou designer daqui?

CS: Infelizmente nunca estive no Brasil (ainda).

Valendo Premio – Jogo das Marcas: marca 51 – parte 01

O acertador dessa rodada receberá como prêmio um kit com 5 revistas da ABCDesign (números 28 à 32). E não são aquelas publicações encalhadas cheias de mofo, são revistas recentes (atualmente estão na edição 34).

Se por algum acaso você ainda não conhece a revista, que nos prestigia com excelente conteúdo impresso num material gráfico de alto nível, desde que em 2001, Ericson Straub começou a edita-la. Quem sabe não é chegada a sua hora de viciar na ABCDesign como nós?

A Revista ABCDesign é uma publicação bimestral da Editora Infólio, e conta com diversos colunistas nas mais variadas áreas do conhecimento em design, que contribuem para tão somente educar o seu olhar mas também para formar massa crítica e pensante. Com o objetivo de divulgar e valorizar o design latino-americano, a revista passou a publicar artigos do site argentino ForoAlfa, que vale a pena ser visitado.


Jogo das Marcas: marca 51 – parte 01

Aposta!

Duvido que alguém descubra a marca antes do segundo pedaço!

Quem acertar ganha os pontos em dobro.

Resumo das Regras:

Arrisque um palpite ou faça uma pergunta do tipo que a resposta seja ?sim ou não??:Ex.: ?É uma marca de alimentos??
Cada usuário tem direito a 01 comentário por pedaço postado.

Regras do Jogo completas

Ranking tradicional

Arte o ano todo

Oportunidade única para designers gráficos, fotógrafos, ilustradores ou qualquer um que queira mostrar o seu trabalho: clique aqui para saber como mostrar o que você é capaz de criar. Você se inscreve e os melhores projetos serão plotados em grande formato e expostos na lateral do prédio da Templuz, em Belo Horizonte. A loja fica numa avenida bem movimentada e o painel tem 32 m x 29 m, vai ficar show!

Cada uma das 12 obras selecionadas ficará exposta por um mês. Um ano inteirinho de arte na rua. Como não amar?

Curitiba é premiada no World Design Capital

Curitiba está entre as 36 cidades de 18 países que foram premiadas pela edição 2010 da competição World Design Capital (Capital Mundial do Design) realizada em Seul, na Coréia do Sul. A capital paranaense foi escolhida na categoria “Política de Desenvolvimento Urbano” e cita que a “cidade tem um bom plano diretor para orientar o crescimento contemplando transportes, circulação e o meio ambiente de uma forma integrada”.

O prêmio também reconhece que o IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) continua trabalhando em busca da sustantabilidade e desenvolvimento integrado e também frisa que CWB, CTBA ou Curita, “é uma cidade do futuro que continuará avançando, com 40 anos de planejamento”

A próxima edição do WDC será em Helsinki, na Finlândia em 2012.

Tinha que ter uma categoria disso para avaliar os bares e baladas, hahaha.

Fonte: Cidades Inovadoras


Rio 2016: sobre marcas, plágio e usurpação

Autor convidado:

Ricardo Luiz Pereira Marques

Professor universitário e advogado em Belo Horizonte, MG

Na virada do ano foi divulgada oficialmente a marca dos jogos olímpicos a serem realizados no Rio de Janeiro em 2016. E, naturalmente, logo surgiram comentários e críticas sobre a imagem tridimensional divulgada, alguns elogiando, outros apontando defeitos. Enquanto a discussão girou em torno de critérios técnicos de design, eu não me atrevia a me intrometer no assunto por não ter formação necessária a tanto. O máximo que podia fazer era manifestar minha mera opinião de observador leigo, o que não contribuiria muito para o debate. Todavia, não demorou para algumas das críticas lançarem acusações – às vezes mais, às vezes menos – veladas contra os designers autores da marca Rio 2016, afirmando que eles teriam cometido plágio. Segundo parte dos acusadores, o sinal distintivo seria um plágio do signo que identifica a Telluride Foundation; para outros, seria plágio de pintura do artista francês Henri Matisse, conhecida como “A Dança”; e houve, ainda, aqueles que a acusaram de supostamente plagiar a marca promocional do Carnaval de Salvador de 2004. A partir desse momento a coisa mudou um pouco de figura, e me observei podendo ser mais útil à discussão. Afinal, apesar de a noção de plágio não ser unicamente jurídica, tem seus dois pés fincados no Direito, sendo analisada, descrita, delimitada e tipificada pela Ciência Jurídica. Desse modo, agora atrevo-me a colocar meu ponto de vista, lembrando, claro, que meu posicionamento limita-se apenas ao mérito jurídico das acusações feitas. Não vou discutir aqui a beleza da marca, seu grau de inventividade nem a competência de seus criadores, mas sim se efetivamente praticou-se naquela imagem, ou não, a conduta juridicamente descrita como plágio.

Antes de tudo, é importante organizar os institutos. O que foi apresentado ao mundo no Réveillon de Copacabana é um sinal visualmente perceptível criado e usado como elemento distintivo de produtos e de serviços enquadrando-se, portanto, no conceito jurídico de MARCA. No caso específico, produtos e serviços ligados aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, explorados ou prestados, respectivamente, pelas entidades envolvidas e autorizadas.

E o instituto jurídico “marca” é regulado no Brasil pela Lei nº 9.279/96, conhecida como “Lei da Propriedade Industrial”. E, com ela, a noção de plágio não se compatibiliza. Isso porque plágio é o termo que se utiliza no Direito para se referir à subtração, à apropriação indevida da autoria. E a Lei da Propriedade Industrial não está muito preocupada com a autoria. Melhor dizendo, não está nada preocupada com ela. Quando se trata de marca, pouco importa, para o Direito, quem foi o autor da imagem. A legitimidade para explorar economicamente o sinal distintivo decorre de outros fatores, como o registro no órgão administrativo próprio, do texto expresso de lei reservando essa prerrogativa a alguma entidade específica (o que ocorre no caso das marcas envolvendo Jogos Olímpicos), ou o uso anterior de boa-fé há mais de seis meses. Portanto, o ramo jurídico da Propriedade Industrial não se ocupa do “plágio”, mas sim da “usurpação da marca”, que é o uso não autorizado por quem não tem a legitimidade para tanto, indiferentemente de ter sido o criador do sinal.

O plágio, com efeito, é uma noção afeta ao Direito Autoral, preocupado, esse sim, como o próprio termo indica, com a autoria das obras. O Direito Autoral, regido pela Lei nº 9.610/98, enxerga uma ligação entre as obras e seus criadores enquanto manifestação de suas personalidades. Assim, preocupa-se em proteger essa ligação, proibindo que alguém se aproprie indevidamente da autoria de outrem, tipificando tal conduta como um ato ilícito. Esse ato ilícito é o denominado “plágio”.

Cumpre não se fazer confusão entre as duas espécies (Direito Autoral X Propriedade Industrial). Afinal, são tão próximas entre si que muitos acreditam se tratarem da mesma coisa. Mas essa não é uma dedução correta. É certo que tanto o Direito Autoral quando a Propriedade Industrial pertencem ao mesmo ramo da ciência jurídica, chamado Propriedade Intelectual. Mas se submetem a regras diferentes, diante da diversidade dos motivos que levaram o Direito a proteger as respectivas criações intelectuais. E essas diferenças são bastante importantes em termos práticos, como destacado até aqui. Submetem-se à Lei de Direitos Autorais todas as criações do intelecto que não tenham objetivo econômico intrínseco. Traduzindo: todas as criações do intelecto que não aquelas regidas pela Lei da Propriedade Industrial, que, em sua essência, são criações voltadas necessariamente ao incremento de uma atividade econômica.

As marcas, portanto, servem, no ponto de vista do Direito, para proteger relações jurídicas econômicas (que não necessariamente possuem fins lucrativos, como se sabe; mesmo instituições filantrópicas firmam diversas relações econômicas, com a finalidade de obter resultados superavitários que permitam a continuidade de sua existência e o cumprimento de seus objetivos institucionais). Toda a regulação da Lei nº 9.279/96 pressupõe essa finalidade e, dessa forma, só enxerga ilicitude em uma marca quando ela se mostra prejudicial à sua função primordial. Isto é, uma marca somente se afasta do que prevê a legislação específica quando não se presta a identificar adequadamente produtos e/ou serviços. Nesse sentido, a noção de originalidade e de autoria é bastante arrefecida, e dispensada quando não há possibilidade de confusão ao consumidor, cliente ou contratante. Por isso é que a proteção de uma marca se dá apenas no ramo de atividade de seu titular, nada impedindo que outro empresário, que atue em ramo totalmente distinto, utilize sinal distintivo bastante semelhante, ou até mesmo idêntico. As inúmeras marcas brasileiras que utilizam expressões idênticas ou muito semelhantes, como “Globo”, “Bandeirantes”, “Líder” e “Elo” são exemplos dessa peculiar característica da regulação jurídica das marcas.

Assim, a marca criada para a Rio 2016 somente poderia ser taxada de violadora da legislação se criasse possível confusão junto aos consumidores dos produtos e serviços que com ela serão identificados. Se fosse possível que alguém comprasse um produto com a marca Rio 2016 por engano, querendo adquirir algo da Telluride Foundation; ou que, buscando um produto ligado a Henri Matisse, acabasse adquirindo, induzido a erro pela marca, algo derivado das instituições ligadas aos jogos olímpicos cariocas; ou, ainda mais absurdo, que um interessado no Carnaval de Salvador comprasse uma camisa com a marca do Rio 2016 pensando se tratar de um abadá. Ora, o ridículo dos exemplos demonstram que não há possibilidade plausível de um consumidor médio confundir, a partir da marca, produtos ou serviços da Rio 2016 com da Telluride Foundation, do Carnaval de Salvador ou eventualmente comercializados pelos herdeiros de Henri Matisse. E, não havendo a possibilidade de confusão, deve-se concluir pela total regularidade da marca criada para as Olimpíadas.

Sob o prisma do Direito, a discussão nem precisaria prosseguir. Mas, justiça seja feita, penso que vale a pena abordar a inexistência de plágio ou de qualquer outra irregularidade na marca Rio 2016 mesmo além da questão meramente terminológica. Nessa linha, é importante esclarecer que, ainda que a imagem tridimensional não fosse uma marca, mesmo que a discussão não fosse do âmbito da Propriedade Industrial, mas do Direito Autoral, a conclusão de ausência de ilegalidade se manteria, não se podendo falar em plágio no caso em questão.

Como já mencionei linhas anteriores, o plágio é uma conduta antijurídica equivalente à subtração da autoria, ou seja, o plagiador toma para si a autoria de uma criação intelectual que não nasceu de seu intelecto. Por isso é o que plágio somente se configura no Direito quando o que o plagiador apresenta como obra sua é uma cópia da obra de outrem, ou apresenta semelhanças profundas, de forma a não se poder identificar uma obra nova. É o que a doutrina do Direito Autoral chama de “cópia servil”.

Não há qualquer problema na utilização por uma obra nova de elementos de obras já existentes que lhe serviram de inspiração. Tanto é assim que em muitos pontos a Lei de Direitos Autorais autoriza expressamente tal conduta, em especial no art. 47, quando dispõem serem “livres” as paráfrases e as paródias. E nem poderia ser diferente. Afinal, é cediço que as artes e a ciência se desenvolvem muito em função de evoluções trazidas por criações anteriores. Se é possível identificar na obra nova uma criação diversa de obra anterior, ainda que elas sejam parecidas, mesmo que uma lembre bastante a outra e que a inspiração seja evidente, não há plágio, pois as respectivas autorias estão preservadas.

Trazendo a teoria para o caso prático em discussão, há semelhanças entre a marca Rio 2016 e a da Telluride Foundation, assim como entre o sinal distintivo e a quadro de Matisse. Porém, não é sustentável dizer-se que teria ocorrido subtração de autoria, que não seria possível reconhecer que a marca Rio 2016 e a da Telluride Foundation ou o quadro “A Dança” são imagens e obras diferentes. As expressivas diferenças entre as imagens já foram objeto de comentários de vários designers, e não vejo necessidade de repeti-las aqui. Mas chamo atenção para a que, na minha opinião, é a mais marcante, e que é mais do que suficiente para se diferenciarem os signos: na Rio 2016 as figuras que apenas lembram seres humanos formam o Pão de Açúcar e, ao mesmo tempo, a palavra “Rio”, enquanto que no sinal distintivo da Telluride Foundation as figuras, que muito mais explicitamente são identificadas como pessoas, formam um coração. Com relação à comparação entre a Rio 2016 e o quadro de Matisse, então, maiores apontamentos nem são necessários, já que entre elas não há qualquer semelhança que indiscutivelmente não ultrapasse a mera inspiração ou até mesmo a coincidência. O único ponto em comum é a circunstância em uma e a sugestão na outra de haver seres humanos ligados pelas mãos. Mas, mesmo assim, enquanto eles são nitidamente identificáveis na pintura, dando-se as mãos em uma roda e dançando, na marca não há a mesma nitidez, encontrando-se as figuras, que somente remetem a seres humanos, fundidas não apenas pelo que parecem braços, mas também pelas supostas pernas.

A questão é mais tormentosa quando se compara a marca do Carnaval de Salvador 2004 e a da Telluride Foundation, pois ali sim houve a utilização de exatamente o mesmo desenho (ou seja, houve a “cópia servil”). Mas esse não é o objeto desse meu comentário. O que interessa, aqui, é que, com relação à marca Rio 2016 e as demais figuras comentadas, repita-se, é indiscutível a percepção de se tratarem de imagens distintas, de autorias diferentes, o que, por si só, afasta qualquer possibilidade de se imputar plágio aos seus criadores.

Palestras e Workshops sobre Design de Interação

Eis aqui alguns exemplos das palestras e workshops que ocorreram há pouco mais de 1 mês no evento IxDA, em Curitiba. A cobertura é da empresa Gonow.

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