Category Archives: Gráfico

Design gráfico faz parte do design visual, em que se projeta soluções funcionais e de apelo estético através da comunicação visual em peças gráficas.

A comunicação utilizada em projetos de design gráfico é realizada através do uso de diagramações, imagens, textos e ilustrações que são distribuídos harmoniosamente aplicando-se os fundamentos do design necessários para o público-alvo. Nessa seção trazemos alguns dos conceitos e tendências do mundo do design gráfico.

Tipo Assim…

Já parou para ver o quanto você lê? Não apenas em livros, mas em revistas, cartazes, sites e até em propagandas de televisão. Por mais que ?uma imagem valha mil palavras? ainda somos muito ligados à palavra escrita e garantir sua boa compreensão em qualquer tipo de peça gráfica é uma das principais atribuições de qualquer designer que se preste. Lembrem?se, crianças: designer também é um comunicador! E se texto é parte da comunicação, então temos de saber apresentar esse texto.

Para o designer, trabalhar com textos baseia-se nos conceitos da boa e velha tipografia. Não, não é ?tipologia?. Não acredita? Podem procurar no dicionário, oras. Conhecer os conceitos dessa ciência é essencial mesmo para quem jamais acha que irá editorar um texto. A aplicação correta dos conceitos tipográficos em um cartaz ou em um arquivo CSS para web certamente irá compor uma peça mais legível e harmoniosa. E conhecer esses conceitos é mais do que passear por sites de fontes ou ter 2.485 delas instaladas no seu computador. É conhecer os princípios que a regem, a história dos tipos, suas personalidades e muito mais.

Comecemos, então, do básico.

Já pensou em como se cria um tipo, desde sua concepção até sua forja, seja em metal ou digital? Há quem diga que o projeto de uma família tipográfica é uma atividade ainda mais complexa do que o projeto de um avião a jato. Acredite, é. Pois uma imensa série de conceitos deve ser elaborada antes mesmo de se começar a desenhar os caracteres: para que aqueles tipos serão utilizados, qual será o processo de impressão preferencial deles, quantas variações haverá na família e muito mais. A cuidadosa definição desses parâmetros irá definir uma fonte decorativa, de leitura, serifada, sem serifa, a altura?x, a relação entre essa e as ascendentes ou descendentes e todas as várias características presentes na anatomia de um caractere tipográfico. Dependendo do número de variações da família pode ser um trabalho de anos a fio.

Isso significa, também, que cada letra, acento, sinal gráfico ou ligadura de uma fonte é uma peça cuidadosamente planejada para se encaixar a outras peças, com proporções de tamanhos e traços muitos bem definidos de modo que se alcance um resultado ótimo. Quando promovemos alterações ?na marra? a um caractere ? como deformar o texto na vertical ou na horizontal, engrossar o traço externo ou qualquer outra atitude digna de um soldado hérulo frente a uma virgem romana ? o que estamos fazendo é como deformar uma peça de relógio e querer que o mesmo mantenha-se funcionando perfeitamente depois. Todas essas relações formais entre os caracteres são perdidas e a legibilidade daquela fonte vai, cada vez mais, sendo corroída. Assim, a primeira lição de hoje é que não devemos praticar qualquer deformação no tipo. Se precisamos deformar um tipo é sinal de que aquela fonte não é a mais adequada para nosso objetivo e o melhor é procurar outra que seja.

Outra coisa importante é sempre termos em consideração os traços constituintes do tipo. São eles que, normalmente, irão nos dizer qual o objetivo do mesmo. Alguns tipos são melhores para leitura contínua, outros para títulos ou cabeçalhos, outros já se prestam bem para logotipos. Mas não basta decorar a regrinha que diz que em textos corridos se usam fontes serifadas. Isso é bobagem. O que se deve fazer é entender por que, na maioria dos casos, um tipo serifado dará uma melhor leitura em um texto corrido. Pois dependendo de fatores como entrelinha, entreletra ou mesmo o uso de espaços diferenciados, uma fonte sem serifa poderá ser muito mais legível do que uma serifada. Saber lidar com essas variáveis é importante para a composição de um texto; e, infelizmente, não há regras para tanto. É preciso experimentar caso a caso e achar a melhor solução.

O que me leva a outra coisa? Cada tipo foi criado em ou de modo a refletir um determinado momento histórico, pensamento, filosofia ou objetivo de comunicação. Conhecer o objetivo ou o momento de criação daquela família é extremamente útil para que escolhamos uma família cuja personalidade tenha a ver com o texto em que será utilizada. Mergulhe de cabeça na fonte, saiba de onde ela vem, sua história, sua forma de criação e você terá mais condições de avaliar seu uso. Por exemplo, fontes serifadas que foram criadas para tipos metálicos originalmente muitas vezes possuem terminações que ficam melhores em impressoras de mais alta resolução enquanto fontes egípcias, com as serifas fortes, ficam ótimas mesmo em resoluções mais baixas.

É também interessante que nos lembremos que uma família tipográfica possui muito mais do que letrinhas. E, pombas, não estou falando de desenhinhos. Refiro?me à presença de vários tipos de aspas, apóstrofes, às ligaduras, travessões-m e travessões-n, sinais de multiplicação e tantos outros recursos que não apenas servem para diferenciar o trabalho de um designer do de um digitador como também proporcionam um texto mais agradável de se olhar ? não apenas de se ler. São recursos que merecem ser utilizados e não jogados fora. Conferir o conjunto completo de caracteres de uma fonte é sempre uma boa idéia. E ter capricho no seu uso é uma idéia melhor ainda. E não adianta dar a desculpa de que está escrevendo para a Web. Veja neste texto, por exemplo, como é feita a utilização de vários tipos de travessão e aspas. Ou, como outro exemplo, perceba que 3 ÷ 5 é bem mais agradável de se ler do que 3 / 5.

Sim, sim, pessoal, eu sei que isso tudo dá uma trabalheira danada e ficar descobrindo cada detalhezinho sobre cada uma das fontes existentes é bem mais complicado do que simplesmente navegar por sites especializados e ir baixando fontes na base do ?gostei? ou ?não gostei?. Só que se você é um designer deve significar que tenha mais de dois neurônios funcionais e vai saber que uma das primeiras coisas que precisamos saber que nosso gosto pessoal deve ser posto de lado em função da adequação ao projeto. E, fora isso, quem disse que você precisa ter todas as fontes existentes na sua máquina? Se Victor Garcia, um dos maiores designers especializados em tipografia no mundo diz que não se lembra de ter utilizado mais do que meia dúzia de famílias tipográficas em toda a sua vida, quem você acha que é, Joãozinho, para querer usar vinte só em um cartaz?

Aliás, uma outra dica: cuidado com misturas de fontes. Como já disse, tipos têm suas personalidades. Juntar tipos de personalidades muito contrastantes pode gerar uma peça desequilibrada enquanto tipos de personalidades muito semelhantes pode ficar parecendo que você só se confundiu ao tentar colocar a mesma fonte duas vezes. Sempre teste as fontes que vai usar juntas para ver se elas conversam entre si tão bem quanto o façam com o resto da peça. Nesse ponto vale a regra: quanto menos, melhor.

Sinceramente, pessoal, eu poderia ficar aqui escrevendo horas e horas sobre esse assunto. Mas infelizmente não é o espaço que temos aqui, até porque sites não foram feitos para serem livros. Mas espero que eu tenha dado pelo menos um soprinho (desses de apagar vela de aniversário) no interesse sobre fontes de vocês. E para quem quer saber mais desse assunto, recomendo dois livros que considero essenciais: Pensar com Tipos (Ellen Lupton, Ed. Cosac Naify) e Elementos do Estilo Tipográfico (Robert Bringhurst, Ed. Cosac Naify). Comprem, leiam, aprendam.

Ah, sim? E para os que responderam àquela pergunta lá no início e chegaram à conclusão de que leitura não parece assim tão importante, primeiro, não sei nem como chegaram a esse ponto do texto, e segundo, lembrem-se que um designer que não lê não vai ser jamais um designer.

Sobre a multidisciplinaridade do Design

Não sei vocês, mas uma das primeiras coisas que me atrairam para escolher o design como minha profissão foi a possibilidade de conhecer muitos mundos, de sempre poder sair da rotina e aprender sempre. Talvez muitos de vocês ainda não tenham se dado conta, mas para fazer um bom projeto devemos pesquisar a fundo sobre o tema, conhecer de verdade todas as vertentes e caminhos daquele tema que o projeto trata.

Engano de alguns achar que esse tipo de conhecimento deve ser restrito a projetos grandes, pois quanto melhor a sua pesquisa e seu conhecimento, melhor o resultado do projeto. Esse tipo de pensamento nos forma, nos faz querer sempre saber mais e promove crescimento enquanto profissionais. Com os anos, traz o amadurecimento. Mas mesmo com o amadurecimento nunca devemos deixar de querer saber mais e aprender sempre.

Essa vontade de conhecer novos mundos move nossa criatividade e nos torna profissionais multidisciplinares, aquele que entende todo o projeto e o processo, costurando conhecimentos de outros, unindo os saberes em prol de um objetivo comum.

O conhecimento pode e deve ser nossa melhor característica, que não se aprende em cursos rápidos. Vamos manter a vontade de conhecer o mundo e com certeza seremos melhores profissionais, sem medo de concorrências menores e de menos valor.

@carolhoffmann

IlustraBrasil! 6 come

ilustra
Acontece nessa segunda-feira, 14 de setembro de 2009, a abertura da sexta edição do IlustraBrasil!, evento anual organizado pela SIB ? Sociedade dos Ilustradores do Brasil.
Haverá coquetel e abertura da exposição dos associados da SIB. Às 20h, no Centro Universitário Maria Antonia, Prédio Joaquim Nabuco, rua Maria Antonia, 258, Vila Buarque, São Paulo.
O evento segue com a exposição, palestras e oficinas até 15 de outubro de 2009.

Informações pelo fone 11 ? 3475-2200 e em www.ilustrabrasil.com.br.

Ciclo de Palestras – Cibercultura e Design na FUMEC

PALESTRA: Personas na prática
15 e 16/09* Alan Vasconcelos (UFMG)

Alan Vasconcelos, mestrando em Ciência da Informação na UFMG e bacharel em Design Gráfico pela UEMG. Atualmente trabalha no núcleo de Usabilidade do Synergia (laboratório do DCC ? UFMG) na criação e definição das interfaces gráficas de software, aplicação de diretrizes de usabilidade, testes de usabilidade com usuários, definição de personas e acessibilidade na web. Em sua pesquisa de mestrado, propõe uma abordagem centrada no usuário para o desenvolvimento de serviços em e-Gov, visando a usabilidade, a acessibilidade e a adoção dos padrões web preconizados pela W3C.

PALESTRA: Design de serviços
22/09 e 23/09 Natália Ribeiro (ISVOR / FIAT)

Graduada em Design Gráfico pela UEMG. Possui experiência em design de interfaces e arquitetura da informação com foco em usabilidade e acessibilidade e no desenvolvimento baseado em webstandards. Trabalhou como designer de Interfaces na A&M Hady` Voltz. É sócia do Programa Bem Vindo Turista, que oferece um serviço online de divulgação de roteiros turísticos no Brasil. Atualmente trabalha como Gerente de Projetos eLearning no Isvor Fiat.

PALESTRA: MKT online
29/09 Agência Click –

PALESTRA: Site pronto… e agora?
30/09  – Bolt
Cleuza E. Silva
Trabalha com web design desde 2004 com foco em HTML e CSS. Atualmente trabalha como Consultora de SEO e SEM na agência de comunicação digital Bolt Brasil. Estuda Sistemas de Informação e no tempo livre sou blogueira.

Alexandre Estanislau Silva
Designer pela UEMG e pós-graduado em Marketing pela PUC, sócio e diretor de criação da Bolt Brasil. No mercado interativo a 12 anos trabalhando com as principais contas do mercado mineiro e ganhador de 3 Grand Prix do Clube de Criação de MG, finalista no Festival Internacional de Cannes e Londres (por 2 anos), Merit no OneShow Interactive de Nova York, finalista na Bienal de Design da ADG e bronze no Clube de Criação de SP.

PALESTRA: Design de interação: o que é e para que serve?
11/11 –  Koji Pereira

Artista plástico (UFMG), especializado em design de interação (PUC-MG). Consultor, designer de experiência e interação com ênfase em metodologias de design centrado no usuário, 10 anos de experiência em artefatos interativos e web. Passou por empresas como Aorta e foi sócio-diretor da Fishing Web. Pesquisador de novas tecnologias como computação física, realidade aumentada, dispositivos multitouch e interfaces tangíveis.

ONDE?
Auditório da FEA – 19h30 às 22h? público aberto
ATENÇÃO: Público restrito – dia 16/09* – Ateliê de moda – (apenas 25 lugares ? reservado para os alunos da disciplina).
Realização: FEA/DESIGN GRÁFICO/DENISEELER

Dica de @tiagosdesign

Inscricao de artigos para "Interaction South America"

Podem ser feitas até o dia 20 de setembro, em prazo estendido, as inscrições de artigos para o congresso “Interaction South America ’09“. O evento, que se realizará entre os dias 26 e 28 de novembro, em São Paulo, e será a primeira conferência regional da IxDA (Interaction
Design Association)
, pretende discutir as principais linhas de pesquisa no design de interação, destacando a interdisciplinariedade e pluralidade de visões que caracteriza a área.

Serão aceitos artigos científicos inéditos, trabalhos em multimídia apresentando tecnologias inovadoras para a interação humana, e estudos de caso de soluções profissionais e comerciais que tragam contribuições válidas para o debate científico.

Mais informações e chamada de trabalhos no site da conferência:
www.interaction-southamerica.org.

Lancamento: Livro sobre a bandeira brasileira de Joaquim Redig

Será lançado, na sexta-feira, 11 de setembro, o livro Nossa bandeira, do designer, professor e pesquisador Joaquim Redig. Um extenso trabalho de documentação, pesquisa iconográfica e análise, a publicação, da editora Fraiha, estuda todas as bandeiras utilizadas no Brasil desde a colônia e os momentos políticos que explicam forma, cor e elementos da bandeira atual, seu simbolismo e uso popular, além de analisar as qualidades gráficas da bandeira brasileira e apresentar problemas e soluções relativos à mesma.

O lançamento acontece às 20h00, na Livraria Travessa de Ipanema, que fica na rua Visconde de Pirajá, 572 (Ipanema). Mais informações pelo telefone (21) 3205-9002 ou no site: www.editorafraiha.com.

Exposi

Foi aberta na quinta-feira, 3 de setembro, e poderá ser visitada até o dia 27, no CCBB-RJ (Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro), a exposição “Saint-Étienne ? Cidade do design”. Parte das comemorações do ano da França no Brasil, a mostra, que tem curadoria de Josyane Franc e Nicola Goretti, traz projetos da Bienal Internacional de Design 2008, apresentando objetos e trabalhos de design de novos artistas franceses.

A exposição é dividida em três seções: “Cité du Design”, plataforma de observação, formação e pesquisa para o design, “Mini City Eco Lab”, laboratório de uma mini-cidade ecológica, com curadoria do filósofo John Thackara, e “Flight Number 10”, seleção de jovens talentos franceses e designers de renome daquele país. “Saint-Étienne ? Cidade do design” já passou antes por Brasília e, após a temporada carioca, seguirá para Curitiba e, por fim, São Paulo.

A entrada é gratuita e o CCBB fica na Rua Primeiro de Março, 66 (Centro). Mais informações pelo telefone
(21) 3808-2020 ou no site: www44.bb.com.br/appbb/portal/bb/ctr2/rj.

Concurso de Cria

furoshiki6
Podem ser feitas, até o dia 30 de outubro, as inscrições para o “Concurso de Criação de Padronagem de Furoshiki”. O furoshiki é um pano tradicionalmente utilizado no Japão para embalagem e transporte de objetos, e o concurso, voltado a estudantes de escolas de design de todo o Brasil, pretende destacar a beleza dos padrões utilizados, assim como a praticidade dos artigos japoneses tradicionais e as
vantagens ecológicas da utilização do furoshiki no lugar de outros tipos de embalagem.

Três projetos serão selecionados para produção, cada um dos quais receberá prêmio de ¥ 30 mil, além dos direitos autorais. A ficha de inscrição e as orientações para a elaboração da padronagem estão disponíveis no site da Fundação Japão, organizadora do concurso. As inscrições só poderão ser enviadas via correio. Mais informações no site: fjsp.org.br/agenda/09_06_furoshiki.html.

Uma Combina

Uma antiga história muito contada pelos especialistas em gestão, eficiência, administração ou qualquer outra coisa do tipo ? hoje em dia existe especialista para tudo ? é a dos estadunidenses que gastaram uma fortuna para desenvolver uma caneta que funcionasse em microgravidade, durante os vôos espaciais enquanto os russos simplesmente levaram um lápis. Normalmente usa?se essa história para ilustrar a idéia de que soluções simples e óbvias costumam ser mais baratas, mais eficientes e tal. Eu a coloquei aqui por dois motivos. O primeiro foi tirar uma onda com os especialistas em [coloque aqui sua especialidade favorita]. A segunda foi para nos lembrar, principalmente aos mais novos, que ainda se pode usar essa coisa de madeira e grafite chamada ?lápis?, mesmo no mundo informatizado de hoje.

?Putz!?, grita o garotão de tatuagens e piercings, ?Alguém ainda usa isso? Deve ser um tiozinho que não saca de computador! Rá, rá, rá!? (Ou algo parecido, no linguajar juvenil atual.)

Bem, moderninhos e moderninhas de plantão, eu tenho uma novidade para vocês… Sabiam que já se fazia design muito antes de inventarem o computador? Pois é, eu sei que isso pode parecer chocante para muita gente para a Internet não foi criada junto com os Himalaias nem o Adobe Illustrator precedeu a linguagem falada. Houve uma época em que composição era feita desenhando?se em uma folha de papel A3 e escrevendo?se com uso de réguas de tipos, quando o lápis e o guache, a tesoura e a cola (não o ?control?v?!) eram ferramentas indispensáveis. E, por incrível que pareça, não estou falando do século XIX e sim de 1990.

E sabe o que se fazia naquela época? Absolutamente tudo o que se faz hoje em termos de design. Bem, podemos descartar o webdesign, é claro, uma vez que em 90 a Web mal utilizava imagens. Isso porque já se usava uma ferramenta que é essencial ao designer. É um hardware poderoso que muitas vezes esquecemos de utilizar, ainda que esteja sempre ali à nossa disposição. Chama-se cérebro.

É, isso mesmo. Os bons e velhos miolos. Aquilo que o Espantalho foi buscar na Cidade das Esmeraldas. Todo projeto de design deveria começar com o uso do cérebro. Infelizmente, com a imensa facilidade que as ferramentas de hoje proporcionam muitas vezes esquecemos de utilizá?lo. Abrimos logo nosso pacote gráfico favorito, vamos à Internet atrás de um tutorial porreta que faça algo parecido com o objetivo da proposta, damos umas pinceladas aqui e ali com uma das ferramentas prontas e? Voilá! Em menos de hora e meia temos pronta uma peça de design que os dinossauros levariam dias e dias para montar. Viu como somos evoluídos, práticos e cheios de style?

Não, não vi não. O que eu vejo são um monte de trabalhos que parecem ter saído da mesma forminha da moda e que daqui a dois dias estarão completamente ultrapassados ? bem de acordo, aliás, com a efemeridade atual. E esse é o preço que pagamos pelas facilidades que as ferramentas atuais proporcionam. O cliente parte do princípio que o computador é que faz tudo então tudo pode ser para ontem. O designer compra a idéia de que o computador faz tudo e segue a moda e os tutoriais, entregando um trabalho corrido e insosso. O cliente fica satisfeito e paga, o designer fica satisfeito e recebe e todos ficam felizes e rasos.

Mas, que tal tentarmos uma coisa diferente? Da próxima vez que pegar um trabalho, que tal desligar o computador antes de começar o design? Isso mesmo, seja ousado! Desligue o computador!

Tire o pó do bom e velho lápis, pegue uma folha A3 (vende em um lugar chamado ?papelaria?) para poder ter bastante espaço para criar, e comece a usar seu cérebro. Sem depender das idéias alheias, pense no projeto. Procure referências em outros lugares que não o Google, onde seus colegas e concorrentes estão procurando as mesmas referências. Sem depender de ferramentas prontas ou tutoriais deixe a imaginação fluir e as idéias originais surgirem. Rabisque, sinta as dificuldades e utilize?as a seu favor pois ao vencê?las você estará criando novas soluções. E ponha aquela folha de lado para trabalhar outra idéia. E outra. E outra. Isso mesmo, quantidade é qualidade; deixe de ser preguiçoso.

Então, quando você já tiver uma pilha de idéias ao seu lado, aí sim ligue sua ferramenta de microcircuitos, vá no seu pacote gráfico e reproduza com as ferramentas ali ? que no fim das contas são apenas metáforas para as que você acabou de usar na vida real ? reproduza o que você traçou livremente, o famoso rascunho virando arte?final. Veja como assim é possível se criar para muito além dos modismos e layouts pré?fabricados.

E se alguém falar mal? Ora, diga que você está na moda, sendo retrô ou vintage.