Como morreram os Designers…

Vou explicar antes. A idéia é simples e puramente criar algo cômico. Nada de tentar fazer as pessoas mudarem o jeito de falar. Algumas coisa já são imutáveis. Nem por isso a gente não pode tirar sarro delas.

– Vai Pai! Conta de novo pra gente!

– Não. Senão vocês não dormem. Ou pior… levantam no meio da noite e me acordam.

– Juramos que não! Né Marquinho!?

– Sim Pai. Só dessa vez!

– Ta, ta, mas se cubram. Hoje vai ser uma noite fria.

– Em que ano foi mesmo?

– Humm… Se não me falhe a memória, foi na passagem de 2010 pra 2011…

– Nossa, faz tempo né Pai?!

– Faz sim, mas me lembro até hoje que, quando começou, todo mundo achou que era algum viral da internet. Acho que até começou num twitter de design. Acho que era o do Portal Design Bê Erre.

– Twitter Pai?

– É, era o canal mais rápido de informação na época. Mas fiquem quietos, senão eu paro!

– Não! Ficamos quietos então. Continua.

– É bom mesmo. Então, foi falado que estava acontecendo, mas ninguém deu atenção.

– Sério, como é que não sabem que um designer morre toda vez que falam LOGOM…

– Cala boca Guri! Ta Louco??!! Olha lá que você fez com o seu irmão! Vai, levanta. Vou trocar o lençol e você troca essa roupa. Faz favor né!

– Desculpa…

– Desculpe-se mesmo. Isso é grave. Ave. Imagino se existisse ainda a tv normal. Certamente vocês veriam o Jornal Nacional.

– Como assim Pai?

– Nossa, logo no primeiro jornal do ano…

– Jornal?

– É, a maioria absoluta das pessoas via um programa, onde apresentadores falavam as notícias do dia.

– Que estranho. Mas o que aconteceu?

– Eles apresentaram a marca da Olimpíada no Rio de Janeiro, a de 2016.

– Aquela que superfaturaram bilhões e…

– Ai que mané! Acabou de aprender isso no primário e quer se mostrar.

– Deixa seu irmão mais novo em paz. É, essa mesma. Tempos ruins esses. Vocês tinham que ter visto a marca da Copa no Brasil…

– Eu vi Pai.

– Moleque, fale baixo. Já pensou se Mamãe sabe que você fica vendo essas porcarias? Mas, sério meninos, foi um genocídio só. Dia após dia repetiam a matéria. E nós os designers, com nosso ego, tentamos nos esconder ao invés de se unir e falar como era pra ser feito. Os poucos que sobraram ainda sofriam ainda com a epidemia de Comic Sans. Essa sim grudava nas pessoas e não sumia de jeito nenhum.

Num futuro distante, num lugar muito próximo de você.

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