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Foi com muito orgulho que o blog entrevistou Adi Granov. Ele é um dos ilustradores que mais chamaram atenção nos últimos anos na indústria de quadrinhos. Dono de um estilo muito cuidadoso, muito refinado, a princípio é difícil de entender como ele produz sua arte.

Nascido em Sarajevo, hoje em dia Adi vive com sua esposa, Tamsin Isles (que faz trabalhos de colorização com ele) em Londres.

Seu design para a armadura do Homem de Ferro revitalizou o título, e o levou a ser escolhido como consultor para o primeiro e segundo filmes, como artista conceitual.

Granov foi extremamente solícito ao nos conceder a entrevista, e muito franco e direto em suas respostas.

Espero que vocês gostem! Comentem!

Adi Granov e sua esposa, Tamsin Isles

Rodrigo – Desde que idade você desenha? Você frequentou alguma escola de Artes?

Adi Granov – Comecei a desenhar muito cedo. Era um jogo divertido para mim, então eu desenhava sempre que podia. Eu frequentei uma escola de artes na Bósnia, onde nasci, onde estudei ilustração e design, e então fui para um curso de ilustração em uma faculdade em Seattle, nos Estados Unidos.

Arte conceitual para Homem de Ferro 2
A mesma arte, ainda somente em lápis

Rodrigo – Quais são suas principais influências em design e ilustração?

AG – Quadrinistas europeus, como Moebius e Liberatore, e ilustradores de posters de filmes americanos, como Richard Amsel e Drew Struzan. O designer Syd Mead tem sido uma grande influência também. Mais recentemente, eu tenho me inspirado pelos artistas japoneses Terada and Tanaka, e também por ilustradores mais contemporâneos, como Adam Hughes ou Travis Charest. Sempre fui influenciado por algo que capta meu olhar, e recentemente eu estou muito tocado por esculturas clássicas e sua poderosas representações da forma humana, que podem ser vistas bem claramente no meu trabalho de minhas capas mais recente.

Propósitto – Conte-nos um pouco sobre seu processo criativo. Como é seu dia normal de produção?

AG – Quase todo dia é um dia de produção para mim, já que meu trabalho  é inseparável do resto da minha vida. Eu geralmente gasto um logo tempo rabiscando ideias, já que eu quero criar a melhor ilustração possível, de maneira que eu apresento os melhores rascunhos para o cliente. Eu faço meus rascunhos digitalmente, o que deixa mais fácil para fazer quaisquer mudanças que sejam pedidas. Depois que o rascunho foi escolhido, eu faço um layout mais preciso baseado nele, que então imprimo do tamanho do papel que eu quero utilizar. Copio levemente o layout em papel, usando uma mesa de luz. A imagem então é desenhada em detalhe e finalizada em tons de cinza até que o trabalho tonal de luz e sombra esteja completamente finalizado. Eu então o escaneio, usando Photoshop, e trabalho as cores. Geralmente leva de dois a três dias para fazer uma ilustração com qualidade para capa. Obviamente, as vezes imagens mais simples levam apenas algumas horas, e outras, muito mais complexas podem chegar a 4-5 dias.

Rodrigo – Sua arte é muito refinada, algumas pessoas chegam a pensar que você é um artista 3D. De onde você pega referências?

AG – Em meu trabalho antigo eu costumava a fotografar referências muito mais, e tentava atingir um resultado fotorealístico. Eu não estou muito preocupado com isso mais, e tento alcançar um visual bem mais estilizado, mas preciso. Eu creio que o nível de detalhamento faz as pessoas acreditarem que é realístico, mas na verdade, eu somente baseio o trabalho de sombreamento na realidade, enquanto que as figuras são muito mais estilizadas. Eu experimentei usando 3D e fotografias em meu trabalho, mas não fiquei muito contente com os resultados, então eu tendo a não fazê-lo mais. Eu uso bonecos articulados, assim como modelos 3D e fotos para referência, mas não os uso na arte em si.

Rodrigo – Como foi a experiência de participar da produção de um blockbuster como Homem de Ferro? Quais são as grandes diferenças entre as indústrias de quadrinhos e de filmes?

AG – Da minha perspectiva, o trabalho não é tão diferente de nada que eu já faço. Eu só tentei fazer o melhor que eu pude, com os objetivos do projeto. Obviamente é sempre muito excitante estar envolvido em algo tão grande, especialmente quando o primeiro filme foi tão bem-sucedido. A grande diferença entre filmes e quadrinhos é que você passa muito tempo tentando criar o design perfeito, o que leva meses, enquanto que, nos quadrinhos você tem que seguir em frente muito rapidamente, e não tem tempo de explorar tantas direções.

RodrigoVocê está fazendo concept-art para outros filmes da Marvel? Pode dizer em quais futuros projetos você está envolvido?

AG – Eu estou neste momento trabalhando em outro grande filme da Marvel, mas infelizmente, não posso falar a respeito. Porém, tenho certeza que as pessoas podem adivinhar que projeto é, baseado em notícias divulgadas na internet*.

(*) Nota do editor – nossa aposta é que Adi Granov esteja atualmente trabalhando no filme dos Vingadores. Só um palpite.

Rodrigo – Fora os quadrinhos, você tem algum outro projeto? Se não, você pensa em fazer outros tipos de ilustração?

AG – Eu estou fazendo quase somente ilustrações para video games e filmes no momento. Quadrinhos estão na espera, até que eu termine o trabalho com esse filme que eu mencionei, assim como o video game que estou ilustrando a embalagem. Eu tenho uma série de quadrinhos aguardando, que eu vou ilustrar depois. Eu gosto de fazer diferentes tipos de coisas, pois mantém o trabalho e a vida mais interessantes, e é uma fantástica experiência de aprendizado, que transforma tudo que eu faço em produtos melhores.

Rodrigo – Você tem algum conselho para pessoas que estão entrando na profissão?

AG – Trabalho duro sempre recompensa. Nunca é fácil começar e tentar ser um artista profissional, mas bom trabalho rapidamente se transforma em sucesso, então é importante continuar produzindo o melhor trabalho que você pode. É melhor ter uma quantidade menor de trabalhos realmente bons do que uma enorme quantidade de coisas medíocres. Também é importante saber qual parte da indústria você quer trabalhar. Ter um estilo forte é vantajoso nos quadrinhos, mas as vezes é melhor conseguir fazer vários estilos se você quer trabalhar com video games. Mas no fim, não importa o que você faz, qualidade e consistência são a chave, e vão abrir muitas portas.

Rodrigo – Você conhece algum ilustrador brasileiro?

AG- Eu só conheço um artista, João Ruas, através de uma comunidade de artistas que eu sou membro. Ele faz um lindo trabalho.

Adi Granov possui um site, que você pode visitar aqui.

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