Antes de mais nada, como vcs poderão ver no final, o texto é da Clarice Goulart.
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Começo esclarecendo que entendo como design uma forma de pensar independente das práticas a que se aplique, pautada na sistematização dos processos e do conhecimento a respeito da existência de métodos. Dentre outras características, o designer sabe que existem diferentes procedimentos possíveis para fazer alguma coisa, para se chegar a um fim. E tem a habilidade de racionalizar as ações e/ou o pensamento com o objetivo de atingir esse fim, considerando valores diversos, determinados subjetivamente, cultural, econômica, social ou politicamente. Muito além do projeto de objetos materiais e/ou visuais, o designer pode atuar no processamento de informações, prestação de serviços, ou mesmo na gestão do conhecimento.
1. intervenção em comunidades > O designer pode prestar diferentes tipos de “consultorias” a organizações não-governamentais, cooperativas e “comunidades” em geral, aplicando e transmitindo seus conhecimentos de sistematização a favor do desenvolvimento sustentável (portanto independente) do grupo.2. intervenção no comportamento do consumidor > Os objetos como agentes (não apenas de comunicação) em um sistema de interação entre coisas e pessoas e entre si respectivamente. Considerar o significado, as implicações dessa agência em relação a valores humanistas. por exemplo, um produto que estabelece vínculos duradouros com os usuários pode ter menos impacto ambiental que outros não por ter uma produção menos agressiva ou um descarte mais simples, mas por reduzir a necessidade de descarte. Isso não é novidade nenhuma no pensamento teórico do design, mas vem sendo alardeado sob novas roupagens por interesses específicos das dinâmicas do mercado contemporâneo, nem todas elas comprometidas com a sustentabilidade.3. intervenção no comportamento do cidadão > O designer tem a habilidade de sistematização da informação e da comunicação. Assim, pode realizar com especial propriedade e eficiência o papel de abrir os olhos dos indivíduos às diversas questões da vida cotidiana, da política, da economia, etc. O músico, o artista e o jornalista, por exemplo, o fazem, o designer também o faz muitas vezes, mas em geral por encomenda de um cliente e não por iniciativa.