Depois de diversos pedidos Márcia Okida voltou a fazer análise gráfica de cartazes de filmes, que serão publicadas mensalmente no blog okidadesign.blogspot.com. Para ver outros cartazes veja aqui no site da dG.
O cartaz escolhido para retormar estre trabalho foi Memórias de um Gueixa
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"Se pode olhar, veja. Se pode ver, repara"
Não conhece essa frase?
É a fortíssima sentença da pígrafe do livro em questão.
Aos que já conhecem. Fiquem sabendo. É a cegueira branca vindo por ai.
Blindness ? Ensaio Sobre a Cegueira vai virar filme
Pra quem nem conhece o livro, adquira logo.
Pra quem já conhece e também se apaixonou pela história, pelos personagens sem nome, e toda a maneira própria de José Saramago escrever. Deve ter a curiosidade, assim como eu, de vê-lo na telona.
Fique sabendo que a direção está sob a batuta de Fernando Meirelles.
E Saramago já aprovou a escolha de Danny Glover para interpretar o Velho da Venda Preta. Gael Garcial Bernal o Rei da Camarata 3.
Como eu sei de tudo isso? Está aqui, fresquinho o diário do Fernando Meirelles sobre as filmagens de Blindness.
Dica de ouro do cara que me apresentou o livro. Pacha.
O Perfume, História de um assassino (O filme)
Se você ainda não leu o livro O Perfume, um romance do escritor alemão Patrick Süskind, melhor não continuar lendo esse post, pois escreverei algumas coisas que contarão parte significativa da história. Prosseguir é por sua curiosidade, conta e risco.
Primeiramente, o maior desafio desse filme, dito “infilmável” era transpor a dificuldade de transmitir pela tela as sensações sinestésicas olfativas. Pois bem, as percepções que tive foram tão fortes e ricas como da leitura – aí que está o grande mérito do livro.
As sensações dos odores existem sim, são naturalmente possíveis, e são representadas sem efeitos de computação gráfica, de “fumacinha” de cheiros, ou qualquer efeito caricato. A mensagem ocorre pelo uso de enquadramentos fechados, detalhes, imagens impactantes em sequência muito rápidas estimulando o cérebro a assimilar a mensagem que vem seguida da lembrança ao dor correspondente. Conforme vão ocorrendo as sequências de imagens, lembranças dos odores vão sendo resgatadas e as sensações olfativas começam a acontecer – tal qual no livro.
Genial recurso de estímulo visual! Uma experiência multisensorial muito rica! Mas no meu caso, ocorreu com muito menos intensidade do que durante o livro. Acredito que movido principalmente pela própria natureza imaginativa da leitura.
As cidades do século XVIII, Paris, Auvergne, Montpellier e Grasse são retratas olfativamente. A barraca de peixes, da feira parisiense, onde nasce, logo no início do filme o protagonista Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw – que não é tão horripilante quanto o Grenouille que eu imaginava), é simplesmente nauseante.
As cenas do desmoronamento da casa de Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman) e quando Antonie Richis (Alan Rickman) entra no quarto e encontra sua filha Laura Richis (Rachel Hurd-Wood) morta, estirada na cama é de puro lamento. Cenas muito parecidas com as que imaginei durante leitura. Destaco também o jeito mocorongo free-style com que Grenouille monta o então misterioso “Amor e Psique” de Pélissier é muito engraçado. Parecia até que estava preparando um drink mussolini
A pior cena, infelizmente, elejo a chegada de Grenouille para o enforcamento. A sequência vai muito bem até que desanda em gestos saturados de teatralidade em excesso. Contudo o desfecho, da cena na orgia olfativa, é retratada na medida certa, sem exageros ou apelações, tal qual exigem as imagens de uma “orgia poética”.
Ah! Fica aqui uma dica de percepção. Antes da cena do nascimento, aparece Grenouille sendo levado para a forca. Se me lembro bem essa cena se passa a noite, e lá no final do filme, onde ela acontece novalmente, está de dia. Teria sido um erro?
No mais, se você caro leitor curioso, que mesmo não conhecendo a história do livro, leu o post completo, não deixe de assisti-lo, que estréia em circuito nacional na próxima sexta feita, 26 de janeiro. E é claro, recomendo veementemente, antes do filme, a leitura.
Helvetica – O Filme
um documentário de Gary Hustwit para celebrar os 50 anos da fonte.
Conta clips e trailers de Neville Brody, Erik Spiekermann e Wim Crouwel