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Design por instinto.

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Tenho notado algumas vezes que o pessoal por aqui se preocupa em definir design, ou diferenciar profissionais da área em relação às outras. Andei digitando “design” no Google e encontrei uma definição interessante no Wikipédia:


Design (em alguns casos projeto ou projecto) é um esforço criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração e especificação de um artefato. Esse esforço normalmente é orientado por uma intenção ou objetivo, ou para a solução de um problema.

 

Desde que existem registros da raça humana sobre a terra o homem se preocupa com o design das coisas, principalmente depois que o homem aprendeu que poderia fazer objetos para auxilia-lo no cotidiano, desde uma ponta de lança feita de pedra até pinturas em cavernas para retratar seu dia-a-dia.

 

Nascemos com esse extinto de desenvolvimento, sempre buscando aperfeiçoar e facilitar nossa vida, seja para criar um objeto útil para uma tarefa ou simplesmente para dar um visual mais bonito para algo.

 

Isso é da nossa natureza, querer ter algo mais bonito, mais prático, mais útil. E muitas vezes é simplesmente por ambição, por querer se destacar, ter algo diferente ser exclusivo, etc.

 

Acredito que um exemplo perfeito de alguém que foi um dos maiores “designers” de todos os tempos seria Leonardo Da Vinci, pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, cientista e músico, uma mente muito avançada para a sociedade renascentista italiana, que pode não ter feito mais simplesmente por não ter recursos.

 

Hoje em dia tudo se copia, tudo é baseado em algo, mas tempos atrás tudo era criado a partir de idéias originais, coisas que antes não existiam ou nunca ninguém tinha imaginado. Isso sim era design, suas obras e estudos deram origem a vários objetos como pára-quedas, colete salva vidas e até a bicicleta, sem falar da importância do restante.

 

O termo “design” acabou sendo muito banalizado, qualquer pessoa hoje pega algo pronto, modifica um pouco e fala que é design, surgem designers todos os dias, nas mais diversas áreas, mas o que temos de novo é uma fatia muito, mas muito pequena.

 

Estes sim são verdadeiros profissionais, mentes criativas que criam coisas, conceitos ou aperfeiçoam coisas de formas significativas. Além de tudo, na maioria dos casos, eram pessoas leigas, sem faculdade ou sem estudo algum.

 

Temos que tomar cuidado, pois na verdade estamos sendo menos “designers” do que nossos antepassados e falamos isso de boca cheia ainda.

É novo… mas já vi em algum lugar antes…

Não é esta a exata sensação que temos ao andar nos shoppings centers nos dias de hoje?

Refiro-me não as promoções e taxas de crédito “acessíveis” a todos. Digo em questão ao visual como um todo.

Andando em um dos maiores shoppings centers da América Latina (pelo menos é o que eles dizem) senti uma sensação estranha, subitamente havia perdido a orientação. Não sabia mais em que ponto do shopping eu me encontrava. Levei um tempo para me localizar. Passado o susto voltei aos meus afazeres natalinos.

Pouco tempo depois, perdido novamente! Ora essa! To certo que não sou o cara mais orientado do mundo (basta ver quantas vezes eu perco meu carro nos estacionamentos da vida) mas assim também já era demais! Até mesmo para mim. Então incomodado com a situação comecei a tentar achar motivos para esta situação.

A resposta me deixou assombrado, praticamente TODAS as lojas do referido shopping haviam itens de decoração praticamente idênticos! Ou seja, não havia mais referencial para qual loja era qual. Em alguns casos acabei notando que as próprias logos era muito semelhantes, não sendo as lojas necessariamente concorrentes.

Movido pela curiosidade comecei a fazer pequenas perguntas aos lojistas, perguntas como:

-Quem teria feito a decoração da loja?

– Era algum profissional ou ficou a cargo dos vendedores?

-O projeto foi concebido por algum Designer?

-Que empresa?

As respostas variavam enormemente de loja para loja. Mas se as respostas variavam por que os resultados não?

Aê entramos na questão da qualidade profissional, as lojas que usaram seus próprios vendedores na missão de decoração de suas vitrines, salvo os erros óbvios e esperados de um trabalho executado por leigos, vimos basicamente uma pesquisa e, claro, cópia do que eles viram em outras vitrines e poderia ser executados por eles mesmos. Ora mas isso era o esperado quando se usa o trabalho de leigos, nada demais até aqui.

O espantoso se encontra nas lojas que usaram ajuda profissional, freelancers, empresas e até escritórios de arquitetura para desenvolver suas decorações de natal. Por que estes trabalhos estavam extremamente parecidos? Até onde a culpa é do cliente (ao pedir algo semelhante ao concorrente) até onde é culpa do profissional?

Nós profissionais temos a obrigação de saber a diferença entre pesquisa, referência e plágio. E isso para se dizer o mínimo possível (afinal já to me arriscando a levar pelo menos uns 9 processos pelo que já coloquei aqui)

Não seria a ética profissional proibitiva e desencorajadora no que se refere a plágios e cópias descaradas? Afinal ao copiar você esta roubando seu colega de trabalho, ao se apossar de uma idéia que não foi sua! Simples assim.

Mas aparentemente tanto nosso comercio quanto nós mesmos ainda temos um longo caminho a percorrer!

Mas eu ainda sou teimoso… tanto que continuo a desejar Feliz Natal e Prospero Ano Novo para todos nós! ;^)

Design e emotividade

As emoções sempre estiveram entrelaçadas com a experiência humana de vida. Por mais que os filósofos sustentem que a razão é a única maneira segura de se chegar à verdade, no dia-a-dia, a verdade que impera é a dos sentimentos. Isso porque a emotividade é uma habilidade crucial para o relacionamento consigo mesmo e com os outros.

É através da emoção que se faz visível a presença dos outros dentro de nós mesmos: é alguém que nos faz chorar, rir ou tremer. Também podem estimular emoções os objetos que nós utilizamos. O design está cada vez mais atento a isso.

Veja nesse projeto conceitual de Silvia Grimaldi, como o design explora bem o medo e o apego. A lâmpada fica cada vez mais forte na medida em que se aproxima da beirada da mesa. Quando cai, suprende a pessoa, quicando de volta. O abajur é feito de borracha!

One-edge, o abajur de borracha desesperador