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60 empresas que fizeram o redesenho de suas marcas

O redesenho é sempre uma tarefa desafiadora. Às vezes é ainda uma controversa tanto para empresa quanto para o designer e entidades envolvidas. Um grande exemplo disso é o logotipo da Gap. Acho que posso falar por todos quando digo que logo da Gap foi provavelmente o pior re-design em 2010. E o resultado disso foi percebibo pelas redes sociais.
Apesar de muitas empresas terem feito o re-brand/redesign de seu logotipo, as vezes não é a melhor escolha para fazer isso. Você já tem uma base de clientes em massa que já reconhecem a sua marca. Mudando radicalmente a sua aparência pode realmente se machucar. No entanto, você sempre pode se refrescar sua aparência e torná-la moderna. Um grande exemplo disto é novo logo do Walmart.

Foi um grande ano, e um ano que muitas empresas fizeram seu re-branded. Muitas para melhor, e algumas para o pior. Esta enorme lista inclui uma grande variedade de empresas diferentes que tinham seu re-branding realizado em 2009-2010.

Nesse link, vc poderá ver os exemplos: http://inspirationfeed.com/2011/01/60-recently-redesigned-corporate-identities/

Bem como seus devidos sites renovados clicando nas imagens.

Objectified – Gary Hustwit

Objectified

“Objetivado” é o segundo documentário de Gary Hustwit que trata o desenho industrial como todas as coisas que usamos no cotidiano e não poderíamos pensar em como que chegaram a ser concretizadas.
Entre os personagens que aparecem lá é Jonathan Ive, premiado designer industrial inglês, Vice-Presidente Sênior de Design Industrial da Apple e não é de admirar que seus projetos são para a referência no mundo do consumo e até mesmo para as tendências de marcas de renome.
Esse vídeo mostra a importância de observarmos nossos hábitos e custumes antes de desenvolvermos projetos de utensílios do nosso dia a dia.

Ação idealizada pelo projeto de arte urbana The Urban Doll.

Renato Michalisch?en é Designer formado (Anhembi Morumbi) e trabalha com internet (Gringo.nu).

Ele possui um projeto de arte urbana chamado Urban Doll no qual cola stickers e faz graffiti. Derivado deste projeto, em 2009, fez uma ação beneficente no Natal e repetu a dose neste último Natal. Foram produzidas e entregues 250 camisetas nos albergues Pousada da Esperança e Núcleo Santos Dias. Confiram o vídeo no link abaixo.

Urban Doll – Ação Beneficente Natal 2010

Sempre achei que uma boa maneira de fazer aumentar o conhecimento da sociedade sobre o que é e como atual um designer, seriam ações desse tipo. Criam interesse e impatia com os profissionais.

Visita ao Fashion Business Rio 2011

Durante o evento Fashion Business Rio 2011, promovido pelo SENAC RIO  e ocorrido na Marina da Glória, pude perceber finalmente a presença ainda acanhada de 3 escritórios de design. Mas o que mais me chamou a atenção foi a utilização do branding sensorial oferecidas para os lojistas. Abaixo cito alguns fornecedores com alguns serviços diferenciados:

A empresa FicTix, por exemplo, apresentou soluções de comunicação sensorial, utilizando holografia, realidade aumentada, projeção mapeada, flexus media, vitrine interativa (veja os exemplos no site da empresa: www.fictix.com.br.

A empresa GOMUS, por sua vez, desenvolveu o que eles chamam de “music branding”, e essa identidade musical, é transmitida através de toda a vitrine pelo vidro da loja: www.gomus.com.br

A Criata: www.criata.com.br , trabalha com impressão digital têxtil: sedas, algodão, lycras, poliamidas, viscoses e poliéster., com resolução fotográfica.

A LEDCO: www.ledco.com.br oferece serviços na área de iluminação com LEDs : Fitas de LEDs, réguas de LEDs, wall washer, LEDs para letreiros, luminárias, displays e placas de sinalização.

Ivana Curi Design: www.ivanacuri.com foca em design de interiores e cenografia , Design de interiores,  Desenvolvimento de objetos exclusivos únicos ou em escala e  Visual merchandising e vitrine

A Denovo: www.denovo.ind.br trabalha com tecidos totalmente reciclados

Como morreram os Designers…

Vou explicar antes. A idéia é simples e puramente criar algo cômico. Nada de tentar fazer as pessoas mudarem o jeito de falar. Algumas coisa já são imutáveis. Nem por isso a gente não pode tirar sarro delas.

– Vai Pai! Conta de novo pra gente!

– Não. Senão vocês não dormem. Ou pior… levantam no meio da noite e me acordam.

– Juramos que não! Né Marquinho!?

– Sim Pai. Só dessa vez!

– Ta, ta, mas se cubram. Hoje vai ser uma noite fria.

– Em que ano foi mesmo?

– Humm… Se não me falhe a memória, foi na passagem de 2010 pra 2011…

– Nossa, faz tempo né Pai?!

– Faz sim, mas me lembro até hoje que, quando começou, todo mundo achou que era algum viral da internet. Acho que até começou num twitter de design. Acho que era o do Portal Design Bê Erre.

– Twitter Pai?

– É, era o canal mais rápido de informação na época. Mas fiquem quietos, senão eu paro!

– Não! Ficamos quietos então. Continua.

– É bom mesmo. Então, foi falado que estava acontecendo, mas ninguém deu atenção.

– Sério, como é que não sabem que um designer morre toda vez que falam LOGOM…

– Cala boca Guri! Ta Louco??!! Olha lá que você fez com o seu irmão! Vai, levanta. Vou trocar o lençol e você troca essa roupa. Faz favor né!

– Desculpa…

– Desculpe-se mesmo. Isso é grave. Ave. Imagino se existisse ainda a tv normal. Certamente vocês veriam o Jornal Nacional.

– Como assim Pai?

– Nossa, logo no primeiro jornal do ano…

– Jornal?

– É, a maioria absoluta das pessoas via um programa, onde apresentadores falavam as notícias do dia.

– Que estranho. Mas o que aconteceu?

– Eles apresentaram a marca da Olimpíada no Rio de Janeiro, a de 2016.

– Aquela que superfaturaram bilhões e…

– Ai que mané! Acabou de aprender isso no primário e quer se mostrar.

– Deixa seu irmão mais novo em paz. É, essa mesma. Tempos ruins esses. Vocês tinham que ter visto a marca da Copa no Brasil…

– Eu vi Pai.

– Moleque, fale baixo. Já pensou se Mamãe sabe que você fica vendo essas porcarias? Mas, sério meninos, foi um genocídio só. Dia após dia repetiam a matéria. E nós os designers, com nosso ego, tentamos nos esconder ao invés de se unir e falar como era pra ser feito. Os poucos que sobraram ainda sofriam ainda com a epidemia de Comic Sans. Essa sim grudava nas pessoas e não sumia de jeito nenhum.

Num futuro distante, num lugar muito próximo de você.

Cart

Será realizado na quinta-feira, 8 de julho, no Rio de Janeiro, e no dia
15, em São Paulo, o evento “Cartão BNDES para design”. Promovido
pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
o evento é destinado a todas as entidades de design nacionais e tem
como objetivo divulgar os benefícios e esclarecer dúvidas sobre o
“cartão BNDES”, produto que, baseado no conceito de cartão de crédito,
visa financiar os investimentos feitos por MPMEs (micro, pequenas e
médias empresas) em design. A edição carioca do evento é limitada a
64 participantes e acontece a partir das 9h30 na sede do banco, à
Avenida República do Chile, 100 (Centro). Em São Paulo as vagas
disponíveis são apenas 30, sendo necessária a inscrição r abrindo-se
lista de espera se houver mais interessados. O evento paulista
acontecerá a partir das 10h30, na sede local do BNDES, que fica na
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 510 (Vila Nova Conceição), São
Paulo.

Mais informações sobre o evento no Rio de Janeiro pelo e-mail
[email protected]
. Mais informações e confirmação de presença para
o evento em São Paulo pelo e-mail [email protected].

Exposi

Será inaugurada na terça-feira, 6 de julho, a exposição “Design Brasil
? 101 anos de história”, no MCB (Museu da Casa Brasileira), em São
Paulo. A exposição tem curadoria do jornalista e arquiteto Pedro Ariel
Santana e traz um panorama do design brasileiro do início do século
20 aos dias atuais, propondo uma discussão sobre a evolução do
conceito de morar, da tecnologia e do uso de materiais ao longo do
século passado. Estarão expostas 48 peças símbolos de um século
de design, com criações de Joaquim Tenreiro e Sergio Rodrigues até
os irmãos Campana e Oscar Niemeyer. No dia 6 de julho, às 19h30,
abertura da mostra, será lançado livro com título homônimo ao da
exposição, trazendo o perfil de 83 profissionais e 500 peças. A mostra
poderá ser visitada até o dia 8 de agosto, de terça-feira a domingo, das
10h00 às 18h00. O ingresso custa R$ 4,00, havendo meia-entrada para
estudantes, e é gratuida aos domingos e feriados. O MCB fica na
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705 (Jardim Paulistano).

Mais informações pelo telefone (11) 3032-3727 ou no site: www.mcb.org.br.

Palestra do designer Marc Rosen na Panamericana Escola de Arte e Design / SP

A Panamericana Escola de Arte e Design e a Eastman Chemical do Brasil promovem, em 25 de maio, às 19:30, palestra do designer Marc Rosen. Mencionado frequentemente em publicações como The New York Times, o designer de embalagens cosméticas tem sido uma influência importante no setor desde a década de 70. O profissional vem criando designs de embalagens vencedores de prêmios para Fendi, Nina Ricci, Victoria?s Secret, Revlon, Karl Lagerfeld, Estée Lauder, Perry Ellis, Oscar de la Renta, Avon, Halston, Chloe, entre outros, explorando ao máximo seu poder criativo, as tecnologias mais inovadoras e antecipando tendências. O evento é aberto ao público e acontece no auditório da unidade Groelândia (Rua Groenlândia, nº 77, Jardim Europa), em São Paulo.

Para participar é preciso se inscrever com antecedência pelo e-mail [email protected].

Transforming Design

design

De olho nas necessidades do mercado, o Design Management Institute (DMI) reuniu os principais profissionais da área em um evento único, o Transforming Design, que acontece nos dias 21 e 22 de abril, em Londres. Ao grupo de experts se uniu o brasileiro Charles Bezerra, profissional que  já atuou nas áreas de inovação e design de empresas como steelcase e Motorola.

O Transforming Design discutirá as conexões e a capacidade de transformação do design em três importantes áreas: setor público e privado, novos produtos, serviços e negócios da inovação. Renomados palestrantes internacionais de empresas como Facebook, Vodafone, LEGO Group e Design Council completam a programação.?O grande desafio para empresas é conseguir trazer soluções simples. E para se chegar ao simples é preciso saber mergulhar no complexo sem se perder?, destaca o executivo, que abordará o tema em sua apresentação no evento.

Empresas multinacionais e brasileiras já reconhecem o des ign thinking como uma poderosa ferramenta estratégica. A realização de discussões importantes, ações em eventos internacionais e o trabalho que os profissionais brasileiros desenvolvem fora do país comprovam como somos criativos na entrega de soluções diferenciadas.

Participar de uma discussão desse nível, com a presença de especialistas tão renomados, além de representar o país em um evento desse porte, é um motivo de comemoração?, narra Charles Bezerra, diretor-executivo da consultoria Gad?Innovation, em nota à imprensa.

Mais informações sobre o evento, no site http://www.dmi.org/dmi/html/conference/europe10/conference.htm.

Fonte: www.

Lan

contiO Centro Design Rio, o Sebrae/RJ, o INT e a Editora Viana e Mosley convidam para o lançamento do livro: CONTINUUM – design contemporâneo no Rio de Janeiro, no dia 15/12, terça-feira, às 19h, no Centro Design Rio, Instituto Nacional de Tecnologia – INT.

Instituto Nacional de Tecnologia – INT
Centro Design Rio
Av. Venezuela, 82 – anexo IV
Praça Mauá – Rio de Janeiro / RJ

RSVP: 2123.1059 / 2123.1294

Dez

Volta e meia temos de dar um jeito de explicar a nossa profissão. Normalmente somos definidos como “o rapaz que desenha” ou “a moça que mexe com computador”, quando não nos olham com um certo ar de dúvida. Ou ainda misturam designers, publicitários, ilustradores e outras profissões no mesmo mingau. Logo, pelo menos uma vez por semana alguém vai nos perguntar, afinal de contas, que diabos nós designers fazemos. É aí que a porca torce o rabo. A maioria dos designers vai responder a essa pergunta com uma explicação de meia hora cheia de referências históricas e sociológicas ou então vai explicar direitinho o funcionamento do Illustrator e do Photoshop dentro de um contexto criativo?lúdico. Ou qualquer outra bobagem dessas. No fim das contas isso só serve, a meu ver, para mostrar duas coisas: a maioria dos designers não sabe definir o que faz e os que sabem querem mais é enfeitar sua sardinha o máximo possível. No fim das contas, o resultado é o mesmo. Quem perguntou não apenas continua sem saber o que faz um designer como ainda passa a achar que são um bando de chatos convencidos (com certa razão).

Vamos tentar então, Joãozinho, explicar o que é esse tal de “dizáine” para todo mundo.

“Mas tio, quem lê isso aqui já é designer!”

Sim, sim, Joãozinho eu sei. E é por isso mesmo.

Em primeiro lugar, design não é arte. Adoro começar por esta afirmação pois geralmente causa reações que vão do engulho e negação da realidade à revolta e desejo de me arrancar a carótida à dentadas. Mas, infelizmente, turma, é a verdade. Design não é arte plástica, da mesma forma que, por exemplo, jornalismo não é literatura. O design e as artes plásticas possuem objetivos diferentes. Enquanto a arte visa atingir o espectador emocionalmente para através disso lhe proporcionar uma experiência espiritual que poderá ser desde o prazer estético pura e simples até mesmo um choque intelectual que o levará a repensar conceitos de vida. Fora isso, este é um objetivo estanque, desejado pelo artista e funcionando segundo seus conceitos particulares. Já o design busca materializar um conceito funcional a partir das necessidades de alguém, comunicando esse conceito através de um veículo emocional (no caso do design gráfico) ou gerando uma peça utilitária (quando é de produto). Ficou complicado. Então eu explico melhor: a arte começa no artista e termina no público; o design começa no cliente, passa pelo designer e termina no consumidor. Ou seja, enquanto o artista só precisa se preocupar em comunicar bem suas ideias, o designer precisa comunicar as do cliente para o cliente do cliente, sem interferência de suas próprias ideias. São propósitos diferentes que ocupam lugares diferentes nas necessidades humanas.

Contudo, ambas têm algo em comum: utilizam a emoção e não o racional como meio de condução. Por isso o designer também tem de conhecer profundamente as artes plásticas, saber sua linguagem, conhecer suas formas e ferramentas. O que significa que o designer também tem de ser um pouco artista plástico. A arte se torna uma ferramenta para ele.

Quer dizer que designer não faz arte?

Muitas vezes faz até demais?

Mas uma coisa é o trabalho de cunho autoral, quando as coisas se invertem e a arte deixa de ser a ferramenta do designer e o designer, virando artista plástico, utiliza seus conhecimentos para fazer uma peça artística.

O segundo erro mais comum da “plebe ignara” é confundir designer com desenhista. Claro, quase todo designer sabe desenhar ? e mais que isso, sabe ilustrar ? pois este é um procedimento próprio para o exercício da profissão. Mas isso não o torna um ilustrador. Da mesma forma, quase todo designer sabe fotografar, outra ferramenta de sua lida, mas não é um fotógrafo. Também não é um programador por saber trabalhar com sites. Nem? Acho que já deu para entender. Dominar as técnicas de desenho é essencial para o designer, por vários motivos. O primeiro é para soltar sua mente, exercitando a criatividade. O segundo é para aprender a pensar graficamente, conhecimento obviamente indispensável. Porém um ilustrador profissional aprofunda?se por reinos que um designer não necessariamente precisa conhecer, a não ser que queira também ser um ilustrador. E, a não ser em tais casos, o designer inteligente ao precisar de um trabalho de ilustração em seus projetos, irá contratar o serviço de um ilustrador para aquela peça.

Então o designer não ilustra?

Sim, ilustra. Se tiver o treinamento e estudo necessário. Ou se a ilustração que ele necessita não for algo muito elaborado, quando então o seu conhecimento é o suficiente. Mas, mesmo assim, muitas vezes o tempo que ele estará levando para elaborar a ilustração estará sendo retirado de outras fases do projeto em questão.

Opa! Palavrinha mágica que surgiu: projeto.

Vamos de novo: PRO?JE?TO.

Enfim deixamos o reino do “o que todo mundo acha que o designer é mas ele não é” e estamos chegando no reino do “o que é o designer”. To design, o verbo que gerou tudo isso, quer dizer “conceber e produzir um plano ou esquema para mostrar a aparência ou funcionalidade de algo antes de sua execução”. Não acredita em mim? Vá no dicionário Oxford de Língua Inglesa. Está lá. E como o designer é quem faz design, podemos, com o simples uso de dois ou três neurônios bem treinados, concluir que o design é projeto e o designer é um? projetista! Isso mesmo. Um designer é um projetista. E o que isso significa?

Mas, o que é um projeto? Se recorremos ? ou, pelo menos, eu recorri ? ao dicionário Oxford, nada mais justo que recorramos agora ao dicionário Michaelis de língua portuguesa.

Lá aprendemos que um projeto é um planejamento para que se alcance um objetivo. O que significa que ser um projetista implica em conceber algo em função de parâmetros, não com a imaginação linda leve e solta mas disciplinada a obedecer àquelas necessidades. Significa seguir uma metodologia que permita que outras pessoas compreendam e, eventualmente, reproduzam os passos seguidos para chegar naquele resultado. Significa documentar etapas para que se possa avaliar a evolução do produto. Significa embasar o que se faz em conhecimento, um método e um objetivo claro e definido e não em mensagens divinas.

Já passou da hora de nós, designers, paramos de nos ver como uma espécie superior de criatura iluminada pelas musas e passarmos a encarar nossos trabalhos como projetos que dependem tanto de inspiração e talento nato como todo e qualquer trabalho executado por um matemático, um arquiteto ou um jornalista. E, não, Joãozinho, não estou dizendo que essas profissões, bem como a do designer, não tenham seu quinhão de inspiração e talento nato. O que estou dizendo é que todas elas requerem mais do que isso. É o famoso “10% de inspiração e 90% de transpiração de T. A. Edison.

Claro, isso tira um bocado da névoa de glamour com que gostamos de cercar nosso exercício profissional. Ainda gostamos de nos ver romanticamente como o designer freelance arremetendo com a caneta de sua tablet em riste qual lança contra os gigantes malvados dos grandes escritórios e corporações, munido com nada mais do que sua genialidade, seu estilo e sua criatividade sobre?humana para se defender dos clientes ignorantes cheios de mau gosto.

Bobagem.

Isso serve muito bem para quem está no início de carreira, tendo quem o sustente e sem se preocupar em ganhar mais do que o suficiente do que o que gasta nas noitadas onde se encontra com outros designers (não tão brilhantes e criativos quanto ele, claro, mas ainda assim quase divinos). Mas se você se preocupa com aquelas coisinhas chatas da vida como contas, aposentadoria, impostos, planos de família e outras assim é bom mudar de postura e deixar de ver a si mesmo como um herói do bom gosto contra a breguice geral e passar a ser um profissional.

“Quer dizer, tio, que eu não posso soltar minha criatividade e tenho sempre de me preocupar com essas coisas de parâmetros de projeto e cronograma?”

Claro que pode, pequeno gafanhoto! Para isso existem os projetos autorais, cujos parâmetros são definidos por você mesmo. Projetos que você leva adiante por prazer pessoal, incutindo ali nada mais do que o seu estilo puro. É ali que você desenvolve o seu talento, que você estuda novas ideias É ali que o designer se faz artista. Mas no dia a dia profissional, vamos deixar o excesso de vaidade de lado e comecemos a olhar a nós mesmos e à nossa profissão como o que ela é: um serviço sendo oferecido por profissionais a seus contratantes na forma de projetos e não a salvação do mundo.

Quem sabe aí, quando estivermos com os pés no chão, consigamos ser respeitados como profissionais e não olhados de lado como um bando de gente esquisita com a cabeça nas nuvens e o rei na barriga. Saber quem somos é o primeiro passo.