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Interposições profissionais e confronto direto

Dando sequência, mais uma parte de minha monografia.

Um dos maiores problemas enfrentados pelos profissionais de Design, principalmente os de Interiores e Ambientes.

Esta área nasceu da arquitetura como complemento do espaço arquitetônico construído, porém, presa a esta área, acabou por estagnar-se e virando uma releitura infindável de espaços já projetados.

Com o advento dos profissionais formados especificamente em Design de Interiores/Ambientes percebeu-se uma mudança ampla e profunda na construção projetual dos ambientes com diferenças fundamentais e significativas na arte de elaborar os projetos.

Isso intrigou os profissionais que vinham trabalhando livremente nesta área, especificamente alguns arquitetos que atuam exclusivamente com Decoração de Interiores, pois estes começaram a perder um nicho de mercado sempre disponível e rentável. Vale lembrar que, com a queda do mercado de arquitetura nas décadas de 70 e 80, os arquitetos migraram para a área de decoração como forma de manter-se no mercado. Decoração que até então era tida como uma profissão ou passa tempo de dondocas. Porém notaram que este era um mercado bastante rentável, dinâmico. Aliados a estes se encontram também profissionais de outras áreas como os de artes plásticas. Suas principais queixas são a de que a formação tecnológica ou seqüencial não capacita a pessoa para o exercício da profissão. Porém esta é uma desculpa descabida e totalmente desvinculada de qualquer fundamento, pois como já citado, não se importam nem mesmo em buscar informações corretas sobre esta formação e vivem em meio aos “achismos” e utopias que crêem piamente como verdades absolutas.

Edgar Morin, em seu livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, nos mostra uma realidade que eles insistem em não reconhecer como verdadeira. Todos erram nas interpretações das coisas, ninguém está isento disso, mas, no entanto, encontramos pessoas que agem da seguinte forma:

“Nossos sistemas de idéias (teorias, doutrinas, ideologias) estão não apenas sujeitos ao erro, mas também protegem os erros e ilusões neles inscritos. Está na lógica organizadora de qualquer sistema de idéias resistir à informação que não lhe convém ou que não pode assimilar. As teorias resistem à agressão das teorias inimigas ou dos argumentos contrários. Ainda que as teorias científicas sejam as únicas a aceitar a possibilidade de serem refutadas, tendem a manifestar esta resistência. Quanto às doutrinas, que são teorias fechadas sobre elas mesmas e absolutamente convencidas de sua verdade, são invulneráveis a qualquer crítica que denuncie seus erros.” (MORIN, 2000, p.143)

Um arquiteto tem a sua formação voltada à construção do espaço a ser habitado, à construção da escultura idealizada em sonho pelo cliente. Analisando as matrizes curriculares dos cursos de Arquitetura existentes no país, em nenhum deles foi encontrado nada sobre a elaboração de espaços no tangente ao Design de Interiores/Ambientes. Quando muito se encontra algo similar aos conteúdos dos cursos de Decoração. A alegação mais comum diz respeito à disciplina de Arquitetura de Interiores. Porém este é um engano, um engodo e já foi tratado sobre este assunto anteriormente neste trabalho. A tentativa de assegurar a sua participação neste nicho de mercado, pois nas diversas ementas analisadas e conversas com diversos arquitetos, a ementa diz respeito à concepção dos espaços internos no que tange às partes estruturais tais como aberturas, fechamentos, colunas, vigas, escadas (estruturais), elevadores. Em ponto algum consta à concepção de elementos de design ou que venha a adotar meios e técnicas de design de interiores/ambientes.

Design de Interiores/Ambientes nasceu da necessidade de projetos complementares aos projetos arquitetônicos construídos e ponto. Porém o ranço acadêmico na área de Arquitetura fica claro quando alguns arquitetos são questionados sobre suas atribuições: postam-se como deuses capazes de tudo. Segundo suas próprias palavras, é o curso mais completo, complexo e perfeito que existe – é só olhar em fóruns como os da Arcoweb e Orkut que encontrará várias citações desse tipo.

Talvez venha daí que aqui no Brasil exista a cultura no meio arquitetônico de que só eles têm direitos a realizar determinadas funções, especialmente as novas e mais rentáveis, como o Light Design, por exemplo. Temos aqui a AsBAI (Associação Brasileira dos Arquitetos de Iluminação), entidade da qual faço parte como associado. Para ser membro desta basta que você seja mais um arquiteto recém formado ou que tenha mais de 10 anos de atuação exclusiva na área, caso contrário nunca passará de um simples associado. Por mais especializações e cursos em Light Design ou reconhecimento profissional que você venha a fazer e ter, serás sempre um associado. A não ser que aguarde pacientemente os 10 anos passarem. No entanto esta associação se diz ligada e que trabalha segundo os critérios e normas da IALD (International Association of Lighting Designers). Mas analisando os estatutos, regimentos e regulamentos da IALD percebe-se que esta não faz distinção da formação acadêmica do profissional aceitando em seu quadro qualquer pessoa que se especialize nas áreas do Lighting Design, seja este profissional um engenheiro, um arquiteto, um designer (diga-se de passagem, os melhores), artista plástico, músico ou até mesmo aquele vendedor de uma loja de materiais para iluminação da Rua Santa Ifigênia lá de São Paulo e que demonstre competência e criatividade projetual, seja qual for a sua formação. O que importa é o conhecimento, a competência e a qualidade projetual do indivíduo. Porém aqui, exigem conhecimentos técnicos que somente são repassados em faculdades de arquitetura e engenharia como forma de atestar conhecimentos necessários para atuação nesta área. Porém, Francesco Iannone – fundador do IALD, em entrevista à revista Lume Arquitetura (2007) deixa bem claro que isso é incorreta tal exigência, ao definir a profissão de Light Design:

“O destacamento das estratégias de vendas e de outras especialidades profissionais (por exemplo, um Lighting Designer não faz projetos de arquitetura, não faz projeto de elétrica) dá liberdade à criatividade em encontrar uma solução: a criatividade que nasce da fantasia e da cultura. Este pressuposto é fundamental na definição da profissão e é a razão pela qual muitos Lighting Designers se vêem como parte de uma única comunidade criativa e livre.

(…) O projeto especifico de iluminação deve ser feito por um especialista, não pelo arquiteto, pelo engenheiro elétrico ou designer de interiores. De qualquer forma, somente a independência pode ser economicamente interessante ao mercado.

(…) O projeto de um Lighting Designer, enquanto fruto da capacidade criativa de um profissional, deve ser retribuído, assim como um arquiteto ou um engenheiro no projeto de uma casa ou uma ponte. Não se trata de uma consultoria e, sim, de um projeto profissional criativo. (…)”

(LUME ARQUITETURA, 2007. p.7) grifo meu.

Percebam que ele cita a forma de trabalho em parceria com outros profissionais. No caso específico do Light Design, arquitetos, engenheiros elétricos que são ao mais comumente usados. Da mesma forma é o trabalho de um Designer de Interiores/Ambientes. Sabemos de nossas limitações e temos de estar bastante conscientes de até onde podemos ir para então, se necessário, partir para as parcerias. Mas por aqui a coisa sempre tem de andar na contramão ou melhor, em direção à reserva de mercado para alguns poucos.

Ainda dentro deste ponto saliento que há anos existe um grupo que vem lutando pela criação da ABI (Associação Brasileira de Iluminação), entidade esta que pretende congregar todos os profissionais que trabalham com Light Design cobrindo todas as suas áreas nos moldes e padrões da IALD. Porém este grupo vem sofrendo ataques duros por parte de outras associações que, através de políticos e outros meandros, tentam impedir a criação desta. O detalhe é que no grupo da ABI existem arquitetos conscientes de que eles não são os únicos aptos a exercer a função de Light Designer e assumem que existem profissionais de outras áreas tão ou mais competentes que a maioria deles.

A Arquitetura hoje é e deve ser um complexo jogo de quebra cabeças onde cada peça é oriunda de um projeto específico, de um profissional específico, visando a formação do todo, da obra final e assim deve ser trabalhada. Porém, alguns deles não admitem isso e clamam para si todo conhecimento.

Outro caso a ser destacado é o da ABD (Associação Brasileira de Decoradores). Há umas cinco gestões tem em sua presidência e em sua diretoria uma maioria absoluta (senão absoluta) de arquitetos decoradores. Analisando as ações desta associação percebem-se claramente os direcionamentos favoráveis aos arquitetos decoradores e os bloqueios aos Designers e decoradores. Quando são questionados sobre essas e outras atitudes, simplesmente ignoram a não respondem. Quando o assunto toma proporções públicas em fóruns da internet ou em congressos, por vezes surgem tentativas de desmerecimento e descrédito pessoal aos que criticam. Um fato interessante e que merece ser destacado aqui é que quando os Designers de Interiores questionaram a ABD sobre a postura dela no tocante à separação e esclarecimento ao mercado sobre as diferenças entre Decorador, Arquiteto Decorador e Designer de Interiores/Ambientes a atitude deles foi clara: alteraram o nome da mesma de Associação Brasileira de Decoradores para Associação Brasileira de Designers de Interiores. Mas uma coisa ficou bastante clara: eles pegaram todos os profissionais e jogaram todos dentro do mesmo balaio sem fazer distinção alguma da formação. Para eles, hoje todos são Designers de Interiores apesar de ainda existirem nomes fortes lá dentro que teimam em firmar o termo Arquitetura de Interiores para diferenciar os arquitetos. Pra piorar ainda mais, recentemente o vice presidente, Ivan Rezende, proferiu uma palestra no Rio de Janeiro para acadêmicos do curso de Design de Interiores onde ele simplesmente, num ato insano, egoístico, lobysta, confirmou tudo o que coloco acima e ainda mais coisas. Tal fato pode ser observado neste tópico de uma comunidade do Orkut: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=41698&tid=2558987112477533137. Não sou associado da ABD por não concordar com estas e tantas outras atitudes e questionamentos que NUNCA são respondidos.

Para mostrar a incoerência desse ranço de alguns arquitetos contra os Designers vou utilizar aqui um trecho do artigo “Arquitetura, atribuição de arquiteto”[1] do arquiteto Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz, publicado na revista A Construção OESP de 2003 (atualizado em 2005) que encontrei na internet. No afã da luta dos arquitetos pela aprovação do projeto de lei da criação do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), para firmar a posição dos arquitetos da necessidade de um conselho próprio, onde as leis e normas profissionais da Arquitetura não fossem elaborados por não arquitetos ele afirma com conhecimento de causa sobre o sistema CREA/CONFEA:

“O equívoco tem início na própria nominação da autarquia – a qual não é federativa e na qual não cabem todas as profissões das quais é “instância máxima”. O Plenário do Confea prevê 18 conselheiros, com a responsabilidade definida acima: são nove engenheiros que alternam a presença de suas várias modalidades, três arquitetos, três agrônomos e três representantes de escolas (de engenharia, arquitetura e agronomia). Necessariamente, nove das 27 Unidades da Federação deixam de estar representadas e seria impensável economicamente sonhar em ter presentes todas as 240 titulações profissionais envolvidas. E, neste Plenário de tantas profissões, conselheiros decidem como “instância máxima” em assuntos profissionais de outras categorias que não as suas. Arquitetos votam em processos da área da engenharia química ou geólogos em questões específicas da agrimensura. Ou seja: ali pode o mais (deliberar em “instância máxima” sobre profissões para as quais não tem as atribuições exigidas pelo próprio Confea) quem não pode o menos (exercer tais profissões, por não ter aquelas atribuições). É inacreditável – e mais ainda se analisarmos a organização das profissões no Brasil ou no mundo. Não existe, aqui ou fora do país, um conselho profissional da saúde, por exemplo, que se arvore a controlar a prática de médicos, enfermeiros, odontólogos, veterinários, fisioterapeutas. Ao contrário, por suas especificidades, cada uma das profissões citadas – e outras mais que atuam na área da saúde – tem seu conselho autônomo, soberano no trato de suas obrigações.Também em nenhum lugar há um conselho que reúna profissões através de um laço econômico-administrativo (para tentarmos outra alternativa): naturalmente, administradores de empresas, economistas, advogados, corretores de imóveis, tem conselhos próprios a disciplinar e dar ao respeito público suas práticas profissionais.”

Interessante, bonito e correto o discurso dele. Entretanto, quando os Designers reclamam que outros profissionais estão tentando puxar o tapete no processo de regulamentação do Design, agindo corporativamente da mesma forma que o sistema CREA/CONFEA faz com eles, não admitem. O coerente e ético seria eles admitirem que, por serem arquitetos e que, profissionalmente, historicamente e didaticamente, o Design separou-se da arquitetura há muito tempo e tem vida própria e independente – se é que realmente algum dia foi ligado à ela como já mostra Acar em seu artigo – portanto, eles nada têm a ver com as questões legais de exercício profissional dos Designers. Ou então, admitir que os Designers participem na elaboração das Leis que regem e normatizam a Arquitetura – mas isso iria certamente contra tudo o que eles acreditam e pregam. Talvez, quem sabe, assim como li outro dia num fórum da internet sobre este assunto onde uma arquiteta dizia que uma das lutas da CAU seria trazer o Design pra dentro deste conselho para ali ser regulamentado, por eles. Não será mais ético e decente dentro deste conselho normatizador termos então 50% de Designers e 50% de Arquitetos? Para finalizar esta parte, continuo com o discurso dele que é bastante pertinente pela própria contradição entre discurso e prática:

“Trata-se de encarar o momento em que vivemos, libertar-nos do conservadorismo imobilizante, do burocratismo auto-imune e ouvir a voz que emana da sociedade brasileira a exigir o futuro. E fazer a nossa parte, na construção de um Brasil mais honesto, justo e contemporâneo de seu tempo.”

 (QUEIROZ, 2005, p.1, 4)

Amém!

Contemporâneo de seu tempo, mas sem se esquecer de voltar os olhos para as evoluções do mundo globalizado e contemporâneo que visa o futuro.

 



 

[1] Como o texto em questão foi retirado do site onde foi encontrado, acrescento o mesmo, na íntegra, ao final de minha monografia.

Diferenças entre Decorador, Designer de Interiores e Designer de Ambientes

Outra parte de minha monografia.

Já apresentei as diferenças anteriormente ligadas à arquitetura, mas vale à pena ressalta-las novamente focando melhor agora, na área do Design e Decoração:

O Decorador é aquele profissional formado (ou não) naqueles cursinhos de finais de semana ou de curtíssima duração (antigos do SENAC, por exemplo). Sua função é a escolha de acessórios como vasos, toalhas, almofadas e afins. Na realidade o seu trabalho não passa de uma maquiagem no já existente.

O Designer de Interiores, além do trabalho do Decorador que vem ao final do projeto tem a função de elaborar o espaço coerentemente, seguindo normas técnicas de ergonomia, acústica, térmico e luminotécnica além de ser um profissional capaz de captar as reais necessidades, explicitas ou não, dos clientes e concretiza-las através de projetos específicos. A reconstrução do espaço a ser habitado ou não através da releitura do layout, da ampliação ou redução de espaços, dos efeitos cênicos e aplicações de tendências e novidades técnicas, do desenvolvimento de peças exclusivas entre outras tantas atribuições deste profissional. Porém seu trabalho restringe-se a ambientes internos.

O Designer de Ambientes está apto a elaborar projetos nos padrões dos de um Designer de Interiores, porém, este não está preso aos limites internos podendo atuar em paisagismo e light design de áreas externas, concepção de praças, clubes e parques. No entanto, sua atuação nas áreas que tenham elementos estruturais, que são aqueles que realmente podem colocar em risco a vida do usuário, assim como a de um Designer de Interiores mantém-se, apenas como formalidade e segurança técnica, sob a supervisão/acompanhamento de um engenheiro estrutural.

Tais atribuições do Designer de Ambientes são sim reais – mesmo que não regulamentadas – pois o mesmo teve em sua formação cadeiras que o habilitam em conhecimento técnico para efetuar tais projetos.

Para o Designer de Interiores e o Designer de Ambientes uma nova realidade começa a despontar no horizonte: a Justiça Federal obrigou o CREA a nos inscrever e fornecer o registro (carteirinha) profissional. Este fato nos libera da sombra de outros profissionais em vários aspectos e partes dos projetos. Porém, através da lentidão da Justiça e imposições de entidades, os processos mantêm-se parados.

 

Design de Interiores/Ambientes x Arquitetura de Interiores x Decoração

Este texto faz parte de minha monografia de pós. Vou começar a dividi-lo em partes para poder postá-los para que algumas pessoas não reclamem dos tamanhos de meus textos.

Para perfeita delimitação das áreas de atuação de um profissional de DA, há que se destacar a diferença de atuação dos diversos profissionais que atuam neste mercado.

Para o público, os profissionais são e fazem a mesma coisa. Genericamente, na cabeça dos clientes todos são arquitetos. Decorador e Designer são sinônimos de arquiteto. Porém, para esclarecer e delimitar as áreas e atuações faz-se necessário o entendimento claro de cada um desses profissionais e de seus trabalhos:

a) Decoração: é aquele profissional que buscou aqueles cursos de curta duração oferecidos por escolas como SENAC ou até mesmo aqueles autodidatas. Suas atribuições são bastante restritas uma vez que o seu conhecimento sobre vários elementos componentes de um projeto é inexistente ou nulo. As suas funções restringem-se à escolha de acessórios (vasos, almofadas, cortinas, outros), móveis, cores para paredes e poucas coisas mais. Param por aí, pois não possuem o conhecimento necessário para interferências mais pesadas no ambiente. Não há projeto e detalhamento de mobiliários específicos.

b) Arquitetura de Interiores: está bem distante da realidade da Decoração ou do Design. O uso deste termo como algo similar ou referente ao DA fez-se tão somente por causa do status e valor – glamour – que o termo arquitetura agrega ao trabalho profissional. Na realidade, Arquitetura de Interiores diz respeito à parte estrutural interna da edificação e dentre essas temos as aberturas, fechamentos, janelas, portas, colunas, vigas, escadas estruturais, mas tem a ver também com a relação entre os espaços, destinação e usos destes espaços, enfim, tudo o que faz parte do esqueleto é Arquitetura de Interiores. É o antes do Design. Apesar de alguns arquitetos¹ alegarem que tiveram durante a sua formação essa disciplina e que ela os habilita para atuação em Design de Interiores, é uma afirmação inverídica, pois no Brasil apenas em cinco cursos constam em suas matrizes curriculares disciplinas específicas em Interiores – e mesmo assim nada de Design aparece nem no nome da disciplina nem no ementário. Este profissional, raramente projeta e detalha móveis e, assim como o Decorador, busca opções já prontas no mercado como móveis de linha ou planejados. Adrian Forty, historiador britânico e crítico de arquitetura, que foi o organizador de um extenso volume da editora britânica Phaidon, “Arquitetura Moderna Brasileira” noz diz:

 “Houve algumas mudanças no status da arquitetura brasileira na cena mundial. O Pritzker dado a Mendes da Rocha certamente foi importante. Mas eu ainda tenho a impressão de que o Brasil persiste um tanto isolado em termos de cultura arquitetônica.” (Folha de São Paulo, Ilustrada, 17/06/07).

Anamaria de Moraes, já em 1994 quando da concepção da Matriz Curricular da Especialização em Design de Interiores, quando atuava como docente da Faculdade da Cidade, no Rio de Janeiro, vislumbrava as diferenças entre as áreas e da necessidade e importância da atuação conjunta dos profissionais de arquitetura com os designers na concepção dos projetos de DA quando, nos objetivos do curso coloca, entre outros:

“Integrar o design e a arquitetura de interiores num projeto que considere a otimização espaço, o conforto ambiental e o bem estar do usuário.” (MORAES, 1994)

Já Francesco Iannone, arquiteto italiano, entende que o trabalho multidisciplinar é fundamental, mesmo para a solução de problemas de menor complexidade. Em uma entrevista sua para a revista Lume Arquitetura (2007), ele desconstrói toda a visão totalitarista e onipresente que a arquitetura emprega quando deixa claro o papel do arquiteto e a real necessidade destes profissionais em realizar essas parcerias pelo simples fato de reconhecer que a sua formação não é tão perfeita como alguns arquitetos afirmam. E esta é a característica principal da visão que alguns arquitetos e até mesmo alguns órgãos e associações ligadas direta ou indiretamente à arquitetura no Brasil tem: somos perfeitos e completos.

Aproveito para fazer um aparte neste ponto. Acho engraçado como alguns arquitetos teimam em atacar e atrapalhar o trabalho dos Designers. Digo isso pois pelo visto não deve haver nada de mais importante e sério para eles fazerem como, por exemplo, dentro de suas próprias cidades, junto à administração pública, buscar soluções para as mazelas urbanas. É mais fácil atacar quem está quieto fazendo o seu trabalho para o qual foi devidamente capacitado, treinado e habilitado e não tem poderio de fogo que as prefeituras e câmaras de vereadores exigindo das mesmas que realizem melhorias. Outra coisa é que adoram criticar a péssima fiscalização do CREA sendo que não se dispõem a ajudar. Só coloquei estes dois exemplos para incitar a análise de quem lê este trabalho. Se formos olhar bem para nosso bairro, cidade, estado, país ou planeta não é nada difícil perceber o tanto de trabalho realmente arquitetural há por se fazer. Há coisas mais importantes a se fazer senhores alguns arquitetos.

c) Design de Interiores/Ambientes: o profissional de Design é habilitado para atuar em intervenções que possa ocorrer já desde o momento da concepção do projeto arquitetônico auxiliando o arquiteto a resolver os espaços da edificação de forma a atender melhor as necessidades do cliente. Após a obra pronta, o designer entra em cena para fazer o fechamento/coroamento da obra através da escolha das cores, texturas, revestimentos, mobiliário, os layouts ergonomicamente corretos, a iluminação adequada, o ajuste de algum elemento arquitetônico que esteja atrapalhando ou que esteja esteticamente desagradável. Enfim, o profissional de DA carrega um vasto conhecimento sobre como as pessoas habitam e usam seus espaços. Ele não se preocupa com a escultura que é a edificação e por isso tende a realizar os projetos com maior complexidade e perfeição.

Diferente do que prega um grande arquiteto brasileiro em um livro de sua autoria onde narra uma história ocorrida com uma cliente sua. A mesma foi reclamar com ele pois seu filho pequeno caiu de um beiral com 1,5m de altura e fraturou a perna. Em resposta, ele simplesmente diz que agora ele aprendeu que não se deve chegar próximo do beiral. Um profissional de DA certamente não daria uma resposta absurda dessa apenas com a intenção de proteger a sua escultura, obra de arte.

[1] Antes de qualquer confusão ou generalização como tem ocorrido em alguns fóruns de discussões sobre os assuntos aqui abordados, deixo claro que em nenhum momento eu ou qualquer um dos outros Designers que compartilham desta mesma opinião estamos generalizando. O grifo sobre “alguns arquitetos” (que usarei a todo momento que esta referência aparecer neste trabalho) serve para chamar a atenção ao sentido exato da colocação: ALGUNS profissionais de arquitetura e não TODOS como tem sido interpretada esta colocação exatamente por estes “alguns” com a intenção explícita de provocar todos os outros arquitetos contra os Designers.

CURSO DE ILUMINAÇÃO CÊNICA 2008 – Sampa

NÚCLEO DE FORMAÇÃO TÉCNICA

Surgido de uma discussão do papel do Técnico na atualidade em 2003, o Núcleo formado porprofissionais da área de iluminação, nasceu com a idéia de informar e formar profissionais, oferecendo Oficinas, Palestras e Assessoria, procurando assim contribuir para o aprimoramento e a conscientização do papel do Técnico no teatro brasileiro e na sociedade.

O Núcleo tem como meta também, fazer fazer um resgate da memória do Técnico no Teatro, haja visto que não existem registros desta história, nem literários, nem audiovisuais no Teatro Brasileiro,principalmente em São Paulo.

CURSO DE ILUMINAÇÃO CÊNICA 2008

A função deste curso é formar um bom técnico em iluminação, ou seja, a base da pirâmide profissional.

Para tanto trataremos mais profundamente de técnicas e materiais utilizados em Teatro, Shows, TV e Vídeo, trabalhando inicialmente conceitos como: o que é a luz e a cor, suas várias teorias, técnicas de roteiro e montagem de iluminação, diferenças básicas entre os vlarios tipos de equipamentos, seu uso,nomenclaturas mais comumente utilizadas, utilizadas, codificações internacionais de materiais, e muito mais informações pertinentes à área de iluminação cênica O Curso de Iluminação, é composto de 2 módulos, seqüenciais, com uma aulas semanais, com duração de 3 (três) horas diárias, perfazendo um mínimo de 100 horas/aula, onde serão abordados os seguintes temas:

“História do Teatro”

“Teatro Grupo e Teatro Comercial”

“História da Iluminação”

“O que é Luz”

“Teoria da Cor”

“O Olho e a Visão”

“Percepção das Cores”

“Noções de Eletricidade”

“Noções de Segurança em Eletricidade”

“Atitude e Disciplina Profissional”

“Tipos e Usos de Lâmpadas, Lentes e Refletores”

“Eletricidade e Segurança”

“Gelatinas de Cor e Filtros”

“Moving Light”

“Luz no Teatro e na TV, Arquitetural e Exposição”

“Técnicas de Montagem”

“Noções de Segurança em Montagens”

“Operação de Luz”

“Leitura e confecção de Mapas e de Roteiro de Luz”

“Motivação Profissional”

“Nomenclatura Técnica”

“A Educação do Olhar (assistindo espetáculos)”

“O Processo de Criação”

“Legislação e Registro Profissional”

Além destas matérias e suas ramificações, também estão previstas outras atividades como:

“Visitas Técnicas à Espaços Cênicos”

“Assistir Espetáculos em Cartaz”

“Visitação à Lojas e/ou Fabricantes”

Profissionais com reconhecida atuação no mercado de trabalho, poderão ser convidados para dividirem com os alunos suas experiências e vivências como forma de expandir a visão profissional dos alunos.

O curso será ministrado por profissionais com vários anos de atuação no mercado, trabalhando com Direção e/ou Criação em Teatro, Shows, Dança, Televisão e Comerciais, Iluminação Arquitetural e Museológica. Os membros fundadores do Núcleo de Formação Técnica e responsáveis pelas matérias supra citadas são, em ordem alfabética:

CIZO DE SOUZA (Iluminador) DRT 2110

DÉCIO FILHO (Iluminador) DRT 7737

LAURA DE FIGUEIREDO (Iluminador) DRT 8308

TONINHO RODRIGUES (Iluminador) DRT 2062

VINICIUS FEIO (Iluminador) DRT 1 3 5 7 3 – R J / 3 4 0 9 – S P / CREA 0 3 6 4 7 – 6

UÍLSON FRANÇA (Diretor de Fotografia, Vídeo/Cinema)

As aulas e palestras ocorrerão às segundas feiras, no período da noite e alguns sábados pela manhã. As visitas à espaços poderão ocorrer outros dias da semana, a serem combinados e as possíveis idas a espetáculos, provavelmente serão noturnas.

Serão admitidos alunos de idade mínima de 16 anos. Haverão avaliações periódicas de conhecimentos (para aprimoramento do estudo). O Curso oferecerá certificação, porém só receberão certificação plena os que tiverem mínimo de 80% de presença e 80% de avaliação positiva.

Haverá possibilidade de indicação para estágio em companhias, grupos e/ou firmas de montagem, além de encaminhamento do formando ao SATED-SP, para obtenção de Registro Profissional Provisório (aos maiores de 18 anos), de forma a poder ingressar, ou regularizar sua situação no mercado de trabalho.

CALENDÁRIO DE AULAS

MÓDULO 1

ABRIL
14 Aula de Apresentação
21 Feriado
28 Ética e Disciplina

MAIO
05 História do Teatro – História da Iluminação
12 Eletricidade 1
19 Eletricidade Prática 1
26 Equipamento e Nomenclatura 1

JUNHO
02 Equipamento e Nomenclatura 2
09 Equipamento e Nomenclatura 3
16 História do Espetáculo 1
23 Eletricidade 2
30 Eletricidade Prática 2

JULHO
07 Montagem 1 (Mapa e Roteiro)
14 Montagem 2 Prática
21 História do Espetáculo 2
28 Montagem 3 Prática

AGOSTO
04 Luz e Cor 1
11 Introdução a Estética 1
18 Operação de Luz 1 – Analógica
25 Luz e Cor 2

SETEMBRO
01 Operação de Luz 2 – Analógica
08 Introdução a Estética 2
15 Avaliação – Fim do Módulo 1

MÓDULO 2

SETEMBRO
22 Introdução ao DMX
29 Olho e Visão

OUTUBRO
06 Introdução TV/Vídeo 1
13 Operação de Luz 3 – Digital
20 Operação de Luz 4 – Digital
27 Operação de Luz 5 – Digital

NOVEMBRO
03 Introdução TV/Vídeo 1
10 Estética Complementar
17 Gobos e Novas Tecnologias
24 Introdução a Moving Lights

DEZEMBRO
01 Avaliação – Fim do Curso
08 Entrega de Certificados

HORÁRIO DAS AULAS MÓDULOS 1 E 2
19:00h. ÁS 22:00h.

TOTAL DE HORAS AULA
MÓDULO 1 – 66
MÓDULO 2 – 33

Informações: (11) 3101-4600 / (11) 3257-2264

Incomodar o Congresso Nacional pela Regulamentação

É mais ou menos assim. A regulamentação só vai existir se algum deputado propor uma lei para que esta aconteça. Normalmente isso ocorre quando existe um apelo popular. O cara vai querer garantir votos futuros, fazendo algo que ele sabe que muita gente vai querer.

O Rogério Fouchard Lira, lá no ORKUT propôs o seguinte:

“Regulamentação é necessária, todos sabem!
Os políticos sabem que é necessário a regulamentação de várias profissões, inclusive a nossa!
Várias vezes foram arquivados os processos no Congresso…a desculpa é a mesma (pesquisem). Mas sejamos um pouco mais práticos! Vamos infernizar os nossos deputados e senadores com este assunto. Proponho começarmos a mandar diariamente e-mails para nossos políticos (deputados e senadores) (todos os dias mesmo!) entupir as caixas de e-mails com esses e-mails cobrando regulamentação da profissão de designer (desenhista industrial) JÁ! Não pararmos enquanto não tivermos uma efetiva resposta! Proponho começarmos já. Postemos aqui os e-mails de nossos deputados e senadores. Mandemos e-mails para vários políticos. Contemos a importância da profissão e ameacemos com o voto, caso não se posicionem a favor!

Essa seria a primeira parte da ofensiva!

Chega de ficarmos discutindo o que já sabemos…tá na hora de botar em prática isso tudo! Espalhem isso para os verdadeiros designers!”

Isto pode ser visto nas comunidades: DESIGNERS: REGULAMENTAÇÃO JÁ!  Neste tópico aqui e na Design Brasil neste tópico aqui. Ele teve o trabalho de colocar na maioria das comunidades relacionadas ao design. è legal entras nos tópicos para ver as opiniões. Mas se você quiser, clicando aqui você tem uma lista de 150 discussões sobre o tema (tudo no ORKUT).

O link “fale com os deputados” pode ser acessado daqui. Ou

http://www2.camara.gov.br/internet/popular/falecomdeputado.html/

E olha só, o Rogério colocou o texto dele já. Ou seja, você pode dar um copy paste para agilisar, mas seria de bom tom, cada um fazer a sua, não é mesmo?

“Assunto: Deputados
Ação: Reclamar
Data de Cadastramento: 25/03/2008 11:09:52
Mensagem: Mensagem: Acho um absurdo que o Congresso Nacional até hoje não tenha regulamentado a profissão de designer OU desenhista industrial. Somos milhares de profissionais roubados de um direito nosso. Sem falar que os nobres politicos desconhecem a verdadeira importância da profissão para o país. Pelo menos deveriam pesquisar sobre o assunto! REGULAMENTAÇÃO JÁ! Partido que vota contra os designers não merece o nosso voto! ”

” Prezada deputada(o),
venho por meio deste e-mail e por intermédio de sua assessoria tornar público a minha indignação e a indignação de milhares de profissionais da área do “design” que estão sendo prejudicados pela inexistência dessa regulamentação profissional. Gostaria que a prezada deputada, ao menos, tomasse conhecimento sobre o assunto. Convido a pesquisar no Congresso Nacional a nossa situação profissional e pesquisar nas associações profissionais da categoria o que pensamos sobre o assunto. Existem diversos sitios na internet, revistas especializadas, fóruns de discussão, “blogs” e outras mídias abordando a necessidade de regulamentação urgente dessa importante área profissional.
O Brasil disperdiça em todas as esferas públicas milhões de reais por este motivo, pois profissionais não capacitados oferecem produtos e serviços de pouca qualidade e ainda oneram os cofres públicos, entre várias outras razões importantes que merecem ser analisadas para a regulamentação.

No aguardo de resposta,
atenciosamente, ”

A ADEGRAF fez uma vez um abaixo-assinado e se não me falhe a memória, menos de 13 mil assinaturas foram conseguidas. Eu já fiz várias pesquisas e o número aproximado dos designers a favor da Regulamentação chega perto de 85%. Se na comunidade Design Brasil tem hoje dia 25 de março de 2008,  35.516 pessoas, tem gente que podia ter já feito algo e não fez.

Vamos lá. Não te custa nada. O tempo gasto é mínimo e isso pode ter uma diferença.

A favor ou contra a regulamentação da profissão do designer?

Vamos saber a opinião do pessoal que acessa aqui o nosso blog. Diga a todos sua posição sobre a regulamentação da profissão de designer. Você pode saber minha opinião aqui no post Designer: por que a profissão deve ser regulamentada? e também aqui na comunidade do orkut onde existem diversos textos sobreo assunto e no post”Ande antes de correr..de preferência engatinhe antes de andar!” (o anterior do Ed Sturges).

E não se esqueça: sua opinião é o principal. è com ela que se gera o diálogo para a criação de uma postura coerente. Mas já vou avisando que tomem cuidado. Palavra escrita não tem a entonação correta da intenção. Gerar conflito nessa hora é muito fácil.

Clica aqui, vote e fale!!

Ande antes de correr..de preferência engatinhe antes de andar!

A alguns textos atrás, um “cálega” escreveu nos comentários:

“regulamentação = utopia”

Para não encher a bola dele deixei o assunto morrer, mas passado o tempo devido eu hoje sinto-me a vontade para divagar sobre o assunto.

Tratado de forma crua a regulamentação dos sonhos é sim uma forma de utopia, como tudo aquilo que no fundo desejamos é mera utopia.. Afinal não podemos ter tudo que desejamos da forma que desejamos e a idealizamos, simples assim.

Outra forma de encarar o comentário seria de uma forma mais lacônica e sarcastica encarando que utopia seria desejar uma regulamentação para nossa atividade, quase um devaneio! Bem..aí já discordo do nosso “cálega”.

A verdade que a regulamentação sai sim, mas como tudo no Brasil é devagar, moroso, sofrido e, como já manda a tradição, corrupto.

Mas a verdade que gritar pela regulamentação tão somente nem adianta mais, ONGS, Associações, Grupos, Conselhos, Papai Noel.. todos aí já se provaram FALSOS, INEPTOS e INEFICAZES .

Regulamentar uma atividade é como correr. E ninguém correr sem aprender a andar, ninguém anda sem aprender a engatinhar. Então para regulamentar, precisamos de apoio governamental e para ter apoio governamental é preciso APRENDER A VOTAR!

Não, acreditem, não é tão distante uma coisa da outra.

2008 é ano de eleição, e já que as ongs e associações que dizem nos representar, ou até onde sei nos cobram para, querem e declaram tanto ser a favor da regulamentação, por que estas mesmas instituições não levantam junto aos candidatos seus planos de governos e não começam uma indagação sobre nossa regulamentação?

Quem sabe daí não nasce um projeto de lei decente e real? Quem sabe não se consegue uma porta de entrada em brasília?

Ahhhhh é difícil! “Né não joão!” Nós como grupo somos a galinha dos ovos de ouro de qualquer deputado, senador, sindico, candidato… o que for! Junte o numero de profissionais e estudantes ligados a nossa atividade? Imagina cada um de nós fazendo a nossa parte nas urnas… imaginou?

Então… só falta alguém explicar isso pro congrecista certo e teremos aliados a rodo aparecendo.

Ahhhhhhh é difícil! Difícil é aprender a votar… depois que aprende..tudo fica mais fácil, inclusive a vida!

OS: Agora só para exclarecer, corre no congresso projeto de lei que regulamenta a atividade das PROSTITUTAS! É isso mesmo! NEPOTISMO declarado! Todos em defesa de suas mães! Nós designers??? …pobre de nós!

Pauta Nacional Unificada

É com grande pesar que venho anunciar o veto pelo Conselho Nacional dos Estudantes de Design à proposta da Pauta Nacional Unificada.
Após meses de discussão na lista, dois dos representantes presentes (Allexsandra Ebrahim de H. Pintor, CEFET-PE e André Oliveira Arruda, UFCG-PB), mais a CoNDe Manaus votaram contra a aprovação de uma proposta que eu acredito que seria um grande avanço na maturidade do Movimento Estudantil de Design.

Este projeto é uma proposta de modificação de estrutura e de ação política do Movimento Estudantil de Design. Ele objetiva construir uma pauta de discussões e de luta que seja deliberada pelo Conselho Nacional dos Estudantes de Design, que seja discutida e promova ações locais através das diversas manifestações e da produção dos estudantes de Design do Brasil. Por Pauta Nacional Unificada se entende uma lista de itens que irão nortear as ações das Entidades de Base, inclusive daquela que sediará o Encontro Nacional dos Estudantes de Design, sendo que o projeto de execução do mesmo terá como base e foco central a PNU deliberada no CoNE Design. A PNU não se trata de uma imposição para as Entidades de base, ela se propõe como pauta central anual, a título de potencializar as discussões e unificar as ações do CoNE Design.

Com o veto, a decisão fica adiada ao CoNe Design Manaus, durante o N Design, atrasando em um ano a efetiva ação da proposta, uma perda para todos os estudantes de Design que acreditam na solidificação e unidade do Movimento Estudantil de Design. Dentre as justificativas dos votantes contrários à proposta estava o fato da carta chamar o N de “atividade lúdica e festiva” (isso consta na ata a ser publicada do ultimo dia do CoNE Manaus). Razão, ao meu ver, imatura e irresponsavel frente à possibilidade de construção e evolução que seria promovida pela intituição da PNU.

Gostaria de colocar esse assunto na pauta da lista nacional, tanto a titulo de mostrar minha indignação frente a essa atitude, quanto por estruturar um projeto que venha ser intituido e legislado no CoNE Manaus em Junho.

Segue a seguir a carta de apresentaçao do projeto da PNU.

Saudações Estudantis,

Pauta Nacional Unificada

A Pauta Nacional Unificada é uma proposta do CADI, Centro Acadêmico de Desenho Industrial da Universidade Federal do Paraná, aqui representado por Alexander Czajkowski, em parceria com Mauro Alex Oliveira Rego Filho, estudante da Universidade Federal da Bahia, a partir de discussões geradas na lista nacional de e-mails do CoNE Design e da pauta do primeiro CoNE Design do ano de 2008, realizado em Manaus-AM no período de 24 a 27 de janeiro de 2008. Colaboraram com a proposta: Kelli CAS Smythe, estudante da Universidade Federal do Paraná, Patrícia Vieira Lima, estudante do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina, e Rafael Toledo, estudante do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

O CoNE Design é um evento periódico que visa a articulação, integração e comunicação dos estudantes de Design. Ele surgiu como uma instituição burocrática estruturada em secretarias que se tornou incompatível com o contexto histórico e necessidades dos estudantes de Design do Brasil. A partir da reforma estatutária, o movimento Estudantil de Design estruturou-se como uma rede de comunicação e articulação política entre Entidades de Base e assembléias estudantis representadas, promovendo o contato, integração e representatividade dos estudantes de Design do Brasil.

Atualmente a desarticulação nacional dos estudantes de design para pautas comuns de interesses políticos é uma situação pontual e vergonhosa. Os estudantes de Design brasileiros não possuem força política para colocar suas inquietações e propostas de sociedade nas pautas de fóruns nacionais, tanto por não se fazerem presentes nesses espaços, quanto por não terem esse ideal de fato estruturado. O movimento estudantil nacional de design tem se configurado desde seu surgimento como um promotor de eventos de caráter acadêmico-científico que visa à integração e comunicação dos estudantes. Porém, sempre pecou em não estruturar de fato uma proposta de sociedade. Como resultado, temos uma descontinuidade e repetição de assuntos e discussões que não conseguem sair do plano da discussão para o plano da ação, tendo essa desarticulação refletida na dificuldade de associação profissional. A descontinuidade dá-se também em virtude da não articulação das entidades de base em questões comuns, externas à realidade da sua própria Instituição de Ensino.

A imaturidade do Movimento Estudantil de Design dá-se por causa da própria relação do estudante com a sociedade, agravada pela ausência de ações concretas por parte de uma organização estudantil anterior, fundada de forma alheia aos interesses de uma maioria representada.
Os Encontros Nacionais e Regionais de Estudantes de Design e eventos diversos têm sido, até então (com exceção do Cônico), a única expressão do ME Nacional de Design. Eles, mesmo abordando temas pertinentes à construção política, acadêmica e científica dos participantes, configuram-se basicamente como uma atividade lúdica e festiva, não atraindo muitos estudantes interessados nas questões políticas estudantis, dificultando a discussão de pautas e propostas de ações no que diz respeito à manutenção dos direitos dos Estudantes. Dessa forma, a PNU poderá contribuir de forma positiva para a modificação da imagem difundida de que o N Design é um encontro constituído apenas por atividades de integração lúdicas e questões sem importância para a sociedade. Tornará os resultados mais claros e palpáveis, principalmente, àqueles que não costumam participar de Encontros: aos estudantes atualmente sem confiança, aos professores que muitas vezes desconhecem os reais objetivos do N Design e até mesmo aos possíveis parceiros que poderão vislumbrar o evento com maior credibilidade.

Com a aprovação de um novo modelo de estrutura proposto em 2006, as Entidades de Base ganharam uma significativa importância dentro da construção do Movimento Estudantil de Design, porém, uma reforma da estrutura burocrática não é a única ação que solucionará problemas como apatia e a despolitização característica do Movimento Estudantil de Design. Considera-se que a estrutura proposta para a PNU reflete o amadurecimento do CoNE Design, em que existam linhas-guia que compartilhem de valores de uma proposta de sociedade, no qual as ações deixam de ter caráter principal em eventos de integração, passando a usar este mecanismo como uma oportunidade de desenvolvimento e crescimento, através da geração e aplicação de propostas de interesse nacional, frente a uma demanda identificada e de maneira continuada em prol de uma proposta de sociedade, ao invés da forma como existe hoje, quando as propostas acabam por ter caráter bastante isolado.

A Pauta Nacional Unificada objetiva discutir e deliberar anualmente uma pauta, que definirá valores a serem abordados pelo Movimento Estudantil de Design em suas atividades e ações, objetivando a convergência de forças nacionais em prol de uma causa comum, a título de amadurecer, discutir, exercitar e agir, legitimando e consolidando o seu caráter nacional. Além disso, ela se propõe a:

a) Estimular uma maior participação e discussão dentro de todas as entidades de base a respeito de uma proposta de sociedade;
b) Possibilitar a participação de todos os estudantes do Brasil de forma ativa na pauta do ME em Design e dos Encontros de Estudantes de Design.
c) Constituir pauta de interesse global a ser aplicada e adaptada localmente de acordo com a realidade regional;
d) Capacitar os estudantes sobre os itens presentes na PNU deliberada, que serão trabalhados em materiais comunicacionais, através do portal do CoNE na internet e dos demais meios de comunicação vigentes;
e) Fortalecer o primeiro CoNE Design do ano;
f) Nortear o processo de construção de pauta para o N Design do ano subseqüente a sua votação;

Propõe-se que a PNU seja uma pauta discutida e deliberada anualmente por ocasião do primeiro CoNE Design do ano. No evento, cada entidade de base presente apresentará suas propostas em relação aos assuntos e valores que foram considerados, percebidos, trabalhados ou que apresentaram demanda em suas realidades locais. Trata-se de uma pauta central de relevância global auxiliada por itens passíveis de adaptação e aplicação na realidade em questão. Cabe que estas propostas sejam apresentadas antecipadamente através dos meios de comunicação disponíveis entre as entidades de base. Para ser validada como proposta de pauta para votação, deverá existir a defesa da mesma através da sua representação, oficializada por uma entidade de base ou assembléia representada.

Após a apresentação das propostas, as mesmas serão discutidas e deliberadas. Cabe a entidade de base proponente tornar viável a apresentação e capacitação a respeito de sua proposta, com o intuito de atualizar os demais presentes e qualquer interessado em liderar atividades afins da PNU. A partir disso, idéias poderão ser discutidas e geridas localmente a partir de cada entidade de base, sendo que o todo estará trabalhando em torno dos interesses nacionais identificados na PNU, consolidando o ME em Design e efetivando ações de maneira unificada, pensando globalmente e agindo localmente.

Dessa forma, os valores norteadores para o N Design do ano subseqüente passam a ser regidos pela PNU, sendo que cabe aos interessados a organização de um projeto como pré-CONDe, considerando e defendendo a sua capacidade em sediar a discussão de tais valores, determinando e inovando através do enfoque e formas de abordagem. A partir do primeiro CoNE Design do ano os interessados terão o prazo de até 30 dias antes do N Design para apresentação de suas propostas, sendo que a votação de escolha da próxima CONDe continuará a ser durante o segundo CoNE Design anual, realizado por ocasião do N Design. Em caso de aprovação da PNU, cabe uma revisão dos itens dos Capítulos VI e VII do Estatuto do Conselho Nacional dos Estudantes de Design.

Caso não sejam apresentadas propostas para PNU, ou, caso não haja deliberação a respeito da mesma, a pauta para o N Design volta a ter caráter de livre decisão por parte dos interessados em sediar o evento no ano subseqüente, sendo mantido o cronograma para a apresentação e votação dos projetos.

Considera-se que a Pauta Nacional Unificada representa um novo paradigma para o Movimento Estudantil de Design, ou seja: uma nova realidade estruturada. A partir de sua implementação, a atuação frente aos interesses nacionais será mais efetiva e funcional, através de reflexões globais e ações regionais, convergindo forças em prol de uma causa comum, assim colaborando para a construção de uma nova sociedade mais justa, igualitária e democrática.

Brincando nos campos do senhor…

 Alguns mais tarde dirão que o titulo em nada lembra o texto, até poderei concordar mas para isso deverei antes de mais nada terminar esse texto para ver se tem ou não a ver com a proposta que seguirei.

A algum tempo li aqui mesmo, até por que não sou um internauta muito ativo…tenho preguiça de surfar. Eu sou um internauta acomodado, faço uma ronda nos 10..12 sites que sempre frequento e eventualmente aceito uma dica ou outra (se alguém tiver um boa pode deixar no comentário) mas voltando a vaca fria…

A Algum tempo eu li por aqui mesmo que a profissão de Astrologia ia ser regulamentada, a mesma informação foi desmentida por aqui mesmo e identificada como mais uma brincadeira de Mr. Mason do Kibeloco.

Mas eu lembro de ter pensado, “fazem eles muito bem!”

Eu não leio, até por que não creio, em horóscopos e acho uma perda incrível de tempo dizer como fulano, beltrano ou sicrano devem agir baseado na posição de marte na casa da lua vizinha de não sei quem…

Mas o fato é que a (falsa) noticia não me surpreendeu, nem me indignou, sabem por que?

Por que é perfeitamente plausível ao vermos os “astrólogos” como um grupo reivindicando uma regulamentação. Coisa que não ocorre conosco.

Ora, basta ver um exemplo simples e basal:

Quantas revistas de horóscopos saem por mês na banca? Sempre tem aquela(e) astróloga(o) de renome dando dicas, nos jornais, o asrologo sempre anuncia um mini currículo junto com suas previsões (idem em revistas e sites).

Agora quando vamos falar de design? A quem recorrem?

Arquitetos…

Engenheiros…

Publicitários…

Modelos…

Cantores…

As vezes e se der espaço na matéria chamam um designer…

Ahhhh Ed você está exagerando? Ah tô é? Então dêem uma olhada nisso daqui meus lindos:

http://agencia.tse.gov.br/sadAdmAgencia/index.jsp?pageDown=noticiaSearch.do?acao%3Dget%26id%3D972262

Isto é a prova cabal que vivemos em um pais muito estranho, meus amigos. É preciso ter segundo grau completo para ser gari, mas para ser presidente da republica não! E para ser designer precisa de algo? P0rr@ nenhuma! Basta um PC na escrivaninha, programas piratas e uma (parca) idéia de como usa-los. Voilá, mas um de nós! Pelo menos é o que acredita o Tribunal Superior Eleitoral.

E nós como grupo o que faremos?

Bom, já sabendo que de nada ia adiantar mas pelo menos eu iria dormir melhor, fiz o que todo brasileiro revoltado faz. Reclamei!

Primeiro com os meus botões, depois com meus amigos e depois dos dois grupos anteriores me mandarem pastar, aê sim eu reclamei direito, mandei um e-mail para o TSE, que eu transcrevo para quem quiser fazer o mesmo:

“A quem interessar possa.

Sou designer, brasileiro mas confesso de já desisti.

Desisto de tentar entender a mentalidade deste governo que nos “representa”.

Cansei de perder horas do meu dia imaginando por que se precisa ter o segundo grau completo para entrar na COMLURB, mas o mesmo não é cobrado de que deseja ser Presidente da Republica. Não desmerecendo nossos garis…pelo contrário…que a vergonha recaia sobre o presidente.

Quando se abre licitações para construções de barragens, pontes e estradas sempre aparece bem claro as exigências para tanto. Uma delas é que a obra seja feita por empreiteiras ou construtoras CAPACITADAS. E por capacitadas eu espero (por Deus eu realmente espero) que estejamos falando de engenheiros e profissionais de construção civil.

Quando se abre licitações para projetos urbanísticos, mais uma vez deparamos com mais exigências, desta vez os preteridos são arquitetos, e outras classes profissionais capazes de realizar a tarefa a altura. Nada mais justo!

Então digníssimos, me respondam porque, no momento de escolher um logotipo que irá representar o TSE nacionalmente as mesmas exigências não são feitas.

Na hora de se “projetar” a logo, a licitação é aberta a todos?

Será que o Design, conhecido (espero eu uma vez mais) por aqui de Desenho Industrial, ficou tão banalizado a ponto de poder ser exercido sem nenhuma pratica, conhecimento ou experiência seja em Desenho, metodologia ou mesmo domínio de material mínimo necessário para se desenvolver tal projeto?

Estou plenamente capacitado para participar de tal licitação, na verdade 15 mil reais é o preço justo para se pagar por tal projeto (não o considerem premiação…). Mas não o farei!

Boicotarei seu edital e licitação por um valor moral mais elevado que os R$15.000,00 da “premiação”, uma firme convicção de que nós, designers, precisamos ter nossas atividades respeitadas.

Sei que minha atitude é pequena perto da enormidade de “material” que vocês receberão. Mas como eu disse antes, o faço por mera convicção ideológica.

Como na frase: “Para que o mal prevaleça, basta que os bons se omitam.”

Não pretendo com isso conquistar nossa regulamentação, mas espero de coração que tenha sido dado aqui, passo na direção correta.

Cordialmente,

Eduardo Sturges

Designer por opção

Brasileiro, por total falta de.”

Regulamentação da Profissão de Designer – Os Astrólogos conseguiram a deles

Direto do Cocadaboa.

Horóscopos precisarão de assinatura de astrólogos credenciados

logo_aba.gifA Portaria Interministerial nº 77, assinada pelos ministros da Cultura, Gilberto Gil, e das Comunicações, Hélio Costa, traça novas diretrizes para a publicação de horóscopos em jornais, revistas, programas de tv e sites na internet. A partir da próxima segunda-feira, qualquer previsão astrológica que for veiculada em um meio de comunicação deverá vir acompanhada com a assinatura de um astrólogo responsável, devidamente credenciado na Ordem Nacional dos Astrólogos e Cosmo-Analistas (ABA).

A medida vem para regulamentar o setor, que sofre com a descrença da população devido ao número cada vez maior de horóscopos equivocados. “Sempre tivemos problemas, mas nos últimos anos a situação está cada vez mais grave. Há casos de jornais que simplesmente delegam esta função para os estagiários, que por sua vez sorteiam em um banco de dados os textos que devem acompanhar cada signo. Não exagero ao afirmar que mais de 95% dos horóscopos publicados no país são escritos por indivíduos sem o menor conhecimento em astrologia”, declarou Félix Schultz, Presidente do Conselho Superior da ABA. Em seu despacho, o Ministro Gilberto Gil celebrou as novas diretrizes, afirmando que com este avanço o povo brasileiro poderá contar com previsões astrológicas de melhor qualidade.

Os meios de comunicação terão 90 dias para se adequar as novas diretrizes. Os editores que insistirem em publicar horóscopos e previsões astrológicas sem a assinatura de um astrólogo ou cosmo-analista credenciado pela ABA poderá sofrer penalidades que vão de multa até suspensão da licença editorial. Para se credenciar na ABA, um astrólogo ou cosmo-analista deve prestar um exame realizado em qualquer uma das 12 escolas filiadas a entidade espalhadas pelo país.

O que diabos isso tem haver com design? Nada além de inveja. Mas  horóscopo errado causa mais danos ao brasileiro do que um um “design ruim e altamente perigoso/sem usabilidade.

O alto e o baixo meretrício

Juro que este texto estava pronto a tempos, bem antes do natal, mas por receio de posta-lo em sua versão original eu hora desistia dele hora mexia as palavras tentando amenizar seu conteúdo evitando assim um possível linchamento de uma turba enfurecida (existe outro tipo de turba?)

Conversando com o Jonas ele me incentivou a não mudar uma virgula sequer e postar da forma que fosse, isso demonstra, no mínimo, duas coisas:

1)Jonas realmente confia nos meus textos.

2)Ele acha que corre mais do que eu em caso de necessidade.

Então com as responsabilidades divididas (ok, eu escrevi mas é por culpa do Jonas que o texto veio pro ar!) eu exponho o alarido!

A melhor coisa para um escritor é ter seus escritos comentados, para um escritor preguiçoso como eu melhor ainda! Pois às vezes um único comentário gera um texto novo, prontinho dado de bandeja.

E justiça seja feita! O Justus se provou ser um baita comentarista, 2 palavrinhas mais um sinal e voilá! Atiçou-me o cérebro.

Gostei tanto do comentário que repito aqui:

· Freelancer=Prostitutas

Comentario por Justus

Viu a simplicidade do comentário? Sucinto! Lindo!

E mandou tão bem no comentário que os seguintes nenhum sequer comentou meu texto, comentaram o comentário do Justus! Ou seja fui jogado para escanteio com 2 palavrinhas… sacanagem! Isso fez um mal ao meu ego que nem lhe conto…

Mas a verdade caríssimo, Justus que a generalização é errada como afirmou nosso colega Fernando Galdino. Alias toda unanimidade é burra já afrmou o pensador (cujo nome me escapa com assaz elegância).

O que estamos falando é de postura profissional. Um freelancer pode se prostituir tanto quanto aquele diretor de arte daquela mega agência ou estúdio famoso. É claro que os motivos que levarão ambos a se prostituírem são bem diferentes, mas ainda assim bem reais e qualificativos.

Um profissional que vende uma logo por 300 reais está se prostituindo? Talvez! Ele teria como cobrar mais, ou melhor, Seu cliente estaria disposto a pagar mais?

Muito mal se fala do freelancer em detrimento do profissional efetivado, mas a verdade é que ambas as posturas são bem divergentes e como tal ambas tem as suas vantagens e desvantagens.

O freelancer se por um lado tem toda a liberdade para escolher clientes e cases, bem como a liberdade de escolha do quanto cobra, como ou quando fará o trabalho (dentro é claro de uma realidade mercadológica) enfim sendo dono de seu nariz. No entanto por ser inteiramente responsável por todo o processo desde a negociação até a execução ele precisa ter uma imensa capacidade organizacional para não se embananar e acabar perdendo prazos, entregas e reuniões e consequentemente clientes e dinheiro.

Já o designer efetivado não tem nada disso para com que se preocupar, tem salário definido, 13º (ou seja trabalhando ou não, seu mês esta ganho), seguro saúde, vale transporte, tiket refeição. Este se preocupa somente com a parte criativa e de produção de todo o processo, o atendimento e o orçamento não são de seu escopo. Isso faz com que ele possa se dedicar exclusivamente ao seus serviços. Mas infelizmente este não pode determinar com quem ou com o que trabalha. Esta subordinado a vontade da empresa.

Como se vê altos e baixos em ambos os casos, é quase que inteiramente uma questão pessoal. Existem pessoas que não foram talhadas para trabalhar em escritório, a rotina é algo visto como prejudicial por estas pessoas, estas preferem quase sempre trabalhar como freelancers. Outros optam pela segurança oferecida em um escritório (salário e outras vantagens). Estas pessoas não se sentem bem na insegurança do dia a dia do freelancer. E tem aqueles casos excepcionais de pessoas que além de trabalhar em agências ainda fazem um por fora como freelancers..tem de tudo como vimos agora. Mas e a prostituição?

Na minha opinião prostituição é um caso de ética tão somente no trabalho. Uns o fazem por receio de não terem como pagar as contas, outros o fazem por medo de perder um emprego fixo e confortável. Ambos os casos estão certos em se proteger. Os dias de hoje estão aê para nos provar que qualquer um que pensar o contrario esta correndo o sério risco de ficar sem trabalho, freela ou não!

Perigoso mesmo é a atitude de rotularmos uns aos outros enquanto uma minoria concisa e instruída tenta unir a todos em prol da regulamentação.

Picuinhas, gracejos, troca de amabilidades apenas separam e destroem, e não é exatamente o oposto do que estamos tentando fazer aqui? Construir algo?

É novo… mas já vi em algum lugar antes…

Não é esta a exata sensação que temos ao andar nos shoppings centers nos dias de hoje?

Refiro-me não as promoções e taxas de crédito “acessíveis” a todos. Digo em questão ao visual como um todo.

Andando em um dos maiores shoppings centers da América Latina (pelo menos é o que eles dizem) senti uma sensação estranha, subitamente havia perdido a orientação. Não sabia mais em que ponto do shopping eu me encontrava. Levei um tempo para me localizar. Passado o susto voltei aos meus afazeres natalinos.

Pouco tempo depois, perdido novamente! Ora essa! To certo que não sou o cara mais orientado do mundo (basta ver quantas vezes eu perco meu carro nos estacionamentos da vida) mas assim também já era demais! Até mesmo para mim. Então incomodado com a situação comecei a tentar achar motivos para esta situação.

A resposta me deixou assombrado, praticamente TODAS as lojas do referido shopping haviam itens de decoração praticamente idênticos! Ou seja, não havia mais referencial para qual loja era qual. Em alguns casos acabei notando que as próprias logos era muito semelhantes, não sendo as lojas necessariamente concorrentes.

Movido pela curiosidade comecei a fazer pequenas perguntas aos lojistas, perguntas como:

-Quem teria feito a decoração da loja?

– Era algum profissional ou ficou a cargo dos vendedores?

-O projeto foi concebido por algum Designer?

-Que empresa?

As respostas variavam enormemente de loja para loja. Mas se as respostas variavam por que os resultados não?

Aê entramos na questão da qualidade profissional, as lojas que usaram seus próprios vendedores na missão de decoração de suas vitrines, salvo os erros óbvios e esperados de um trabalho executado por leigos, vimos basicamente uma pesquisa e, claro, cópia do que eles viram em outras vitrines e poderia ser executados por eles mesmos. Ora mas isso era o esperado quando se usa o trabalho de leigos, nada demais até aqui.

O espantoso se encontra nas lojas que usaram ajuda profissional, freelancers, empresas e até escritórios de arquitetura para desenvolver suas decorações de natal. Por que estes trabalhos estavam extremamente parecidos? Até onde a culpa é do cliente (ao pedir algo semelhante ao concorrente) até onde é culpa do profissional?

Nós profissionais temos a obrigação de saber a diferença entre pesquisa, referência e plágio. E isso para se dizer o mínimo possível (afinal já to me arriscando a levar pelo menos uns 9 processos pelo que já coloquei aqui)

Não seria a ética profissional proibitiva e desencorajadora no que se refere a plágios e cópias descaradas? Afinal ao copiar você esta roubando seu colega de trabalho, ao se apossar de uma idéia que não foi sua! Simples assim.

Mas aparentemente tanto nosso comercio quanto nós mesmos ainda temos um longo caminho a percorrer!

Mas eu ainda sou teimoso… tanto que continuo a desejar Feliz Natal e Prospero Ano Novo para todos nós! ;^)

Mea Culpa, mea máxima culpa

Muito se fala no nosso meio da regulamentação. Já houve inclusive alguns projetos propondo a mesmo. Alguns muito bem redigidos e concretos não foram adiante sabe-se lá porque, outros que beiravam o idealismo utópico, estes claro são defendidos por unhas e dentes por um minoria desinformada, mas a grande parte ignora estes projetos sabendo que utopias mesmo só em papeis e em contos de fadas.

Um dia, assim sem maiores pretensões fui abalroado por um pensamento: Temos milhares de propostas e projetos para a regulamentação, associações proliferam mais que mosquitos viram e mexem e CAPOF! Siglas diferentes, mesma bandeira e ideais Em rumo à regulamentação!

Mas se temos tantas associações, tanto projetos, e acreditem desse mar de projetos tem até um ou dois que se salvam, por que até o presente momento nenhum movimento CONCRETO foi dado em prol da referida regulamentação?

A verdade é que o máximo que podemos fazer é especulação. Mas eu o faço com um pouco mais envergadura pois de todo santo remédio já tomei e conheci bem os efeitos colaterais de cada um deles.

Ainda universitário, me contaram que se eu me associasse já poderia lutar pelos nossos direitos. Aê já viu, né? Falou em luta por direitos para universitário foi logo uma carrada correndo para a ADG se associar. Coisa linda de Deus de se ver…só faltava irmos correndo e cantando “Vêm vamos embora que esperar não é saberrrr….”. Me associei, pagava as mensalidades, comprei o manual, fui a reuniões. Enfim segui a risca o manual do “pseudo-revolucionário fashion” e a única coisa que aprendi com essa experiência é que paguei fortunas pelo direito de ouvir besteiras utópicas e beber café ruim. Não valeu a pena. Nem pelas besteiras, nem pelo café, mas se lamento de algo..lamento pelas besteiras. Não demorou muito e cancelei minha participação na associação.

Anos mais tarde, já formado em uma conversa com colegas de profissão, acabei recebendo convite para voltar a fazer parte da associação. Desta vez fui convencido com o argumento que universitário não era levado a sério lá (então nos convidaram para que ora porra?!) e que agora que eu era um profissional formado a coisa mudava de figura. Convencido pelos argumentos, dei nova chance. E realmente, muito havia mudado, agora eu precisava preencher uma ficha de cadastro, enviar juntamente com meu currículo e “print” de 3 trabalhos para analise e daê eu saberia se seria aceito ou não na digníssima instituição. Bem aparentemente fui aceito sem problemas, afinal 2 semanas depois recebi a primeira boleta para pagamento de minha mensalidade.

Nos meses seguintes, recebi 4 cartas, cada uma delas me dava um ingresso para uma determinada palestra. Todas em São Paulo. Como moro no Rio fica um tanto quanto complicado palestras no meio da semana em São Paulo para minha pessoa.

Alguns meses depois novamente me encontrava cancelando minha participação nas referida associação. E até hoje recebo criticas por isso. “Se todos que pensam como você, Eduardo, cancelarem a sua participação aê sim que a regulamentação não sai!”

Tão vendo?! A culpa é minha! É por minha causa que vocês não tem uma regulamentação! É por que eu não freqüento palestras em São Paulo (a maioria workshops) que vocês não têm direitos! È por que eu e cansei de pagar 85 reais por absolutamente nada, que nosso projeto de regulamentação não foi para Brasília!

As associações fizerem bem a sua escola e aprenderam direitinho o jeitinho brasileiro:

Nos cobram taxas, vendem caro seus produtos, argumentam de forma prolixa e quando fazem algo, fazem fora do aspecto proposto (palestras e workshop, não é batalha sindical!) fazendo um paralelo com o nosso governo que o mesmo fazem com seus impostos e mais imposto e quando finalmente nos revoltamos e cortamos laços, se voltam contra nós dizendo que nada poderá ser feito sem a SUA ARRECADAÇÃO!

É triste dizer, mas acredito que as associações atuais viraram cabide de emprego ou segunda fonte de renda para sua diretoria. Em nada estão acrescentando na nossa luta pela regulamentação.

Gostaria de estar errado… mas não creio que seja este o caso. De qualquer forma um Feliz natal e ótimo 2008 para todos nós!

Calote no dos outros é refresco…

A gente tem conversado bastante sobre clientes, preços e orçamentos. E isso é bom. Mas meu avô sempre dizia: “Saia enquanto ainda está por cima.” Então obedecendo a sabedoria dele eu vou dar um tempo nesse tópico e vou enveredar por um outro assunto.

Na verdade o assunto é uma continuação do tópico, mas pouco tenho eu visto falar sobre o mesmo ultimamente. O que é uma pena. Então sem mais delongas ou suspense vou apresentar-lhes o tema de hoje:

Ok, o preço foi acertado e aceito, como evitar o tão famigerado e temido calote?

Consigo imaginar alguns rostos se retorcendo ao lembrar dos calotes sofridos e até mesmo alguns olhos brilhando com a esperança de aprenderem como fugir deste inimigo financeiro. Mas infelizmente sou obrigado a ser portador de más noticias: Não existe formula mágica para fugir do calote!

Mas de quem é a culpa do calote? Temos sempre a mania de culpar o cliente e mau pagador de ser o responsável pela nossa desgraça. Mas a verdade é que os maiores culpados de levarmos calotes em 90% das vezes somos NÓS mesmos!

Ah! Mas o cara é um canalha! O cara é mau pagador! O cara não teme escrúpulos! Sim, tudo isso pode ser verdade. Mas outra verdade, e essa pouco agradável aos nossos ouvidos, é que nós criamos a situação do calote.

Meu avô (aparentemente hoje estou nostálgico) também sempre dizia: “A ocasião faz o ladrão.” E olha que ele era estrangeiro. Pior para nós que vivemos no Brasil onde infelizmente ainda impera a Lei de Gerson, a mania chata que alguns tem de ter que levar vantagem em cima de todo mundo. Visto este histórico, precaução e vitamina C nunca fizeram mal a ninguém ;^) (To cheio de chistes também…).

Dito que não temos como fugir do calote, que hora vindoura estaremos levando um… o que podemos fazer?

Simples! Nos precaver! Vamos ser sinceros?

Ninguém aqui atua em Design por hobby, essa é a nossa profissão, nossa atividade, nosso meio de sustento. Isso por si só já denota uma certa responsabilidade. E tal responsabilidade exige de nós certa postura ética e moral tanto para com a nossa atividade, quanto para com nossos colegas de profissão como para com os clientes também.

Ora! Não somos mais crianças para selar acordos com um cuspe na mão e o aperto logo em seguida (Graças a Deus, pois sempre considerei tal habito no mínimo nojento…). E existem certas formalidades que nos servem de termometro para saber quão sério nossa atividade está sendo levada a sério e qual a real intenção do cliente no decorrer das negociações.

Eu acabei desenvolvendo uma cartilha própria para me defender, e como estamos perto do Natal eu vou dividi-la com vocês. É claro que é mais um emaranhado de idéias do que uma cartilha em si, mas desde que eu a desenvolvi alcancei um certo grau de sucesso e os calotes praticamente cessaram. Eis-la:

1)Desenvolva um método de atendimento cortês porém sempre profissional:

Pronomes de tratamento existem e servem exatamente para isso. Criar certo distanciamento profissional. Ora! Ele é seu cliente, não seu colega de bar ou velho amigo de infância (salvo as exceções quando nesse caso serão).

Dr.(a), Sr.(a), Sra, é sempre bom, deixam claro que você esta lá como um profissional e que espera o mesmo tratamento em retorno. Criar uma “amizade” com o cliente é complicado afinal: “Quem te f8d# é amigo, inimigo tu não deixa chegar perto!” (meu avô era demais..mas isso vocês já perceberam).

Não estou dizendo para chegar no cliente com 4 pedras na mão! Pelamordedeus não é isso não! Mas cortês é uma coisa, intimista é outra ;^)

2)Papelada… recorra a papelada:

Burocracia, pode ser a sua amiga e até trabalhar a seu favor.

Após uma reunião com o cliente, eu sempre envio um e-mail para o mesmo com os principais tópicos acertados. Uso o e-mail como desculpa para reforçar os pontos da reunião e a vantagem é que agora o que foi dito verbalmente passa a ter concisão documental.

Nesse e-mail geralmente envio um formulário Briefing para o cliente responder e me mandar de volta, nele consta uma série de perguntas pertinentes ao projeto e com as respostas que ele me fornecer eu vou saber mais do cliente, da empresa e o que ele realmente deseja, minimizando meu trabalho de tentar adivinhar o que lhe agrada e o que não lhe agrada. Visto esta etapa, vamos montar um orçamento…

Orçamento é uma coisa, proposta é outra e contrato então nem se fala!

Quanto mais descritivo você conseguir ser, melhor para você. Envie Orçamento em papel timbrado mesmo, bem detalhado, descrito, escrito torna as coisas mais claras para você e para o cliente.

Aceitou o orçamento? Maravilha! Agora dá uma assinadinha aqui na proposta por favor?

Eu preguiçoso que sou já faço Orçamento/Proposta no mesmo documento assim se ele aceita o orçamento, assina a proposta e manda a 2º via da mesma de volta para mim.

To com a proposta assinada…vou trabalhar? NÃO! Eu também peço um sinal normalmente de 50% do valor do projeto, mas não é regra geral pois o valor pode ser alto e o projeto grande então vale aqui é a analise e o bom senso. Mas sem sinal nada se faz! Pelo menos eu não faço…

Projetos grandes com várias etapas, como se faz? Eu cobro por etapa concluída.

O custo geral é de R$ 5.000,00 em 5 etapas de R$ 1.000,00 simples, não? E, claro, tome mais papelada.

Eu solicito ao fim de cada etapa ao cliente uma avaliação geral da mesma (aqui vão dois formulários, uma pesquisa de satisfação e um outro atestando a conclusão da etapa) e a assinatura atestando que esta etapa finalizou-se e estamos avançando no projeto. (assim caso mais para frente ele queira voltar etapas, eu cobro hora técnica para ele, afinal ele havia concordado que tudo estava satisfatório)

Ah então com tudo isso eu nunca mais levo um calote?

Não é isso que eu disse! Sempre tem um sem-mãe (para não dizer coisa pior!) com um índole pervertida doido para aplicar o velho 171 em cima de alguém. Mas com estas precauções diminui-se bastante a chance de levarmos um bom calote!

Bons trabalhos!

OS: É Natal mesmo! Então eu vou anexar alguns arquivos que baixei na WebDesign e os utilizei para renovar os meus documentos de propostas, orçamentos e etc… Podem baixar pois são bem legais e sobretudo úteis para todo tipo de projeto não apenas sites!

Exemplos de documentação para encaminhar um projeto

A história das coisas


O vídeo “The Story of Stuff” foi realizado por Annie Leonard, e chega a ser uma “verdade mais inconveniente ainda”. O nosso amigão Al Gore dourou a pílula perto das coisas pesadas q essa guria diz, e isso sem mostrar crianças passando fome ou pingüinzinhos morrendo cheios de óleo, mas esfregando na sua cara a maneira como funciona a LINHA produtiva da nossa sociedade e os motivos principais do pq nós todos, mas principalmente os estadunidences, nem nos damos conta de como a situação tá preta, nem de como viemos parar aqui, nem de que maneira iremos sair dessa.

Agora o mais legal. É bem engraçado, e de um humor mais interessante que o enlatado do Gore, e todo com ilustrações e infográficos bacanas que expressam muito bem as idéias que ela coloca. Agora não vamos apenas bacar o papagaio de links, chegue mais que temos algumas idéias aqui sobre o esquema…

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