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Ojú Onà – Revista da Pré-CoNDe Salvador

OjúOná

Lançada no último dia 20. A revista digital OjúOnà é o carro chefe da divulgação da campanha de candidatura do N Design Salvador 2009. Ela se propõe a levantar o debate sobre a nossa educação para um viés de responsabilidade sócio-ambiental, entendido como carente dentro do currículo, sala de aula e estágio. Educação para Sustentabilidade, Sustentabilidade para Educação é mote central, o tema do N 2009 Salvador.

A Revista é um espaço que precisa ser preenchido, alimentado e renovado, e seria incoerente falar de pluralidade (tão inerente ao nosso estado) e limitar o conteúdo da revista somente a nós, por isso, a Ojú Onà é um convite aberto para que, desde já, você construa conosco o conteúdo do N Design Salvador 2009. Ela não tem sentido sem a sua participação, por isso envie seu artigo, sua proposta de atividade, seu trabalho de conclusão, tudo que dialogue com o nosso objetivo de criação de um modelo pautado pela classe estudantil. Que educação você quer?

Vai lá no nosso site, baixe nosso projeto e comecemos o debate!

Estudar na Europa? Aprecie com moderação.

Estudar na Europa parece ser o sonho de muitos estudantes brasileiros que vislumbram ter algum dia um ensino de qualidade, ao que parece, nossa educação está aquém da qualidade dos europeus em muitos aspectos. Essa legitimação dá-se por diversas razões: desde a clichê, mas sempre atual, colonização, até a um comparativo entre currículos baseada em pontos específicos (“esse curso aborda mais o que eu quero”). O que eu pretendo aqui é abrir a discussão referente a essa busca desmedida pelo estrangeiro, que ao meu ver, está numa situação pior que a nossa no que diz respeito à valorização da Universidade. Em 2006 e 2007 tive a oportunidade de experimentar 4 Universidades de Design: UFBA (minha faculdade de origem), UFPR (através do Programa ANDIFES de Mobilidade Acadêmica), Politécnico di Milano – Itália e Köln International School of Design | KISD – Alemanha. Nesses espaços eu experimentei 4 propostas pedagógicas diferentes e 4 quatro realidades distintas. 

A Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia é a unidade sede do Curso de Design do Objeto (antigo Desenho Industrial com habilitação em Programação Visual) e do Curso Superior de Decoração (futuro Design de Interiores), ela sobrevive à duras penas à política neo-liberal de depredação do ensino público com R$ 4000,00 trimestrais. Temos aulas em prédios provisórios há uma década, com pouca infra-estrutura de suporte pedagógico (2 projetores pra 4 cursos de graduação) e uma decadente estrutura física (tetos que caem e goteiras). Nosso corpo docente é constituído basicamente por profissionais de áreas congêneres, pois na nossa escola, temos ainda os cursos de Artes Visuais Bacharelado e Licenciatura, com os quais dividimos os Departamentos de Expressão Tridimensional e Pintura e o de História da Arte e Desenho. Mesmo com todo esse quadro, fomos elogiados por nossa produção na última avaliação do MEC, pelo Prof. Ari Rocha. Aqui não temos pesquisa em Design, mas como dito por uma professora de Saint Ettienne – França, nosso corpo discente é o patrimônio mais valioso da Universidade Federal da Bahia. Movimentação vista também na Universidade Federal do Paraná, onde estudantes avaliam professores e organizam desde 91 eventos de mobilização nacional. Meus oito meses em Curitiba mostraram como seria a UFBA com um corpo docente especializado e com incentivo a pesquisa. 

E chego na maior escola de Design do mundo, o Politécnico di Milano, com quase 8000 estudantes de design (dado que ouvi pelos corredores) que apresenta uma infra estrutura de invejar: Studio de Clay pra modelagem de automóveis, scanners 3D, Laboratórios de prototipagem e um corpo docente vinculado a um imenso departamento de pesquisa chamado INDACO. À primeira vista, um sonho. Mas ao entrar na sala de aula da graduação (lauréa), me deparo com um sistema pedagógico que contradiz fundamentos de uma Universidade, como estudos em disciplinas humanas (sociologia, filosofia, etc) e a construção do conhecimento ainda na graduação, e nem se ouve falar em extensão. Temos um curso de graduação em 3 anos, que não tem muito valor, você é um Designer Gráfico “inferior” (como ter um antigo curso técnico) e dai sim, uma especialização em 2 anos, onde você pode se tornar então um profissional de fato.

O tratado de Bologna foi acordo de padronização pedagógica estabelecido na Magna Charta Universitatum de Bologna em 1998. Ele procura criar, entre outras coisas, um sistema que viabilize o livre passe de estudantes e professores pela Europa, (Bologna é um dos “pais” do Uni-Nova, programa para as universidades federais criado pelo meu Reitor Neomar, o Magnífico, em sua escalada rumo ao ministério, mas isso deixo pra outro artigo), uma proposta até interessante, mas que faz o ensino pagar um preço alto. Bologna é o resultado de um processo de depreciação do ensino superior, onde temos um estudo cadenciado, com 120 estudantes na sala de aula (onde você é menos que um número), disciplinas especializadas que oferecem conteúdos ferramentais, que não propiciam discussões de sociedade ou construção de conhecimento na graduação. Uma fábrica de “profissionais”.

Na Alemanha tive contato com um sistema próprio. A Escola Internacional de Design de Colônia foi fundada por um dos pioneiro do design pós-moderno alemão Dr. Michael Erlhoff para ser uma “escola de fazer pensar” (palavras ditas por ele em uma conversa informal no café administrado por estudantes da escola). 15 estudantes na sala de aula, 5 anos de graduação, dois TCCs (pré-Diploma e Diploma), disciplina chamada Workgroup, onde você trabalha em um posto na faculdade, seja na administração, no café, no jornal da escola, etc. Em contato com o professor Jenz Großhans (diretor da escola quando eu estudei lá), ele me falou de como será difícil manter o método KISD com o tratado de Bologna, pois os critérios pra fazer parte impedem grande parte do projeto pedagógico experimental da escola.

Acho que nosso sistema educacional está longe de ser o ideal: nossa escola pública está caindo e as particulares estão se transformando em cursinhos (e particulamente questiono o compromisso social dos empresários da educação). Mas ao meu ver a Europa, em muitos casos, oferece uma educação de graduação seletiva, quase um curso profissionalizante, com grandes inovações tecnológicas em infra-estrutura, mas um sistema “linha-de-montagem” de profissionais. No Brasil, ainda dá tempo de lutarmos por uma educação pública de qualidade.

Elimine as armadilhas

Por: Nathalia Santos Costeira

Escorregões, tropeços e quedas podem ter consequências graves. Por isso, estar atento a pequenos detalhes, como a disposição correta dos móveis, é indispensável para diminuir o risco de acidentes em casa, principalmente se houver crianças e idosos circulando

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Sempre pensamos em nosso lar como um local seguro, onde estamos livres de qualquer perigo. No entanto, pesquisas recentes apontam que aproximadamente 75% dos acidentes que envolvem idosos e crianças acontecem dentro de suas próprias residências. Essa constatação pode ser atribuída ao fato de que casas e apartamentos, em geral, não são projetados para atender adequadamente suas necessidades, e que pouco tem sido feito para mudar isso. “O ambiente em que vivemos deve, necessariamente, ser compatível com nossas preferências pessoais e necessidades específicas”, alerta o arquiteto Allan Feio.

Os profissionais da área chegaram ao consenso de que a principal causa desses acidentes é a falta de conhecimento. “Os próprios moradores poderiam prestar atenção a pequenos detalhes como corrimãos, pisos e móveis adequados, se soubessem de sua importância”, afirma o designer de interiores Paulo Oliveira, para quem a principal dificuldade está em conscientizar as pessoas sobre a necessidade dessas mudanças. “É preciso vencer a resistência dos próprios clientes, que se preocupam em atender somente as necessidades do agora, esquecendo das adaptações que serão indispensáveis com o passar dos anos ou com a chegada de um filho, por exemplo”.

Outro obstáculo presente na hora de trazer segurança aos projetos é a questão estética. Para a designer de interiores Adriana Diniz, existe um certo preconceito em relação à instalação de barras ou mudanças nos mobiliários. “Muitos acreditam que isso compromete a estética do ambiente, o que não é verdade”.

Mas esse preconceito não está restrito aos clientes. Muitos arquitetos e designers de interiores também primam pela estética, quando o conforto, a praticidade e a segurança deveriam estar em primeiro lugar. Contudo, com o crescimento da perspectiva de vida e o número de idosos aumentando no País, está surgindo um novo mercado, que cresce acompanhado de profissionais especializados no assunto.

E engana-se quem pensa que é preciso gastar muito para melhorar a segurança. Adriana Diniz garante que é possível fazer mudanças sem desembolsar muito dinheiro. “Pequenas alterações na decoração e organização dos móveis já fazem grande diferença”.

Já para quem precisa de adaptações mais específicas, o custo pode variar entre R$ 3.000 e R$ 40.000, dependendo das necessidades e limitações. A arquiteta Maria Olide Leal ressalta, porém, que qualquer alteração devidamente projetada só acrescenta valor ao imóvel. “Além de proporcionar qualidade de vida aos moradores”.

O primeiro passo nessa direção é observar todos os detalhes, como pisos, locais de circulação, distribuição do mobiliário, iluminação etc. O arquiteto Allan Feio aconselha a remover todos os obstáculos das áreas por onde passam as pessoas: os fios devem ficar em canaletas e os tapetes convencionais trocados por modelos antideslizantes.

Paulo Oliveira ressalta também a importância dos pisos antiderrapantes na cozinha, banheiros e áreas externas, assim como corrimãos e demarcações no início e fim das escadarias. Sugere, sempre que possível, optar por móveis com cantos arredondados, que evitam ferimentos graves, principalmente nos choques com crianças.

Entre os cômodos que merecem mais atenção, a unanimidade entre os profissionais é o banheiro. “O uso dos porcelanatos, aliado à falta de barras de segurança e apoio, são os fatores que mais contribuem para os altos índices de acidentes” afirma Feio.

BOX (na matéria) – Segurança em primeiro lugar

Aqui, os profissionais dão dicas de como deve ser uma casa em que circulem crianças e idosos:

Área de serviço: Os itens de limpeza precisam ser colocados em locais de fácil acesso, mas longe do alcance das crianças, e os objetos pesados devem sempre ficar nos lugares mais baixos. No piso, dê preferência aos materiais que permitam fácil manutenção e limpeza, mas que não sejam lisos.

Cozinha: Assim como na área de serviço, os objetos utilizados com mais frequência devem ficar em locais de fácil acesso. O conselho é proteger as quinas dos móveis, e a altura dos balcões e da pia precisam ser adequadas a quem trabalha no espaço.

Sala de estar: Evite prateleiras de vidro e acessórios em excesso sobre as mesas. Retire todos os tapetes ou utilize antiderrapantes que se fixam no piso. Fique atento às quinas dos móveis e à firmeza dos mesmos.

Sala de jantar: Como na sala de estar, evite o excesso de acessórios sobre a mesa e, caso o tampo da mesa seja de vidro, proteja-o com botões de silicone, para evitar quebra ou trincas. Prefira cadeiras leves, resistentes e firmes, mais facilmente manuseadas por crianças e idosos.

Quarto: O ideal é que armários, cômodas e criados-mudos tenham corrediças nas gavetas e protetores de quina. A cama deve ter altura apropriada ao usuário, e o interruptor de luz precisa ficar próximo ao leito.

Banheiro: O piso deve ser adequado para áreas molhadas, e o uso de tapetes só é permitido se for do tipo de borracha com ventosas. Dentro do box e próximo ao vaso sanitário, é recomendado instalar de barras de segurança e eliminar desníveis do piso. O porta-toalhas deve ser fixado na parede.

Áreas externas: Para quem possui piscina, o ideal é proteger toda a área com grade de alumínio e instalar pisos apropriados para evitar quedas e escorregões.

Janelas: Todas elas e também as varandas devem contar com rede protetora.

Escadas: Corrimãos e degraus sinalizados com cores fortes ou faixas antiderrapantes são imprescindíveis. A instalação de portões também é indispensável para quem possui crianças pequenas.

AT revista, parte integrante do jornal A Tribuna – Ano 4 – Edição 171 Sessão – Sua Casa – 9/março/2008

Redação – Quando eu for grande…

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Ontem a tarde a Patricia Suevo me enviou um arquivo com uma redação de uma suposta criança, dizendo que gostária de ser quando crescer. Na minha opnião um texto muito bom caso seja feito por uma criança.

Para quem quiser conferir pode ler abaixo ou clicar na imagem acima e ler o original.

Redação

Quando eu for grande, quero ser designer. Os meus amigos querem ser futebolistas ou super-heróis.

Eu quero ser designer, porque a missão do designer é muito importante. O designer é muito importante para as pessoas e para os super-heróis também, porque é ele que desenha as marcas para eles forem nos fatos. O designer também desenha bonequinhos para por na porta das casas de banho, para os meninos e as meninas não se enganarem.

A missão do designer é mostrar às pessoas que o gosto delas não é tão importante como o seu. O designer também tem que mostrar aos outros, que aquilo que faz, dá mais trabalho do que parece.

O designer tem como missão, fazer as coisas ficarem bonitas. As pessoas adultas compram coisas porque são bonitas.

O designer tem como missão ser crescido e nunca se enganar, mas se isso acontecer, é porque ele fez de propósito.

O designer tem como missão explicar à família, que não faz desenhos de casas.

O designer tem como missão preocupar-se com aquilo que ninguém se preocupa, alinhando as coisas e escolhe tipos de letra, sem ser a times.

A missão do designer é conseguir fazer os trabalhos do dia anterior, de forma a parecer que estão feitos há muito tempo.

O designer é um elemento mediador, tem como missão conciliar e responder a um variado conjunto de objectivos e condicionantes que se colocam perante si.

A minha avó diz que há um designer dentro de cada um de nós. A minha avó faz bordados e tem um macintosh.


Autor: Tiago Carvalho da Silva Resende

Experimentação no Design – Os Produtos de fora

Já havia falado aqui sobre esse assunto. Reitero que sem a experimentação o limite deixa de ser técnico mas torna se cultural. O Designer Yong-Seong Kim criou esse protótipo de cd player ( algo relacionado a você não perder seus cds e ao mesmo tempo ter um mp3 player pequeno e legal ).


Idéia louca vocês podem estar dizendo. Antes uma tentativa de idéia louca doque marasmos tediosos.
Outro caso que gostaria de citar era do Iphone. A nova maravilha tecnológica, que logo vai ser superada. Todas as empresas começaram a correr atrás e já existem possibilidades como essa do designer Bogar Bence .
A derradeira questão surge então: há mercado para esse tipo de coisa aqui no Brasil? Não levando em consideração equipamentos eletrônicos, mas os mais diversos ( como aquela lixeira de 1000 reais compradas pelo Reitor (da UnB). Se não é criado e o que é criado, não é mostrado, como é que o povo vai querer ?

Curso de Extensão Cesumar 2008 – Light Design

Estão abertas as inscrições para o curso de Light Design que estarei ministrando no Cesumar, em Maringá-PR.

OBJETIVO GERAL

Ampliar os conhecimentos dos participantes sobre iluminação. Desenvolver a capacidade de análise estética e o senso observador crítico. Estimular a criatividade e inovação utilizando a luz e equipamentos da forma correta e coerente. Promover o entendimento e conhecimento sobre a complexidade que envolve um projeto de Light Design e o que diferencia da área da iluminação. Conscientizar sobre a importância da parceria de profissionais de Designer de Interiores, Arquitetura e Engenharia com especialidades em Light Design.

CRITÉRIOS

Freqüência de 80% e participação em sala de aula durante as atividades desenvolvidas.

REQUISITOS

Estar cursando o último ano dos cursos de Design de Interiores, Arquitetura, Engenharia ou ter algum conhecimento em iluminação.

PÚBLICO ALVO

Acadêmicos dos cursos de Design de Interiores, Arquitetura, Engenharia e profissionais interessados em aprimorar conhecimentos.

AULAS

Sábados, das 8h às 12h e 14h às 18h

17, 24, 31/Maio e 07/Junho

DISCIPLINAS

EQUIPAMENTOS I – LÂMPADAS

EQUIPAMENTOS II – LUMINÁRIAS

EQUIPAMENTOS III – ESPECIAIS E TECNOLOGIAS

ESTUDOS DE CASOS – OBSERVAÇÃO, ANÁLISE E CRÍTICA

ILUMINAÇÃO CÊNICA X ARQUITETURAL

LIGHT EM EVENTOS – CÊNICO, SHOWS, EVENTOS DIVERSOS

LIGHT INTERIOR E EXTERIOR – COMERCIAL

LIGHT INTERIOR E EXTERIOR – RESIDENCIAL

NORMAS TÉCNICAS

ÓTICA E PERCEPÇÃO VISUAL, GEOMETRIA DA LUZ

PROJETO I – DESENHOS

PROJETO II – IMPLANTAÇÃO

Maiores informações: http://www.cesumar.br/deac/extensao2008/?idCurso=163&idArea=20  

O cara que manja “tudo de corel” não é designer!

Sim, são muitos (alguns) anos vividos neste mundão de meu Deus…

Quantas vezes ouvi isso: “Você é designer? Manja tudo de corel e photoshop?”
Quantas vezes respondi: “Sim, tenho domínio das ferramentas e mais todas as listadas aí no meu cv, porém a vaga é para designer ou operador de computação gráfica?”

A história continua a mesma.

Micreiros, os “sobrinhos que sabem tudo de computador”, estão por toda a parte, espalhados, prostituindo o mercado, baixando diversas apostilas, comprando e sustentando publicações discutíveis do tipo “seja um web designer e ganhe dinheiro em uma semana”, além de despencarem a média salarial e o custo do freela.

Sou otimista. Acredito que o mercado, como uma tartaruga, caminha rumo ao amadurecimento, entende que soluções de gente “meia-boca” só podem ser ruins e só levam ao re-trabalho muito mais difícil e complicado (o barato sai caro), mais tarde.

Porém é deprimente saber que profissionais que dedicam uma vida ao ofício do design se vejam obrigados a enfrentar, como concorrentes, os malditos micreiros e sua sabedoria onipotente.

Acho que é uma missão de todos nós: educar o cliente, informar o mercado, com paciência e dados concretos mostrar a eles a diferença de um bom design e um design “tabajara”. Reclamar entre nós não resolverá muito: todos precisam reconhecer e respeitar nossa tão sofrida profissão.

Amém.

Pauta Nacional Unificada

É com grande pesar que venho anunciar o veto pelo Conselho Nacional dos Estudantes de Design à proposta da Pauta Nacional Unificada.
Após meses de discussão na lista, dois dos representantes presentes (Allexsandra Ebrahim de H. Pintor, CEFET-PE e André Oliveira Arruda, UFCG-PB), mais a CoNDe Manaus votaram contra a aprovação de uma proposta que eu acredito que seria um grande avanço na maturidade do Movimento Estudantil de Design.

Este projeto é uma proposta de modificação de estrutura e de ação política do Movimento Estudantil de Design. Ele objetiva construir uma pauta de discussões e de luta que seja deliberada pelo Conselho Nacional dos Estudantes de Design, que seja discutida e promova ações locais através das diversas manifestações e da produção dos estudantes de Design do Brasil. Por Pauta Nacional Unificada se entende uma lista de itens que irão nortear as ações das Entidades de Base, inclusive daquela que sediará o Encontro Nacional dos Estudantes de Design, sendo que o projeto de execução do mesmo terá como base e foco central a PNU deliberada no CoNE Design. A PNU não se trata de uma imposição para as Entidades de base, ela se propõe como pauta central anual, a título de potencializar as discussões e unificar as ações do CoNE Design.

Com o veto, a decisão fica adiada ao CoNe Design Manaus, durante o N Design, atrasando em um ano a efetiva ação da proposta, uma perda para todos os estudantes de Design que acreditam na solidificação e unidade do Movimento Estudantil de Design. Dentre as justificativas dos votantes contrários à proposta estava o fato da carta chamar o N de “atividade lúdica e festiva” (isso consta na ata a ser publicada do ultimo dia do CoNE Manaus). Razão, ao meu ver, imatura e irresponsavel frente à possibilidade de construção e evolução que seria promovida pela intituição da PNU.

Gostaria de colocar esse assunto na pauta da lista nacional, tanto a titulo de mostrar minha indignação frente a essa atitude, quanto por estruturar um projeto que venha ser intituido e legislado no CoNE Manaus em Junho.

Segue a seguir a carta de apresentaçao do projeto da PNU.

Saudações Estudantis,

Pauta Nacional Unificada

A Pauta Nacional Unificada é uma proposta do CADI, Centro Acadêmico de Desenho Industrial da Universidade Federal do Paraná, aqui representado por Alexander Czajkowski, em parceria com Mauro Alex Oliveira Rego Filho, estudante da Universidade Federal da Bahia, a partir de discussões geradas na lista nacional de e-mails do CoNE Design e da pauta do primeiro CoNE Design do ano de 2008, realizado em Manaus-AM no período de 24 a 27 de janeiro de 2008. Colaboraram com a proposta: Kelli CAS Smythe, estudante da Universidade Federal do Paraná, Patrícia Vieira Lima, estudante do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina, e Rafael Toledo, estudante do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

O CoNE Design é um evento periódico que visa a articulação, integração e comunicação dos estudantes de Design. Ele surgiu como uma instituição burocrática estruturada em secretarias que se tornou incompatível com o contexto histórico e necessidades dos estudantes de Design do Brasil. A partir da reforma estatutária, o movimento Estudantil de Design estruturou-se como uma rede de comunicação e articulação política entre Entidades de Base e assembléias estudantis representadas, promovendo o contato, integração e representatividade dos estudantes de Design do Brasil.

Atualmente a desarticulação nacional dos estudantes de design para pautas comuns de interesses políticos é uma situação pontual e vergonhosa. Os estudantes de Design brasileiros não possuem força política para colocar suas inquietações e propostas de sociedade nas pautas de fóruns nacionais, tanto por não se fazerem presentes nesses espaços, quanto por não terem esse ideal de fato estruturado. O movimento estudantil nacional de design tem se configurado desde seu surgimento como um promotor de eventos de caráter acadêmico-científico que visa à integração e comunicação dos estudantes. Porém, sempre pecou em não estruturar de fato uma proposta de sociedade. Como resultado, temos uma descontinuidade e repetição de assuntos e discussões que não conseguem sair do plano da discussão para o plano da ação, tendo essa desarticulação refletida na dificuldade de associação profissional. A descontinuidade dá-se também em virtude da não articulação das entidades de base em questões comuns, externas à realidade da sua própria Instituição de Ensino.

A imaturidade do Movimento Estudantil de Design dá-se por causa da própria relação do estudante com a sociedade, agravada pela ausência de ações concretas por parte de uma organização estudantil anterior, fundada de forma alheia aos interesses de uma maioria representada.
Os Encontros Nacionais e Regionais de Estudantes de Design e eventos diversos têm sido, até então (com exceção do Cônico), a única expressão do ME Nacional de Design. Eles, mesmo abordando temas pertinentes à construção política, acadêmica e científica dos participantes, configuram-se basicamente como uma atividade lúdica e festiva, não atraindo muitos estudantes interessados nas questões políticas estudantis, dificultando a discussão de pautas e propostas de ações no que diz respeito à manutenção dos direitos dos Estudantes. Dessa forma, a PNU poderá contribuir de forma positiva para a modificação da imagem difundida de que o N Design é um encontro constituído apenas por atividades de integração lúdicas e questões sem importância para a sociedade. Tornará os resultados mais claros e palpáveis, principalmente, àqueles que não costumam participar de Encontros: aos estudantes atualmente sem confiança, aos professores que muitas vezes desconhecem os reais objetivos do N Design e até mesmo aos possíveis parceiros que poderão vislumbrar o evento com maior credibilidade.

Com a aprovação de um novo modelo de estrutura proposto em 2006, as Entidades de Base ganharam uma significativa importância dentro da construção do Movimento Estudantil de Design, porém, uma reforma da estrutura burocrática não é a única ação que solucionará problemas como apatia e a despolitização característica do Movimento Estudantil de Design. Considera-se que a estrutura proposta para a PNU reflete o amadurecimento do CoNE Design, em que existam linhas-guia que compartilhem de valores de uma proposta de sociedade, no qual as ações deixam de ter caráter principal em eventos de integração, passando a usar este mecanismo como uma oportunidade de desenvolvimento e crescimento, através da geração e aplicação de propostas de interesse nacional, frente a uma demanda identificada e de maneira continuada em prol de uma proposta de sociedade, ao invés da forma como existe hoje, quando as propostas acabam por ter caráter bastante isolado.

A Pauta Nacional Unificada objetiva discutir e deliberar anualmente uma pauta, que definirá valores a serem abordados pelo Movimento Estudantil de Design em suas atividades e ações, objetivando a convergência de forças nacionais em prol de uma causa comum, a título de amadurecer, discutir, exercitar e agir, legitimando e consolidando o seu caráter nacional. Além disso, ela se propõe a:

a) Estimular uma maior participação e discussão dentro de todas as entidades de base a respeito de uma proposta de sociedade;
b) Possibilitar a participação de todos os estudantes do Brasil de forma ativa na pauta do ME em Design e dos Encontros de Estudantes de Design.
c) Constituir pauta de interesse global a ser aplicada e adaptada localmente de acordo com a realidade regional;
d) Capacitar os estudantes sobre os itens presentes na PNU deliberada, que serão trabalhados em materiais comunicacionais, através do portal do CoNE na internet e dos demais meios de comunicação vigentes;
e) Fortalecer o primeiro CoNE Design do ano;
f) Nortear o processo de construção de pauta para o N Design do ano subseqüente a sua votação;

Propõe-se que a PNU seja uma pauta discutida e deliberada anualmente por ocasião do primeiro CoNE Design do ano. No evento, cada entidade de base presente apresentará suas propostas em relação aos assuntos e valores que foram considerados, percebidos, trabalhados ou que apresentaram demanda em suas realidades locais. Trata-se de uma pauta central de relevância global auxiliada por itens passíveis de adaptação e aplicação na realidade em questão. Cabe que estas propostas sejam apresentadas antecipadamente através dos meios de comunicação disponíveis entre as entidades de base. Para ser validada como proposta de pauta para votação, deverá existir a defesa da mesma através da sua representação, oficializada por uma entidade de base ou assembléia representada.

Após a apresentação das propostas, as mesmas serão discutidas e deliberadas. Cabe a entidade de base proponente tornar viável a apresentação e capacitação a respeito de sua proposta, com o intuito de atualizar os demais presentes e qualquer interessado em liderar atividades afins da PNU. A partir disso, idéias poderão ser discutidas e geridas localmente a partir de cada entidade de base, sendo que o todo estará trabalhando em torno dos interesses nacionais identificados na PNU, consolidando o ME em Design e efetivando ações de maneira unificada, pensando globalmente e agindo localmente.

Dessa forma, os valores norteadores para o N Design do ano subseqüente passam a ser regidos pela PNU, sendo que cabe aos interessados a organização de um projeto como pré-CONDe, considerando e defendendo a sua capacidade em sediar a discussão de tais valores, determinando e inovando através do enfoque e formas de abordagem. A partir do primeiro CoNE Design do ano os interessados terão o prazo de até 30 dias antes do N Design para apresentação de suas propostas, sendo que a votação de escolha da próxima CONDe continuará a ser durante o segundo CoNE Design anual, realizado por ocasião do N Design. Em caso de aprovação da PNU, cabe uma revisão dos itens dos Capítulos VI e VII do Estatuto do Conselho Nacional dos Estudantes de Design.

Caso não sejam apresentadas propostas para PNU, ou, caso não haja deliberação a respeito da mesma, a pauta para o N Design volta a ter caráter de livre decisão por parte dos interessados em sediar o evento no ano subseqüente, sendo mantido o cronograma para a apresentação e votação dos projetos.

Considera-se que a Pauta Nacional Unificada representa um novo paradigma para o Movimento Estudantil de Design, ou seja: uma nova realidade estruturada. A partir de sua implementação, a atuação frente aos interesses nacionais será mais efetiva e funcional, através de reflexões globais e ações regionais, convergindo forças em prol de uma causa comum, assim colaborando para a construção de uma nova sociedade mais justa, igualitária e democrática.

Experimentação no Design

Estava eu ajudando a montar um palco para a apresentação das crianças do colégio onde minha namorada trabalha. Crianças de no máximo 5 anos iam subir no palco e mostrar aos pais como conseguem, todas juntas, fazzer a mesma coisa.

Na hora isso me veio como um pano que limpa a lente do óculos. Como eu não vi isso antes? Desde pequenos somos moldados a seguir um padrão. E agora o que o design tem haver com isso? Ora, uma coisa que eu já tinha escutado, é como as instituições não deixam seus aluno “pirar”. Por mais que alguns não concordem, todo material produzido já é formatado para o mercado.

Nas instituições pagas o projeto sempre é voltado para o mercado e nas federais, voltadas para atender (teoricamente) a sociedade em retribuição do aprendizado oferecido.

Tendo como comparação as maiores e melhores instituições do mundo, os projetos lá apresentados (em pelo menos uma parte do curso) fogem de qualquer paradigma. Vejam, não estou dizendo que deveríamos deixar livre a criação para sempre, mas que ela devia ser promovida uma vez que no decorrer da carreira do designer ele vai encontrar milhares de barreiras.

Digo isso, analisando muito projeto “novo” também.

A experimentação é um processo de qualquer ser vivo em desenvolvimento. É natural. Muita coisa, aqui no Brasil em relação a profissão de designer, tem que ser administrada mas a criatividade (nata de quem nasce por essas bandas) deve ser “focada a ser solta”.

Uma coisa que sempre complica essa história é o dinheiro. Se não for rentável até um período de tempo, pode esquecer. Verdade, mas eu acho que o valor de idéias podem ser mais rentáveis. Ou não.

Associações e Campanhas

Com o objetivo de para o aprimoramento da carreira de cada um, descrevo no texto abaixo a minha relação e objetivos com este assunto. Assim, espero que todos aqueles que não me conhecem ou não têm idéia da minha real intenção possam entender as questões aqui apresentadas…

Há algum tempo, coloquei uma frase no meu finado blog que costumo usar para me policiar: “se eu faço o que sempre fiz, só consigo o que sempre consegui”. Usando esta frase como motivação, comecei a pensar sobre o que eu estava fazendo em prol da minha profissão e do meu futuro. Então, conclui que era hora de fazer algo a mais.

Então, em primeiro lugar pensei em ajudar os amigos, e assim colher algo em troca: ver o coletivo. E assim que lancei a proposta entre eles, iniciei um trabalho de pesquisa para me preparar melhor para o crescimento do movimento. Afinal, por mais que eu não trabalhe como designer há certo tempo, nunca deixei de acompanhar o que estava acontecendo com os colegas que ainda atuam na área.

Os problemas da nossa profissão são iguais em todos os lugares: falta de oportunidade, concorrência de “não-designers”, tipos de concorrência ,como por exemplo a apresentação do projeto e não do orçamento (que o mercado adquiriu, pela falta de uma atuação única da classe), entre outros.

E partindo do princípio que unidos venceremos, acredito que a melhor maneira de iniciar uma reação seria organizar encontros periódicos de profissionais e estudantes, não para discutir os problemas, todo mundo já sabe quais são, mas discutir as soluções. Não precisa ser um lugar físico. Este blog é um bom exemplo disso.

Encontros desse tipo criam idéias e oportunidades, que por sua vez geram soluções, formando uma cadeia produtiva da qual uma nova realidade surgirá. E fazer isso de forma organizada é o Ideal.

Mas do ideal para o real, necessita-se de muito comprometimento e paciência.

Principalmente quando aparecerem divergências. É nessa hora que devemos continuar discutindo até todos estarem devidamente convencidos que a ação acertada é a melhor a se tomar.

Temos que inovar. Coletar informações de alta qualidade, nos ajustando às transformações e sendo sensíveis às mudanças. Precisamos usar a criatividade em busca de idéias sem ficarmos presos a exemplos anteriores. Cada local possui sua própria realidade. Não podemos nos deixar intimidar com as poucas possibilidades que aparecerão.

É preciso educar o profissional e estimular a sua capacidade empreendedora, e associações, como trabalhos conjuntos e grupos de discussão, têm um papel importante nesse contexto. Primeiro, tais associações exercem um papel fundamental para o desenvolvimento e promoção do profissional. Segundo, associações desse tipo acabam tendo uma maior credibilidade perante a sociedade, pois em geral não possuem fins lucrativos e trabalham em pro do coletivo. Elas podem ter um local físico como ponto de encontro (embora não seja estritamente necessário), no qual se desenvolvem trabalhos de caráter social via workshops, unindo a experiência de profissionais mais experientes com a vontade de estudante e recém-formados.

Também é preciso inserir o estudante no mercado de trabalho. Orientá-los. Interferir no currículo das faculdades que estão defasadas ao mercado. Montar uma base de dados e referências relativos às nossas atividades. Elaborar uma programação de atividades periódicas, tais como cursos, palestras e workshops, dirigidas a estudantes, designers e a profissionais de áreas afins e convergentes.

A divulgação das ações tomadas pelas associações também é fundamental. As formas de divulgação podem ser simples (como boletins, sites, relatórios, atas, entre outros), mas devem ter abrangência, periodicidade e atualidade.

O ponto fundamental aqui é que não podemos ficar satisfeitos com a situação. Ações pequenas já são muito melhor que nada.

A realidade nos obriga a ter apoio de uma entidade (pois assim teríamos força e abrangência para regularizar o mercado) do fornecedor e do cliente consumidor da prestação dos serviços do designer. Dessa forma, a garantia de qualidade e eficiência profissional seria certificada. Neste ponto, a questão se resume à palavra credibilidade, ou seja, superar as expectativas do cliente, promovendo tranqüilidade e satisfação.

Em 1996 (sim, mas de uma década atrás), surgiu o Programa Brasileiro de Design (PBD), que tinha como objetivo qualificar a exportação nacional, visando tornar o produto nacional mais competitivo. Isso teve como conseqüência o surgimento de vários programas estaduais de design.

As ações provenientes foram conversas e ações que geraram discussões em diversos níveis. Essa atividade, além de ter possibilitado a identificação de um contingente de profissionais dispostos à “arregaçar as mangas”, de forma até ousada e contundente, sensibilizou as autoridades e a cadeia produtiva brasileira, no sentido de perceber a atividade de Design como economicamente necessária e estrategicamente indispensável.

Hoje, mesmo com enormes distorções e simplificações, o Design é uma atividade reconhecida como fundamental para quem procura qualificar seus produtos e torná-los mais competitivos. Empresários e executivos de marketing já sabem quando chamar um designer. Já conhecem a amplitude dos serviços que podemos prestar. O mercado percebeu a diferença.

Cabe a nós fazermos nossa parte para mantermos esta posição e corrigir as distorções.

Nós designers (principalmente os que estão começando como eu) não estamos nessa profissão porque ela nos dá muitas riquezas materiais, mas principalmente porque gostamos daquilo que estamos fazendo e essa ação, de se buscar discutir nossa posição e papel na sociedade, não privilegia somente a nós mesmos mas à classe de designers e ao nobre sentimento de criar e procurar soluções que melhoram a qualidade de vida de todos.