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Entrevista com o cartunista Sergio Aragon


Aos 70 anos, completados na última quinta (6/9), Sergio Aragonés ainda desenha com gosto e com a mesma velocidade que lhe valeu o título de “cartunista mais rápido do mundo”: a Folha levou dois meses até conseguir entrevistá-lo, mas apenas 20 minutos, entre o pedido e o envio, para obter um auto-retrato para ilustrar a matéria.

Espanhol radicado no México e morando nos EUA há décadas, Aragonés tornou-se célebre por seus minicartuns para a revista “Mad”, onde é o segundo colaborador mais longevo, trabalhando há 44 anos.

Leia a entrevista completa de Marco Aurélio Canônico na Ilustrada
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Documentário: Alexandre Wollner e a formação do design moderno no Brasil

A trajetória e o olhar crítico de Alexandre Wollner, um dos maiores nomes do design gráfico brasileiro, são abordados no documentário “Alexandre Wollner e a formação do design moderno no Brasil”, agora disponível para download em Torrent gratuito no site www.tecnopop.com.br .

O projeto é uma iniciativa da produtora de design carioca Tecnopop, especializada no mercado cultural, com o patrocínio do Programa Petrobras Cultural.

O design brasileiro carece de memória e registro visual, em especial no que se refere às gerações pioneiras que moldaram a profissão em meados do século passado. Nesse documentário de 85 minutos, coordenado por André Stolarski, Wollner fala sobre sua participação nos momentos centrais da história do design e dos trabalhos que deram um novo rumo à produção visual brasileira. Ao longo de sua carreira,o designer concebeu projetos de identidade visual para empresas como Itaú, Hering, Philco, Eucatex, Metal Leve e Indústrias Klabin, tornando-se internacionalmente reconhecido.

O projeto coletou 28 horas de depoimentos do designer, editando-os em vídeo e texto. A publicação, lançada em parceria com a editora Cosac Naify, incluiu ainda um catálogo completo das marcas produzidas pelo designer até 2005.

Dica do Luis Mendes

Falando em Wollner, recomendo, Alexandre Wollner: e a Formação do Design Moderno no Brasil, do mesmo André Stolarski.

Um designer brasileiro no país da censura na Web

“É como se tudo passasse por um big firewall”
Entrevista com Itamar Medeiros: brasileiro na China, país que censura a Internet
por Vanessa Nunes
original em: Zero Hora

Mesmo morando em um país conhecido pelos casos de censura à Internet, o designer pernambucano Itamar Medeiros, 32 anos, recorre à web para manter os amigos informados sobre o seu dia-a-dia na China. Desde julho de 2005 em Xangai, onde leciona comunicação visual no Raffles Design Institute da DongHua University, Medeiros mantém um blog (http://designative.blogspot.com) em conjunto com o designer carioca Bruno Porto, 35 anos, há quatro meses naquele país. O diário tem duas versões, em português e em inglês. O pernambucano possui ainda uma página no Flickr recheada de fotos suas com a mulher, a porto-alegrense Fabiane, 27 anos, em pontos turísticos de Xangai. Na última sexta-feira, Medeiros falou ao ZH Digital via VoIP (telefonia pela Internet) sobre as dificuldades de ser internauta na China.

ZH Digital – Como é o acesso à Internet na China?

Itamar Medeiros – Como tudo na China, passa por um controle de conteúdo. Se estou no Google e digito determinadas palavras-chaves, como “Praça da Paz Celestial” ou “Tibet” (temas sensíveis ao governo chinês), não retornam os resultados. É como se saísse fora do ar. Não mostra aquela mensagem de que a página não foi encontrada. Todo mundo sabe que tem o firewall, mas o governo é pouco transparente. Não se sabe se o que não conseguimos acessar é porque foi bloqueado ou se é porque a infra-estrutura de Internet do país é ruim.

ZH Digital – Que problemas são esses de infra-estrutura?

Medeiros – A China tem 12 links de saídas para o mundo e 120 milhões de internautas. É pouco canal para muita gente. E todos esses canais são controlados pelo governo. Por causa do filtro, o contato com páginas no Exterior se torna muito lento. A Internet fica lenta porque filtram até o conteúdo. É como se tudo tivesse que passar por um proxy gigante, um big firewall China (uma espécie de grande muralha da China).

ZH Digital – A navegação se torna lenta até mesmo em páginas hospedadas no país?

Medeiros – Para acessar sites hospedados aqui é rápido, porque essas páginas já passaram pela autocensura de quem as hospedou. Os servidores de Internet não são malucos de permitir algo que vá contra o governo. O próprio provedor é responsabilizado pelo governo por qualquer crime que seus usuários estejam cometendo.

ZH Digital – Como os chineses encaram o controle imposto à Internet?

Medeiros – O chinês não vê como um problema. Mesmo o chinês que fala um pouco de inglês acessa os serviços de Internet que são chineses. O curso em que dou aula é em inglês, e vejo pelos meus alunos chineses. Eles não têm conhecimento nenhum de como é a Internet no mundo. Quando a gente fala de sites populares, como o YouTube, o cara não sabe, porque sempre tem um site chinês com conteúdo parecido. A China tem 600 mil blogueiros, mas todos ou usam um servidor de blogs que seja da China ou um serviço que foi negociado com o governo para entrar aqui.

ZH Digital – Você toma algum cuidado sobre o que escreve?

Medeiros – Tem no meu blog em português um monte de coisa esculhambando a China. Metade do que coloco nele não ponho na versão em inglês. Não acho que eu seria preso (o governo já prendeu jornalistas sob a acusação de terem divulgado na Internet dados considerados “segredos de estado”), mas como vim para trabalhar aqui, preciso deles para me darem o visto.