Busca com duas funções. Depois que alguém fez parece algo tão simples, né?
Gostei da solução, e você?
Site: http://www.miniusa.com
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13 de novembro, próxima quinta-feira, é dia de pensar um mundo mais fácil de usar.
Escolha sua cidade e veja como participar.
Não te conheço, mas se você não gosta de ver seus filmes com a luz da sala apagada, ao menos deve conhecer alguém que goste. Foi pensando nessas pessoas que o youtube adicionou uma nova função ao site, que é o “desligamento de luz”, dessa maneira o usuário consegue se focar melhor no vídeo já que o fundo branco e os demais elementos da tela são “amenizados”.
Sacada genial, nomenclatura muito bem pensada. Há outras maneiras de explorar esse conceito, pense um bocado e divirta-se!
Site: www.youtube.com.br
Atenção: Por enquanto o recurso está disponível somente para novos vídeos. Se quiser testar te empresto o link usado na imagem deste post: http://www.youtube.com/watch?v=DvdfO0lq4rQ
É bastante comum ver pessoas antenadas e correndo atrás das tendências lançadas nos maiores eventos mundiais, seja qual for o segmento: moda, decoração, novos produtos, dentre tantos outros. Enfim, sempre temos algo de novo, praticamente todos os dias.
Mas será que isso tudo tem realmente algo a ver com você usuário, seu estilo, suas necessidades, seus sonhos e expectativas?
Muitos clientes chegam até os profissionais com recortes de revistas (ou até mesmo várias delas inteiras) dizendo: é exatamente isso o que eu quero. Isso não só compromete negativamente a vida do profissional especializado como pode complicar a sua também.
Causa estranheza quando algum profissional de Design de Interiores/Ambientes, que passou por uma formação acadêmica bastante profunda e específica tanto na área técnica quanto na criativa, se submete a simplesmente “chupar” (copiar) um projeto seja lá de onde for. Isso tolhe a capacidade criativa do profissional. Ele tem habilidades e conhecimentos para muito mais que o simples copiar algo. E, com esta prática, fatalmente ele não vai conseguir responder à altura das suas expectativas pessoais.
(…)
Gostou?
Então leia o artigo completo no meu blog www.paulooliveira.wordpress.com
Este artigo foi escrito para próxima edição da Revista Mary in Foco, de Curitiba-PR.
A percepção é um processo dinâmico que obtém dados dos sentidos do homem (tato, audição, visão, olfato, paladar), combina tudo isso com os dados da memória e do entendimento. A percepção existe mesmo nos menores seres vivos e desempenha um papel importante na sobrevivência deles. Sem a percepção o homem não teria como existir, pois é por meio dela que ele avalia o mundo ao seu redor e então toma suas decisões a favor da sua sobrevivência.
É a percepção que lhe mostra que a maçã está estragada, pois a casca está com manchas, e não deve ser comida. A percepção diz a hora em que devemos atravessar a rua, se devemos ou não colocar uma blusa para nos proteger do frio, se já é hora de acordar já que ouvimos tocar a campainha do despertador. Sem ela, duraríamos pouco tempo na Terra.
A percepção visual representa uma interface entre o cérebro e o meio ambiente. O sistema responsável pela visão é caracterizado por milhões de células que reagem detalhadamente a aspectos do que está ao nosso redor. Essa células nervosas respondem a cada componente da imagem como direção, grau de inclinação, forma, cor, através da ativação de áreas especializadas dentro do córtex visual. A tipografia está intimamente ligada ao sistema que analisa as formas, neste caso.
Embora a imagem seja “fatiada” em diversas partes, o cérebro não retira o significado em cima das partes isoladas. Ou seja, nenhuma análise é feita a partir apenas da forma, por exemplo. Percebe-se que já no processo da visão, tudo trabalha de modo relativo e interdependente. Um fator específico (digamos a cor) pode afetar todo os demais.
Dentro do sistema visual, várias partes trabalham de modo separado e ao mesmo tempo em harmonia com as demais, de modo a ativar a inibir certas respostas, e existe um contato contínuo entre essas partes. No dia-a-dia dos designers gráficos, é comum que os clientes solicitem mudanças nos desenhos e layouts, imaginando que isso não afetará todo o trabalho. Isso é um engano, pois todos os elementos de uma página ou item de comunicação são interdependentes. Mexer em uma cor, tamanho de um logotipo, posição na página, enfim, qualquer mudança, pode requerer que a página tenha que ser reajustada.
Assim, a percepção não é baseada num contato imediato com o meio ambiente mas sim no contato com esse pequeno mapa resumido que “representa” o que chega aos nossos olhos. A imagem que está sendo processada na nossa mente guarda apenas os detalhes mais importantes do ambiente, aqueles detalhes que são suficientes para efetuar comparações e análises. As formas (incluindo as letras) que vemos não são pequenas miniaturas que chegam ao cérebro, mas apenas padrões simplificados que representam essas formas.
A visão não é simplesmente um processo de enxergar-analisar-entender. Funciona mais como um sistema de exploração contínua, que não tem fim, em que cada vez mais dados são coletados do ambiente e isso afeta a cada momento a percepção total. Todas as vezes em que olhamos ao nosso redor, estamos continuamente respondendo nossas dúvidas sobre o ambiente e fazendo novas perguntas. Ao ver um pontinho preto na nossa pele, que não havíamos visto antes, nos perguntamos como ele foi parar ali? Há outros pontinhos na pele? Isso mostra que durante a visão a nossa memória participa ativamente. Assim, podemos afirmar que só enxergamos de certo modo, aquilo que conhecemos. Somos cegos para o que não aprendemos antes. A nossa visão é extremamente “preconceituosa” e enxerga tudo de modo muito particular. Cada pessoa tem uma visão diferente do mundo.
Os olhos tem inteligência. Como todas as informações que recebemos do nosso ambiente são bagunçadas e cheias de duplo sentido, os olhos tem que trabalhar para perceber mudanças e “não-mudanças”, de modo a organizar o que chega a partir do mundo exterior.
Quando a visão vê um objeto pela primeira vez, não guarda o objeto inteiro. Até porque, convenhamos, isso ia ser um problema pois, como o cérebro faria para saber de quê ângulo o objeto deveria ser “fotografado” pela mente? De frente? De lado? De cima? Agindo dessa maneira, teríamos que enxergar todos os ângulos possíveis da forma e nosso cérebro ficaria entulhado com um monte de imagens repetidas do mesmo objeto. Ou seja, seria um desperdício de espaço. O que o cérebro na verdade faz é guardar apenas as formas que contém as características que não mudam nos objetos, independente do ângulo em que estejam sendo vistos. Essas formas que o cérebro guarda recebem o nome de padrões invariantes (ou seja, que não mudam).
Conforme nossa memória visual vai crescendo, usamos esses padrões para detectar as formas básicas e pra tentar adivinhar as formas intermediárias que aparecem quando estão em diferentes posições.
Quando a visão está tentando reconhecer um objeto, na verdade o cérebro compara os dados que vêm da retina com o padrão guardado na memória de longa-duração. A representação na memória que se enquadra mais perfeitamente com o que a retina está recebendo é selecionada como sendo o objeto visto. Assim, basta vermos por exemplo o contorno da sombra de uma planta para sermos capazes de detectá-lo pela memória, usando um padrão simplificado.
Como dificilmente um objeto ou forma permanece a mesma pra sempre, a memória visual continua evoluindo e se modificando com a experiência. Cada vez que vemos algo mudar, a memória visual é atualizada de modo a refletir a diferença do objeto. Novamente, o que o cérebro vê e o que a memória guarda são as diferenças. O cérebro nunca guarda duas ocorrências da mesma coisa. Esse é um argumento pela qual um logotipo ou símbolo nunca deve ser igual a outro similar, pois ao fazer a simplificação das formas, o cérebro percebe que na verdade tem o mesmo padrão e então descarta o logotipo copiado, já que aquele padrão já tinha sido armazenado na memória.
O psicólogo James Gibson, em seu livro sobre a teoria ecológica da óptica, diz que não é a luz em si que define se um objeto é visível ou terá essa ou aquela forma. Pra ele o que importa é a “relação”, ou seja, são as mudanças e transições na matriz ótica e não a luz em si mesma, que afetam a visão. São as diferenças entre os pontos e retalhos de luz que nós vemos. Assim sendo, é a “mudança” que ativa a visão e é o “relacionamento” que carrega o significado.
A escola de percepção visual chamada Gestalt aponta para esse mesmo raciocínio. Segundo ela, os princípios que norteiam a percepção estão no espaços “entre” os elementos ao invés de estar “dentro” deles. O significado deveria ser encontrado na relação entre os objetos e no relacionamento que formaria a imagem total, não nas partes separadas em si.
A importância que isso tem pro design é que as partes nunca são vistas de modo isolado. O todo é maior que a soma das partes (esse conceito é chamado de “supersoma” na psicologia gestaltista). Se uma parte muda, as demais partes podem precisar mudar para reacomodar as diferenças e manter a percepção total que desejávamos no princípio.
Por exemplo, se um cliente pede pra aumentar um logo ou pra tirar um fundo, isso pode exigir um layout completamente novo. Uma composição gráfica não é um processo simples onde se colocam e tiram coisas, como se elas não tivessem relação nenhuma entre si. Quando um designer adiciona elementos visuais numa página, está resolvendo o tempo todo a questão do equilíbrio. Se elementos são adicionados ou retirados, o equilíbrio pode ser desfeito, exigindo uma nova organização visual. Experimente tirar ou adicionar frases na letra de uma música. Uma nova frase pode exigir que você mude as outras que já estavam presentes, que tire algumas palavras, descubra uma nova rima, enfim, a música não é uma simples soma de elementos. Um layout também não é.
Barry, A. Visual Intelligence – Perception, Image and Manipulation in Visual Communication. State University of New York, 1997.
Stevens, J. Isto é Gestalt. Summus Editorial, 1977.
Rhyne, J. Arte e Gestalt – Padrões que convergem. Summus Editorial, 2000.
Arnheim, R. Arte e percepção visual – uma psicologia da visão criadora. Editora Thomson Learning, 2006.
No começo da carreira como designer, eu também acreditava nesse “poder” da cor. Acreditava porque ouvia muita gente repetir, lia em livros, sites e até assistia na televisão. Como era um pensamento comum, eu aceitava, pois imaginava que era impossível ter tanta gente equivocada.
Tolinho. Eu era bem tolinho.
Mas, com o passar do tempo, e depois de estudar outros assuntos, além da teoria das cores, eu percebi que tinha alguma coisa errada nessa história de “chamar a atenção”. Foi só depois de ler sobre a “atenção em si”, em livros e periódicos de cognição, ergonomia e percepção visual, que eu cheguei à conclusão de que não tinham me contado tudo.
Pra responder essa questão sobre cores que atraem, precisamos entender o que é a atenção e como ela se relaciona com a percepção visual. (Antes, um aviso: se você acha que já sabe tudo sobre cor e percepção, não precisa ler o artigo, ele não tem nenhuma novidade pra você).
A atenção é o processo cerebral em que nos concentramos seletivamente em um aspecto do ambiente enquanto deixamos outros de lado.
Antes de prestar atenção em algo, é preciso senti-lo, captá-lo com nossos sentidos. No entanto, visto que nosso cérebro é limitado, ele não reage “a todos os estímulos que recebe”, seja uma cor vermelha, amarela ou qualquer outra. Se não fosse assim, o cérebro entraria em colapso, dada a quantidade absurda de estímulos que chegam a nós. Autores como Ornstein (1986) chegam a dizer que diariamente recebemos bilhões de estímulos.
Por isso, o cérebro desenvolveu a chamada seleção perceptiva, ou seja, as pessoas atendem apenas a uma pequena porção dos estímulos a que são expostos. Logo, usar vermelho não é garantia de que algo vai chamar mais ou menos atenção, pois a pessoa pode simplesmente ignorar essa cor.
Mas digamos que o vermelho foi uma das cores que a percepção detectou. Isso significa que ela irá chamar mais a atenção em relação às demais cores (ou comprimentos vísiveis da luz branca)? Não necessariamente.
Essa idéia de que o vermelho “chama mais a atenção” reflete uma visão antiga, pavloviana, passiva, sobre o comportamento humano, do tipo “ligue o botão A e acontecerá a reação B” ou “use a cor X e o cérebro fará Y”. Esse tipo de pensamento ignora o fato de que a percepção é um processo ativo, que é afetado por filtros baseados nas nossas experiências anteriores e na cultura.
Um desses filtros é chamado de vigilância perceptiva, ou seja, as pessoas tem uma tendência a perceber estímulos que se relacionam com suas necessidades presentes. Se uma pessoa precisa encontrar um objeto cuja cor ele sabe que é amarela (uma caixa de Maizena, num supermercado, por ex.) ele pode simplesmente ignorar objetos de cor vermelha e sequer prestar atenção nela. O mesmo acontece quando procuramos um livro verde na estante ou um link azul numa página de Internet. Nossa necessidade filtra os estímulos e nos faz reagir apenas aos que nos interessam.
Outro filtro utilizado pelo cérebro é a defesa ou distorção perceptiva. Isso significa que as pessoas vêem o que elas querem ver. Esse fenômeno explica porque nem sempre as pessoas interpretam nossas mensagens visuais da maneira como gostaríamos, mas sim do jeito que elas bem entenderem. Nesse processo de distorção, o uso do vermelho não garante que alguém vai selecionar esse estímulo e muito menos prestar atenção nele. Os interesses e necessidades individuais tem papel dominante, independente do uso de uma cor vibrante.
Por último, um fator que questiona essa supremacia da cor X ou Y é a adaptação, ou seja, o grau em que uma pessoa continua notando um estímulo com o passar do tempo. No processo de adaptação, as pessoas simplesmente podem deixar de prestar atenção a um estímulo, ou cor, só porque ela ficou muito familiar. Isso também pode ser chamado de “habituação”, que é quando um estímulo perde força. Os psicólogos detectaram vários fatores que podem gerar adaptação, como a intensidade do estímulo, duração, discriminação, exposição e relevância.
Isso quer dizer que a cor não tem impacto nenhum na nossa atenção?
Sim, possui, mas ela não trabalha de maneira isolada. É a cor, combinada com outros fatores do ambiente e do contexto, que podem atrair ou afastar a atenção. Em geral, os estímulos que são diferentes de outros ao redor tem mais chance de serem notados. Isso pode ser obtido com o tamanho, a cor, a posição ou a simples novidade (aparecer em um lugar inesperado). Utilizar um azul na embalagem, numa categoria de alimentos em que todas as embalagens são vermelhas, pode ter um efeito psicológico atrativo muito mais forte.
Logo, não é a cor vermelha que vai chamar a atenção e sim esse estímulo em relação a outros fatores como o interesse da pessoa, a quantidade de vezes em que ela foi exposta antes àquela cor, quais cores estão no ambiente ao redor, qual a proporção da área vermelha – é um ponto vermelho ou um metro quadrado? -, qual a relação pessoal que o indivíduo tem em relação ao vermelho, em que contexto a pessoa se encontra, que necessidade ela tem no momento, etc.
Muitos designers tem essa consciência, e sabem que essas receitas prontas de design poupam tempo, mas não resolvem o problema. Infelizmente, discutir esses temas é motivo pra arrumar briga, pois pra muita gente esses mitos são tabus, coisas sagradas que não podem ser tocadas. Quem sabe, com este artigo, elas se dêem conta de que as coisas não são tão simples como parecem, e que vale a pena ir mais a fundo nessas questões.
Solomon, M. (2002) Consumer Behavior – Buying, Having and Being. 5a edição. Prentice-Hall.
Ornstein, R. (1986) The Psychology of Consciousness (1986). 4a edição. Penguin Books.
Harré, R. (2002) Cognitive science: A philosophical introduction. Londres: SAGE Publications.
Deutsch, J.A. & Deutsch, D., (1963) Attention: some theoretical considerations. Psychological Review, 70, 80-90.
Treisman, A., & Gelade, G. (1980) A feature-integration theory of attention. Cognitive Psychology, 12,97-136.
Wolfe, J. M. (1994) “Guided search 2.0: a revised model of visual search.” Psychonomic Bulletin Review 1: 202-238.
A presença da escrita é indiscutível. Somos uma sociedade verbal, dominada pelo verbal. O uso da palavra escrita resolve vários problemas pra sociedade, ora como memória auxiliar, armazendo informações para futuros usos, ora como instrumento de comunicação, transmitindo informações efêmeras com o objetivo de dar apoio a tarefas. Serve ainda como ferramenta de dominação e expressão de poder, na medida em que os alfabetizados na escrita são encarados como mais aptos ou merecedores do comando social. Como disse Voltaire, “a pena é mais forte do que a espada”.
Mas a escrita também trouxe problemas já que escrever nem sempre é sinônimo de comunicação perfeita. Quando a escrita não é feita de maneira apropriada, visando atingir seu objetivo instrumental, surge toda sorte de consequências negativas.
Dentre essas consequências, podemos citar efeitos simples, como a mera falta de entendimento do texto, até danos à saúde, como no caso de uma escrita médica que leva à administração incorreta de medicamento, trazendo danos ao paciente.
Os legisladores brasileiros até tentaram evitar esse problema. No artigo 35, da Lei 5.991, de 1973, no item “a”, determina-se que somente “será aviada a receita que estiver escrita a tinta, em vernáculo por extenso e de modo legível” (BRASIL, 1973). O Código de Ética Médica, editado pela Resolução nº 1.246/88 do Conselho Federal de Medicina, no Capítulo III da Responsabilidade Profissional, artigo 39, ressalta que é proibido ao médico fazer receitas ilegíveis, obscuras e incompletas (FRANÇA, 1994).
Mas determinar que a escrita médica nas receitas seja “legível”, sem definir o que significa este termo ou qual o parâmetro que define o grau de legibilidade adequada, não resolve o problema.
Mesmo entre os estudiosos não há consenso sobre o que é algo “legível”. A definição de legibilidade ainda é polêmica, com muitos conceitos diferentes (LUND, 1999). Se, entre especialistas, é difícil definir com precisão o que é legível, espera-se que entre leigos no assunto esse termo não transmita clareza.
Os primeiros estudos de legibilidade foram realizados no final do século 19 por Jean Anisson, sendo que ela foi objeto de preocupação de tipógrafos e designers gráficos por mais de 100 anos.
Dentre as definições que foram dadas pra legibilidade, Tinker (1963) afirmou que ela se refere à “percepção de letras e palavras, e a leitura de material textual contínuo”. Ele ainda disse que as formas das letras precisavam ser discriminadas, as formas características das palavras deviam ser percebidas e o texto contínuo deveria ser lido de modo preciso, rápido, fácil e com entendimento. Mas mesmo ele, especialista em estudos da leitura, usou o termo “leiturabilidade”, em estudos anteriores, para definir o que depois ele chamaria de legibilidade.
Aldrich e Fennell afirmam que um texto legível é aquele que é suficientemente grande e diferente para que o leitor discrimine entre palavras individuais e letras. Já um texto “readable”, é aquele que pode ser lido facilmente, de modo convidativo e prazeiroso para os olhos. O texto pode ser legível, mas se o leitor ficar entediado e cansado, o designer não terá obtido a máxima leiturabilidade (readability).
Zuzana Licko argumenta ainda que legibilidade tem a ver com o hábito ou seja, que as pessoas lêem melhor e mais rápido aquilo que estão acostumadas a ler. Se a forma das letras é muito excêntrica mas as pessoas tem o hábito de ler essa forma, a legibilidade não é afetada. Com isso, defende a idéia de que não importa quão complexa seja o tipo de letra, é apenas uma questão de tempo até que nos acostumemos com ela e então se torne “legível”.
Já Gribbons diz que a legibilidade é definida Segundo 3 critérios: velocidade de leitura, fadiga visual e o nível de compreensão. Ele ainda separa a definição em dos tipos: legibilidade fisiológica (habilidade do leitor em perceber e decodificar um tipo de estilo de letra) e legibilidade estrutural (o uso da tipografia para comunicar a estrutura da informação.
Mas a falta de definição sobre legibilidade está relacionada às fraquezas presentes nas pesquisas que tentaram mensurá-la de forma objetiva.
Conforme Kinross aponta, a pesquisa sobre tipografia sofre pela falta de validade ecológica, ou seja, seus resultados não se aplicam em condições reais de leitura. Muitas das pesquisas feitas se baseavam no reconhecimento de letras isoladas, ao invés da inclusão em palavras ou em passagens de texto. Dentre as técnicas que ignoram o contexto de leitura estão a velocidade de percepção, perceptibilidade à distância, perceptibilidade na visão periférica, visibilidade, piscada reflexo, fadiga na leitura, movimentos dos olhos.
Alguns pesquisadores que estudaram a legibilidade geralmente estudavam um fator sem perceber como ele se relacionava com outros dentro do contexto. O único contexto que interessava era saber se havia luz suficiente na sala para ver as formas das letras.
Embora não haja consenso sobre o que seja legibilidade ou mesmo sua mensuração, os pesquisadores concordam que as características tipográficas devem ser ajustadas com responsabilidade e que elas são interdependentes ou seja, são relacionadas entre si.
Dentre essas características que afetam a legibilidade tipográfica estão: o interesse pelo texto, o conhecimento prévio da informação, a forma das letras, o tamanho das letras, a largura da linha, o espaço entre palavras, entre letras, entre linhas, o layout da página, o contraste figura fundo, a qualidade de impressão, dentre outros. A forma das letras, neste caso, é apenas um dos fatores que importa. Além disso, ela é um fator periférico no processo de leitura. Outros fatores como a “velocidade de pensamento”, que é um fator cognitivo, tem mais importância na leitura do que apenas o formato das letras e sua distintividade. Wright pensa o mesmo, quando diz que os processos de informação ligados à informação sensorial na página impressa, são dominados por níveis de análise mais altos, conceituais e interpretativos.
Portanto, a indefinição do termo “legível” e a falta de parâmetros que permitam descrever o quão legível um texto é, permitem avaliar como inócua a legislação que obriga médicos a escreverem de forma “legível” e clara.
Do ponto de vista dos médicos, legível é aquilo que pode ser lido. Como eles sempre conseguem ler a própria letra, então sua letra se encaixa na exigência da legislação médica.
Ao indicar que a única característica desejável de uma receita médica é a “legibilidade”, a legislação comete vários equívocos, tais como:
· Acreditar que a única qualidade necessária restringe-se à presença de legibilidade;
· Ignorar a qualidade realmente importante, que é a compreensibilidade, cujo teste só será feito numa situação real de leitura, com o farmacêutico lendo sua receita;
· Ignorar o fato de que a compreensão é dependente de uma série de fatores como: as experiências prévias de quem lê, a qualidade linguística, o processo de confecção da receita, o contexto de leitura, a estética, a credibilidade do médico, o valor de leitura, a leiturabilidade (incluindo estrutura da receita, retórica gráfica, aspectos perceptivos) e, apenas perifericamente, a legibilidade da forma da letra.
Apontar a legibilidade como único fator importante, para garantir o cumprimento da ordem prescritiva, torna a legislação hermética, uma caixa-preta, que não ajuda os médicos a avaliarem se sua prática se enquadra dentro do esperado e do necessário para garantir a segurança da comunicação no sistema de saúde.
Aldrich-Ruenzel, N. e J. Fennell, Eds. Designer’s Guide to Typography. New York: Watson-Guptill Publicationsed. 1991.
Arditi, A. e J. Cho. Serifs and font legibility. Vision Research, v.45, n.2005. 2005.
Brasil. Ministério da Saúde. Lei nº 5991, de 17 de dezembro de 1973. Estabelece o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 19 dez. 1973.
Carver, R. Reading rate: theory, research, and practical implications.Journal of Reading, v.36, n.2. 1992.
França, G. Comentário ao código de ética médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1994. 175 p.
Gribbons, W. Information Design: A Human Factors Approach to A New Typography. International Professional Communication Conference, 1993. p.
Interview with Zuzana Licko. Emigre 1990.
Kinross, R. Modern typography: An essay in critical theory.London: Hyphen Press. 1992
Kress, G. e T. van Leeuwen. Reading Images – The Grammar of Visual Design. London: Taylor & Francis Group. 1996
Lund, O. Knowledge Construction in Typography: the Case of Legibility Research and the Legibility of Sans Serif Typefaces. Teses de doutorado não-publicada, Department of Typography & Graphic Communication, The University of Reading. 1999.
Schriver, K. A. Dynamics in document design: John Wiley & Sons. 1997
Tinker, M. A. Legibility of print: Iowa State University Press, Ames. 1963
Wright, P. Feeding the information eaters: suggestions for integrating pure and applied research on language comprehension. Instructional Science, v.7. 1978.
Wrolstad, M. Methods of research into legibility and intelligibility. In: J. Dreyfus e R. Murat (Ed.). Typographic Opportunities in the Computer Age. Prague: Typografia, 1970. Methods of research into legibility and intelligibility, p.36-41
Escolher a face tipográfica (ou tipo de letra) é uma das tarefas mais complexas e importantes enfrentadas por um designer. Notadamente, a escolha da face tipográfica é um importante aspecto tangível não apenas em documentos mas em outros projetos de design como identidade visual, embalagens, websites, sinalização, dentre outros.
São muitos os fatores que influenciam essa decisão, como a adequação ao objetivo comunicacional, gênero, processo reprodutivo, condições de visualização, níveis de informação, idioma, contexto histórico, legibilidade, além do alinhamento retórico ao discurso da mensagem.
A adequação retórica, assim como os demais fatores, há muito tempo é objeto de pesquisas, identificadas sob palavras chaves como rhetorical typography, typeface persona, typeface suitability, text personas, typeface personality e assim por diante.
Para Schriver (1997), não basta fazer um documento legível. A segunda característica importante para uma boa escolha de tipo é a adequação retórica, ou seja, a relação entre a face tipográfica, o propósito do documento, seu gênero, a situação e as necessidades, desejos e objetivos da audiência. Isso é importante para que a tipografia influencie a maneira como os leitores percebem, organizam e memorizam o conteúdo dos documentos.
Muito se fala sobre a escolha apropriada da face tipográfica, levando-se em conta os diferentes fatores da comunicação, mas uma das mais difíceis decisões recai sobre o valor semântico, no que diz respeito ao significado ou personalidade da forma da letra. A dificuldade vem do fato de ser um fator subjetivo, de difícil mensuração.
Já faz tempo que se estuda a personalidade das letras. Dentre os primeiros estudos estão Poffenberg e Franken (1923) que avaliaram 29 faces e Brinton (1961) que utilizou a técnica do diferencial semântico para verificar a percepção por parte de grupos de experts e amadores.
Depois deles, diversos livros e artigos sugerem que determinadas faces possuem personalidades, tons ou vozes próprias e que é tarefa do designer decidir qual delas se alinha com o objetivo retórico do discurso tipográfico. Esses estudos tentaram demonstrar que os leitores tem consciência e habilidades para fazer julgamentos acerca da adequação da face tipográfica. Dentre esses estudos, Jan Tschichold (1991) defendia que diferentes faces tipográficas tinham personalidades diferentes e que o caráter do tipo deveria combinar com o caráter do texto verbal.
Outros ainda argumentam que a linguagem visual da tipografia e outros elementos podem oferecer uma textura visual, tom e clima e que a linguagem sugere uma instância retórica: séria, conversacional, depressiva, energética, altamente técnica ou amigável.
Até mesmo a defensora da “transparência tipográfica”, Beatrice Warde, em seu livro “The Cristal Goblet”, se contradiz ao reconhecer a força retórica do tipo quando diz: “Monte uma página em Fournier em oposição a outra em Caslon e outra em Palatino e será como se você tivesse ouvido três diferentes pessoas fazendo o mesmo discurso”. Se a transparência do tipo fosse possível, essa contaminação retórica não ocorreria.
Num artigo de 17 páginas, intitulado “The Rhetoric of Typography: The Persona of Typeface and Text”, Eva Brumberger (2003b), faz uma tentativa de demonstrar que 15 diferentes faces tipográficas continham uma dimensão semântica própria, e que conhecê-las seria uma ferramenta para designers tomarem decisões sobre adequação retórica do tipo.
O método que Brumberger utilizou, tinha como objetivo investigar se os leitores associavam CONSISTENTEMENTE atributos de personalidade para faces tipográficas específicas.
No entanto, ela mesma reconhece que o objetivo da pesquisa não era esgotar o assunto, mas servir de base para pesquisas futuras. E novas pesquisas vão ser realmente necessárias, pois o trabalho de Brumberger tem diversas deficiências e se baseia em premissas que já foram questionadas cientificamente.
A primeira deficiência do artigo refere-se ao argumento de que faces tipográficas tem personalidades particulares, CONSISTENTEMENTE associadas ao tipo. No entanto, Brumberger não deixa claro que essa personalidade não é consequência da face tipográfica e sim do seu uso dentro de um experimento controlado, em condições que não refletem uma situação real de uso. Ela mesma diz no seu artigo que “este estudo não visa simular uma situação típica de leitura”. Prova disso é que as amostras de faces tipográficas utilizadas nessa pesquisa mostravam o alfabeto completo (em caixa alta e baixa), com números e a frase “A quick brown fox jumped over the lazy dog”, que usa todas as letras do alfabeto. Essa situação de leitura não é comum, pois raramente todas as letras do alfabeto são encontradas juntas e dispostas na ordem alfabética. Portanto, não possui validade ecológica.
Além disso, todas as letras da amostra tinham o corpo 14 como referência. Isso também é um problema, visto que o corpo não mede a face tipográfica e sim a altura do tipo. Uma letra do tipo Script tem tamanho visual relativo bem menor do que uma letra não-serifada e isso é uma variável que pode interferir na atribuição de “personalidade”, configurando falta de validade interna na pesquisa.
Além do problema de validade interna e ecológica, a pesquisa de Brumberger tem uma deficiência conceitual: a forma das letras não encerra significado em si, como se fosse uma caixa que armazena sentimentos. O cérebro não julga o discurso tipográfico através da forma das letras e sim pelas relações no discurso, afetadas pelo gênero do objeto avaliado.
O significado não está nas palavras, nem nas faces tipográficas, ele está nas pessoas. E esse significado é construído segundo o contexto, de modo que cada situação pode modificar completamente a voz ou personalidade do signo. Não são as partes isoladas que conferem significado à forma e sim suas relações com o contexto, tanto no nível interno do objeto, quanto nos níveis fora dele, que incluem contexto cultural, fisiológico, cognitivo etc. Como disse Fernando Pessoa, “o que vemos não é o que vemos, senão o que somos”.
Por essa razão, uma mesma face tipográfica, como por exemplo a Univers (Adrian Frutiger), pode ter “personalidades” diferentes, ora numa amostra em que aparece isolada de outros elementos, ora dentro de um layout repleto de outros fatores visuais como cor, fotografias, ruídos etc. Isso demonstra que a “personalidade” não pertence à face tipográfica e sim à relação dinâmica que surge num contexto de uso real. Isso é, em outras palavras, o que os gestaltistas chamavam de “todo maior que a soma das partes”.
Não bastasse isso, o julgamento sobre a personalidade e adequação retórica de um tipo é feito muito antes da consciência, através da amídala cerebral. O neurocientista Joseph Ledoux demonstrou que milésimos de segundos antes de percebermos conscientemente alguma coisa, não apenas compreendemos inconscientemente o que é, mas decidimos se gostamos ou não dela. O inconsciente cognitivo apresenta à nossa consciência não apenas a identidade do que vemos, mas uma opinião ou julgamento sobre o que vemos. Essa opinião ou atribuição de uma “personalidade” tipográfica, quando vemos a forma de um determinado tipo de letra, é resultado do processo global perceptivo e não apenas da face tipográfica.
Outro fator que prova que a personalidade não é resultante apenas da forma tipográfica e sim da soma total de estímulos presentes no contexto, é o “efeito aura” (halo effect). Esse efeito foi estudado pelo psicólogo Edward Thorndike que descobriu nos humanos essa “tendência a fazer inferências sobre traços específicos, com base em uma impressão geral”. Shriver (1997) define o efeito aura como “a tendência de uma pessoa a superestimar ou subestimar a performance de uma pessoa, serviço ou produto com base em informações prévias, que tendenciam o julgamento”.
O efeito aura é um jeito de a mente criar e manter um quadro coerente e consistente para reduzir a dissonância cognitiva. Além disso, tem a função heurística, ou seja, “é uma regra prática que as pessoas usam para fazer suposições sobre coisas que são difíceis de acessar diretamente”. Conforme Rosenzweig, “não é tanto o resultado de uma distorção consciente quanto a tendência humana natural para traçar juízos sobre coisas abstratas e ambíguas com base em outras que são mais evidentes e aparentemente objetivas”.
Uma das consequências práticas do efeito aura acontece quando alguém olha um layout e é questionado sobre a “personalidade” da face tipográfica e o cérebro usa a impressão global do contexto para inferir essas características. Desse modo, dizer que o tipo Helvetica é mais “neutro” e o tipo “Script” é mais informal não condiz com esse comportamento. Uma mesma face tipográfica colocada em diferentes contextos, é afetada por “auras” diferentes, contaminando a impressão que se tem do tipo de letra.
Logo, atribuir significados permanentes ou uma personalidade a faces tipográficas específicas desconsidera a forma relativa como o processo perceptivo opera. Por isso, futuras pesquisas sobre adequação retórica deveriam avaliar a percepção tipográfica em contextos diferentes para estimar a forma como outros fatores visuais interferem na atribuição de significados.
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Chegou hoje no Brasil o que acredito que vai ser a grande revolução no mundo dos games o Wii Fit, já está disponível para comercialização pelo preço de R$ 549,00, é uma grande sensação no Japão, onde foram vendidas 2 milhões de cópias em 3 dias, eu sou fanática pela Nintendo desde os tempos dos Nintendinhos…rs, o Wii realmente tem me tirado da apatia dos games, já que todos conseguem interargir e brincar juntos, vou buscar meu Fit amanhã, e quando tiver a análise prometo colocar aqui, por enquanto estou detonando no tênis e mario kart……
Já fazia algum tempo que eu vinha querendo escrever sobre isso mas com a correria do dia a dia sempre acabava deixando pra depois. No entanto, em um debate com o Foster num outro blog o assunto acabou por ficar mais importante.
Falo sobre áreas de atuação em que o Designer de Interiores/Ambientes pode atuar e que a grande maioria não faz a menor idéia da existência das mesmas. Interiores de meios de transportes.
No começo do ano quando estive no litoral de São Paulo conheci uma designer que trabalha exclusivamente com interiores de embarcações. Ela começou a me falar sobre o trabalho e garanto: é encantador ao mesmo tempo que é um desafio dos grandes.
Deixando de lado a questão financeira envolvida (que é o sonho de qualquer designer) pensemos na parte técnica envolvida. Um iate ou um transatlântico são meios de transporte que necessitam sim de projetos muito específicos especialmente pelas pequenas dimensões dos ambientes. Isso também ocorre com outros segmentos: aviação, carros, ônibus, trens, metrôs, caminhões enfim, muitas possibilidades de atuação.
Dentro desta área voltada para o transporte, o trabalho do designer de interiores vai ter muita base no desenvolvimento de mobiliário específico. Ergonomia e acessibilidade serão sempre elementos primordiais neste trabalho. E, claro, não podemos deixar de levar em consideração as outras normas técnicas envolvidas, especialmente as sobre segurança.
Texto completo: http://paulooliveira.wordpress.com/2008/05/26/design-de-interiores-transportes/
A blogosfera esta aí e é para nos ajudar. Eu tenho o meu blog. A Ligia, o Paulo, o Canha, o Secco e mais alguém (mas agora eu não lembro – não é sacanagem, não lembro mesmo). No meu caso, eu uso o Google Reader, adiciono os links que eu mais acesso e pronto. Se tem algo novo, aparece lá pra mim sem que eu tenha que ir atrás. Até aí, nada novo.
O que vou listar aqui são as minhas sugestões de blogs e afins. Minhas fontes. Não vou falar dos parceiros, só de blogs/sites que não estão aqui.
Descobri que existem alguns blogs/sites principais. Algo sai lá primeiro e no máximo em dois dias, vários outros blogs estão com o mesmo post. Nada demais (eu sempre “colho” o que eu acho legal e coloco no meu blog).
O Blog de móveis e o Digital Drops seguem esse padrão. Você acaba encontrando a mesma coisa em outros lugares, mas para quem é preguiçoso, os caras já traduziram pra você.
Brainstorm 9, leitura tradicional. Assim como o DESIGN INFORMA de
O Cool Hunting é um desses exemplos de “primeiro aqui”. Material de primeira.
O Yanko Design (mais sobre produto) é outro absurdo. Você perde horas vendo todos os posts. E garanto que você vai querer ver todos os posts.
O In Habitat é mais para uma consulta sustentável, mas não menos interessante. O Moco Loco, eu acho que a maioria deve conhecer, por isso, deve ser mensurado.
O Design Shrine é interessante, porque além de mostrar o produto novo, coloca logo em seguida todos os outros similares (e com preço).
O Tech Digest é bom, mas segue mais o lado tecnológico da coisa. Assim como o Geek (também, com um nome desses). Mas este último é nacional.
O Watchismo é só sobre relógios, mas vale a conferida. Assim com o Engaged Móbile é só sobre celular. O Motorblog nem precisa dizer sobre o que fala.
O Update or Die do
O Born Rich, como o nome já diz, é um blog que mostra sonhos de consumo, muito caros.
O Design boom é mais social, digamos assim. Espaço de exposições a concursos.
O Photoshop Disasters mostra o descaso de “profissionais” em seus trabalhos gráficos.
Caligraffiti eu vejo sempre. Nacional. O Designers justiceiros (“Só o Design expulsa os micreiros das pessoas!“) é muito bom.
Temos ainda o TheDieline.com: The Leading Package Design Blog de
O Dezeen, assim como outros, tem muito sobre arquitetura e design. Mas é muito bom.
No! Spec tenta difundir o ideal do valor do investimento em design, para os clientes.
Design Flakes é nacional e vale muito a conferida.
O Deviantart já é básico, mas outras fontes de inspiração são: Pristina, Ffffound, Nacho Yague, Skine Art, Gabriel Machado , Nice fucking graphics, Pink Tentacle, Pixel Girl Presents e o Traços e troços do Rivaldo Barbosa.
O Danosse é da parte do humor, mas merece menção por esse post. Assim como o Te dou um Dado. Não podemos esquecer o Visionando (Né Secco?). Sugiro ainda o Blog do Bourdoukan (sobre a Palestina) e o Fazendo Média.
Voltando ao assunto design, temos o Blog do Brinquedo e o The Hypebr. Ambos nacionais. O primeiro não precisa de explicação e o segundo é fashion.
http://favoritos.wordpress.com/ de Luiza Voll: “Quem ama internet sempre tem aquela lista de sites do coração. Seja pelo design, pela utilidade ou pela navegação, eles são os endereços que fazem a vida virtual valer a pena. Esse blog é uma ode a esses sites. Aqui você vai encontrar todos os links que merecem estar nos seus favoritos.”
e o http://icanhascheezburger.com/ … divertidíssimo para quem gosta de animais.
E para quem está atrás de emprego (em Curitiba e Região), temos o Blog do Andre Rossi, atualizado diariamente.
O juramento que os engenheiros fazem no dia da sua formatura fala em “não se deixar cegar pelo brilho excessivo da tecnologia”. Na época em que fiz o juramento, nem sabia que a tecnologia tinha brilho, quanto mais excessivo, inclusive com condições de cegar alguém. Passados 18 anos, tudo fica claro quando navego pela Internet. Tem muita gente cega pelo tal brilho, e nem engenheira é. Talvez seja por isso mesmo, a pessoa não teve que jurar coisa alguma e se sente livre para abusar.
Pelo menos, é a única explicação que eu encontro para uma loja de móveis que exige que eu preencha um cadastro para ter acesso ao seu catálogo completo. Gente, o que é isso? Onde é que nós estamos? O que é que essa gente entende por marketing? O interesse que o cliente tenha acesso ao portfólio é da loja, portanto, pela lógica, ela deveria, se não provocar sedutoramente o encontro, pelo menos facilitar ao máximo o contato.
Se a loja precisa (ou quer) ter informações dos potenciais clientes ou interessados, problema dela. Que ponha seus geniais executivos a pensar e invente uma maneira de convencer o internauta de que ele vai ser beneficiado com a alugação que é preencher um cadastro. E nem precisa nada de original ou criativo, basta oferecer um brinde ou propor um sorteio. O que não pode é colocar um gorila desses na porta da loja, que só deixa você ver a vitrine. Para entrar no recinto, só preenchendo o tal cadastro.
Tem também aqueles sites que exigem que você mude a resolução do seu computador para visualizá-lo melhor (não é o máximo da presunção?), que instale um plug-in que você não está interessado ou permita que cookies metidos fiquem xeretando a sua máquina. Tudo isso para você apenas descobrir o telefone da loja.
Coerência e profissionalismo para quê? Não é incomum o e-mail de contato para a loja ser [email protected] ou [email protected], sem contar as versões [email protected]. Se eles têm um domínio, por que não o usam para todas as comunicações profissionais da empresa?
Outro lembrete: o mundo não se resume a Windows. Uso um Mac e tenho muitas dificuldades quando, vira e mexe, vou fazer a reserva em um hotel e depois de me irritar preenchendo o tal cadastro, a coisa simplesmente trava porque não é compatível com o meu navegador. Ligo para lá reclamando e a mocinha diz que eles testaram e não acharam nada, o problema deve ser meu mesmo, é claro. Uma me sugeriu candidamente que eu trocasse de computador. É mole?
Isso sem contar que os tais sites, como está se tornando moda, geralmente são construídos em Flash*. Sim, admito um certo preconceito, mas ODEIO sites em Flash (se eu tivesse paciência e tempo sobrando, criaria uma comunidade no Orkut com esse fim). Quando vejo aquele símbolo que diz que você vai esperar eternos segundos cada vez que ousar clicar em um opção, já desisto.
Nada contra a ferramenta, que é muito poderosa e permite animação e interatividade como nenhuma outra. Todas aquelas micagens que você sempre sonhou, mas que na prática não servem para muita coisa, estão lá, à sua disposição. Com Flash, o impossível não existe. Isso significa que você pode ter uma espetaculosa e criativa página de abertura sem nenhuma informação útil, mas que mostra como você é inovador, talentoso e irritante!
Os sites criados em Flash são lindos, fofos, originais, mas é só. A maioria é como loiras burras. Muito engraçadinhos, mas você pena para obter as informações que precisa. Quando vejo um site assim lembro logo de uma frase que ouvi uma vez de um sábio pedreiro (que não entendia nada de programação): “moça, para quem só tem martelo, tudo é prego!”. Ou seja: se uma cara faz um curso de Flash, quer usar essa ferramenta em todos os lugares e usar todas as suas potencialidades. E dá no que a gente vê.
A culpa não é da ferramenta, o poder cega mesmo. É preciso um webdesigner muito racional e comedido para resistir às tentações e realmente projetar um site pensando nos interesses do usuário. E com muito talento persuasivo para convencer o cliente de que os visitantes podem não achar legal que os botões fiquem pulando e trocando de lugar o tempo todo, apesar disso ser possível de se fazer, sim. Que ter login e senha é muito chique, mas as pessoas não querem ter que decorar mais uma combinação por motivo tão fútil e irrelevante. Que ninguém gosta de preencher cadastros, a não ser que ganhe alguma coisa com isso (alguma coisa de verdade, não apenas o “direito” de entrar na loja). Que ninguém tem tempo de ficar esperando uma tela ser lentamente construída na sua frente para depois descobrir que aquilo não tinha funcionalidade nenhuma, foi só tempo desperdiçado mesmo. Que usabilidade é a coisa mais importante na web! Que beleza fútil enjoa.
Fica aqui uma sugestão para o juramento dos designers (e dos administradores, publicitários, jornalistas e mais tantos outros profissionais). Incluam, por favor, a tal cláusula sobre o brilho da tecnologia. Pode até não resolver, mas penso que mal não faz…
—————
Lígia Fascioni | www.ligiafascioni.com.br
* Adobe Flash, antigo Macromedia Flash e mais antigamente ainda, FutureSplash.
A companhia MPK desenvolveu um novo material luminoso capaz de gerar luz constante por 12 anos sem abastecimento de energia elétrica. Baseado na chamada litroenergia, o novo material é composto de micropartículas luminosas chamadas litrosferas, atóxicas e baratas, chegando a substituir uma lâmpada incandescente de 20 watts, conforme pode ser lido no site Treehugger.
Criada com base em tecnologia betavoltaica, que utiliza como fonte de energia um gás radiativo, as litroesferas são manufaturadas de modo a produzir uma leve emissão de elétrons incapazes de penetrar o vidro ou a parede de polímero em que forem colocados, explicou o site Gizmodo.
A luz emanada pode ser projetada para brilhar em qualquer cor, além de poder ser moldada ou acrescentada à tinta. Para iluminar um pedaço de plástico de 21 por 27 centímetros, o material empregado custaria apenas US$ 0,35. A companhia prevê que o invento será utilizado primeiro em equipamentos de segurança.
Mais detalhes podem ser obtidas em tinyurl.com/28m98s.
fonte: http://blogdaabil.blogspot.com
Dando sequência, mais uma parte de minha monografia.
Um dos maiores problemas enfrentados pelos profissionais de Design, principalmente os de Interiores e Ambientes.
Esta área nasceu da arquitetura como complemento do espaço arquitetônico construído, porém, presa a esta área, acabou por estagnar-se e virando uma releitura infindável de espaços já projetados.
Com o advento dos profissionais formados especificamente em Design de Interiores/Ambientes percebeu-se uma mudança ampla e profunda na construção projetual dos ambientes com diferenças fundamentais e significativas na arte de elaborar os projetos.
Isso intrigou os profissionais que vinham trabalhando livremente nesta área, especificamente alguns arquitetos que atuam exclusivamente com Decoração de Interiores, pois estes começaram a perder um nicho de mercado sempre disponível e rentável. Vale lembrar que, com a queda do mercado de arquitetura nas décadas de 70 e 80, os arquitetos migraram para a área de decoração como forma de manter-se no mercado. Decoração que até então era tida como uma profissão ou passa tempo de dondocas. Porém notaram que este era um mercado bastante rentável, dinâmico. Aliados a estes se encontram também profissionais de outras áreas como os de artes plásticas. Suas principais queixas são a de que a formação tecnológica ou seqüencial não capacita a pessoa para o exercício da profissão. Porém esta é uma desculpa descabida e totalmente desvinculada de qualquer fundamento, pois como já citado, não se importam nem mesmo em buscar informações corretas sobre esta formação e vivem em meio aos “achismos” e utopias que crêem piamente como verdades absolutas.
Edgar Morin, em seu livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, nos mostra uma realidade que eles insistem em não reconhecer como verdadeira. Todos erram nas interpretações das coisas, ninguém está isento disso, mas, no entanto, encontramos pessoas que agem da seguinte forma:
“Nossos sistemas de idéias (teorias, doutrinas, ideologias) estão não apenas sujeitos ao erro, mas também protegem os erros e ilusões neles inscritos. Está na lógica organizadora de qualquer sistema de idéias resistir à informação que não lhe convém ou que não pode assimilar. As teorias resistem à agressão das teorias inimigas ou dos argumentos contrários. Ainda que as teorias científicas sejam as únicas a aceitar a possibilidade de serem refutadas, tendem a manifestar esta resistência. Quanto às doutrinas, que são teorias fechadas sobre elas mesmas e absolutamente convencidas de sua verdade, são invulneráveis a qualquer crítica que denuncie seus erros.” (MORIN, 2000, p.143)
Um arquiteto tem a sua formação voltada à construção do espaço a ser habitado, à construção da escultura idealizada em sonho pelo cliente. Analisando as matrizes curriculares dos cursos de Arquitetura existentes no país, em nenhum deles foi encontrado nada sobre a elaboração de espaços no tangente ao Design de Interiores/Ambientes. Quando muito se encontra algo similar aos conteúdos dos cursos de Decoração. A alegação mais comum diz respeito à disciplina de Arquitetura de Interiores. Porém este é um engano, um engodo e já foi tratado sobre este assunto anteriormente neste trabalho. A tentativa de assegurar a sua participação neste nicho de mercado, pois nas diversas ementas analisadas e conversas com diversos arquitetos, a ementa diz respeito à concepção dos espaços internos no que tange às partes estruturais tais como aberturas, fechamentos, colunas, vigas, escadas (estruturais), elevadores. Em ponto algum consta à concepção de elementos de design ou que venha a adotar meios e técnicas de design de interiores/ambientes.
Design de Interiores/Ambientes nasceu da necessidade de projetos complementares aos projetos arquitetônicos construídos e ponto. Porém o ranço acadêmico na área de Arquitetura fica claro quando alguns arquitetos são questionados sobre suas atribuições: postam-se como deuses capazes de tudo. Segundo suas próprias palavras, é o curso mais completo, complexo e perfeito que existe – é só olhar em fóruns como os da Arcoweb e Orkut que encontrará várias citações desse tipo.
Talvez venha daí que aqui no Brasil exista a cultura no meio arquitetônico de que só eles têm direitos a realizar determinadas funções, especialmente as novas e mais rentáveis, como o Light Design, por exemplo. Temos aqui a AsBAI (Associação Brasileira dos Arquitetos de Iluminação), entidade da qual faço parte como associado. Para ser membro desta basta que você seja mais um arquiteto recém formado ou que tenha mais de 10 anos de atuação exclusiva na área, caso contrário nunca passará de um simples associado. Por mais especializações e cursos em Light Design ou reconhecimento profissional que você venha a fazer e ter, serás sempre um associado. A não ser que aguarde pacientemente os 10 anos passarem. No entanto esta associação se diz ligada e que trabalha segundo os critérios e normas da IALD (International Association of Lighting Designers). Mas analisando os estatutos, regimentos e regulamentos da IALD percebe-se que esta não faz distinção da formação acadêmica do profissional aceitando em seu quadro qualquer pessoa que se especialize nas áreas do Lighting Design, seja este profissional um engenheiro, um arquiteto, um designer (diga-se de passagem, os melhores), artista plástico, músico ou até mesmo aquele vendedor de uma loja de materiais para iluminação da Rua Santa Ifigênia lá de São Paulo e que demonstre competência e criatividade projetual, seja qual for a sua formação. O que importa é o conhecimento, a competência e a qualidade projetual do indivíduo. Porém aqui, exigem conhecimentos técnicos que somente são repassados em faculdades de arquitetura e engenharia como forma de atestar conhecimentos necessários para atuação nesta área. Porém, Francesco Iannone – fundador do IALD, em entrevista à revista Lume Arquitetura (2007) deixa bem claro que isso é incorreta tal exigência, ao definir a profissão de Light Design:
“O destacamento das estratégias de vendas e de outras especialidades profissionais (por exemplo, um Lighting Designer não faz projetos de arquitetura, não faz projeto de elétrica) dá liberdade à criatividade em encontrar uma solução: a criatividade que nasce da fantasia e da cultura. Este pressuposto é fundamental na definição da profissão e é a razão pela qual muitos Lighting Designers se vêem como parte de uma única comunidade criativa e livre.
(…) O projeto especifico de iluminação deve ser feito por um especialista, não pelo arquiteto, pelo engenheiro elétrico ou designer de interiores. De qualquer forma, somente a independência pode ser economicamente interessante ao mercado.
(…) O projeto de um Lighting Designer, enquanto fruto da capacidade criativa de um profissional, deve ser retribuído, assim como um arquiteto ou um engenheiro no projeto de uma casa ou uma ponte. Não se trata de uma consultoria e, sim, de um projeto profissional criativo. (…)”
(LUME ARQUITETURA, 2007. p.7) grifo meu.
Percebam que ele cita a forma de trabalho em parceria com outros profissionais. No caso específico do Light Design, arquitetos, engenheiros elétricos que são ao mais comumente usados. Da mesma forma é o trabalho de um Designer de Interiores/Ambientes. Sabemos de nossas limitações e temos de estar bastante conscientes de até onde podemos ir para então, se necessário, partir para as parcerias. Mas por aqui a coisa sempre tem de andar na contramão ou melhor, em direção à reserva de mercado para alguns poucos.
Ainda dentro deste ponto saliento que há anos existe um grupo que vem lutando pela criação da ABI (Associação Brasileira de Iluminação), entidade esta que pretende congregar todos os profissionais que trabalham com Light Design cobrindo todas as suas áreas nos moldes e padrões da IALD. Porém este grupo vem sofrendo ataques duros por parte de outras associações que, através de políticos e outros meandros, tentam impedir a criação desta. O detalhe é que no grupo da ABI existem arquitetos conscientes de que eles não são os únicos aptos a exercer a função de Light Designer e assumem que existem profissionais de outras áreas tão ou mais competentes que a maioria deles.
A Arquitetura hoje é e deve ser um complexo jogo de quebra cabeças onde cada peça é oriunda de um projeto específico, de um profissional específico, visando a formação do todo, da obra final e assim deve ser trabalhada. Porém, alguns deles não admitem isso e clamam para si todo conhecimento.
Outro caso a ser destacado é o da ABD (Associação Brasileira de Decoradores). Há umas cinco gestões tem em sua presidência e em sua diretoria uma maioria absoluta (senão absoluta) de arquitetos decoradores. Analisando as ações desta associação percebem-se claramente os direcionamentos favoráveis aos arquitetos decoradores e os bloqueios aos Designers e decoradores. Quando são questionados sobre essas e outras atitudes, simplesmente ignoram a não respondem. Quando o assunto toma proporções públicas em fóruns da internet ou em congressos, por vezes surgem tentativas de desmerecimento e descrédito pessoal aos que criticam. Um fato interessante e que merece ser destacado aqui é que quando os Designers de Interiores questionaram a ABD sobre a postura dela no tocante à separação e esclarecimento ao mercado sobre as diferenças entre Decorador, Arquiteto Decorador e Designer de Interiores/Ambientes a atitude deles foi clara: alteraram o nome da mesma de Associação Brasileira de Decoradores para Associação Brasileira de Designers de Interiores. Mas uma coisa ficou bastante clara: eles pegaram todos os profissionais e jogaram todos dentro do mesmo balaio sem fazer distinção alguma da formação. Para eles, hoje todos são Designers de Interiores apesar de ainda existirem nomes fortes lá dentro que teimam em firmar o termo Arquitetura de Interiores para diferenciar os arquitetos. Pra piorar ainda mais, recentemente o vice presidente, Ivan Rezende, proferiu uma palestra no Rio de Janeiro para acadêmicos do curso de Design de Interiores onde ele simplesmente, num ato insano, egoístico, lobysta, confirmou tudo o que coloco acima e ainda mais coisas. Tal fato pode ser observado neste tópico de uma comunidade do Orkut: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=41698&tid=2558987112477533137. Não sou associado da ABD por não concordar com estas e tantas outras atitudes e questionamentos que NUNCA são respondidos.
Para mostrar a incoerência desse ranço de alguns arquitetos contra os Designers vou utilizar aqui um trecho do artigo “Arquitetura, atribuição de arquiteto”[1] do arquiteto Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz, publicado na revista A Construção OESP de 2003 (atualizado em 2005) que encontrei na internet. No afã da luta dos arquitetos pela aprovação do projeto de lei da criação do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), para firmar a posição dos arquitetos da necessidade de um conselho próprio, onde as leis e normas profissionais da Arquitetura não fossem elaborados por não arquitetos ele afirma com conhecimento de causa sobre o sistema CREA/CONFEA:
“O equívoco tem início na própria nominação da autarquia – a qual não é federativa e na qual não cabem todas as profissões das quais é “instância máxima”. O Plenário do Confea prevê 18 conselheiros, com a responsabilidade definida acima: são nove engenheiros que alternam a presença de suas várias modalidades, três arquitetos, três agrônomos e três representantes de escolas (de engenharia, arquitetura e agronomia). Necessariamente, nove das 27 Unidades da Federação deixam de estar representadas e seria impensável economicamente sonhar em ter presentes todas as 240 titulações profissionais envolvidas. E, neste Plenário de tantas profissões, conselheiros decidem como “instância máxima” em assuntos profissionais de outras categorias que não as suas. Arquitetos votam em processos da área da engenharia química ou geólogos em questões específicas da agrimensura. Ou seja: ali pode o mais (deliberar em “instância máxima” sobre profissões para as quais não tem as atribuições exigidas pelo próprio Confea) quem não pode o menos (exercer tais profissões, por não ter aquelas atribuições). É inacreditável – e mais ainda se analisarmos a organização das profissões no Brasil ou no mundo. Não existe, aqui ou fora do país, um conselho profissional da saúde, por exemplo, que se arvore a controlar a prática de médicos, enfermeiros, odontólogos, veterinários, fisioterapeutas. Ao contrário, por suas especificidades, cada uma das profissões citadas – e outras mais que atuam na área da saúde – tem seu conselho autônomo, soberano no trato de suas obrigações.Também em nenhum lugar há um conselho que reúna profissões através de um laço econômico-administrativo (para tentarmos outra alternativa): naturalmente, administradores de empresas, economistas, advogados, corretores de imóveis, tem conselhos próprios a disciplinar e dar ao respeito público suas práticas profissionais.”
Interessante, bonito e correto o discurso dele. Entretanto, quando os Designers reclamam que outros profissionais estão tentando puxar o tapete no processo de regulamentação do Design, agindo corporativamente da mesma forma que o sistema CREA/CONFEA faz com eles, não admitem. O coerente e ético seria eles admitirem que, por serem arquitetos e que, profissionalmente, historicamente e didaticamente, o Design separou-se da arquitetura há muito tempo e tem vida própria e independente – se é que realmente algum dia foi ligado à ela como já mostra Acar em seu artigo – portanto, eles nada têm a ver com as questões legais de exercício profissional dos Designers. Ou então, admitir que os Designers participem na elaboração das Leis que regem e normatizam a Arquitetura – mas isso iria certamente contra tudo o que eles acreditam e pregam. Talvez, quem sabe, assim como li outro dia num fórum da internet sobre este assunto onde uma arquiteta dizia que uma das lutas da CAU seria trazer o Design pra dentro deste conselho para ali ser regulamentado, por eles. Não será mais ético e decente dentro deste conselho normatizador termos então 50% de Designers e 50% de Arquitetos? Para finalizar esta parte, continuo com o discurso dele que é bastante pertinente pela própria contradição entre discurso e prática:
“Trata-se de encarar o momento em que vivemos, libertar-nos do conservadorismo imobilizante, do burocratismo auto-imune e ouvir a voz que emana da sociedade brasileira a exigir o futuro. E fazer a nossa parte, na construção de um Brasil mais honesto, justo e contemporâneo de seu tempo.”
(QUEIROZ, 2005, p.1, 4)
Amém!
Contemporâneo de seu tempo, mas sem se esquecer de voltar os olhos para as evoluções do mundo globalizado e contemporâneo que visa o futuro.
[1] Como o texto em questão foi retirado do site onde foi encontrado, acrescento o mesmo, na íntegra, ao final de minha monografia.
Especialização Lato Sensu – MDA – Master Design de Ambientes
http://portal.anhembi.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1605&sid=137
OBJETIVO
Preparar profissionais para atuar no mercado de Design de Ambientes, Decoração, Design de Interiores e Design de objetos para decoração;
Preparar profissionais que atuam neste segmento para utilizar o design como ferramenta diferencial e competitiva;
Aperfeiçoar os profissionais de gerência que atuam direta ou indiretamente na área, buscando o desenvolvimento individual e profissional;
Desenvolver a visão analítica do aluno, de forma a diagnosticar problemas e encontrar soluções, considerando a competição no ambiente de negócios;
Estudar o mercado nacional e internacional.
DIFERENCIAIS
O programa inclui um módulo internacional, opcional, com uma viagem de negócios à Feira Internacional do Móvel de Milão;
As disciplinas incluem conhecimento do mercado industrial através de visitas a empresas parceiras;
O curso está focado na análise e na solução de casos reais, vivenciados por empresas do mercado, e o aluno desenvolverá trabalhos na prática;
Palestras com renomados profissionais da área.
PÚBLICO-ALVO
Arquitetos, decoradores, designers, gerentes de produtos, promotores de venda, lojistas e empresários do segmento;
Profissionais em cargos executivos no segmento de ambientes (serviços, comércio e indústria);
Empreendedores que desejam gerir com excelência seu próprio negócio;
Docentes que queiram aprofundar seus conhecimentos na área.
PROGRAMA DE DISCIPLINAS
Módulo 1 – Design & Ambientes
Teoria do Design
Fundamentos do Design Contemporâneo
Design no Brasil
Design de Ambientes
Módulo 2 – Conforto & Ambiente
Conforto Ambiental
Ergonomia
Light Design
Acessibilidade e Design Universal
Teoria e Aplicação da Cor
Módulo 3 – Gestão
Gestão do Design
Atendimento e Vendas na Decoração
Legislação e Ética
Marketing e Ambientes Comerciais
Monografia ou Viagem Internacional: Feira de Milão
Estudo sobre o Comportamento do Consumidor
Metodologia do Projeto e Pesquisa em Design
Orientação de Monografia
Seminários da Viagem (dentro da disciplina de orientação de monografia, para alunos que realizarem a viagem)
LINHAS DE PESQUISA
Mercado de Design de Ambientes no Brasil
Design como Estratégias de Negócios no Mercado de Design de Ambientes
Feira de Milão: Case de Negócios na Área de Design de Ambientes
DESCONTO
Ex-alunos dos cursos de Pós-Graduação, Graduação e de Graduação Tecnológica da Anhembi Morumbi têm 20% de desconto, a partir da segunda mensalidade. Confira o período de solicitação de desconto no cronograma oficial do Setor de Bolsas.
MESTRADO EM DESIGN
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