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Os segredos dos Códigos de Leonardo da Vinci


Pela primeira vez em cartaz na América do Sul, a mostra, realizada em parceria com o Instituto de Comércio Exterior (ICE), do Ministério do Comércio Internacional da Itália, revela o Leonardo da Vinci arquiteto e designer, e traz as informações preservadas desde 1637 nos subterrâneos da Biblioteca Ambrosiana de Milão.

Digitalizados pelo Centro de Estudos e Pesquisas Leonardo3, o Código Atlântico e o Código do Vôo, disponíveis em estações multimídia, trazem a ampla coleção de manuscritos de Da Vinci. Entre eles, estudos e reconstituições virtuais tridimensionais para um projeto urbanístico para a cidade de Milão, intitulado Cidade Ideal; 130 modelos criados com base nas observações sobre o Vôo dos Pássaros; projetos para a construção de um automóvel; inúmeros estudos para a construção de armamentos de defesa, pontes, fortificações, máquinas, instrumentos musicais.

Código Atlântico e o Código do Vôo

Os chamados Códigos de Leonardo representam agrupamentos da mais ampla e extraordinária coleção de manuscritos de Leonardo da Vinci, das mais de dez mil páginas de anotações e desenhos produzidas pelo artista, que ao longo dos seus 67 anos de vida e no decorrer dos séculos, após sua morte, acabaram se dispersando por várias partes do mundo. Três, de um total de 24 códigos, estão atualmente preservados em museus italianos, entre os quais o Código Atlântico e o Código do Vôo.

O Código Atlântico representa a mais ampla e fascinante coleção de anotações e desenhos do gênio. Cobre 40 anos do que pode ser considerado o período mais fértil de sua atividade criativa, de 1478 a 1518, e apresenta a heterogeneidade de argumentos sobre matemática, geometria, astronomia, botânica, zoologia, arte militar, arquitetura, mecânica, hidráulica, engenharia, anatomia e física.

Já o Código do Vôo discorre principalmente sobre o vôo dos pássaros, que Leonardo estudava de maneira analítica buscando reproduzir sua estrutura mecânica e, assim, desenvolver uma inédita máquina que levaria o homem a voar, sonho até então restrito a figuras mitológicas.

Os modelos físicos – reconstruções inéditas
Automóvel-robô, Código Atlântico

“O Automóvel” é uma das mais conhecidas máquinas de Leonardo da Vinci, objeto de diversas montagens físicas (vem sendo estudado desde 1905). Só recentemente foi descoberta sua verdadeira finalidade: não é um automóvel segundo a concepção moderna, mas um veículo capaz de mover-se sozinho. Um complicado sistema de engrenagens permite tencionar as molas que funcionam como motor desta máquina, que entrava em cena vinda das coxias de um teatro, com bonecos de papel sobre ela, os quais podiam mover algumas de suas partes (por exemplo, podiam mover a cabeça, ou mexer o braço). Trata-se, portanto, de um elemento criador de efeitos especiais teatrais.

Essa invenção realmente funcionava. Os estudiosos da L3, Mario Taddei e Edoardo Zanon, comprovaram essa tese ao construir o primeiro protótipo do mundo em 2004. O sistema opera graças a dois motores à mola, engrenagens para a transmissão do movimento e um sistema para a estabilização do movimento. A rodinha da frente, graças a uma programação baseada num sistema de “matracas”, permite a pré-programação do percurso a ser realizado.

Em 2007, a L3 apresentou uma atualização na interpretação dessa invenção, ao rever o modo de funcionamento do motor à mola e transferindo o sistema de programação para as balestras (ou bestas) e para as rodas principais. Além disso, também sugere que o sistema robótico possa ter outras aplicações. A mostra do MCB apresenta pela primeira vez ao público a reconstrução física dessa segunda interpretação.

Pássaro mecânico para estudos, Código do Vôo

A metodologia de trabalho de Leonardo da Vinci baseava-se na experimentação direta e esta máquina é um claro exemplo disso. Trata-se de um instrumento para medir o baricentro e a posição de equilíbrio de um boneco com formato de pássaro: um modelo dinâmico em escala, comparável, com as devidas proporções, aos modernos túneis de vento. Ele utilizava tal instrumento sem a ajuda do vento, mas mesmo assim conseguia tirar dele importantes conclusões. Na parte inferior da página do Código do Vôo, na qual Da Vinci desenha o referido modelo, estão anotadas que as linhas do baricentro e das bordas das asas são diferentes nas diversas situações, como subida e descida do pássaro.

Leonardo da Vinci, vida e obra

Leonardo da Vinci, um dos mais notáveis pintores do Renascimento e seu maior gênio, era também engenheiro, matemático, anatomista, músico, arquiteto e escultor. Nasceu no dia 15 de abril em 1452, em Anchiano, na região de Vinci, próximo à Florença. Quando jovem, foi aprendiz na oficina de Andrea del Verrocchio, em Florença. Mudou-se para Milão em 1482, onde serviu na corte de Ludovico Sforza. Até 1506, trabalhou principalmente em Florença, quando pintou a Mona Lisa, sua obra mais famosa. Entre 1506 e 1516, viveu entre Milão e Roma. Convidado pelo Rei Francisco I, viajou para a França em 1516, falecendo em 1519.

Escreveu e desenhou sobre vários temas. Em cerca de 5 mil páginas de manuscritos que chegaram intactos aos dias de hoje, há estudos de praticamente todas as áreas do saber: biologia, geometria, anatomia, geologia, botânica, astronomia, óptica, mecânica, arquitetura e projetos bélicos. Há, principalmente, a mais fantástica coleção de invenções e soluções de engenharia já imaginadas por um único homem: esboços de helicópteros, submarinos, pára-quedas, veículos, embarcações, máquinas voadoras, turbinas, teares, canhões, pontes, carros de combate etc.

Seus projetos de máquinas e invenções não tiveram aplicações práticas na ocasião, porque a tecnologia da época não estava à altura da sofisticação e das teorias futurísticas do cientista.

Abertura: 15 de abril, às 19h30
Visitação: de 16/4 a 4/5/08

Museu da Casa Brasileira – Av Brigadeiro Faria Lima, 2705 – São Paulo

Diferenças entre Decorador, Designer de Interiores e Designer de Ambientes

Outra parte de minha monografia.

Já apresentei as diferenças anteriormente ligadas à arquitetura, mas vale à pena ressalta-las novamente focando melhor agora, na área do Design e Decoração:

O Decorador é aquele profissional formado (ou não) naqueles cursinhos de finais de semana ou de curtíssima duração (antigos do SENAC, por exemplo). Sua função é a escolha de acessórios como vasos, toalhas, almofadas e afins. Na realidade o seu trabalho não passa de uma maquiagem no já existente.

O Designer de Interiores, além do trabalho do Decorador que vem ao final do projeto tem a função de elaborar o espaço coerentemente, seguindo normas técnicas de ergonomia, acústica, térmico e luminotécnica além de ser um profissional capaz de captar as reais necessidades, explicitas ou não, dos clientes e concretiza-las através de projetos específicos. A reconstrução do espaço a ser habitado ou não através da releitura do layout, da ampliação ou redução de espaços, dos efeitos cênicos e aplicações de tendências e novidades técnicas, do desenvolvimento de peças exclusivas entre outras tantas atribuições deste profissional. Porém seu trabalho restringe-se a ambientes internos.

O Designer de Ambientes está apto a elaborar projetos nos padrões dos de um Designer de Interiores, porém, este não está preso aos limites internos podendo atuar em paisagismo e light design de áreas externas, concepção de praças, clubes e parques. No entanto, sua atuação nas áreas que tenham elementos estruturais, que são aqueles que realmente podem colocar em risco a vida do usuário, assim como a de um Designer de Interiores mantém-se, apenas como formalidade e segurança técnica, sob a supervisão/acompanhamento de um engenheiro estrutural.

Tais atribuições do Designer de Ambientes são sim reais – mesmo que não regulamentadas – pois o mesmo teve em sua formação cadeiras que o habilitam em conhecimento técnico para efetuar tais projetos.

Para o Designer de Interiores e o Designer de Ambientes uma nova realidade começa a despontar no horizonte: a Justiça Federal obrigou o CREA a nos inscrever e fornecer o registro (carteirinha) profissional. Este fato nos libera da sombra de outros profissionais em vários aspectos e partes dos projetos. Porém, através da lentidão da Justiça e imposições de entidades, os processos mantêm-se parados.

 

Design de Interiores/Ambientes x Arquitetura de Interiores x Decoração

Este texto faz parte de minha monografia de pós. Vou começar a dividi-lo em partes para poder postá-los para que algumas pessoas não reclamem dos tamanhos de meus textos.

Para perfeita delimitação das áreas de atuação de um profissional de DA, há que se destacar a diferença de atuação dos diversos profissionais que atuam neste mercado.

Para o público, os profissionais são e fazem a mesma coisa. Genericamente, na cabeça dos clientes todos são arquitetos. Decorador e Designer são sinônimos de arquiteto. Porém, para esclarecer e delimitar as áreas e atuações faz-se necessário o entendimento claro de cada um desses profissionais e de seus trabalhos:

a) Decoração: é aquele profissional que buscou aqueles cursos de curta duração oferecidos por escolas como SENAC ou até mesmo aqueles autodidatas. Suas atribuições são bastante restritas uma vez que o seu conhecimento sobre vários elementos componentes de um projeto é inexistente ou nulo. As suas funções restringem-se à escolha de acessórios (vasos, almofadas, cortinas, outros), móveis, cores para paredes e poucas coisas mais. Param por aí, pois não possuem o conhecimento necessário para interferências mais pesadas no ambiente. Não há projeto e detalhamento de mobiliários específicos.

b) Arquitetura de Interiores: está bem distante da realidade da Decoração ou do Design. O uso deste termo como algo similar ou referente ao DA fez-se tão somente por causa do status e valor – glamour – que o termo arquitetura agrega ao trabalho profissional. Na realidade, Arquitetura de Interiores diz respeito à parte estrutural interna da edificação e dentre essas temos as aberturas, fechamentos, janelas, portas, colunas, vigas, escadas estruturais, mas tem a ver também com a relação entre os espaços, destinação e usos destes espaços, enfim, tudo o que faz parte do esqueleto é Arquitetura de Interiores. É o antes do Design. Apesar de alguns arquitetos¹ alegarem que tiveram durante a sua formação essa disciplina e que ela os habilita para atuação em Design de Interiores, é uma afirmação inverídica, pois no Brasil apenas em cinco cursos constam em suas matrizes curriculares disciplinas específicas em Interiores – e mesmo assim nada de Design aparece nem no nome da disciplina nem no ementário. Este profissional, raramente projeta e detalha móveis e, assim como o Decorador, busca opções já prontas no mercado como móveis de linha ou planejados. Adrian Forty, historiador britânico e crítico de arquitetura, que foi o organizador de um extenso volume da editora britânica Phaidon, “Arquitetura Moderna Brasileira” noz diz:

 “Houve algumas mudanças no status da arquitetura brasileira na cena mundial. O Pritzker dado a Mendes da Rocha certamente foi importante. Mas eu ainda tenho a impressão de que o Brasil persiste um tanto isolado em termos de cultura arquitetônica.” (Folha de São Paulo, Ilustrada, 17/06/07).

Anamaria de Moraes, já em 1994 quando da concepção da Matriz Curricular da Especialização em Design de Interiores, quando atuava como docente da Faculdade da Cidade, no Rio de Janeiro, vislumbrava as diferenças entre as áreas e da necessidade e importância da atuação conjunta dos profissionais de arquitetura com os designers na concepção dos projetos de DA quando, nos objetivos do curso coloca, entre outros:

“Integrar o design e a arquitetura de interiores num projeto que considere a otimização espaço, o conforto ambiental e o bem estar do usuário.” (MORAES, 1994)

Já Francesco Iannone, arquiteto italiano, entende que o trabalho multidisciplinar é fundamental, mesmo para a solução de problemas de menor complexidade. Em uma entrevista sua para a revista Lume Arquitetura (2007), ele desconstrói toda a visão totalitarista e onipresente que a arquitetura emprega quando deixa claro o papel do arquiteto e a real necessidade destes profissionais em realizar essas parcerias pelo simples fato de reconhecer que a sua formação não é tão perfeita como alguns arquitetos afirmam. E esta é a característica principal da visão que alguns arquitetos e até mesmo alguns órgãos e associações ligadas direta ou indiretamente à arquitetura no Brasil tem: somos perfeitos e completos.

Aproveito para fazer um aparte neste ponto. Acho engraçado como alguns arquitetos teimam em atacar e atrapalhar o trabalho dos Designers. Digo isso pois pelo visto não deve haver nada de mais importante e sério para eles fazerem como, por exemplo, dentro de suas próprias cidades, junto à administração pública, buscar soluções para as mazelas urbanas. É mais fácil atacar quem está quieto fazendo o seu trabalho para o qual foi devidamente capacitado, treinado e habilitado e não tem poderio de fogo que as prefeituras e câmaras de vereadores exigindo das mesmas que realizem melhorias. Outra coisa é que adoram criticar a péssima fiscalização do CREA sendo que não se dispõem a ajudar. Só coloquei estes dois exemplos para incitar a análise de quem lê este trabalho. Se formos olhar bem para nosso bairro, cidade, estado, país ou planeta não é nada difícil perceber o tanto de trabalho realmente arquitetural há por se fazer. Há coisas mais importantes a se fazer senhores alguns arquitetos.

c) Design de Interiores/Ambientes: o profissional de Design é habilitado para atuar em intervenções que possa ocorrer já desde o momento da concepção do projeto arquitetônico auxiliando o arquiteto a resolver os espaços da edificação de forma a atender melhor as necessidades do cliente. Após a obra pronta, o designer entra em cena para fazer o fechamento/coroamento da obra através da escolha das cores, texturas, revestimentos, mobiliário, os layouts ergonomicamente corretos, a iluminação adequada, o ajuste de algum elemento arquitetônico que esteja atrapalhando ou que esteja esteticamente desagradável. Enfim, o profissional de DA carrega um vasto conhecimento sobre como as pessoas habitam e usam seus espaços. Ele não se preocupa com a escultura que é a edificação e por isso tende a realizar os projetos com maior complexidade e perfeição.

Diferente do que prega um grande arquiteto brasileiro em um livro de sua autoria onde narra uma história ocorrida com uma cliente sua. A mesma foi reclamar com ele pois seu filho pequeno caiu de um beiral com 1,5m de altura e fraturou a perna. Em resposta, ele simplesmente diz que agora ele aprendeu que não se deve chegar próximo do beiral. Um profissional de DA certamente não daria uma resposta absurda dessa apenas com a intenção de proteger a sua escultura, obra de arte.

[1] Antes de qualquer confusão ou generalização como tem ocorrido em alguns fóruns de discussões sobre os assuntos aqui abordados, deixo claro que em nenhum momento eu ou qualquer um dos outros Designers que compartilham desta mesma opinião estamos generalizando. O grifo sobre “alguns arquitetos” (que usarei a todo momento que esta referência aparecer neste trabalho) serve para chamar a atenção ao sentido exato da colocação: ALGUNS profissionais de arquitetura e não TODOS como tem sido interpretada esta colocação exatamente por estes “alguns” com a intenção explícita de provocar todos os outros arquitetos contra os Designers.

Philips: The Simplicity Event em São Paulo.

Para a Philips, simplicidade é mais do que uma promessa de marca. O objetivo da empresa é oferecer produtos que, ao mesmo tempo, sejam fáceis de usar, criados com profundo conhecimento das necessidades do consumidor, inovadores e de tecnologia avançada.

Em 2004, ao lançar seu novo posicionamento de marca ‘sense and simplicity’, a Philips anunciou sua missão de ser uma empresa dedicada a melhorar a qualidade de vida das pessoas, investindo, no tempo certo, em inovações tecnológicas nas áreas de cuidados com a saúde, iluminação e estilo de vida, indo muito além de ser exclusivamente um fabricante de eletroeletrônicos.

Ao assinar ‘sense and simplicity’ em tudo o que faz, a Philips expõe seu compromisso com o desenvolvimento de soluções que façam sentido e sejam simples de usar.

Em 2005, a empresa criou o ‘The Simplicity Event’, uma série de eventos realizados ao redor do mundo para apresentar os estudos e projetos criados pelos Centros de Desenvolvimento e Design, baseados no conceito de simplicidade. Os protótipos apresentados nos eventos demonstram o comprometimento da empresa em oferecer inovações tecnológicas significativas que atendam às necessidades e aos desejos das pessoas na busca de melhor qualidade de vida e bem-estar.

O ‘The Simplicity Event’ reúne grupos de convidados da Philips para conhecer o que significa simplicidade para a empresa. Cada grupo visita estações que apresentam novos conceitos de produtos, criados pela Philips Design e Philips Pesquisa e Desenvolvimento. Há também uma área para que os visitantes interajam com a tecnologia que a empresa já disponibiliza no mercado, bem como produtos que serão lançados em breve.

O primeiro ‘The Simplicity Event’ aconteceu em Paris, em 2005, e desde então já passou por Amsterdã, Londres, Nova Iorque, Hong Kong e novamente Londres, em outubro de 2007, sempre para um grupo de convidados, entre eles funcionários, clientes, jornalistas e parceiros da empresa, além de profissionais de design, criação e publicidade.

As edições de 2006 e 2007 do ‘The Simplicity Event’ incluíram 15 novos conceitos de produtos criados para atender aos desejos do consumidor. Assim, após extensas pesquisas com diversas pessoas em todo o mundo, a Philips traçou perfis e criou protótipos e produtos-conceito totalmente baseados nas necessidades e sonhos dessas pessoas.

Em 2008, uma versão especial do evento acontecerá em São Paulo, para convidados de toda a América Latina, Em diversos cenários de convivência social, incluindo hospitais, escritórios, lojas, cidades e residências, a Philips apresentará soluções para os setores em que atua: cuidados com a saúde, iluminação e estilo de vida.

Para obter mais informações sobre os conceitos apresentados no último evento, visite www.philips.com/simplicity.

Site do evento: http://www.thesimplicityevent.com.br/

 

Prós: é um mega evento da Philips que já correu o mundo e finalmente chega ao Brasil. Conceitos, protótipos e lançamentos… tudo em primeira mão.

Contras: evento fechado só para a alta elite. Eu, mesmo sendo PLM da Philips, já tendo feito praticamente todos os cursos do LAC, não recebi convite e só fiquei sabendo deste evento por acaso ontem a noite quando assistia TV e apareceu um comercial falando sobre… santa TV a cabo. Porém fica aqui o meu protesto à Philips por este tipo de descuido e falta de tato para com seus parceiros e especificadores.

Gambiarra e Design

A “gambiarra”, popularmente definida como práticas que se utilizam da improvisação para gerar soluções pode estar relacionada ao conceito de design industrial. De acordo com o designer Rodrigo Boufleur, as duas atividades estão próximas em suas concepções. No estudo A Questão da Gambiarra, apresentado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, o pesquisador analisa a questão e propõe uma reflexão na tentativa de desmistificar alguns preconceitos que envolvem essas duas práticas.

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Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores

O IPOG  – Instituto de Pós-Graduação abre as inscrições para as turmas de Pós-Graduação em Iluminação e Design de Interiores , nas cidades de :
 
Campo Grande – MS – 2a. turma – abertura confirmada  para 25 de abril de 2008
Porto Alegre – RS – 1a. turma  abertura confirmada para 09 de maio de 2008
Palmas – TO – 2a. turma – abertura confirmada para 16 de maio de 2008
Natal – RN – 2a. turma  – abertura prevista 13 de junho de 2008
Manaus – AM – 2a. turma -abertura prevista 04 de julho de 2008
Curitiba – PR – 1a. turma – abertura prevista 11 de julho de 2008   
Recife – PE – 1a. turma
Rio Branco -AC – 1a. turma
Salvador – BA – 1a. turma
Florianópolis – SC – 4a turma
Brasilia – 4a turma
Cuiabá – MT – 3a. turma
Belo Horizonte – MG -2a. turma 
 
COORDENAÇÃO
Professora  JAMILE TORMANN
Fez Arquitetura e Urbanismo pela USU – RJ, Licenciatura Plena em Artes – Habilitação em Artes Visuais pela FADM-DF, é Pós-Graduada em Iluminação e Designer de Interiores pela UCB-RJ. Coordenadora Pedagógica e Professora de Iluminação Cênica no Curso de Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores pela Faculdade Oswaldo Cruz -SP. Ministra cursos de extensão e Oficinas de Iluminação Cênica. Autora do livro Caderno de Iluminação: arte e ciência. Editora Música e Tecnologia – RJ, 2006. É sócia fundadora da ABrIC – Associação Brasileira de Iluminação Cênica e sócia fundadora da ABIL – Associação Brasileira de Iluminação. É membro da CIEE-BR, comissão 3, (Comission Internationale de L’Éclairage). Escreve artigos como colaboradora para a Revista Luz & Cena – RJ e Tecnoprofile Magazine – Buenos Aires, Argentina.
Começou a trabalhar em junho de 1989 com o iluminador João Acir de Oliveira, em Porto Alegre – RS. Recebeu três prêmios de Melhor Iluminação e outras indicações. Iluminou o Ballet de Cuba de Camaguey, a Cia de Dança do Palácio das Artes – MG, e várias companhias de teatro e diretores como Wolf Maia, Aderbal Freire Filho, Eduardo Martini, Sidney Cruz, Fernando Guerreiro e Lauro Moreira
Curso organizado nos termos da Resolução CNE/CES nº. 1 de 08 de junho de 2007.do Conselho Nacional de Educação, tendo por:
OBJETIVOS

GERAL
Formar Especialistas em Iluminação e Design de Interiores capazes de elaborar projetos de iluminação (de interiores, exteriores e cênica) e design de luminárias, de residências e de ambientes comerciais a partir do conhecimento teórico e prático adquirido no Curso.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Qualificar o profissional para a consultoria em iluminação e design de interiores;

· Qualificar o aluno para a pesquisa;

· Formar profissionais que atendam aos desafios propostos, inserindo a iluminação e o design como ferramenta qualitativa, com uma visão integrada de projeto e consultoria a empresas;

· Capacitar profissionais para a investigação, compreensão e desenvolvimento do projeto de iluminação e design, considerando seus aspectos estéticos, funcionais, técnicos, ambientais e de gestão.

PÚBLICO ALVO
Profissionais e alunos com curso superior especialmente nas áreas de Arquitetura, Engenharia e Design de interiores, bem como iluminadores, fotógrafos, cenógrafos, e outros profissionais com curso superior.

COMPETÊNCIAS DOS EGRESSOS
· Capacidade de adaptação a um aprendizado ágil e contínuo;

· Flexibilidade na aprendizagem;

· Domínio das novas tecnologias, incorporadas ao mundo do trabalho e ao conhecimento humano;

· Acesso a novos sistemas produtivos, qualidade total e novas formas de gestão.
NÚMERO DE VAGAS:
Deseja-se entre 30 e, no máximo, 50 alunos por turma.

 
CRITÉRIO DE SELEÇÃO
Inscrição para a Seleção:

A inscrição poderá ser feita mediante o preenchimento de formulário próprio, acompanhado de:

· Cópia autenticada do diploma de curso superior

· Cópia autenticada da carteira de identidade

· Cópia autenticada do CPF

· Curriculum vitae

· Um retrato 3 x 4 (recente)

· Comprovante do pagamento da taxa de inscrição, a ser efetuado no ato da matrícula.

· Assinatura do Contrato Educacional
DISCIPLINAS

HISTÓRIA DA ILUMINAÇÃO
FÍSICA, BIOFÍSICA E PSICOFÍSICA DA LUZ
PERCEPÇÃO VISUAL
GRANDEZAS E CALCULOS LUMINOTÉCNICOS
FONTES DE LUZ ARTIFICIAL
SISTEMAS DE ILUMINAÇAO COM FIBRA ÓTICA
CONFORTO AMBIENTAL
PAISAGISMO INTERIOR E EXTERIOR
DESIGN DE INTERIORES I e II
DESIGN DE LUMINARIAS
PROJETO DE ILUMINAÇÃO AUXILIADO POR COMPUTADOR
ILUMINAÇÃO CÊNICA
ILUMINAÇÃO DE INTERIORES – COMERCIAL
ILUMINAÇÃO DE INTERIORES – RESIDENCIAL
ILUMINAÇÃO DE EXTERIORES
A LUZ SOB CONTROLE
GERENCIAMENTO DE OBRAS E GESTÃO DE PROJETOS
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO
CONCEPÇAO E CRITICA DA ILUMINAÇÃO
 

CARGA HORÁRIA
Carga Horária Total: 400 horas

PERÍODO E PERIODICIDADE
·Encontros/disciplinas: 01 encontro mensal de 20 horas
·Turnos:
Sexta-feira – 18h às 23h
Sábado – 8h às 13h e 14 às 19h
Domingo – 8h às 13h
 
 
CERTIFICAÇÃO
Será aprovado em cada disciplina o discente que cumprir as seguintes exigências:
Freqüência mínima de 75% da carga horária total de cada disciplina;
Aproveitamento de no mínimo, 70% isto é, nota final igual ou superior a 7,0 em todas as disciplinas e apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC.
 
 
CORPO DOCENTE:
 
Prof. Farlley Jorge Derze
Farlley Jorge Derze é Mestre em Educação pela UNB. Especialista em História das Artes Visuais, Sócio da Associação Brasileira de História Oral e Coordenador do Núcleo de História da Associação Brasileira de Iluminação – ABIL, com sede em Brasília-DF.

Prof. Gláucia Yoshida
Socióloga – UFG, Msc. em Educação – UFG, Especialista em Administração de cooperativas – UCG, Especialista em Formação Sócio-econômica do Brasil – ASOEC, Especialista em Docência Universitária: Formação e Vivência – UNIVERSO, Especialista em Psicanálise e Inteligência Multifocal – Faculdade Michelângelo, Diretora de Extensão da UNIVERSO e profª de Pós-graduação

Prof. Leonardo Rodrigues de Moraes
Sociólogo (bacharelado e licenciatura) pela UF- Mestre em História pela UnB, , especialista em História Nacional de Goiás pela UFG. Especialista em Docência Universitária pela UNIVERSO. Professor de cursos de Graduação e pós Graduação da Universo e do SENAI-GO.Coordenador de Pós Graduação Lato Senso do curso de Docência Universitária da UNIVERSO-GOIANIA

Prof. Nelson Ruscher
Eng. Eletricista pela Universidade de Brasília – Mestre em Eficiência Energética e Eletrônica de Potencia – UNB.Sócio Fundador da ABIL – Associação Brasileira de Iluminação.

Prof. Isac Roizenblatt
Engenheiro elétrico formado pela Escola de Engenharia Mauá, São Paulo – Brasil – CREA 23171 (1968). Mestre em Energia pela Universidade de São Paulo (2003). Programa Interunidades do Instituto de Eletrotécnica e Energia, Escola Politécnica, Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis e Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Consultor da Pró Light and Energy Consultants.

Prof. Thais Borges Sanches Lima
Arquiteta e Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia  Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela
UNB.  Membro do Comitê Técnico CIE-Brasil Divisão 3.

Prof. Ricardo Gaspar
Pesquisador no IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Engenheiro Civil pela Universidade de Mogi das Cruzes, Mestre e Doutor em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Prof. José Valdez F. de Souza
Engenheiro Eletricista pela Universidade de Brasília – Especialista em Tecnologia e Projetos de Iluminação – Lighting designer. Sócio Fundador da ABIL – Associaçao Brasileira de Iluminação.

Prof. Jamile Tormann
Lighting – Designer, graduada em Arquitetura e Urbanismo pela USU-RJ. Licenciatura Plena em Artes – Habilitação em Artes Visuais pela FADM-DF. É Pós-Graduada em Iluminação e Design de Interiores pela UCB-RJ. Recebeu três prêmios de Melhor Iluminação Cênica. Ministra cursos de extensão e Oficinas de Iluminação Cênica.Sócia Fundadora da ABIL – Associação Brasileira de Iluminação. Autora do Livro Caderno de Iluminação: Arte e ciência. Editora Musica e tecnologia – Rj, 2006.

Prof. Guillermo Ramirez
Mestre em Luz e Visão pela Universidade Nacional de Tucuman/ Buenos Aires com especialização em ergometria visual e fotometria, é colunista da Revista Lumière e autor de vários livros e artigos sobre o tema. É professor da Pós-Graduação de Design Interior em Iluminação e Biofísica na UTFPR-CEFET.

Prof. Glaucus Cianciardi
Mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie; Pós-graduado em História da Arte pela Fundação Armando Álvares Penteado; graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Farias Brito. Atualmente ministra aulas nos cursos de Design de Interiores, Design Gráfico e Design de Produtos no Centro Universitário Belas Artes, Professor da Universidade Cidade de São Paulo no curso Superior Tecnológico de Design de Interiores. Professor de programas de aperfeiçoamento da Câmara de Arquitetos, IAB -Instituto dos Arquitetos do Brasil São Paulo, Ycom Formação Continuada e AEA – Academia de Engenharia e Arquitetura; atuando em todo o território nacional.  Desenvolve projetos nas áreas residencial e comercial.

Prof. Marcos Simão
Arquiteto pela Universidade de Goiás. Especialista em Tecnologia e Projeto de Iluminação na Universidade Estácio de Sá.

Profº Luiz Emiliano C. Avendaño
Arquiteto e Mestre em Design. Coordenador do Curso de Design de Luminárias das Faculdades Oswaldo Cruz-SP.

Prof. Guinter Parschalk
Arquiteto com pós-graduação em desenho industrial na Hochshule fur Kunstlerische und industrielle Gestaltung Linz Austria, Trabalhou como designer na MMS Werbeagentur,(Lins – Austria), Siemens AG e Schlagheck & Schultes Design, (Munique – Alemanha), Atuou como pesquisador de artes gráficas e desenho industrial no IDART, divisão de pesquisa do CCSP e posteriormente supervisionou a Área de Recursos Áudio Visuais do CCSP (Centro Cultura de São Paulo).

Wilson Salloutti
Formado nas Faculdades Integradas Alcântara Machado, é sócio-fundador e atual diretor de Marketing da FASA Fibra Ótica, empresa pioneira na iluminação em fibra ótica para fins arquiteturais, decorativos e de comunicação visual no país. Sua luminária ‘Floating’ recebeu o Prêmio Via Design 2005.

Alexandre de Moraes Ferreira
Mestre em Paisagismo pela Universidade Federal Rural da Amazônia. Graduado em Arquitetura e Eng. Civil. Pós Graduado em Engenharia Ambiental Urbana pela UNAMA e Pós Graduado em Plantas Ornamentais e Paisagismo pela Universidade Federal de Lavras – MG.

Claudia Torres
Mestre em Iluminação Arquitetônica PELA FAU/USP, Doutoranda pela UFPB, é sócia do escritório VIA ARQUITETURA Iluminação e design Ltda. É membro da ASBAI – Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação.

Claudia Amorim
Arquiteta , Mestre pela FAU/UNB e Doutora  –università degli Studi di Roma “La Sapienza” (2001).
Atualmente é pesquisadora e professora da UnB, pesquisadora e consultora adHoc do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) e Coordenadora da àrea  de ilumação Natural da Divisão 3 CIE-Brasil (Comitê Internacionalde iluminação).

Silvia Bigoni
Graduada em Arquitetura com especialização em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas. Desde 2001 é Consultora, desenvolvendo projetos luminotécnicos, treinamentos, cursos e consultoria em empresas do segmento de iluminação. Ministra o curso de Pós-Graduação de Design de Interiores na FAESA/ES e presta consultoria para o Prêmio ABILUX de Projetos de Iluminação.Atuou  na OSRAM do Brasil por 11 anos e ministrou o curso de Projetos de Iluminação na FUPAM/FAU-USP.Desenvolve ao longo dos anos projetos de iluminação residencial e comercial tais como Livraria Cultura; Artefacto; Esfera; Confort Hotéis; entre outros.

Plinio Godoy
Eng. Instituto Mauá de Tecnologia IMT. Especialista em embelezamento urbano – Lyon -França. Membro da divisão 3 – Comissão Internacional de iluminação – CIE – BR. Fundador da ASBAI – Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação. Diretor de luz urbana Engenharia.

Peter Gasper
Arquiteto e Cenógrafo. L.D. responsável pela maioria das luzes dos monumentos de Brasília. Trabalhou em emissoras de televisão até chegar à Rede Globo, onde fez o cenário das novelas nas décadas de 60 e 70, e a iluminação a partir de 74. Iluminou o show de Frank Sinatra no Maracanã, a missa do papa no Aterro do Flamengo e o Rock’n’Rio, além do BIG BROTHER BRASIL.
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
www.ipoggo.com.br
e-mail:[email protected]

 

 

A arte-design e o design-arte: O que é, o que é?

Por Valmir Perez
 

 Quando paramos para pensar sobre o design de iluminação, começam surgir algumas perguntas interessantes, tais como: um projeto de iluminação é uma obra artística? Os designers de iluminação são artistas? Quando alguma coisa é arte e quando é design? Essas perguntas não são formuladas apenas pelos profissionais da iluminação contemporâneos e estudantes da área, mas por todos aqueles que se vêem envolvidos com design e arte no mundo todo.

Já no início do século XX, quando da criação da Bauhaus[1], na Alemanha, esse tema gerava polêmica em vários círculos de debates, tanto acadêmicos quanto puramente artísticos. O que a Bauhaus trouxe à tona naquela época foram discussões em torno do valor artístico de uma obra projetada racionalmente e até que ponto as chamadas “artes aplicadas” poderiam reivindicar o status de “arte”, dentro do conceito clássico.

A mim, particularmente, essa discussão não tem sentido, pois acredito que a arte não pode ser encaixada dentro de parâmetros absolutamente rígidos. Foram esses mesmos preconceitos que levaram os impressionistas a serem espezinhados em suas primeiras tentativas de terem suas obras reconhecidas pelo público francês em finais do século XIX. Aqui no Brasil, anos depois, o movimento modernista sofreria quase os mesmos ataques, de uma elite e da população culta extremamente iludida com a visão clássica européia.

Se pesquisarmos com mais profundidade sobre o assunto, entenderemos que mesmo um projeto encomendado, seja ele de pintura, escultura, iluminação, etc., pode se tornar uma espetacular demonstração artística do espírito humano. Muitos artistas plásticos, designers e arquitetos deixaram suas marcas em murais, edifícios, e até mesmo em cidades inteiras, e nem por isso essas obras deixaram de ser consideradas grandes obras de arte. Olhando também através desse prisma, achar que a Capela Sistina de Michelangelo não é arte apenas porque foi projetada e encomendada pelo Papa é um absurdo. Da Vinci pintou a maioria de suas obras por encomenda e nem por isso se trata, como dizem muitos, apenas de design.

Outra discussão que permeava as atividades da Bauhaus era a de que essa escola procurava levar conceitos artísticos a produtos industrializados, ou seja, trazer beleza aos produtos fabricados em linhas de produção, o que para alguns até hoje é um absurdo. Mas essas mesmas pessoas acabam comprando gravuras de artistas que as fabricam em série, como nas fábricas. Com processos parecidos aos da indústria de objetos em série.

Sabemos, porém, que nem toda obra de um artista se transforma em obra de arte, assim como nem toda obra de design pode requerer esse status. Qual a diferença fundamental então entre uma obra artística e as outras? Esse assunto é um dos mais complexos e o que causa mais polêmicas. Isso acontece porque o que é considerado uma obra de arte em determinado momento histórico, em determinadas condições político-sociais, de cultura regional, nacional, etc., pode ser considerado até mesmo um insulto, ou uma provocação barata em outro momento. Para dar um exemplo, posso citar a exposição de “Arte Degenerada”, patrocinada pelo Partido Nacional Socialista Alemão, em 1937.

           “Com o evento, os nazistas pretendiam desmoralizar a arte moderna e seus mais significativos nomes como Kandinsky, Klee e Picasso. Foram expostas 650 obras entre pinturas, gravuras e esculturas, selecionadas entre os mais de 5 mil trabalhos confiscados dos principais museus e galerias pelo Ministério da Propaganda de Hitler. A arte moderna estava sendo considerada perniciosa à “estética” partidária, “fruto da insanidade, imprudência, inépcia e completa degeneração”, como anunciava em seu discurso de inauguração o nazista Adolf Ziegler.”[2]

Assim, uma das formas de analisarmos e entendermos o que significa “arte” em nossa sociedade é também tentarmos compreender os mecanismos ocultos que se insinuam sorrateiramente nela e por ela.

Mas a arte não é fruto apenas desse “entendimento” racional de seu contexto em nossas vidas e sociedades, mas, e acima de tudo, a sensação de beleza, completude e harmonia que uma grande obra traz à tona e nos excita, nos hipnotiza e contagia. Isso também pode ser realizado pelo design, daí, a meu ver, a inócua discussão que existe entre artistas e designers para saber quem é o melhor, o mais capaz – quem realmente pode criar o que insistimos chamar apenas de “arte”.
Vale a pena o estudo das artes?

Outra questão que se debate ultimamente é a da validade de se estudar a arte ou da pesquisa pictórica pelos designers de iluminação. Será mesmo que existe alguma importância em se estudar a arte da pintura em nossa atividade? A meu ver sim, mas com o cuidado de não abstrairmos demais e darmos uma importância maior do que realmente deveríamos. Estudar as artes e seus movimentos não é importante apenas para designers de iluminação, mas para todo aquele que deseja evoluir sua maneira de enxergar o mundo, de refletir mais seriamente sobre as questões de sensibilidade, do mundo abstrato da beleza e da harmonia.

Quando fazemos paralelos entre a arte pictórica e a iluminação cênica e arquitetural, devemos refletir sobre os limites dessas comparações. A pintura, geralmente, se dá em superfícies bidimensionais, enquanto a iluminação se dá em ambientes tridimensionais e seus efeitos atingem elementos em movimento.

Sendo assim, sabemos, de antemão, que qualquer pesquisa pictórica e visual sobre suportes bidimensionais não poderá oferecer todas as soluções para a iluminação das cenas, pois a iluminação não deve se resumir apenas na representação de espaços e situações, mas, acima de tudo, integrar-se ao fluxo das cenas, dos ambientes das temáticas dos espaços e das situações. É possível que designers de iluminação utilizem as artes pictóricas como elementos de pesquisa, mas a coisa é muito mais complicada quando se deseja realmente criar uma luz viva, que não signifique apenas iluminar ambientes e cenas.

Na criação de iluminação, os designers devem também considerar a luz como parte da cena, e não como algo mais que é somado ao conjunto, mas que está separado do todo.

Ao criar a luz para uma ou mais cenas, ou para diferentes espaços, os designers não podem apenas se servir de propósitos artificiais, de imitação natural, ou de imitação da intenção. Para chegar a esse nível de criação, os designers devem, acima de tudo, conhecer as intenções profundas e subjetivas dessas cenas, das correntes de vida que “atuam” nesses espaços e, acima de tudo, aprofundar-se em conhecer o todo no qual elas se inserem, o contexto total como obra de relações e expressões complexas. Aí entra, além do saber técnico, a intuição e o conhecimento estético desse todo. Através desse trabalho de criação artística é possível integrar a luz na obra.

Obviamente, para isso, é preciso um design, um projeto, porém, não um design que se baseie apenas em resoluções prontas, retiradas de testes simulativos de computador, mas um design em aberto, que crie condições para que a luz estabeleça diálogo com os elementos que compõem esses universos, no momento em que ambos se defrontam.

Sendo assim, podemos concluir que luz, cenas, espaços, temáticas, etc., não são absolutamente elementos separados, mas que interagem mutuamente, num relacionamento íntimo de expressão. A criação de iluminação, nesse sentido, pode utilizar os elementos visuais e pictóricos sem, no entanto, esquecer as peças fundamentais que compõem essa criação, ou seja, os limites de até onde a pesquisa pictórica para o desenvolvimento de poéticas criativas pode chegar, em relação à própria expressividade das cenas como um todo.
O artista e suas ferramentas de expressão

O que se percebe, então, é uma estreita ligação entre a iluminação de palco e outras formas de expressão artística, sendo o universo da iluminação, ou seja, equipamentos, filtros, estruturas, etc., ferramentas e materiais que o designer utiliza para expressar poéticas, estéticas, dentro de um todo orgânico que são os espetáculos, os espaços, os objetos, etc.

Na pintura, o artista se utiliza de pincéis, tintas, solventes, vernizes, palhetas, etc. sobre um suporte qualquer. Já na iluminação, os suportes são os próprios palcos, espaços arquitetônicos, jardins, etc., mais os elementos que compõem essas “cenas” fictícias ou de cotidiano humano. Os pincéis são as luminárias, os instrumentos[3]; as tintas, as suas luzes colorizadas através de filtros, lâmpadas coloridas; seus brilhos, suas intensidades – cujo controle geralmente é feito nas mesas (consoles) de iluminação, nos sistemas de automação; suas sombras nos cenários, nos elementos, nos atores, nas paredes, objetos, e tudo o mais que possa ser utilizado para criar efeitos visuais estáticos e dinâmicos com a luz.

As artes têm em comum alguns aspectos que se pode considerar fazendo parte de um mesmo universo, pois, “A unidade é manifesta nas qualidades estruturais básicas compartilhadas universalmente pelas diferentes modalidades dos sentidos”. (ARNHEIN – 1989)[4]. E que: “… o essencial no sensório-perceptivo não é o que separa os sentidos um do outro, mas o que os une; une-os entre si; une-os à experiência total em nós próprios (inclusive a experiência não-sensória); une-os, finalmente, à totalidade do mundo externo, que aí está para ser vivenciado”. HORNBOSTEL (1939)[5]

Observa-se, então, que a iluminação interage de maneira bastante eficiente na determinação da expressão artística de qualquer obra, porém, não determina sozinha toda a expressividade; complementa-a, mas sua complementação pode ser igualada à da tinta sobre o suporte. Sua complementação é mais plástica nos sentidos pictórico, espacial.

Por outro lado, a iluminação também pode atuar como determinadora do universo temporal nos espetáculos teatrais e até mesmo em residências e eventos diversos, onde suas entradas e saídas determinam geralmente as trocas de cenas, de mundos, de tempos, de espaços, de climas emocionais. Na pintura, a iluminação favorece um tempo “estático”, eterno, congelado em sua dimensão plástica, enquanto no palco ou na arquitetura, com  “atuação” controlada, favorece um tempo “dinâmico”, na sua dimensão vital, mutante, de ação transformadora desse tempo.

 
Qualidades da luz

Ao se estudar a complexidade do design de iluminação, percebe-se a importância do conhecimento das principais propriedades – físicas e psicológicas da luz – para o desencadeamento de soluções, da mesma forma que artistas da pintura já percebiam isso há centenas, senão milhares de anos. Não é à toa que mestres como Da Vinci e Michelangelo não eram apenas pintores, mas cientistas, pesquisadores da natureza. Eles conheciam a importância do estudo das luzes, da anatomia, da biologia, etc.

Esses artistas representaram o oposto ao ser humano especializado. Mais tarde, todas as atividades que eles desenvolviam em sinergia foram separadas pelas academias para facilitar a transferência de conhecimento e a pesquisa. Parece que atualmente vivemos uma reviravolta desse conceito de experiência de aprendizado e pesquisa, através do que se chama atualmente nas universidades de muitidisciplinaridade, que é o trabalho conjunto de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento.

As propriedades físicas afetam o sistema visual, químico, biológico dos seres humanos e, dessa forma, as funções psicológicas, os sentimentos e as emoções. Entender as propriedades físicas auxilia os lighting designers a buscar efeitos subjetivos com um grau maior de consciência. Além disso, o conhecimento das leis de aplicação da reflexão, refração e absorção são de grande valia no dia-a-dia desses profissionais, que utilizam esses conceitos tanto teoricamente como praticamente.

Segundo WILLIANS (2003)[6] as qualidades básicas da luz são: Intensidade, forma, cor, direção e movimento. Pode-se também adicionar mais uma: o ângulo de inclinação, que é responsável dentro dos palcos e na arquitetura pela modelagem dos elementos e de suas sombras.

Ainda de acordo com o autor: “Quase toda imagem visual pode ser descrita, discutida e analisada nesses termos – ambas física e psicologicamente. Existe um excelente exercício de aula que sempre começa com a análise da reprodução de pinturas dos antigos Mestres”. “O estudante aprende a discutir as qualidades da luz utilizando termos tais como intensidade, brilho, direção, cor, forma e distribuição. Esses termos são utilizados para discutir a pintura de um detalhe de uma área pequena para o todo, ou para outras. Além disso, a pintura como um todo é discutida em respeito a todos os impactos da luz, estilo, modo, composição, conteúdo emocional e outras qualidades”. (WILLIANS, 2003).[7]

 
Iluminação de palco – conhecer e sentir

O design de iluminação, como qualquer outra manifestação artística, necessita de sua materialização, de sua extrinsecação em nosso universo material para se tornar[-se] verdadeiramente arte sentida, explorada pelos sentidos e pelas emoções humanas. Ao se pensar na iluminação apenas como arte de suporte para a manifestação de artes mais complexas, como o teatro, a dança, a arquitetura, etc., pode-se também pensar o mesmo das outras artes que a integram, como a arte da interpretação teatral, da interpretação coreográfica, da interpretação musical tocada e cantada, da cenografia, da decoração, etc.

Em vez disso, pode-se pensar na iluminação como materialização de sentidos e sentimentos e nessa condição apreende-se que: “… o ato artístico é todo extrinsecação, e o corpo da obra de arte é toda a realidade dela. A pintura não é nada diversa de uma superfície colorida, a estátua nada diversa do bronze fundido, a poesia nada diversa de uma série de palavras, a música nada diversa de uma sucessão rítmica de sons e a dança nada diversa de corpos em movimento. O corpo físico da obra de arte não é um instrumento mais ou menos necessário para comunicar uma imagem interior, e nem ao menos é o indispensável aspecto externo de uma realidade interna que, mais profunda e escondida, viva dentro dele e dentro dele se deva colher e penetrar, ou necessária manifestação física de uma realidade superior ou ulterior que se patenteie através dele e para ele aluda além de si. Ele basta a si mesmo e constitui a totalidade da arte”. (PAREYSON, 1989)[8]

A compreensão sensível e de expressividade nos palcos e nos ambientes diversos passa, primeiramente, pela necessidade de compreensão visual, física mesmo, entendida em seus aspectos formais para, posteriormente, afetar os outros caminhos de entendimento do espectador, como na pintura, que exige primeiramente a contemplação de suas formas objetivas, materiais, e, posteriormente, a introspecção e conseqüentemente a reação intuitiva e intelectual subjetiva do observador, pois:

      “Dizer que, na obra de arte o corpo é tudo, não significa negar-lhe a espiritualidade, mas apenas afirmar que esta espiritualidade deve ser vista no seu mesmo aspecto físico. Todas as tentativas de unificar ou mediar a espiritualidade e a fisicidade da obra de arte, deixando-as distintas, conservam aberta a possibilidade de separá-las, e, por isso, a alternativa de negar uma em favor da outra, isto é, de volatilizar a arte no capricho ou enrijecê-la na técnica.

     Considerar a obra de arte como tal significa, pelo contrário, tê-la diante de si como uma coisa, e, ao mesmo tempo, nela saber ver um mundo; fazer falar com sentidos espirituais o seu próprio aspecto sensível; não tanto buscar o significado de sua realidade física como, antes, saber considerar esta mesma realidade física como significado: já que nesta não se trata de distinguir interno e externo, alma espiritual e corpo físico, pura imagem e intermediário sensível, realidade oculta e invólucro exterior, mas de encontrar a coincidência de espiritualidade e fisicidade”. (PAREYSON, 1989)[9]

Artistas ou designers, somos todos aqueles que se preocupam com a beleza e com a harmonia. Diferenças entre design e arte, talvez não existam, talvez existam apenas visões distorcidas da mesma realidade. Talvez alguém, um dia, tenha olhado essas coisas através de um prisma, ou de um caleidoscópio, e separado em muitas partes o que sempre foi um todo integrado. Talvez tudo seja uma coisa só, separada apenas por nossos preconceitos. Talvez…

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[1] Escola de design, artes plásticas e arquitetura, fundada em 1919 por Walter Gropius, em Weimar, Alemanha. Considerada a mais importante expressão do modernismo e uma das primeiras escolas de design do mundo.

[2] Retirado do artigo de Yeda Arouch – http://yedaarouche.arteblog.com.br/17785/Obras-inimigas-arte-degenerada/

[3] Optei pelo termo “instrumentos” para designar os equipamentos convencionais e não-convencionais para projeção de efeitos luminosos. Esse termo também é abusivamente utilizado pelos designers americanos em relação aos equipamentos de iluminação cênica.

[4] ARNHEIN, R. Intuição e intelecto na arte. São Paulo: Martins Fontes, 1989. p.68

[5] HORNBOSTEL, E. M. V. Die Einheit der Sinne – Melos, Zitschrift für Musik. Nova York: Harcourt Brace, 1939. vol 4, 1925, pp. 290-7. tradução para o inglês de Willis D. Ellis

[6] Op. Cit .Tradução livre

[7] Op. Cit. Tradução livre

[8] PAREYSON, L. Os Problemas da Estética. São Paulo: Martins Fontes, 1989. p. 119

[9] PAREYSON, L. Os Problemas da Estética. São Paulo: Martins Fontes, 1989. p. 120 – 121

Fonte: Revista Lume Arquitetura Ano V no. 30 – pags. 54 a 58

CURSOS “DOMINGOS DE LUZ”

Cursos variados – duração: 4 h (14:30 h as 18:30 h – 15 min Coffe Break)

Datas:

20/04/08 – Projetos Luminotécnicos com LEDs – NELSON RUSCHER

04/05/08 – História da Iluminação – FARLLEY JORGE DERZE

18/05/08 – Iluminação Cênica – JAMILLE TORMANN

22/06/08 – Design de Interiores – MARCOS SIMÃO

27/07/08 – Design de Luminárias – LUÍS EMILIANO C. AVENDAÑO

24/08/08 – Novos Conceitos Luminotécnicos – JOSÉ VALDEZ

28/09/08 – City Beautification – PLINIO GODOY

19/10/08 – Certificação de Edifícios – ênfase em iluminação – ABILIO FABBRI

16/11/08 – Projetos Luminotécnicos de Grandes Monumentos – RENÉ LUI PIC

14/12/08 – Domótica – LUIZ ALBERTO LEITE
Preços (pagamento por boleto bancário):
 
R$ 150,00 público em geral

R$ 120,00 profissionais

R$ 60,00 estudantes, sócios ABIL, sócios Casa Park e Livraria Cultura (não cumulativo)

 

Curso Software Relux – JOSÉ VALDEZ:

Cursos duração: 12 h
 
16/08 – sábado das 08 h as 12 h e das 14 h as 18 h – 15 min Coffe Break

17/08 – domingo das 08 h as 12 h
Preços:
 
R$ 250,00 público em geral

R$ 200,00 profissionais

R$ 100,00 estudantes, sócios ABIL e sócios Casa Park

 

Local: CASA PARK : AUDITÓRIO DA LIVRARIA CULTURA (ao lado do Park Shopping)

Brasília – DF
 
Para inscrições acessar o site www.abil.org.br , link: cursos.

ApDesign promove Workshop de Mobiliário

Curso acontece dia 19 de abril; inscrições podem ser feitas até o dia 12

A Associação dos Profissionais em Design do Rio Grande do Sul (ApDesign RS) promove, dia 19 de abril, um workshop em mobiliário direcionado a estudantes, profissionais de design e arquitetos que desejam entrar para o setor moveleiro.

O workshop será ministrado pela designer e coordenadora do Núcleo de Produto da ApDesign Ritha Braga, que atualmente presta consultoria para cinco fábricas na área moveleira.

O foco do curso é o desenvolvimento de produtos, iniciando na fase da pesquisa de tendências e análise da concorrência até a modelagem de produtos de mobiliário criados e apresentados em aula. Também serão abordados dados técnicos de dimensões e materiais, apresentação e negociação de projetos com clientes.

Ritha Braga, palestrante do workshop, adianta que para apresentar as tendências em mobiliário para os alunos, ela irá utilizar o “Caderno de Referência” lançado todos os anos pelo Senai – Cetemo. “Neste caderno é feito um estudo profundo de vários profissionais da área, norteando os rumos do segmento moveleiro”.

O workshop terá carga horária de 8 horas/aula, das 8h30 às 12h30 e das 13h30 às 17h30. As inscrições podem ser feitas até o dia 12 de abril, com o investimento de R$ 150 para sócios ApDesign e R$ 190 para não-sócios. O curso acontecerá na sede da ADVB, à rua Celeste Gobbato, s/nº, ao lado do Fórum Central- Praia de Belas, em Porto Alegre-RS. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones: (51) 3019-2992 ou (51) 8123-4066.

Fonte: Equipe eMobile

Design do Dia-a-dia de Donald A. Norman

Por que alguns produtos satisfazem os consumidores, enquanto outros os deixam completamente frustrados? Em O design do dia-a-dia, o especialista em usabilidade Donald A. Norman analisa profundamente essa questão, mostrando que a dificuldade em manipular certos produtos e entender seu funcionamento não é causada pela incapacidade do usuário, mas sim por uma falha no design do que foi fabricado. Para o autor, design é mais do que dar uma bela aparência a alguma coisa: é um ato de comunicação, que transmite a essência da operação do objeto e implica o conhecimento do público para o qual ele foi criado.

O livro apresenta quatro princípios fundamentais do design: modelos conceituais (produtos fabricados de forma a serem auto-explicativos, isto é, a permitirem que se identifique claramente seu funcionamento e modo de operação, como acontece com aparelhos que possuem apenas dois padrões de ajuste de controle); feedback ou retorno de informações (análise dos efeitos da ação do usuário); restrições (criação de mecanismos que não deixem algo ser feito de maneira diferente da correta – por exemplo, impedir que o cartão de memória de uma câmera digital se encaixe em posições diferentes da adequada); e affordances (termo técnico que, em resumo, significa garantir que as ações apropriadas sejam perceptíveis e as inapropriadas, invisíveis).

Ao longo dos capítulos, Donald A. Norman dá exemplos de produtos adequados e inadequados, além de mostrar de que forma o excesso de tecnologia pode comprometer a facilidade de utilização do que foi fabricado. Ele também ressalta a importância do poder de observação. Sabendo olhar com atenção a si mesma e aos outros, cada pessoa se torna capaz de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população em geral. Um observador cuidadoso consegue identificar as falhas de cada artigo ou serviço e apontar possíveis soluções para os problemas.

Segundo o autor, um bom design reúne prazer estético, arte e criatividade, sem deixar de ser fácil de operar e de usar. As dicas, análises e considerações reunidas em O design do dia-a-dia tornam sua leitura interessante não só para quem trabalha com a fabricação de produtos, mas para todos nós, que diariamente temos que lidar com as engenhocas criadas por nossos semelhantes.

Uma das idéias que eu tirei do livro é: se você olha e não sabe como o objeto funciona, a culpa é do designer. Foi daqui que eu tirei a idéia do texto sobre o Manual do Usuário e outras coisas.

Aqui um Book Review de Henrique Costa Pereira.

Aqui, link para comprar no Submarino.

Elimine as armadilhas

Por: Nathalia Santos Costeira

Escorregões, tropeços e quedas podem ter consequências graves. Por isso, estar atento a pequenos detalhes, como a disposição correta dos móveis, é indispensável para diminuir o risco de acidentes em casa, principalmente se houver crianças e idosos circulando

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Sempre pensamos em nosso lar como um local seguro, onde estamos livres de qualquer perigo. No entanto, pesquisas recentes apontam que aproximadamente 75% dos acidentes que envolvem idosos e crianças acontecem dentro de suas próprias residências. Essa constatação pode ser atribuída ao fato de que casas e apartamentos, em geral, não são projetados para atender adequadamente suas necessidades, e que pouco tem sido feito para mudar isso. “O ambiente em que vivemos deve, necessariamente, ser compatível com nossas preferências pessoais e necessidades específicas”, alerta o arquiteto Allan Feio.

Os profissionais da área chegaram ao consenso de que a principal causa desses acidentes é a falta de conhecimento. “Os próprios moradores poderiam prestar atenção a pequenos detalhes como corrimãos, pisos e móveis adequados, se soubessem de sua importância”, afirma o designer de interiores Paulo Oliveira, para quem a principal dificuldade está em conscientizar as pessoas sobre a necessidade dessas mudanças. “É preciso vencer a resistência dos próprios clientes, que se preocupam em atender somente as necessidades do agora, esquecendo das adaptações que serão indispensáveis com o passar dos anos ou com a chegada de um filho, por exemplo”.

Outro obstáculo presente na hora de trazer segurança aos projetos é a questão estética. Para a designer de interiores Adriana Diniz, existe um certo preconceito em relação à instalação de barras ou mudanças nos mobiliários. “Muitos acreditam que isso compromete a estética do ambiente, o que não é verdade”.

Mas esse preconceito não está restrito aos clientes. Muitos arquitetos e designers de interiores também primam pela estética, quando o conforto, a praticidade e a segurança deveriam estar em primeiro lugar. Contudo, com o crescimento da perspectiva de vida e o número de idosos aumentando no País, está surgindo um novo mercado, que cresce acompanhado de profissionais especializados no assunto.

E engana-se quem pensa que é preciso gastar muito para melhorar a segurança. Adriana Diniz garante que é possível fazer mudanças sem desembolsar muito dinheiro. “Pequenas alterações na decoração e organização dos móveis já fazem grande diferença”.

Já para quem precisa de adaptações mais específicas, o custo pode variar entre R$ 3.000 e R$ 40.000, dependendo das necessidades e limitações. A arquiteta Maria Olide Leal ressalta, porém, que qualquer alteração devidamente projetada só acrescenta valor ao imóvel. “Além de proporcionar qualidade de vida aos moradores”.

O primeiro passo nessa direção é observar todos os detalhes, como pisos, locais de circulação, distribuição do mobiliário, iluminação etc. O arquiteto Allan Feio aconselha a remover todos os obstáculos das áreas por onde passam as pessoas: os fios devem ficar em canaletas e os tapetes convencionais trocados por modelos antideslizantes.

Paulo Oliveira ressalta também a importância dos pisos antiderrapantes na cozinha, banheiros e áreas externas, assim como corrimãos e demarcações no início e fim das escadarias. Sugere, sempre que possível, optar por móveis com cantos arredondados, que evitam ferimentos graves, principalmente nos choques com crianças.

Entre os cômodos que merecem mais atenção, a unanimidade entre os profissionais é o banheiro. “O uso dos porcelanatos, aliado à falta de barras de segurança e apoio, são os fatores que mais contribuem para os altos índices de acidentes” afirma Feio.

BOX (na matéria) – Segurança em primeiro lugar

Aqui, os profissionais dão dicas de como deve ser uma casa em que circulem crianças e idosos:

Área de serviço: Os itens de limpeza precisam ser colocados em locais de fácil acesso, mas longe do alcance das crianças, e os objetos pesados devem sempre ficar nos lugares mais baixos. No piso, dê preferência aos materiais que permitam fácil manutenção e limpeza, mas que não sejam lisos.

Cozinha: Assim como na área de serviço, os objetos utilizados com mais frequência devem ficar em locais de fácil acesso. O conselho é proteger as quinas dos móveis, e a altura dos balcões e da pia precisam ser adequadas a quem trabalha no espaço.

Sala de estar: Evite prateleiras de vidro e acessórios em excesso sobre as mesas. Retire todos os tapetes ou utilize antiderrapantes que se fixam no piso. Fique atento às quinas dos móveis e à firmeza dos mesmos.

Sala de jantar: Como na sala de estar, evite o excesso de acessórios sobre a mesa e, caso o tampo da mesa seja de vidro, proteja-o com botões de silicone, para evitar quebra ou trincas. Prefira cadeiras leves, resistentes e firmes, mais facilmente manuseadas por crianças e idosos.

Quarto: O ideal é que armários, cômodas e criados-mudos tenham corrediças nas gavetas e protetores de quina. A cama deve ter altura apropriada ao usuário, e o interruptor de luz precisa ficar próximo ao leito.

Banheiro: O piso deve ser adequado para áreas molhadas, e o uso de tapetes só é permitido se for do tipo de borracha com ventosas. Dentro do box e próximo ao vaso sanitário, é recomendado instalar de barras de segurança e eliminar desníveis do piso. O porta-toalhas deve ser fixado na parede.

Áreas externas: Para quem possui piscina, o ideal é proteger toda a área com grade de alumínio e instalar pisos apropriados para evitar quedas e escorregões.

Janelas: Todas elas e também as varandas devem contar com rede protetora.

Escadas: Corrimãos e degraus sinalizados com cores fortes ou faixas antiderrapantes são imprescindíveis. A instalação de portões também é indispensável para quem possui crianças pequenas.

AT revista, parte integrante do jornal A Tribuna – Ano 4 – Edição 171 Sessão – Sua Casa – 9/março/2008

Padrões Web para Clientes e Leigos

Não sei quanto a vocês, mas comigo já aconteceu, várias vezes, de estar frente a frente com um cliente que não tinha a mínima idéia do que são os padrões web e qual a necessidade de adotá-los. Além disso, muitos alunos iniciantes, após serem submetidos a artigos, apostilas e revistas abordando o tema de forma crua e pouco responsável, vieram até mim com muitas perguntas sobre o tema, além de uma série de visões distorcidas e pouco objetivas.

Por isso, acabei escrevendo este artigo, que indico para dar uma iniciação ao tema. Quando apresento este artigo para os meus clientes (leigos, na sua maioria), consigo “conversar” mais objetivamente sobre o tema, além de poder propor soluções mais adequadas para cada projeto. Espero que seja útil para vocês.

Padrões Web: back to basics ou o que nunca deve ser esquecido.

Confira, neste artigo:

1) O que é web?
2) O que é XHTML?
3) O que é CSS?
4) O que são web standards (padrões web)?
5) Como aplicar estes padrões em minhas páginas?

1) O que é web?

A web funciona dentro da internet como um sistema que interliga diversos arquivos por meio de hipermídia e hiperlinks. Na web, existem os servidores (que armazenam os arquivos dos sites que utilizamos), o cliente (você, que acessa a web) e um navegador (também conhecido como browser), cuja função é interpretar os códigos das páginas e processa-los, possibilitando a exibição na tela. As páginas web são escritas numa linguagem de marcação (utilizando marcas, também conhecidas como tags) chamada html. Os browsers processam o código html e servem páginas para os usuários.

2) O que é xhtml?

Xhtml é uma linguagem de marcação, baseada em xml. Em sua versão 1.1 e 1.0, é considerada um evolução ao html4.0.1, tornando as regras mais claras. A separação de conteúdo e formatação visual é um dos pilares principais da linguagem, que também oferece ferramentas e recursos de acessibilidade diversos, bem como a real possibilidade de trabalhar com um modelo único de publicação. Traduzindo, isso quer dizer que você, desenvolvedor/estudante, criará a página somente uma vez, e poderá publicá-la em qualquer tipo de mídia.

3) O que é CSS?

CSS é uma linguagem que permite a formatação visual de uma página html utilizando o sistema de folhas de estilo.

Para entender o conceito do css, imagine o seguinte: você tem um documento extenso, escrito no seu editor de textos preferido. Porém, trata-se de um trabalho escolar, o chato do professor impôs uma série de regras de formatação para títulos, subtítulos, textos, fotos, legendas, etc… Você, neste caso, tem duas opções: ou formata manualmente cada linha de seu texto, ou cria uma folha de estilos, acessíveis facilmente. Então basta selecionar os blocos de texto e aplicar o estilo correspondente. Simples, não? Pois é exatamente assim que o css funciona. Só que, ao invés de formatar textos, ele formata páginas html.

Todos os navegadores dão um suporte razoável ao css (porém, cuidado com o Internet Explorer!). Esta poderosa linguagem oferece um real controle sobre os aspectos visuais e posicionamento dos elementos das páginas, como jamais existiu na web.

4) O que são web standards (padrões web)?

A web possui um órgão gestor em nível global, chamado W3C. Este consórcio mundial da web é presidido por Tim Berners-Lee, o criador do html, desenvolvedor do primeiro servidor web, do http e, portanto, pai da web. Um dos principais motivos da grande popularização da web no mundo, foi justamente o empirismo desse cidadão, que não quis cobrar royalties de sua criação. Ou seja, o html é totalmente livre de licenças.

O W3C cria os padrões que devem ser seguidos e adotados por toda a comunidade web. Estes padrões visam sempre a melhoria contínua da web, facilidade de acesso, democratização da informação e trabalho mais eficiente por conta dos desenvolvedores de web espalhados por todo o mundo.

Atualmente, os padrões web dizem respeito, especialmente, à separação clara e objetiva de conteúdo (html) e formatação visual (css). Também, a questão da acessibilidade e do acesso às páginas de qualquer dispositivo ou browser é uma grande bandeira levantada pelo W3C e por um grande número de desenvolvedores conscientes pelo mundo.

Ao eliminar a necessidade de utilização das tabelas para layouts, que agora podem ser criados por tags de divisão (div), o W3C deu margem à criação do “marketeiro” termo “tableless”, tratado como verdade absoluta por muitos, mas que não passa da aplicação dos padrões web de maneira consciente e limpa.

5) Como aplicar estes padrões em minhas páginas?

Na verdade, é tudo muito simples:

a) Desenvolva seu layout em alguma ferramenta visual de design (photoshop, por exemplo);
b) Após a aprovação do layout (e conclusão de várias etapas de planejamento), parta para a confecção (desenvolvimento) do html básico, puro, sem formatação visual nenhuma. Siga as normas de desenvolvimento, escreva um código lógico, limpo e semântico, com marcações de acessibilidade.
c) Parta para a criação dos arquivos CSS. Trabalhe com arquivos gerais e externos, utilizando-os para a formatação global de seu site.

O futuro do celular

Aparelhos de telefonia móvel evoluem numa velocidade tão assombrosa que tentar prever os modelos e as funções dos aparelhos do próximo ano, tornou-se uma tarefa quase impossível.

É lógico que existe uma “contenção de tecnologia”. É necessário o lucro com os aparelhos já produzidos. As diversas marcas têm que pelo menos diminuir bastante seus estoques e mais toda aquela ladainha de vida do produto.

Mas tirando tudo isso, onde vamos parar? O N95 da Nokia já vem com 8 GB e câmera de 5 megapixels. Fora o Iphone e todas as suas funções online.

O bom é que desse futuro só devemos temer o impacto ambiental da tecnologia aplicada. De resto é gastar uma grana pra ter um multi – tudo no bolso.




 

 

 

Acessibilidade: urgente e necessária!

imagem representando acessibilidade
Alguns assuntos são tratados com maestria por um sem-número de profissionais, é sempre admirável observar isso. Porém, assuntos como acessibilidade devem ser exaustivamente relatados, observados, repassados de todas as maneiras possíveis.

Nas minhas andanças pela web, descobri um avaliador de acessibilidade (ASES) disponibilizado pelo governo federal eletrônico em conjunto com a Sociedade Acessibilidade Brasil, nos blogs de Cristian Tretin (web para todos) e, posteriormente, no blog de Marcelo Torres.

O ASES é uma ferramenta open source (código aberto, ou seja, permite a melhoria contínua por qualquer desenvolvedor que queira ajudar), seguindo uma tendência inaugurada pelos softwares e distribuições LINUX.

Neste blog, publico sempre conteúdo inédito, normalmente evito assuntos já abordados por outros blogs. Neste caso, porém, a idéia é justamente contrária: acessibilidade e orientações de como testar ou criar conteúdo acessível devem ser divulgadas por todos os blogs relacionados com o tema, expandindo e fazendo a informação chegar para todos os desenvolvedores, estudantes e profissionais envolvidos com web, de alguma forma.

O ASES é uma ferramenta excelente, permitindo o test-drive de seus sites e blogs no ítem acessibilidade. Munido das informações sobre os pontos fracos de sua aplicação web, fica muito mais fácil a melhoria da mesma, corrigindo erros e solucionando problemas.
Várias mudanças serão efetuadas, progressivamente, neste blog, devido aos resultados obtidos pelo ASES.

Confira seus principais recursos, de acordo com o site oficial:

  • Avaliador de acessibilidade (e-MAG e WCAG);
  • Avaliador de CSS;
  • Avaliador de HTML (4.01 e XHTML);
  • Simuladores de leitor de tela (tempo) e Baixa visão (daltonismo, miopia, catarata);
  • Ferramenta para selecionar o DocType, conteúdo alternativo, associador de rótulos, links redundantes, corretor de eventos e preenchimento de formulários

Definições básicas dos termos citados:
a) e-MAG: modelo de acessibilidade do governo eletrônico, atendendo as exigências do decreto 5.296, sobre acessibilidade.

b) CSS, HTML, XHTML: saiba mais neste artigo, aqui do blog.

c) Leitor de tela: software especialmente desenvolvido para leitura do conteúdo dos textos de um computador, inclusive website. Ao se escrever um código de acordo com os padrões e normas de acessibilidade, o leitor cumpre sua missão de maneira muito mais eficaz.

E por falar em leitor de tela, sugiro o download deste aqui:
http://www.nvda-project.org/download.html

Trata-se de uma excelente ferramenta freeware que lê o conteúdo do monitor, utilizando a tecnologia de voz sintetizada. Instale e experimente como suas aplicações web são interpretadas por ele, não deixe de melhorar, sempre!

Aguardem mais artigos sobre este tema importantíssimo!

Grande Abraço!

Manual do Usuário

Falar do Manual de qualquer tipo de projeto é falar da união de várias categorias do design. Mais propriamente da união do PRODUTO com o GRÁFICO. Mas vendo vários casos e pela experiência que eu tive na confecção de manuais, garanto a vocês que o timing do manual (sua criação), é atrasado em relação a sua ordem de significância. Ou pelo menos o esboço dele.

Ele representa o modo como o usuário deve utilizar o projeto. E isso só é feito depois. Normalmente é um dos últimos itens a serem feitos. Qual o problema disso?

Antes de chegar a essa resposta, vou citar um raciocínio do Donald A. Norman em um de seus livros: se o usuário olha o produto e não sabe como usá-lo, a culpa é do designer. A culpa não pode ser do usuário (mesmo ele achando muitas vezes que a culpa é dele), a culpa deve ser do cara que não averiguou todas as possibilidades de compreensão do uso do seu projeto.

Pois então, voltando a resposta, temos um grande inimigo que é o designer egocêntrico que achou seu projeto perfeito. Esse cara vai dizer que “se o usuário olha o produto e não sabe como usá-lo, olhe o manual”. Mas mesmo aí existe a possibilidade do usuário não entender ou o pior, ele entender como deve ser feito e mesmo assim errar no uso.

Não, o usuário não pode, mesmo nessa situação, ser considerado culpado (ou burro!!). Se mesmo depois disso o usuário comenter um erro, o projeto não está 100% pronto.

E aí vem o tema desse texto que é o Manual do Usuário. Este item deve ser visto como uma extensão conjunta de todo o projeto e deve ser “rascunhado” durante o desenvolvimento, durante testes e tudo mais. Ele pode acabar virando um herói para projetos ruins, mas deve ser visto com uma maior importância pelos designers.

Conseguiríamos a partir daí formatar os usuários a entenderem a importância de cada categoria, resultando numa maior seleção e busca aos bons profissionais.