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O paradoxo das RT’s.

RT’s, para quem não conhece, são as controversas Reservas Técnicas que empresas e fornecedores premiam os profissionais em “agradecimento” à fidelidade. Falando bem popularmente, são comissões destinadas aos profissionais por preferirem uma determinada loja ou fornecedor. Elas surgiram há muito tempo quando empresas de grande porte começaram a garantir suas vendas junto aos profissionais presenteando-os com comissões após o fechamento das vendas.

Até aqui podemos dizer que “tudo bem” uma vez que, em um primeiro momento, parece não haver problema algum sobre este assunto. No entanto, creio que seja preciso analisar mais profundamente os aspectos éticos e profissionais que envolvem a questão do pagamento das RT’s e avaliar qual o caminho percorrido pelas empresas e pelos profissionais com relação a isso.

Recentemente fui ao cinema assistir o filme “Tropa de Elite”, venerado por alguns e odiado tantos outros. Quanto a mim, posso dizer que cada detalhe me surpreendeu. A cada diálogo ao longo do filme colocava o dedo nas feridas comuns que todos nós carregamos e na maioria das vezes, consciente ou inconscientemente não damos a devida atenção. Mas o que mais me surpreendeu com relação ao filme foram os comentários comuns que eu ouvi, tanto na saída do cinema quanto nas ruas e fóruns, foram de pessoas que pretendiam passar no camelô comprar um exemplar pirata para ter em casa.

Fico me perguntando: será que essas pessoas são capazes de sair da superficialidade sanguinolenta e truculenta do filme e enxergar o que tem mas abaixo da superfície? Creio que não! Dentre as várias e mais significativas cenas a que mais me chamou a atenção foi curta e pouco explorada, com diálogos que ficaram perdidos e soltos, pois ou nao foram devidamente trabalhadas ou foram censuradas. Refiro-me à cena da passeata. Nela o filme retrata a contradição hipócrita daqueles que gritam pela paz quando no seu cotidiano alimentam o narcotráfico e a violência que condenam.

Pois bem, pode parecer estranho ao leitor, mas essa contradição denunciada me fez refletir sobre as RT’s, com relação as quais devemos também ter esta capacidade de mergulhar e sair da superficialidade do dinheiro fácil e garantido que esta nos garante. De fato, há profissionais trabalhando sistematicamente com estas, porém cabe considerar que os meios com os quais estes o fazem são distintos. Penso que a possibilidade de trabalhar com as RT’s ocorrem de tres maneiras:

1 – o profissional deixa o cliente ciente da existência das RT’s e, para que se possa baixar o valor do projeto faz um acerto entre as partes de que o cliente fará as compras sempre com a presença do profissional para garantir a este o recebimento dessas comissões como forma de compensação pelo valor menor cobrado no projeto.

2 – O profissional fecha o contrato com o valor normal do projeto e junto ao fornecedor exige que o valor de sua RT seja repassado ao cliente na forma de um desconto extra, além do já oferecido pelo fornecedor. Neste caso o cliente está também ciente da existencia das RT’s e esta negociação com o fornecedor é feita na presença das tres partes: cliente, profissional e fornecedor. Claro que esta não é muito aceita pelos fornecedores.

3 – O profissional não expõe ao cliente sobre a existencia das RT’s. Cobra o valor normal do cliente e recebe paralelamente as RT’s dos fornecedores. Creio que, em relaçao aos demais, este é o pior tipo e mais anti-ético procedimento uma vez que, por meio dele, o profissional faz o cliente pagar duas vezes pelo trabalho: de um lado, pela via contratual, portanto lícita, o cliente paga o valor do projeto e, de outro lado, o cliente sem o saber paga as RT’s ao profissional embutidas no valor de equipamentos e serviços adquiridos. E não me venham alguns querer afirmar que a grana onvestida pelos fornecedores para o pagamento das RT’s provém da verba destinada ao marketing.

Com efeito, o que mais se vê são profissionais usando a terceira alternativa. Mas ainda se pode cogitar uma quarta alternativa que vem se tornando comum no mercado e que é, sem sombra de dúvida, a principal responsavel pela prostituição de nossa profissão: numa visão insana e individualista de competitividade, muitos profissionais estão dando os projetos de graça para os cliente em troca da negociata das RT’s. Isso destrói qualquer pretensão que se espera de profissionais honestos com relação à seriedade comercial e à credibilidade de sua atividade profissional.

Gostaria de mergulhar mais fundo na problemática que envolve as RT’s. Tudo bem! Ela é só um dinheirinho extra que entra no final do mês nos bolsos de alguns. Ótimo! Afinal hoje em dia tudo está muito caro, muito dificil de manter, contas e mais contas a pagar. Porém, aí vem outra questão que tem a ver com o título deste artigo: O paradoxo das RT’s. Quero aqui brincar seriamente com este paradoxo da realidade das RT’s com o filme Tropa de Elite?

O leitor pode estar se perguntando sobre a estranheza desta colocação com relação a este tema. Afinal de contas a Tropa de Elite é um organismo sério. Por isso mesmo, quero que todos entendam a partir dete ponto quando me referir à Tropa de Elite Profissional, com um “às avessas” na sequência.

O problema das RT’s começa na disparidade de sua oferta para cada categoria profissional. Normalmente, o percentual oferecido pela RT para os arquitetos é maior daquele oferecido aos designers ou decoradores. Algumas lojas aqui em Londrina oferecem 15% para arquitetos e 3% para designers e decoradores. Formata-se então, a Tropa 1.

Outro problema sério gerado por ela é a tal fidelização. Através dela formata-se um cartel entre loja/profissional desconsiderando o cliente. O profissional rasga seu vocabulário e argumentos para impor ao cliente que os móveis ou materiais dessa empresa são melhores que os das outras, o que nem sempre é verdade. A verdade é que a RT paga por A é maiorr que a paga por B, C ou D. Isso sem contar as empresas que dão aos principais parceiros profissionais RT’s de clientes que apareceram do nada na loja, sem acompanhamento profissional, e acabam pagando a RT dessa venda, para aquele “queridinho”. Temos então a Tropa 2.

O destaque desses dois exemplos se orientam apenas para breves colocações acerca da seriedade pela qual as RT’s afetam o mercado tanto do lado ético-profissional, quanto do lado do cliente que acaba sendo sempre o maior lesado.

Entretanto, não posso deixar de explanar aqui o fato mais sério das RT’s. Em sua grande maioria, este é um dinheiro não computado e declarado tanto pelas empresas quanto pelos profissionais. Torna-se então, uma espécie de lavagem de dinheiro. Com a conivência tanto das empresas, quanto dos profissionais. Raras são as empresas que fazem o profissional assinar um recibo deste recebimento.

Este dinheiro não entra nos custos embutidos declarados pelas empresas para a finalização do custo final e, poucos são os profissionais que depositam este dinheiro em suas contas bancárias e declaram tais rendimentos à Receita Federal. Em grande parte, os profissionais trocam o valor das RT’s por mercadorias do fornecedor. Algo de errado? Sim, tudo errado neste ponto.

Neste caso, de forma análoga, ambos estão agindo exatamente como os traficantes e usuários de drogas do filme Tropa de Elite. No final das contas, quem “morre” por uma bala perdida é o cliente. O traficante/fornecedor e o usuário/profissional nem de longe estão preocupados com os civis.

Não posso deixar aqui de alfinetar nossa digníssima ABD. Recebi no dia 13/11/2007 mais um e-mail da série “Vem com a gente”, mesmo não sendo associado. Interessante ressaltar que, na parte que trata dos benefícios em ser associado, o primeiro em destaque é justamente esse: “Carteira de associado reconhecida pelos fornecedores no pagamento das RT’s”.

Como se não bastasse isso, a grande formatação de uma Tropa de Elite às avessas promovida pela ABD estimula e reforça a prática desenvolvida por empresas como a Tok&Stok, Etna e outras que oferecem RT somente para quem é associado à ABD. Como se não bastasse isso, alguns núcleos municipais de decoração só aceitam entre seus membros portadores da tal carteirinha. Quer maior formação de quadrilha que essa? De modo algum, pretendo afirmar que essas lojas por sua seriedade no mercado possam ser responsabilizadas diretamente pois duvido que saibam realmente das ações tácitas ou manifestas da ABD contra os designers que supostamente pretendem representar.

Bom meus leitores, expus aqui o básico para mostrar a vocês que existe sempre muito mais coisas quando saímos da superfície. Reflitam bastante sobre isso e suas práticas profissionais e decidam que tipo de profissional você quer ser: em profissional ético e sério ou um profissional bandido?

Projeto Design Para Todos

O projeto Design para Todos é uma iniciativa de designers que se uniram em prol de um objetivo comum, divulgar o design e promovê-lo na sociedade brasileira.
Mais do que representado somente pela estética entendemos que o design é uma grande ferramenta que possibilita a inclusão e a sustentabilidade.
Dessa forma, é responsabilidade do designer projetar tendo em mente o manejo consciente da matéria-prima, vislumbrar o ciclo de vida do produto e o conseqüente lixo gerado no seu descarte. O design sustentável é, mais do que nunca, peça-chave para diminuir o impacto ambiental gerado pela produção industrial.
Além disso, há ainda a preocupação em desenvolver projetos levando em consideração os conceitos do Design Universal, chamado de “design que inclui” e que tem seu foco no usuário. A premissa é que os produtos ou serviços sejam projetados para atender a um maior número possível de usuários de diferentes idades, diferentes estaturas, diferentes habilidades motoras e diferentes níveis socioculturais.

Como qualquer outro profissional, designers podem, e devem, dar sua contribuição para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável e harmônica.
De pequenas ações surgem grandes resultados!Participe!

LINK

ANIMASERRA: Festival é vitrine para profissionais e amantes das artes digitais

Em primeiro lugar, gostaria de manifestar minha satisfação por ter sido convidado a escrever uma coluna sobre o mercado de animação e artes digitais para este site. Agradeço este privilégio e, com certeza, em breve este site será referência para as mais diversas classes do design, dentro e fora do país. Vida longa ao design.com.br ! ! !Para que tudo fique nos conformes, deixem que eu me apresente, não é mesmo?

Meu nome é Antonio Ribeiro e sou designer e ilustrador com formação pela UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Curso MBA em Computação Gráfica e Multimídia na mesma instituição e já fui Editor de Arte de diversas publicações. Além de editor, também ilustro e já criei várias embalagens para marcas de cosméticos e diversos outros segmentos. Criei estampas para marcas como De Millus e há 3 anos atuo no mercado de animação a artes digitais. Neste ano de 2007, na ocasião do ANIMASERRA, lancei o livro “Brasil: Referência no Cinema de Animação e HQ”, pela Editora Zem. Além desses trabalhos, sou diretor da NUCLEAR – Núcleo de Animação e Artes Digitais, um centro de formação em 2D, 3D e artes digitais em geral e, agoram super satisfeito de fazer parte deste brilhante time do design.com.br, posto minha primeira coluna!

Bem, para começar como pé direito, falarei um pouco sobre um evento criado por mim e ocorrido, já em sua segunda edição, no dia 3/11: o II ANIMASERRA – Festival de Cinema de Animação e Quadrinhos da Região Serrana do Rio de Janeiro.

II ANIMASERRA revela-se como pólo de encontro de profissionais e teve mais uma edição de sucesso

Quando nos idos de 2004, comecei a amadurecer a idéia de criar um festival de cinema de animação, quadrinhos e games, me deparei com os receios e as dúvidas que qualquer organizador sensato e sério se depararia: como fazer um evento que atenda às expectativas e possa encorporar-se ao calendário do Estado e até mesmo do Brasil? O sonhos concretizou-se e, em 2007, o ANIMASERRA já teve sua segunda edição, com um crescimento exponencialmente visível a todos que compareceram em ambas as versões. É a animação crescendo no deserto!

O ANIMASERRAFestival Nacional de Cinema de Animação e Quadrinhos da Região Serrana do Rio de Janeiro, concebido por mim e por meu sócio, Rodrigo Miguel, demonstrou-se um evento que, além de contemplar os bons profissionais de todo o Brasil que, ano após ano vêm palestrar em nosso festival, também contempla o público em geral de curiosos e iniciantes no mercado. Talvez esteja aí o porquê do sucesso do Festival, alcançado tão rapidamente em apenas 2 edições.

O primeiro ANIMASERRA, acontecido nos dias 3, 4 e 5 de novembro de 2006 atraiu mais de 3 mil pessoas e contou com figuras ilustres em suas palestras, como Miguel Paiva (criador da Radical Chic), André do site 3d1 – portal referência em 3D para os profissionais da área, OTA (editor da Revista MAD no Brasil), Ranz Ramzemberger (único Autodesk Training Specialist da América Latina), além de de Levi Luz (proprietário da Intervalo Produções e criador do desenho animado para TV totalmente nacional DOGMONS), a HOPLON Infotainment (empresa criadora do game massivo TAIKODOM) entre diversos outros palestrantes.

O sucesso foi absoluto e, além das palestras, as oficinas de recorte (estilo de animação tipo stop-motion) e de 3D ficaram lotadas, com diversas turmas durante todo o festival.

Já neste ano, em 2007, o evento acabou de acontecer (foi nos dias 3 e 4 de novembro) e então as sensações e a euforia estão todas à flor da pele ainda.

A mesa de abertura do II ANIMASERRA, por si só, já foi uma atração à parte. Estavam na mesa: Ziraldo – criador do Menino Maluquinho; Marc Campos – desenhista da Marvel e DC Comics para Liga da Justiça, Batman, Superman, Homem-Aranha e muitos outros personagens; Clewerson Saremba – diretor da Labocine Digital, estúdio responsável pelo novo longa-metragem da Turma da Mônica “Uma Aventura no Tempo”; João Boldrini – diretor da Melies, grande Escola de Animação de São Paulo; Waldyr Sant´Anna – dublador da primeira voz de Homer Simpson; Jorge Vasconcellos – dublador e diretor que fez vozes das animações A Vaca e o Frango, X-Men, Lilo & Stitch, Procurando Nemo, As Meninas Superpoderosas e muitas outras; Ricardo da Matta e George Rutherford, diretores da Seagullsfly, produtora responsável por animações como as da abertura nova do Sítio do Pica-Pau Amarelo, Intercine, SuperCine, Fama e diversas outras animações para TV Globo, além de atuarem com muita presença no mercado de mídia impressa através de ilustrações 3D ou 2D foto-realistas para clientes como Bradesco, Intel Inside e Avon.

Apesar da forte chuva que caiu sobre a cidade – o que cortou a energia do prédio do evento por cerca de 70 min – o grande público presente não arredou pé do local e aguardou o reestabelecimento da energia para o prosseguimento da linda festa que foi o II ANIMASERRA 2007.

Quem esteve presente, pôde conferir as sábias palavras do escritor best-seller Ziraldo, falando sobre produção, eventos e a educação no Brasil. Além das vozes de Homer Simpson e do Bum Defora homenageando Ziraldo, feitas por Waldyr Sant´Anna e Jorge Vasconcellos, respectivamente. Um momento muito gostoso e, com certeza, ímpar no roll de eventos no Brasil.

Posso afirmar, como organizador do evento que, depois de passado o “furacão” que é estar controlando tudo, posso olhar para trás, encher o peito e dizer que valeu a pena. Aliás, a cada ano, vale cada vez mais a pena. Apesar do evento ser totalmente sem fins lucrativos – tanto que a entrada, as palestras e oficinas são todas gratuitas – tivemos grande lucro. Este lucro foi a satisfação e a certeza de que todos que puderam estar lá se deliciaram e puderam ter novas perspectivas de mercado e até mesmo de noções por onde seguir para serem melhor sucedidos dentro dos assuntos abordados nas palestras e oficinas.

Como já dito por várias produtoras do Rio e de SP, o ANIMASERRA está se tornando um encontro de profissionais, onde muitos curtas, parcerias, palestras e até mesmo terceirizações de trabalhos saem a partir das conversas informais entre os mais diversos visitantes e, inclusive, palestrantes do Festival.

Quem estiver curioso para saber como foi a festa, todas as fotos fresquinhas estão em www.animaserra.com.br

Além das fotos, na seção MULTIMÍDIA está o clipping das matérias de tv… como TVE, Play TV, Rede Globo, SBT, etc…

Quem é profissional do design gráfico, ilustração e das animações – seja em que técnica for – não podem faltar um evento como este.

Deixo aqui os sites dos palestrantes do evento para que todos possam ter uma pequena noção do peso que foi reunir todos estes maravilhosos profissionais em uma única festa.

Ziraldo (homenageado com documentário)

www.ziraldo.com.br

Marc Campos (homenageado com documentário)– www.quantaacademia.com.br

Melies – www.melies.com.br
Labocine Digital – www.labocine.com.br/digital
SeagullsFly – www.seagullsfly.art.br
Intervalo Produções – www.dogmons.com.br
Azimut Digital – www.azimut.com.br

Por enquanto é isso. Espero que possamos receber muitos trabalhos no III ANIMASERRA!

A partir de agora então, estamos juntos!

Abraços e muito design na vida de todos!

Antonio Ribeiro

5 Minutinhos a Mais…

5minutosamais.jpg
Ontem recebi um convite do Victor (com limão) para participar do meme . A pergunta é 5 coisas que você faria se tivesse 5min a mais a cada hora do seu dia? Lá vamos nós.

1 – Terminaria meus projetos pessoais.
2 – Faria aquela declaração de amor para a menina mais linda da festa, antes da mãe dela aparecer.
3 – Dormiria…
4 – Seria pontual na chegada/saida do trabalho.
5 – Criaria diversos artigos pro blog.

Convido todos os leitores do Designer.com.br a responder o que fariam se tivesse 5 minutos a mais e indico mais 3 blogs para continuar essa brincadeira:

Guilherme – andafter.org
Canha – digitalpaperweb.com.br
Osmar – osmarmesquita.blogspot.com

Nós, gregos. Eles, claro, troianos.

As vezes parece que o único intuito daquele cliente ao nos contratar é nos contrariar.
Eu na minha experiência de anos lidando com o público já ouvi: “Eu até faria eu mesmo mas ando muito atarefado… por isso achei melhor te chamar.” Não publico minha resposta aqui por que minha religião prega o perdão e não creio que palavrões sejam o modo de melhorar um texto.

Mas como fazer? Ou melhor como todos nós sabemos (espero eu), mas O QUE fazer nesses casos? Sacrificar nossa qualidade em prol dos desejos do cliente, ou partir para a linha Cap. Nascimento (Quem manda nessa p*##@ sou eu!)?

Alguns clientes pedem LogoMARCAS (isso já mostra que nem sabem o que pedem). Corrigimo-los, Ou deixamos o barco rolar?

Como responder essas 2 questões? Calma que eu ajudo. Para a primeira pergunta a resposta é Nenhuma das duas linhas de comportamento… mas uma mistura de ambas, acalmem-se que mais para frente eu explico. E a segunda pergunta, a resposta é, Ora! Nós educamos o sujeito!

Um trabalho para ser defendido deve antes de tudo MERECER essa defesa. Um trabalho pesquisado, embasado, feito da forma correta tem muito mais chances de sair integro de um “confronto” com o cliente do que um que não disponha dessa mesma equação em sua criação.

Um cliente pergunta: “Tem como fazer colocar esse desenho maior?”. Designer, você é obrigado a ter uma resposta, afinal aquele desenho está lá por um motivo…E ao estar lá, ele está naquele formato, cores, efeitos e tamanho por um motivo muito simples e muito forte.

Afinal nós designer quando fazemos algo, fazemos não simplesmente por que vai ficar “bunitin” mas por que além do lado estético possui-se todo um lado psicológico, subjetivo e funcional aliado ao lado estético (espetadela: Senhora e senhores, Isso é o que mais nos afasta dos MICREIROS)

Um cliente tem todo o direito de querer sua marca maior, mais colorida, mais brilhante, mais rebolativa, ora! Ele é o cliente! Esta no seu direito (e por que não dizer DEVER de cliente). Cabe a nós darmos as razões pelas quais suas sugestões não são as mais apropriadas para o projeto elaborado seja este um logotipo, um site, um pôster..enfim seja lá o que o cliente deseja.

E quais as vantagens de se agir assim? Mostramos responsabilidade social e somamos com uma demonstração de ética no trabalho, criamos um divisor de águas bem claras quanto nós Designers e os demais entusiastas, amadores e micreiros que cerceiam o mercado e vivem dizendo que não existem diferenças entre eles e nós… afinal qualquer um pode criar uma logoMARCA no Corel e aumentá-la de acordo com a vontade leiga do cliente… Mas é preciso um profissional para defender seu trabalho de forma concisa e clara. Afinal perguntem a um médico por que tal procedimento que ele está sugerindo é necessário e você obterá uma resposta completa do seu quadro médico e não um “por que assim você vai continuar passando mal”.

Se queremos ser tratados como profissionais, então devemos a agir como tais.

Um grande abraço a todos, e bons trabalhos!

TCC em Design de Produto

Olha só, saiu uma lista dos itens mais procurados no Mercado Livre. Seria uma ótima dica para quem tem um TCC ou apenas pensa e REdessenhar qualquer coisa. Ei a lista:

1. mp4 – realmente não vejo vantagem em ter vídeos ou o que for. Não ficaria vendo a tela do aparelho. Colocaria no bolso e pronto. Mas dá para imaginar muita forma nova para ele.
2. celular – Eu trocaria direto de aparelho, se tivesse condições. Pirar num modelo que nunca foi feito, é difícil.
3. mp5 – Deve ser massageador junto.
4. opala – Item em extinção mesmo. Rendering automotivo puro da reestilização do clássico modelo da Chevrolet.

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5. fusca – Idem. Prefiro Kombi.
6. notebook – Hoje eu teria um. Mas ainda não vejo a vantagem por causa do valor.
7. mp3 – Muita coisa para pensar.

8. gol – Acho que a própria Volkswagen já redesenhou ele.
9. iphone – Mudar?
10. camera digital – Ergonomia pura. Mas acho que novos modelos são cada vez, menos viáveis.

11. ipod – Mudar materiais?
12. maverick – Esse eu queria ver num Overhaulin’.

13. saveiro – Nem sei o que dizer. Eu gosto do jeito que está.
14. golf – Esses alemães criaram tanta coisa depois da guerra né?

15. pen drive – Muita coisa mesmo pode ser feita.
16. caminhoes – Idem ao anterior.
17. celulares – ??
18. tenis – Contanto que o novo modelo não seja feito com mão-de-obra asiática, eu aprovo.

19. dvd – mmmmm
20. rodas – Para quem gosta, muita coisa também.

E eis os outros itens: 21. corsa; 22. passat; 23. nextel; 24. psp; 25. v3; 26. n95; 27. relogio; 28. adidas; 29. omega; 30. vectra; 31. onibus; 32. óculos; 33. puma; 34. nokia; 35. hd; 36. oakley; 37. placa video; 38. bolsas; 39. playstation 2; 40. motos .

ACREDITAR OU NÃO NO DESIGN?

Após ler os textos do Marcinho e do Cuducos, comecei (ou voltei) a me questionar se acredito ou não no design. Nunca pensei no design como o grande salvador da humanidade, mas penso sim que é possível mudar o mundo através dele. Porém, penso também que é possível mudar o mundo através de qualquer ferramenta, desde que se saiba utilizá-la de forma correta.

Discordo do Marcinho quando ele diz que o designer não tem comprometimento moral. Eu acho que todos os designers têm sim esse comprometimento mesmo porque antes de designers, eles são pessoas, portanto, comprometidos moralmente com a sociedade em que vivem. E um designer possui grande responsabilidade moral, pois, atualmente pelo menos, qualquer profissional que trabalha com mídia, moda e coisas afins, se torna automaticamente responsável pela formação da mentalidade da massa. A cultura do mundo atual é definida em grande parte por o que está “na moda”.

Acredito também que o design seja uma engrenagem no processo de projetar. É importante sim julgar as informações disponíveis para poder filtrá-las. Mas como julgar corretamente? Existe “julgar corretamente”? Cada pessoa julga de uma forma diferente, porque cada pessoa possui uma vivência diferente. Os designers possuem sim uma forma diferente de ver o mundo, mas todas as pessoas possuem formas diferentes de ver o mundo, exatamente por possuírem vivências diferenciadas. É importante saber colaborar em grupo, para poder aproveitar as diferentes formas de ver o mundo.

Assim como o Cuducos, também me desiludi quando pensei nas amarras do design que ele cita em seu texto. Cheguei a pensar que, como designer, não teria outro fim a não ser fazer sitezinho, folderzinho e cartazinho. Até este momento da minha vida acadêmica, ainda não descobri alguma forma de fazer alguma mudança realmente significativa no mundo através do design. Porém, como sou otimista e um pouco utópica, ainda acredito que há alguma solução.

Eu também acredito que contribuir para uma mudança social seja a melhor contribuição em direção a qualquer melhoria, mas eu acho (e é acho mesmo, pois é um pensamento muito “cru” ainda) que para isso, o design, pelo menos no Brasil, ainda tem que evoluir. Eu acredito no design e não acredito que o design seja puro marketing, que exista somente para agregar valor, mas o que me incomoda de verdade é que eu não acredito que o ensino de design no Brasil está no caminho certo.

Ju Tanaka – Curitiba, 26/10/07

 

David Carson cancela sua vinda ao Brasil

Hoje entrei em contato com a Revista abcDesign para saber se estava tudo certo sobre a vinda de David Carson ao Brasil, pois haviam transferido a primeira palestra para este mês… Recebi um email informando que FOI CANCELADA A VINDA DELE, a Revista abcDesign enviou uma nota oficial ao nosso site…

NOTA OFICIAL DA abcDesign:

A Revista abcDesign nasceu com o objetivo de divulgar o design brasileiro, levando aos profissionais informações de qualidade, revelando talentos e incentivando a troca de experiências. Desde o seu surgimento, já encarou grandes desafios, sempre com o propósito de gerar novas oportunidades. Um deles foi o de trazer o designer David Carson ao Brasil, uma iniciativa arrojada e que desde o início nos parecia bastante arriscada.

Infelizmente, depois de adiar sua primeira data de viagem e nos fazer reestruturar os eventos, David Carson cancelou sua vinda ao Brasil pela segunda vez consecutiva, alegando problemas pessoais. Fizemos todo o possível para que ele mudasse de idéia e pudesse estar aqui, compartilhando suas experiências com nossos profissionais e estudantes, cumprindo o compromisso assumido conosco, mas não tivemos sucesso.

Nós, da Revista abcDesign, lutamos por profissionais sérios e comprometidos com a profissão. Lutamos por profissionais que cumprem com seus compromissos e honram seus próprios nomes, o que, infelizmente, o designer David Carson não fez. O episódio foi, para nós, um terrível baque e uma grande decepção.

Com isso, a abcDesign tem mais um grande desafio: preservar sua credibilidade como uma publicação que é referência em design, que produz conteúdo relevante e que organiza eventos que contribuem para o desenvolvimento do design brasileiro.

Há muitos outros nomes de destaque neste setor e jamais desistiremos de trazer experiências profissionais de designers sérios, comprometidos e reconhecidos por nosso público. Vamos resolver esse impasse o mais rápido possível e estamos a sua inteira disposição para tirar dúvidas pelo e-mail [email protected]

Coletivo Deus Moleque

Direto de Bauru, sem acento. Não, não é um sanduíche nem um fumo ilícito.

Já fazia um tempo que ouvia falar da galera daqui e das coisas interessantes que rolavam na Unesp. Havia conversado com o Netinho, ou Antonio Belchior, em alguns encontros de estudantes passados e vimos que existe uma relação entre o estilo de Bauru e o de Cianorte, onde me formei, sobre visão das coisas. Então nessa ida ao Arlequinal resolvi passar e conhecer essa Bauru, de quebra entender melhor o que é o tal deusmoleque.

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E rasga-se o véu da falsidade e imoralidade: ABD

Projeto Começar: PALESTRA – COMO CONSTRUIR UMA CARREIRA DE SUCESSO EM DESIGN DE INTERIORES. ARQ. IVAN REZENDE – VICE PRESIDENTE DA ABD.
Tava bom demais pra ser verdade. Tava perfeito demais o trabalho. Nova diretoria e tudo muito certinho e engrenado. Mas as máscaras sempre caem, essa é a regra.

Mas como dizem, ou se faz caquinha na entrada ou na saída. No caso da ABD as feitas pelo caminho sempre foram dizimadas pelo esquecimento e por retratações esdrúxulas. Infelizmente sempre existiram – e ainda existem – os que diziam amém e curvavam-se diante desses desmandos e descasos. Consciente ou inconscientemente acabavam aceitando tais desculpas esfarrapadas. E eu acabava sempre como o histérico que ficava berrando absurdos contra essa associaçãozinha mequetrefe que nunca me enganou.

Preciso deixar aqui bem claro que em momento algum esta associação tem o direito de alterar o seu nome de ABD (Associação Brasileira de Decoradores) para ABDI (Associação Brasileira de Designers de Interiores). Essa alteração ocorreu quando o titulo Designer de Interiores começou a ganhar valor dentro do mercado. Muitos arquitetos alteraram seus títulos de arquitetura de interiores para design de interiores. Muitos decoradores também o fizeram. Para tentar ajustar o mercado à nova demanda e não deixar de fora outros profissionais não formados em Design, a ABD resolveu que deveria alterar o seu nome de ABD para ABDI para que seus associados pudessem utilizar livremente a denominação Designer de Interiores sem distinção de formação. De nada adianta o presidente Roberto Negrete lançar uma retratação/explicação/implorativa tentando explicar o inexplicável e ainda colocar que:

“d) Respeitamos, igualmente, todos aqueles profissionais que antes de 2.000 (*) comprovaram exercício regular em DI e se associaram à ABD, caso aliás de nosso diretor-financeiro, Fernando Piva, profissional de enorme sucesso – (*) ano que marcou a implementação de alteraçãio estatutária na ABD levando a entidade a só associar pessoas com formação em Design de Interiores em cursos reconhecidos pelo MEC ou em Arquitetura.”

Interessante ressaltar aqui que tem vários profissionais associados antes de 2000 que tem apenas aqueles cursinhos de final de semana. Ah, e tem também os arquitetos que como que num passe de mágica viram designers. Vai entender… Recebo insistentemente e-mails dessa associação com chamadas para artigos e outros materiais porém quando tento acessa-los caio na página de login e morro ali mesmo.

Ainda hoje recebi um da série “Vem com a gente” onde diz, entre outras coisas, que com a carteirinha você tem o direito a receber as famigeradas RT’s dos fornecedores. Até aqui tudo bem se esta prática não fosse uma das sérias causas da desorganização do mercado e do desrespeito aos profissionais. Desorganização pois existem muitos profissionais que estão dando os projetos de graça em troca dessas RT’s, outros que cobram pelo projeto e recebem as RT’s (o cliente paga duas vezes) e outros – raros – que abrem mão das RT’s, cobram o projeto e exigem o desconto do fornecedor ao cliente. Mas esta última pratica nem de longe é defendida pela ABD. As duas primeiras sim.

A ABD (Associação Brasileira de Decoradores) já atua há bastante tempo. De início o seu trabalho era muito bom e sério. No entanto, com o advento dos cursos de Design de Interiores e a crescente oferta para o mercado de profissionais altamente capacitados e especializados para estes projetos a coisa começou a azedar lá dentro. Como um não arquiteto pode ser tão bom? Como um não arquiteto tem a capacidade de fazer isso ou aquilo? Eu perdi um projeto para um designer… E por aí vai… Dizem que lutaram tanto pela implementação do currículo mínimo dos cursos de Design de Interiores e não sabem nem mesmo responder a um questionamento básico: o que é um Designer de Interiores. Incoerências à parte, pra quem conhece a ABD sabe que não passa de lábia, lorota e embustes pra agregar incautos. Incautos designers que pagam suas mensalidades para sustentar personas como o Sr. Ivan Rezende, vice presidente da ABD.

Na nota de esclarecimento do presidente Roberto Negrete sobre a palestra do Ivan Rezende, ele coloca que 80% dos associados são Designers de Interiores. No entantom percebe-se claramente a tentativa de valorização da entidade uma vez que são os novos associados. Porém, quantos são estes novos associados? Quatro, dez, cinqüenta? De minha turma ninguém associou-se, das três seguintes idem. Se isso acontece em uma universidade, imaginem em outras tantas espalhadas pelo país. Portanto, definitivamente não! Este número apresentado não os coloca como legítimos representantes dos Designers de Interiores como ele tenta afirmar na sua nota:

“c) A ABD e seus diretores têm consciência de que hoje cerca de 80% de seus novos associados são formados nesses cursos, o que nos conduz a sermos representantes de profissionais cuja formação é em Design de Interiores. Assim, jamais podemos pensar em não valorizar esses profissionais.”

No dia 3 de outubro de 2007 o vice presidente Ivan Rezende foi convidado a ministrar uma palestra no SENAC-RJ com o tema: COMO CONSTRUIR UMA CARREIRA DE SUCESSO EM DESIGN DE INTERIORES. Profissionais, alunos e professores foram até o local ávidos por informações que pudessem ser úteis para a sua prática profissional. No entanto tiveram de enfrentar a dura realidade: a ABD desnuda por um de seus diretores. A verdade nua e crua e sem máscara.

Colocarei alguns trechos do relato/depoimento da Designer de Interiores Marina Melino na comunidade Design de Interiores do Orkut e tecerei meus comentários na seqüência. Para quem quiser ler o relato completo, o link para o tópico em questão é :

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=41698&tid=2558987112477533137&na=1&nst=1.

“No inicio da palestra ele não sabia o que dizer, eu pensei que era nervosismo, o que é bem normal, né?
Mas logo nos primeiros cinco minutos eu notei que ele não sabia o que falar pq ele simplesmente não acredita que nenhum designer de interiores vá conseguir sucesso em sua carreira, a não ser que faça arquitetura que é a profissão mais completa, aos olhos dele.”

Por este inicio de relato já se percebe bem o tipo de pessoas que estão por trás da ABD. Que alguém da ABD me defina prontamente o que é um Designer de Interiores, o que é um Arquiteto e o que é um Decorador.

O fato é que hoje dentro da ABD qualquer um é Designer de Interiores. O próprio vice presidente comprova o que eu digo na referida palestra, quando questionado por uma aluna sobre a formação do Designer, e ele diz que:

“Ela perguntou: Então o senhor acha que a gente não precisa fazer faculdade?
Ele: Não, até minha tia pode lhe dizer qual a melhor almofada usar.
Ela: Se eu me formar devo rasgar o diploma???
Ele: Deve, não vai fazer a menor diferença.”

É impressionante como são as coisas. E o fulano aí é professor de um curso de Design de Interiores, creiam! Em minha monografia de pós na área de Ensino Superior, questiono muito isso. Lembro-me que em meu curso de Design a maioria dos professores eram arquitetos. Entre estes tinham os engraçadinhos que sempre diziam: você não pode fazer isso, você não pode fazer aquilo, voe só pode mexer no interior, varanda é exterior, e por aí vai… Outra me disse que estava li só por causa do dinheiro quando a questionei se ela tinha noção do que era lecionar, dividir e compartilhar conhecimentos já que ela entrava na sala com ar de deusa (não sei do que), sentava na mesa e mal falava sobre alguma coisa. Suas aulas resumiam-se a intermináveis e incontáveis seminários. Por isso sou totalmente favorável à exigência de formação em Design para atuar como professor na área de Design além, é claro, da devida especialização em Educação. Se alguém tem de rasgar ou jogar o diploma fora pois não lhe serve de nada é este cara. Talvez fosse melhor que ele cursasse algum curso como Filosofia ou ainda uma especializaçãozinha para que aprenda algumas coisas sobre ética e relações profissionais e, especialmente na educação para que aprenda a diferenciar o óbvio: qualquer curso, seja ele técnico, tecnológico, seqüencial ou bacharelado tem as mesmas características formativas: a qualificação profissional do indivíduo para que este possa exercer de forma competente a sua profissão.

As diferenças são gigantes entre um e outro e não há a menos possibilidade de querer igualar como se tudo fosse um só. Decorador não é Designer nem Arquiteto, Arquiteto não é Designer mas pode ser Decorador e Designer não é Arquiteto mas é um Designer altamente especializado na área de decoração com leves pinceladas de elementos arquiteturais. No entanto cada profissional tem o seu papel dentro de um projeto. Mas nosso nobre colega não acredita nisso:

“A Cândido ( Universidade Cândido Mendes, universidade onde o ilustrissimo senhor dá aula no curso de design de interiores – que IRONIA, não????) que não me ouça, mas NO MEU ESCRITÓRIO EU SÓ CONTRATO ARQUITETO.”

Disso uma professora, arquiteta consciente, fez a seguinte colocação:

“Eu discordo totalmente de você. Eu sou arquiteta e dependo do designer de interiores assim como dependo do engenheiro. O serviço dele é tão necessário quanto qualquer outro serviço prestado numa construção. Na minha equipe não pode faltar designers de interiores. Vocês são necessários sim!”

E o nobre colega conclui:

“O meu escritório funciona perfeitamente sem nenhum designer de interiores.”

E mais adiante quando uma aluna questionou a falta de espaço para estágios. Eis que ele solta nova pérola:

“a Cândido ( Universidade Cândido Mendes, universidade onde o ilustrissimo senhor dá aula no curso de design de interiores – que IRONIA, não????) que não me ouça, mas NO MEU ESCRITÓRIO EU SÓ CONTRATO ARQUITETO.”

Como se não bastasse já a quantidade de besteirol liberados por essa boca insana, ainda vem mais:

“Ele falou que qualquer um poderia ser designer de interiores, era sÓ TER BOM GOSTO. O arquiteto sim que saía preparado da faculdade para lidar com isso (embora na UFRJ, instituição onde ele estudou, e em todas as outras faculdades de arquitetura, só existam 2 disciplinas que tratem de interiores).”

A autora deste relato entra em cena então com a seguinte indagação:

“Na UFRJ mesmo existe o curso de composição de interiores. Se a UFRJ não achasse que tinha a menor necessidade do curso, ela não faria, pq o curso de arquitetura abrangeria essa área. A arquitetura teve que lutar pra sair da engenharia. Então todos na realidade deveriam estudar engenharia, pq essa sim é a profissão completa, não?”

Ele simplesmente tascou a clássica e incorreta refutação:

“Não senhora. Deus é o primeiro arquiteto.”

Ela resolveu ficar quieta diante de tamanho insulto. No meu caso eu já levo para o seguinte quando ouço esta tentativa de argumentação já nascida fadada ao fracasso:

Deus pode até ter sido o primeiro arquiteto, mas antes de ser arquiteto Ele foi sem sombra de dúvida:
O primeiro biólogo
O primeiro geneticista
O primeiro geógrafo
O primeiro ecologista
O primeiro zootecnista
O primeiro astrônomo
E mais quantos primeiros podem ser inseridos aqui antes de pensar em arquitetura.

De longe, a criação nada tem a ver com arquitetura e sim com outras áreas a não ser que existam por aí formações como arquiteto geneticista, arquiteto astrônomo e tantas outras profissões que alguns arquitetos deuses se acham no direito de atuar. Só falta quererem dizer que as montanhas, os lagos e mares, no ato da criação, são obras arquitetônicas como os morrinhos de jardins e piscinas ou lagos artificiais….
Francamente, vamos ser honestos: NÃO HÁ QUALQUER ELEMENTO ARQUITETÔNICO NO MOMENTO DA CRIAÇÃO.

Além disso não podemos deixar de levar em conta que na criação o primeiro passo realizado foi:

FIAT LUX!

Ou traduzindo: faça-se a luz.

A luz, como produto de algo, é diretamente ligada ao trabalho desenvolvido por designers juntamente com engenheiros elétricos. São estes profissionais que criam novos modelos, formatos, materiais e equipamentos que favorecem o uso da luz para que depois, posteriormente, mais adiante, os arquitetos possam vir a utilizar estes produtos em suas obras. Existem também aquele povo da biologia que estuda os componentes químicos e moleculares de alguns seres que vivem na escuridão total e possuem fosforescência na tentativa de imitar isso de forma a ser aproveitada pelo ser humano em sua vida cotidiana. Ta, mas e o que isso tem a ver com o FIAT LUX? Nada. Pra mostrar que mesmo lá atrás, antes da astronomia, biologia, zootecnia, geologia, arquitetura, existiu um outro fator: a física que iniciou-se com este FAÇA-SE A LUZ!.

Então, vamos parar com essa imposição de que Deus é o primeiro arquiteto pois não é verdade. Ele é sim, o primeiro FÍSICO! E a física é usada tanto no Design quanto na Arquitetura, quanto na engenharia e por aí vai….

É certo de que tanto o sr autor dessas pérolas quanto a ABD não fazem a menor idéia sobre esta área profissional a não ser o pertinente à decoradores e arquitetos decoradores. Já sobre Design, melhor seria se eles calassem a boca. Como dizem, em boca fechada não entra mosca.

Depois de perceberem a amplitude desrespeitosa que essa ação formalizou e da rejeição proporcionada contra a ABD, eis que surgem as tentativas de ajustes através de retratações.

O nobre Sr. Ivan Rezende já começa a sua indo totalmente na contramão de tudo o que ele disse nessa palestra:

“Sempre acreditei e defendi a idéia de que um mercado de trabalho organizado possibilitaria uma prática profissional sadia, onde profissionais oriundos de diferentes formações pudessem atuar sem reservas de mercado ou espírito corporativo.
Assim como acredito que cada profissão possui suas atribuições e responsabilidades não pautadas por vontade própria, mas por atribuições curriculares e regulamentações de seus órgãos fiscalizadores e normativos, tenho a convicção que conhecimento e ética profissional são os alicerces que realmente sustentam uma carreira. Quanto a estes valores, posso garantir e não há quem possa contradizer, que são aspectos presentes tanto no meu currículo quanto na minha vida cotidiana.”

Em tradução do primeiro parágrafo entendemos que para ele e para a ABD, um mercado organizado significa exatamente o que está sendo feito: NADA! Todo mundo é tudo e faz o que quer desde que não avance sobre áreas que só arquitetos podem atuar como, por exemplo, a varanda da casa da tua cliente que terá de contratar você Designer para o interior e um Arquiteto para a varanda. Belo!!!! Digno de aplausos!!!
A incoerência está exatamente quando ele diz sobre a reserva de mercado: as tais atribuições dos arquitetos, médicos, advogados, professores e qualquer outra profissão regulamentada não são o que senão uma reserva de mercado?

Se um arquiteto faz uma especialização em Design, pode começar a usar o titulo Arquiteto Designer em sua carreira profissional. Já se um Designer fizer uma especialização em arquitetura, este jamais poderá usar o título Designer Arquiteto. Incoerente e cômodo não?

Calma lá! É mesquinharia demais este senhor afirmar que a regulamentação servirá apenas como reserva de mercado uma vez que ele vive e sobrevive graças à reserva feita à classe de origem dele: a arquitetura.
Interessante ele citar de forma tão enfática a questão das atribuições curriculares numa retratação de um fato provocado por ele mesmo quando mandou que os designers joguem seus currículos no lixo. E aí nobre professor arquiteto, quanta incoerência de discurso pois, como você diz em sua retratação (claro que corrigido e atualizado por mim), conhecimento e ética profissional passam bem distante de sua prática profissional.

“Meu intuito nesta ocasião era promover um encontro democrático, como é minha prática de vida, onde todos tivessem direito a manifestar suas opiniões sem que da minha parte houvesse qualquer privilégio que a posição de palestrante convidado viesse a me conferir.
Em uma discussão de idéias é natural a divergência entre as partes, porém o respeito deve ser mantido como baliza o comportamento democrático daqueles interessados em interagir a fim de buscar novas idéias ou soluções.”

Encontro democrático acontece desde que ambas as partes sejam capazes da dialética. Desde que, especialmente a parte que comanda o evento, no caso o palestrante, seja capaz de suspender o juízo e analisar friamente as questões colocadas de forma imparcial, sem academicismos, sem pré-julgamentos, sem achismos ou imposicionismos de classes. Não é o que este senhor demonstrou pois estava sóbrio e certo do que estava fazendo e falando. Em momento algum houve uma tentativa da parte dele de tentar ajeitar o meio de campo que ele mesmo embolou. Pelo contrário, usou e abusou do poderio de palestrante para impor-se arrogantemente sobre os presentes, até mesmo sobre uma colega de profissão sua, aquela professora arquiteta.

Respeito sempre desde que o respeito seja recíproco. O nobre senhor já começou a palestra desrespeitando a todos os presentes e quer exigir respeito? Quer vir falar em espaço democrático? Francamente.

“Lamentavelmente, para alguns dos presentes, minhas idéias não foram bem compreendidas, gerando distorções que pude mais tarde constatar. Mão entrarei no mérito pontual de cada frase ou pensamento destorcido. Acredito que isto só nos levaria a uma discussão emocional e infrutífera. Porém, não me furto a participar de qualquer outro encontro onde o debate possa ser retomado e aprofundado. Talvez, se alguns participantes não tivessem abandonado o recinto, certos conceitos ou pensamentos emitidos tivessem sido melhor compreendidos.”

Distorções acontecem quando a fala não é clara. No caso ocorrido ficou explícito o que este senhor quis dizer o tempo todo. Frases curtas, diretas e secas. Não houve distorção alguma. Engraçado notar que numa palestra com um palestrante e 300 ouvintes se há algum problema este foi gerado pela distorção de pensamento de 300 ouvintes que inexplicavelmente interpretaram o que foi dito exatamente da mesma forma e nunca foi erro do palestrante. Ironias à parte, este senhor e vários outros profissionais devem repensar o seu trabalho como professor e palestrante, especialmente quando este estiver ligado à DESIGNERS.

O fato de não querer, nem em sua retratação, entrar no mérito pontual das questões (nem ao menos uminha?) só nos faz confirmar que tudo o que este senhor disse nessa palestra realmente está fincado em seus pensamentos e faz parte de suas convicções pessoais. Muito blasé e descabida essa tentativa de retratação. Creio que teria sido melhor ter ficado quieto e deixar que isso caísse no esquecimento. Afinal, brasileiro é um povo sem memória não é mesmo? Acreditam nisso, mas nem todos são assim desmemoriados.

Portanto, não, a ABD não é nem nunca será a representante dos Designers de Interiores. Lutamos contra isso já há bastante tempo e continuaremos firmes e fortes contra grupelos e panelinhas que querem desvirtuar o Design nacional, seja em que área for.

Caso você seja um(a) Designer de Interiores e ainda esteja associado(a) à esta panelinha, solicite com urgência o seu descadastramento. Fique tranqüilo(a) pois em nada afetará a tua vida profissional e tampouco desvalorizará o seu nome profissional. Qualquer cliente que te perguntar se é ou não associado, entenderá claramente quando você explicar os porquês de não ser associado. E também, não posso esquecer de colocar aqui, a carteirinha não é documento oficial nacional, portanto, não pode ser exigida por ninguém para qualquer finalidade. Se te pedirem a tua carteirinha da ABD, entregue sua identidade (RG) ou CPF.

“Revela – papel do Design” (RE)

Entre os dias 20 e 23 de novembro acontece, em Recife, o “Revela – Papel do design”, evento com palestras, debates e oficinas que visam discutir a função do design na sociedade.

O encontro reunirá profissionais como o designer gráfico Rico Lins (Esdi 1976), o designer de produto Jaakko Tammela, o estilista Jum Nakao, o designer e professor da UFPE Leonardo Castillo e o diretor de arte Luiz Stein.

Para falar sobre a integração entre Design e T.I., estarão presentes H.D. Mabuse e Leonardo Meira, do Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife).

As palestras e oficinas são gratuitas. Os interessados devem inscrever-se entre os dias 12 e 16 de novembro pelo site: www.centrodesignrecife.org, onde também encontram-se informações mais detalhadas.

Jogo das marcas: marca 16 – parte 03

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Jogo das marcas – marca 16 – parte 03

Aposta!
Duvido que alguém descubra a marca antes de quarto pedaço!

Resumo das Regras:

  • Arrisque um palpite ou faça uma pergunta do tipo que a resposta seja “sim ou não?”:
    Ex.: “É uma marca de alimentos?”
  • Cada usuário tem direito a 1 comentário por pedaço postado.

Regras do jogo completas

Ranking:

1.Henrique Nardi
38 pontos – Wii (19×2)
17 pontos – YouTube
17 pontos – Absolut Vodka
16 pontos – Aerosmith
18 pontos – FAZ
Total 106 pontos

2.Rod Louzada
17 pontos – Bovespa
40 pontos – Blogger (20×2)
Total 57 pontos

3.Mario Cardoso
18 pontos – Tilibra
18 pontos – Caloi
18 pontos – Halo
Total 54 pontos

4. Alguém (Daniel Mariz)
40 pontos – Garoto (20×2)
Total 40 pontos

5.Vitor Angelo
38 pontos – American Airlines (19×2)
Total 38 pontos

6. Yuri
18 pontos – UFOP
Total 18 pontos

7.Harrison
15 pontos – NYSE
Total 15 pontos

Workshop de gest

A Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo promove constantemente uma série de atividades através das Oficinas Culturais, com programações em todo o Estado de São Paulo. Na oficina Oswald de Andrade, por exemplo, vai acontecer um workshop de gestão cultural “PAC/ICMS”, que abordará os principais requisitos para se inscrever no Programa de Ação Cultural, um projeto de incentivo a projetos culturais. As inscrições são de 3/12/2007 a 6/2/2008 e workshop acontecerá de 11/2/2008 a 14/2/2008 das 17:30 ás 21:30h. Mais informações: www.assaoc.org.br.

Dica do Marcelo Supimpa

Onde está o Design? – PARTE 1

Me animei com a idéia e por isso começo aqui uma série de textos falando de objetos do nosso dia-a-dia. Pretendo falar bem e mal, ok?

Deixo também aberto o título para qualquer um fazer uma análise do que quiser.

Bom, vamos lá.

Comecei com algo do meu cotidiano direto. Meu perfume. “HOJE” da Natura.

Eu não sei ao certo qual foi a intenção. Acho que devem ter ocorrido várias reclamações sobre “o dispositivo dosador de emissão da solução” ou alguém pediu um modelo novo sem tampa.

perfume.jpg

Na Posição 1, o sistema fica “destravado” e então você aperta e se perfuma. Na posição 2 fica travado, portanto não abaixa e não sai nada.

Até aqui tudo bem, mas o problema é que o material, que é feito e esse formato totalmente redondo, faz com que, na hora de usarmos o produto, o sistema gire e você não consegue usar porque trava.

O seu procedimento seguinte é: fazer voltar para a posição 1 e usá-lo. Eu sei que a foto está ruim, mas ela mostra uma realidade comum. A falta de pesquisa. Ninguém testou isso para notar que girava e travava na hora de usar?

A economia da tampa, na minha opinião, não trouxe melhoria estética nem funcional. Mas se trouxe uma economia na produção, é outra história. Ainda nem sabemos se esse material novo é reciclável!

Sou muito mais o modelo antigo, mas que a inovação venha no formato do vidro.