Dando sequência ao convite que fiz através do post sobre roteiro de grafites em São Paulo, a Luiza Carstens mandou ver numa pesquisa aqui de Belo Horizonte.
Grafite que é grafite se destaca na poeira da cidade. Aqui estão alguns bairros que além de se destacarem, fazem você ficar pasmo com a beleza e o primor de cada traço.
Floresta
O bairro Floresta fica na zona leste de Belo Horizonte e é cercado de casas, terrenos baldios, prédios inacabados que servem de prato cheio para os grafiteiros da cidade de plantão. Local de tradicional boemia, não podia deixar de ter suas superfícies tão coloridas e estampadas.
O primeiro lugar que você não pode deixar de visitar é na Av. do Contorno esquina com a Rua Silva Jardim. Existe uma casa na qual está estampado um grafite do artista Luc, que é tão intenso que se pode ver de longe. Suas formas e cores chamam atenção de qualquer um. Aproveitando, na rua ao lado existe um estacionamento com umas rubricas estilizadas imensas e azuis.
Mais a frente, ainda no Floresta, um muro torna-se temático. Um mural, na qual os Ganeshas, ícones da religião hindu e símbolo das soluções lógicas foram pintados pelo olhar de três interpretantes diferentes. Os traços de cada grafiteiro ficam bem claros.
O bairro Floresta é um excelente lugar para explorar. Cada dia, surgem novos grafites. Não deixe de conferir.
Centro
O Centro é cheio de grafites inexplorados. Uma grande e extremamente prazerosa descoberta foi o grafite que está estampado em um quarteirão inteiro da Rua Guaicurus aos fundos da Escola de Engenharia da UFMG. Esse é passeio para a tarde inteira. Vá lá e observe que dos dois lados da rua existe um prato cheio, lotado de grafites belíssimos.
Vale a pena também passear pela Rua São Paulo, do começo ao fim, é cheia de grafites, incluindo do grafiteiro carioca Toz. Aproveite também e suba a Rua Guajajaras, esquina com a São Paulo. Lá existe um imenso painel ao longo do muro de um estacionamento com grafites saltitantes e fresquinhos.
Funcionários/Savassi
Bairro que concentra um dos maiores fluxos de pessoas de Belo Horizonte, concentra também um grande número de rubricas e assinaturas. É praticamente uma galeria a céu aberto.
Na Av. do Contorno, número 4441, um grafite salta da parede em meio a caras e bocas de cachorros e personagens estilizados.
Avenida dos Andradas
A Avenida dos Andradas é praticamente o parque de diversão dos grafiteiros. Ao longo de sua extensão as cores e formas enaltecem uma parte da cidade que ainda é cinza.
Também na Avenida, está a Serraria Souza Pinto que tem suas paredes todas coloridas pelos dedinhos frenéticos dos grafiteiros de BH. A Serraria está sediando, até dia 7 de setembro, a Bienal Internacional do Grafite. Fique de olho.
Grafites Póstumos
Na Praça Afonso Arinos no Centro. A porta do Teatro da Praça possuía um grafite mega simpático.
Aproveitando a deixa, o mesmo grafiteiro estampou o tapume de um terreno na Av. do Contorno ao lado do Pátio Savassi, mas esse também não sobreviveu.
Homenageando a maior área grafitada de Belo Horizonte foi coberta há poucos dias. O antigo e colorido muro da Faculdade FUMEC foi substituído por um branco gelo sem graça.
Quer saber mais sobre grafite?
Existem duas publicações excelentes sobre grafite. A primeira é mundial, e conta mais com artistas paulistas. Já a segunda, de Juliana Pontes é um levantamento das intervenções de superfície em Belo Horizonte.
Tristan Manco – Graffiti Brasil. Thames & Hudson, Reino Unido, 2005.
Juliana Pontes – Na rua: pós-grafite, moda e vestígios. Ed. Fumec: Belo Horizonte, 2007
Valeu Luisa! Acho que em breve teremos Floripa desfilando por aqui!