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Uma análise da quantidade de faculdades de Design no Brasil

Há algum tempo eu tenho a curiosidade de saber quantas faculdades de design existem no Brasil, quais são os tipos de curso oferecidos, em quais cidades e regiões. Lendo um post no site DesignBR (obrigado Marcia Nassrallah!), eu descobri um link (http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/funcional/busca_curso.stm) que aponta para um site do Governo Federal que tem essas informações. Eu fiz uma busca por faculdades que tivessem a palavra Design ou Desenho Industrial no nome e tirei da lista os cursos de Design de Interiores e Moda. Incluí apenas os cursos de Design Gráfico, Design de Produto, WebDesign, Design de Jogos, Design de Animação e Design de Interfaces. A listagem às vezes parece confusa, com algumas faculdades oferecendo cursos de Design e Desenho Industrial ao mesmo tempo. Eu tentei limpar a listagem final, para tornar os resultados mais confiáveis, mas os dados finais ainda não são 100% confiáveis, de modo que são apenas uma estimativa aproximada. O resultado da análise pode ser visto a seguir.

Análise

O total de cursos de Design no Brasil, segundo as estatísticas do Ministério da Educação, é de 336.

No Brasil há 100 cidades que possuem faculdades de Design, sendo que o município com a maior quantidade de cursos superiores de Design é São Paulo, com 66, seguido pelo Rio de Janeiro (19), Curitiba (18), Florianópolis (11), Salvador (9) e Belo Horizonte (9). As demais cidades, tem 8 faculdades ou menos.

Em termos de estado, São Paulo também possui a maior quantidade de faculdades que ensinam design (122 faculdades), seguido de Santa Catarina (42), Rio Grande do Sul (36), Rio de Janeiro (24), Paraná (24), Minas Gerais (16) e Pernambuco (10), para citar apenas alguns. Outros estados tem menor quantidade de instituições, como é o caso do Mato Grosso do Sul (1), Alagoas (1), Roraima (1), Sergipe (1), Rio Grande do Norte (2), Amapá (2), Paraíba (3) e Maranhão (3). Portanto nota-se que há uma grande concentração de faculdades de design no sudeste e sul do país, e poucos cursos disponíveis no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

No Brasil o Design (incluindo Design Gráfico e Produto juntos) é o curso de design mais ofertado pelas instituições, somando um total de 151 opções disponíveis. Em segundo lugar vem o Design Gráfico (110), seguido de Design de Produto (46), WebDesign (21), Animação (2), Design de Interfaces (1), Design de Jogos (1) e Gestão do Design (1). Visto que as interfaces digitais crescem a cada dia, seja por causa da Internet ou mesmo dos celulares, percebe-se que essa é uma área pouco atendida pelas faculdades de design no Brasil.

Se fizéssemos uma projeção por baixo, estimando que cada um dos 336 cursos formasse 40 designers por turma, teríamos um número de 13.440 profissionais formados por ano. Numa projeção média, se cada curso formasse 60 alunos, teríamos 20.000 novos designers. Para fins de comparação, os Estados Unidos formam 40.000 designers gráficos por ano e a China forma 1 milhão de designers (tanto gráfico quanto produto) nesse mesmo período.

Quando comparamos a quantidade de cursos superiores de design, com o de outras áreas, podemos perceber que temos mais faculdades de Design do que de Jornalismo, Arquitetura, Filosofia, Odontologia, Biologia, Relações Públicas e Fonoaudiologia. Mas ainda temos menos cursos do que Administração, Engenharia, Ciências Contábeis, Direito, Psicologia, Farmácia, Medicina, dentre outros (veja a tabela a seguir).

Curso

Quantidade

Administração (incluindo marketing)

3.424

Engenharia

2.023

Letras

1.309

Física

1.158

Ciências Contábeis

1.098

Direito

1.094

Matemática

899

Educação Física

844

Enfermagem

751

Turismo

714

Psicologia

585

Computação

567

Farmácia

523

Medicina

512

Fisioterapia

510

Design (incluindo moda e interiores)

463

Jornalismo

368

Arquitetura

220

Filosofia

208

Odontologia

204

Biologia

201

Relações Públicas

127

Fonoaudiologia

115

Isso gera algumas perguntas:

Porque áreas com menor quantidade de profissionais formados, como arquitetura, odontologia e fonoaudiologia já são regulamentadas?

Se formos comparar as faculdades de Design com as de Fisioterapia, formamos em ambas quase a mesma quantidade de profissionais por ano (18 mil para design, 20 mil para fisioterapia, aproximadamente). Por que os fisioterapeutas conseguiram a regulamentação, mesmo brigando com a turma da medicina (e o famoso ato médico), ou competindo com milhares de “massoterapeutas” que alegam fazer tratamentos como eles? Hoje, pela Lei Federal, para virar um paciente de posição, num leito de UTI, é preciso chamar um fisioterapeuta, pois esse tipo de manobra pode trazer danos ao paciente. Se eles conseguiram se impor até mesmo em detalhes como este, porque os designers não conseguem fazer o mesmo?

Até mesmo na área da psicologia, que pode ser considerada tão subjetiva quanto o próprio design, eles conseguiram se regulamentar e definir sua área de atuação. Porque o design não consegue o mesmo?

Gostaria de ouvir os comentários de vocês, sobre esses resultados, e trocar idéias sobre a situação em que se encontra o ensino do design no Brasil. Aqueles que tiverem interesse em receber a planilha Excel com os dados, podem me solicitar por email (ralexm@gmail.com).

Publicado por Ricardo Martins

Ricardo Martins é professor de tipografia, metodologia visual, projeto de embalagens e design avançado de identidade visual da Universidade Federal do Paraná. Além de professor na UFPR, atua como designer gráfico freelancer desde 1993. É diretor institucional da ProDesignPR (www.prodesignpr.com.br), membro do Type Directors Club de Nova Iorque (EUA), da Sociedade Brasileira de Design da Informação (SBDI) e do Communication Research Institute, em Melbourne (Australia).

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