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A maioria das pessoas com certeza vai pensar que etnografia é alguma coisa ligada a índios e coisas do tipo. E estarão certas sob um ponto de vista, mas o estilo de etnografia aplicada que quero falar é outra coisa, e pode até envolver índios, skatistas, mães de família e seu trabalho como designer.

Quando estava desenvolvendo o meu TCC, este utensílio para churrasco, decidi que como o churrasco é propriedade cultural do Rio Grande do Sul (inclusive resguardado por lei) eu guiaria o projeto respeitando a cultura gaúcha. Pra isso comecei a estudar os aspéctos culturais das relações do churrasco e encontrei a professora de antropologia da UFRGS Maria Eunice Maciel que me forneceu um texto seu “Churrasco à Gaúcha”. O texto tratava de todo o ritual que envolve o churrasco e como ele é resultado das relações entre as pessoas do sul.

Este texto me deu muitos parâmetros para desenvolver o trabalho, mas mais importante, me colocou em contato com essa palavrinha, etnografia.

Dentro da antropologia a etnografia é quando o antropológo vai até uma comunidade humana com a intensão de estudar seus costumes, como por exemplo uma tribo indígena, ou um grupo de skatistas, ou os profissionais do sistema de transporte público do Rio de Janeiro.

Etnografia aplicada ao Design

Quando estava definindo a metodologia a ser utilizada no projeto falei com o Gustavo Jota da TipoD e ele me passou vários materiais sobre a IDEO, eis que um dos pilares da metodologia dos caras era a tal da etnografia.

Logo nas fases iniciais de projeto são feitas pesquisas etnográficas que auxiliam no entendimento dos problemas do projeto, e na realidade a ver o mundo pelos olhos do usuário.

Assim.

Para um antropólogo no meio da Austrália estudando uma tribo de aborígenes seus hábitos parecerão completamente estranhos, e ele tem de entender a cultura de quem está sendo estudado para fazer seu relato de acordo, no caso do pessoal da IDEO o propósito é o mesmo, entender as relações que cercam o universo do produto, dos usuários com o produto e dos usuários com as outras pessoas e o seu entorno, para assim gerar soluções inovadoreas apartir do que as pessoas pensam e fazem, ao invés do que elas pensam fazer…

a diferença entre o que vc pensa que faz/gostaria de fazer… e o que faz de verdade

Agora você pode estar pensando que isto é uma pesquisa de marketing, ou de ergonomia, mas na realidade faz parte do mesmo grupo de fatores humanos, é usada por elas, mas tem suas peculiaridades e não é dependente de nenhuma.

Um exemplo q ilustra como a coisa funciona na prática.

A IDEO foi contratada para projetar uma nova vending machine para a Pepsy. Além das clássicas pesquisas de mkt baseadas em perguntas, e das medidas tomadas na ergonomia, aplicaram a etnografia e perceberam coisas que não poderiam de outra forma. As pessoas sentiam um certo receio de colocar sua mão num buraco escuro para tirar a lata, os botões da máquina também eram pequenos demais. Você acha que alguém respondeu uma pesquisa dizendo “olha, tenho medinho de por a mão no buraco ali”. Não, mas observando as atitudes dos usuários puderam chegar a essa conclusão e fazer uma máquina que mostre a lata numa saída para que você a pegue.

Isso demonstra outro ponto forte da etnografia. Perceber atitudes naturais das pessoas. Repare em vc mesmo, normalmente para pegar alguma coisa vc passa por esse processo, vc OLHA e depois PEGA. Pensamento simples, mas eu assumo que acho q não chegaria nele do nada assim.

Agora. Quem usa isso?

Além da IDEO tem outra empresa do vale do silício que também é famosa pela inovação e usabilidade, uma paçoquinha-rolha pra quem pensou Apple. Além dela a Xerox, que foi a pioneira nisso (e inclusive desconfio que este tipo de pesquisa levou ao mouse, roubado depois pelo Jobs), a HP entre outras. Além disso essa semana li na Exame que a Positivo utilizou a etnografia durante suas pesquisas para o desenvolvimento de sua linha voltada para classe C.

Esse assunto tem mais pano pra manga, por hora vão ficando com o primeiro brasileiro que encontrei falando de etnografia aplicada ao design, neste post com podcast o Fred, mais conhecido como usabilidoido, dá uma geral no q é esse papo de etnografia aplicada, meio por cima, mas é bom pra começarmos o papo.

Prometo retomar o assunto em breve e explicar um pouco melhor a coisa.

Enquanto isso vão pesquisando por conta aí q é coisa fina, lá vai a festa do link:

IDEO. Jane Fulton Suri escreve Thoughtless Acts, livro sob a tutela da empresa.E o Core77 cobre o assunto.

Assim como a BuzinessWeek.

E a galera faz um Flickr sobre o assunto do livro.

Pra finalizar podem baixar o arquivo da apresentação que fiz no laboratório de Etnografia aplicada no arleQuinal em Sampa.

Só clicar bonitinho aqui com o direito e “salvar como”.

E aqui a comunidade do Orkut (pq tudo que se preze minimamente tem uma comunidade no orkut).

PS:. Aposto que todo mundo que leu isso ganharia a paçoquinha, pq Apple em negrito já chamou a visão e a pessoa já pensa antes de chegar até aquela párte do texto, certo? Ou não tb…

Publicado por Fernando Galdino

Acredito que o Design pode ser muito mais do que escolher tamanho de fonte do corel e cor de acabamento. Acho q essa atividade é totalmente dispensável da vida humana, porém pode melhorar qualquer tipo de produto, serviço ou outra atividade quando aplicada ao processo (sério). Eu acredito no direito de falar o que eu penso, com as informações que eu tenho. Acredito no direito de estar errado e de assumir que não sei de muita coisa, mas tô disposto a compartilhar esse pouco com quem quiser visitar este periódico vez por outra. "No fundo no fundo... bem lá no fundo... se torna raso" Benedito Galdino

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