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Demorei um pouco pra escrever isso por motivos diversos. Mas vamos ao que interessa.

Como foi a tal da feira de nível internacional que aconteceu em Bento Gonçalves semana passada.

Cheguei domingo na cidade tomada pelo evento, os hotéis lotam e penei para conseguir um lugarzinho pra ficar. Quarto pequeno, sem banheiro e 50 dinheiros por dia. Aí. Mas a vida é assim…

Pra quemnão sabe o evento é realmente muito grande e impressiona. Apesar de ser uma feira de móveis você tem vários expositores que tengenciam a área, como fogões, eletrodomésticos e afins.

Eu nunca havia ido a um movelsul, mas já zanzei por um tanto de feiras do tipo, e pra falar a verdade pouca coisa muda (tudo bem que não são 20 anos de experiência) sempre espero ver mais novidades do que realmente acabo recebendo, é um grande sabor de mais-do-mesmo com uma ou outra “tendência” (odeio o termo) pipocando aqui ou alí.

Desmistificando um pouco a coisa da tendência acho q ela é fruto de coisas além da esfera estilo apenas.

Por exemplo.

O Mato Grosso está começando a soltar no mercado a madeira Teca, por lá tem muitas plantações e com as técnicas de manejo essa madeira nobre vai começar a aparecer mais e mais por aqui e acho q até a um preço bem competitivo. Nessa levada entram os painéis colados, chapas de pedaços de madeira maciça com um controle de homogeniedade das características maior do que de uma madeira in natura mas que possui um aspécto bem natural, um tanto artístico e artesanal.

Daí que acho que este tipo de chapa pode virar “tendência” por uns tempos, só não sei como um mercado acostumado a tantos anos com aquele sobriedade e ascepcia de MDF e coberturas BP ao dar de cara com uma madeira ao natural que possui uma estética mais pesada, complexa e rústica, daí acredito que isso deva aparecer mais em detalhes ou em algumas partes das peças, não tomando ela toda, assim poderão emprestar seu valor a peças que continuarão predominantemente em MDF e outras madeiras processadas (vai demorar pro formoldeído sair das nossas vidas).

Outra coisa boa dessa entrada é que o visual mais rústico pode ter mais espaço para a grande massa, o que viabiliza estéticamente projetos em matéria-prima mais sustentável, que normalmente não alcança aquele aspécto de plástico (o que é bom) mas acaba sendo mal vista por isso. Viabilizar aplicações e materiais sustentáveis atraves da aceitação de uma nova estética menos hospitalar (tal do cleam) pode ser um ótimo caminho para um mundo mais fresco (opa).

Mercado

Parece papo de metido a economista, mas a vida é assim. Com esta crise americana e o dolar baixando quem exporta leva a pior. Como essas APLs (Aranjo de Produção Local) começam a perder dinheiro acho q podem vir a voltar seus olhos no mercado interno.

Problema.

Enquanto estava todo mundo feliz da vida exportando pra europa, méxico, china, e sabe-se lá mais pra onde o mercado nacional se estabilizou, voltar a atender o Brasil vai exigir um novo aprendizado e novos conhecimentos em MKT e Design, isso por que muita gente que exporta tem apoio dos importadores para reconhecer as peculiaridades e preferências do seu mercado, aqui as empresas que trabalhavam praticamente seguindo as demandas levantadas por  estes inportadores de seus produtos perdem essa proteção, aí que entramos nessa conversa, entendendo o cenário brasileiro e projetando pro nosso mercado.

A esta altura do campeonato você já deve ter ouvido falar da tal Classe C que anda sendo alvo de muita gente por aí. Esse público pode ser de grande valia para essas ind. de móveis que estão querendo atuar no mercado nacional, resta saber se indústria e profissionais de projeto (mkt, design, arquitetura as vezes) saberão lidar com essa novo filão sem errar na dose.

Salão Design

O Salão Design Movelsul ficou na média tb. Um comentário que ouvi e até concordo de certa forma foi que “nada dalí vende”. Acho que não é tão assim a coisa, mas a maioria estava realmente um tanto fora de contexto, e este é um grande problema deste tupo de mostra/exposição, os produtos estão fora de contexto então as vezes fica difícil entender como ele se comporta no mercado. Ele pode estar numa “casas bahia”? Numa Tok Stok? No caso alí estavam mais pra segunda, o que não vejo como vantagem (nem desvantagem) mas faz seu sentido…

Acho que o salão fez seu papel, dá um chacoalha no evento e boa as pessoas pra pensar um pouco mais, vislumbrar possibilidades. É mais um evento de discussão e expressão do que de design clássico solucionador de problemas em escala industrial.

Não foi de graça que o tema da discussão com os jurados foi “design e mercado”. Sendo que um está atrelado ao outro, que o designer tem de interpretar as necessidades e projetar para supri-las de forma com que alguém gaste seu dinheiro com um objeto e se sinta satisfeito com ele chega a ser um tanto ridículo um papo desse, mas dá pra entender estando numa feira de NEGÓCIOS que se preocupem com o fato de que os objetos nos altares não são/serão campeões de vendas.

Pendenga

Aprontaram uma comigo lá. No catálogo do Movelsul a Rafaela, mesa infantil para desenho projetada com o intuito de incentivar a criatividade entre 3 e 7 anos de idade virou “banqueta”. Fosse peso de papel, mas banqueta.

Olhem bem para minha cara se eu tenho naipe de quem projeta banqueta. só falta frutera também né…

Em fim… achei que fosse uma falha de estagiário ou coisa do tipo (nada como ter um estagiário pra colocar a culpa). Perguntei por lá o que havia acontecido e nada. Quando rolou essa conversa com os jurados perguntei na frente de todos (confesso que errei nisso, ficou meio bafão, mas nem levei a discussão pra frente ali). A dona da arte foi a Maria Helena Estrada, curadora do museu da casa brasileira, da casa brasil, Diretora/Editora da ARC Design. Diz ela que se o móvel tem almofada ele só pode ser para sentar, e portanto uma banqueta. Ela mesma assumiu não ter lido meu memorial descritivo quye foi enviado ainda na primeira fase do concurso. Portanto tirou sua conclusão e resolveu mudar a categoria do meu móvel pelo mais simples paradigma possível. Coisa linda. Palmas para ela.

Agora. Sei que pode parecer afetação e ego-trip de designer, mas não é. Aliás, sou a favor da filosofia “as coisas são o que elas se tornam” e se alguém quiser comprar a mesinha e colocar panela em cima, fazer de casinha de cachorro, ou o mais simples e anti-criativo, uma banqueta, que faça, o objeto é dela, ela pagou por aquilo, não tenho mais nada com isso. Agora ninguém me pagou para expor meu móvel lá, não estava ganhando nada com aquilo, o mínimo seria respeitar o que o objeto pretende ser, mesmo que no seu mundinho de objetos metidos à bestaela pareça com alguma traquitanda campanesca.

Aliás, o discurso da Maria Helena sobre design brasileiro e artesanato me preocupa. Parece que ela deseja um país de bordadeiras e carpinteiros. Tudo bem, acho válido, o artesanado é um grande gerador de renda e um grande representante do Robin Hood Design (termo da minha patota pra denominar essa geração de renda bacana através do design) mas colocar todo o design brasileiro nisso chega a ser retrogado.

Daí, sendo a ARC Design considerada “A” publicão de design do brasil, a jornalista que controla ter este tipo de visão não me impressiona que caras como os Campana sejam considerados O Design Nacional. Pra mim ficou a imagem de um roberto marinho do design que dita como sendo verdade o que ele acha e deixa de achar, o pior na siutuação é que até onde eu sei vira uma coisa de crítica, de opinião, de alguém que não projeta, que não é designer de fato determina o que é bom ou deixa de ser, isso é que me deixa doido.

Depois quando quem devia estar esclarecendo e informando sobre design cai numa dessas e a indústria chega a ter medo de contratar designer achando q “aquilo não vende” a galera acha estranho. Vendo deste modo agora eu até entendo e me junto a casta de designer que sabem que as empresas q nos contratam não são filantrópicas, elas querem ganhar dineheiro com nossos projetos, e nem todo mundo pode ser a Edra, nem todo mundo pode ser Fernando e Humberto Campana. E tomara que não seja.

Séio, mandei mal lá de falar na frente de todos, mas também mandaram muito pior comigo e com toda a classe de design hj que tem q lutar contra preconceitos de que design não vende e isso e aquilo, além da enfadonha e inútil discussão sobre design e arte.

Finalizando.

Participem do concurso Salão Design, pessoal que organiza é de boa fé, mas esse ranço design ainda está presente, cabe a galera ir participando e mostrando serviço para podermos levantar essa bola.

PS:. O texto escrito pode parecer mais grosseiro o falado, me desculpem qualquer coisa. Mas ainda mantenho o que penso.

Hadowken!

Publicado por Fernando Galdino

Acredito que o Design pode ser muito mais do que escolher tamanho de fonte do corel e cor de acabamento. Acho q essa atividade é totalmente dispensável da vida humana, porém pode melhorar qualquer tipo de produto, serviço ou outra atividade quando aplicada ao processo (sério). Eu acredito no direito de falar o que eu penso, com as informações que eu tenho. Acredito no direito de estar errado e de assumir que não sei de muita coisa, mas tô disposto a compartilhar esse pouco com quem quiser visitar este periódico vez por outra. "No fundo no fundo... bem lá no fundo... se torna raso" Benedito Galdino

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