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Designer Carioca, 32 anos, formado em Desenho Industrial pela UniverCidade em 2000, atua na area de Design, Publicidade há mais de 15 anos, anteriormente como Ilustrador. Tem como hobby artes gráficas 3D, Tattoos, Desenhos (sua grande paixão), video-games e animação

Afinal concorre ou não concorre?

Olá pessoal!, Cá estou eu de volta! Antes é claro gostaria de agradecer a recepção de todos vocês, valeu mesmo. Vocês tornaram tudo mais fácil e mais prazeroso do que eu imaginei que pudesse ser.Hoje eu queria trocar algumas palavras com vocês sobre o nosso ambiente. Aquele que engloba todos nós (designers) juntamente com clientes, fornecedores (gráficas, bureaus, etc..) e, é claro, os micreiros.

No texto passado, alguns comentários chegaram a fazer referência a esse assunto, então aproveitei a deixa e vou enveredar por esse assunto só um tiquinho.

As opiniões apesar de serem as mais variadas, todas concordam em um ponto:

“Micreiros não devem ser vistos como concorrência”

Ok, preparem as vaias, tomates e ovos podres… Eu discordo!

Micreiros concorrem e MUITO com o nosso trabalho.

Vamos analisar alguns significados da palavra concorrência?

CONCORRÊNCIA:
s.f. Rivalidade entre diversas pessoas que visam a um mesmo fim: entrar em concorrência com alguém. / Rivalidade de interesses entre comerciantes ou industriais que tentam atrair a clientela alheia com melhores condições de preço, de qualidade etc. // Regime de livre concorrência, sistema econômico que não comporta nenhuma intervenção do Estado limitativa da liberdade de indústria e de comércio, mas que considera as coalizões de produtores como delitos. / Pesquisa feita para comparação de preços de materiais ou de serviços.

Notaram a referência em negrito? Alguém consegue imaginar esse cenário entre nós designers e micreiros? Se assim como eu você consegue, então você TAMBÉM acredita que micreiros fazem concorrência conosco.

O problema, em minha humilde opinião, não é a quantidade de estudo pela qual diferenciamos, nem pela qualidade de trabalhos, apesar de que qualidade é algo muito subjetivo para ser posto em julgamento. O maior empencilho é exatamente o alvo de nossos esforços. O CLIENTE!

O cliente, esse ser tão importante em nossas vidas, (ou pelo menos na referência financeira) na realidade nada entende sobre nossa posição ou qualificação, essa é a triste verdade. Reza a máxima de um amigo meu:

“De médico, louco e designer todo mundo acha que tem um pouco.”

De nada adianta mantermos a nossa posição superiora, temos sim que partir em larga escala e educarmos nossos clientes e os clientes em potencial, da importância do bom design.

Infelizmente somos visto ainda como custo, não investimento e custo é algo que todo empresário e comerciante visa cortar dos gastos de sua empresa. Algo totalmente diferente a investimento. A grosso modo: Custo é dinheiro gasto que você não vai ver mais, investimento é dinheiro gasto mas que com o tempo pode trazer muito mais em retorno.

E por mais retórica que tenhamos, ainda enfrentamos a “concorrência” do micreiro, afinal por que gastar 3.000 reais em um site se o rapaz da esquina faz um site que pisca, rebola e ainda canta quando entramos por meros 300 reais?

Por que gastar 2.500 reais em uma marca com manual, bem conceituada, pesquisada, estudada e com toda qualidade, se o micreiro/dizainer cobra 50 reais a marca ou “dá de grátis” junto com a arte do cartão encomendada por meros 30 reais?

O cliente não quer saber quantos anos de estudo carregamos em nossas costas, ele precisa sim, saber de que forma o nosso diferencial vai melhorar a performance da empresa/negócio dele.

Discutir quem é melhor do que quem, é a aquela velha discussão renascentista de quantos anjos conseguem valsar na cabeça de um alfinete. Isso não importa para nossos clientes. Ele quer saber quais vantagens podemos oferecer.

Meu conselho? Vamos educar nossos clientes… Quem está comigo?

O lado errado do certo.

Esta é a minha primeira colaboração neste site,confesso que levei tempo pensando no que escrever, sabe como é. Primeira vez…sempre tentamos deixar uma boa impressão.
Então pensei: Vou direto ao ponto, isso me trará uma das duas conseqüências:

a) As pessoas gostarão do que leram e pedirão por mais
b) As pessoas não gostarão do que leram e me expulsarão daqui aos pontapés

Seja quais forem as conseqüências deste ato, ao menos terei expressado minha opinião sobre um assunto muito em voga hoje entre designers e os ditos “dizaineres” também conhecidos como micreiros.

É claro que queremos a regulamentação de nossa atividade, e quando digo “nós” considero tão somente os designers formados e com diploma, canudo, cadeira enfim o que quer que chamem vossa experiência acadêmica, excludente, sim, mas infelizmente necessário.
A regulamentação traria benefícios evidentes e delimitaria nossas áreas de atuação diminuindo em muito o caos e confusão que reina entre profissionais, empresas e clientes.
Mas como John Kennedy dissera e eu aqui modifico, pranteio:

“Não pergunte o que o design pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo design.”

Muitos desejam a regulamentação, mas o que nós profissionais temos feito para valorizar nosso mercado?
Vontade e boas intenções todos nós carregamos, mas mediante conversas com colegas tenho notado alguns “pecados” de nossa parte e gostaria eu de enumerá-los aqui e quem sabe junto com vocês buscar soluções.

1) Designer X Micreiro:
Você tem um problema de saúde aonde quem você busca, um médico reconhecido ou um curador? Você comprará remédios com fórmula reconhecida, testada e aprovada pelo conselho federal de medicina, ou irá fazer aquele “chazin” que melhora?
Qual a diferença entre esses profissionais? Ora, a mesma diferença entre o Designer e o Micreiro, ANOS de estudo os separam.
E assim como o Médico que para nos atender nos cobra (e bem) assim devemos fazer com o nosso cliente. Vejam bem! Eu não estou dizendo para não irem fundo no bolso do cliente. Estou dizendo para cobrar o valor justo pelos trabalhos.
-Ahhh mas o micreiro cobra 200,00 reais por um site.
Verdade, mas esse site ficará tão bom quanto que feito por um profissional qualificado como você? Claro que não! Cabe a você mostrar isso ao cliente. Exemplificando as diferenças técnicas e as vantagens de se ter um designer projetando um site para a empresa.
Um empresário preocupado com a saúde de sua empresa certamente dará ouvido a tais explicações.

2) Dê o exemplo:
Somos craques em reclamar, mas será que estamos tão certos assim?
Reclamamos das condições que somos sujeitados, da discriminação e da concorrência desleal.
E muitos quando conseguem o cliente, desrespeitam prazos, e pasmem, até a entrega de projetos dando calotes homéricos em seus clientes.
Ponha-se no lugar do cliente…se após um desses calotes você precisasse de um folder, você em sã consciência recorreria a um Designer?
Sejamos profissionais em atitude e ética sobretudo.

3) Seja legal
Não digo de ser simpático, isso é mais que obrigação no dia a dia com o publico.
Trabalhamos com tecnologia de ponta. E um grande diferencial que podemos utilizar (até mesmo para justificar os gastos) é a enormidade que gastamos com nosso equipamento. Diga não a Pirataria!
Deu muito trabalho, mas com sacrifício fui legalizando os softwares daqui do meu escritório. Sim eu não posso ter o Super Windows Vista pro Mar, mas o XP me serve e bem! Não uso o mais recente Photoshop CS 2 ou 3…mas o meu Photoshop 7 é original e, pasmem, funciona!
Isso não é só uma lição para nossos clientes é algo que como brasileiros devemos carregar em nossos corações. Reclamamos de nossos políticos mas quando chega a nossa vez, será que agimos tão diferentemente deles? Pensem nisso!

O que eu queria conversar com vocês é isso, nas próximas semanas eu gostaria de ir me aprofundando nos tópicos e demais assuntos dessa “missiva” de abertura. Mas “aê” já depende da vontade de vocês!

Um grande abraço e bons trabalhos!