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Entrevista com Daniel Lieske, criador do Wormworld Saga

Conheci o trabalho de Daniel Lieske através do Wormworld Saga. É uma daquelas obras que te deixa com o queixo caído, olhando pros detalhes, tentando entender como ele conseguiu fazer aquilo. Mais que isso, a saga apresenta caminhos novos para quem tem a vontade de se aventurar no terreno das histórias em quadrinhos e acha que testes e mais testes na Marvel ou na DC podem ser desgastantes e infrutíferos.

Daniel foi extremamente gentil ao conceder a entrevista abaixo. Além de quadrinista, é artista conceitual para uma empresa de games. Disse que gastou um ano inteiro para produzir esse primeiro capítulo, trabalhando nas horas vagas. É dificil não acreditar. Vejam a entrevista (e clique nas imagens, elas ficam bem maiores, e vale a pena, garanto).

RT: Como você começou sua carreira de ilustrador?

Daniel: Quando eu saí da escola, em 1998 e tinha terminado meu serviço militar, eu consegui um estágio em um estúdio de desenvolvimento de games. Após o término do estágio, me ofereceram um emprego de tempo integral, e aí eu comecei a criar ilustrações profissionalmente.

RT: Que tipos de trabalhos você faz normalmente? Tem algum tipo que você gosta mais?

Daniel: Eu estou trabalhando como artista de games, e meu trabalho vai da arte conceitual em 2D, modelagem 3D, criação de texturas e design de interface. De todos estes, meu favorito é a arte conceitual, porque fica mais próximo da minha paixão, que é pintura digital.

RT: Você tem alguma rotina? Como é?

Daniel: Quando eu chego em casa do meu trabalho diário, de noite, eu janto com minha esposa e nosso pequeno filho, e então eu vou pro meu estúdio, e trabalho na saga de Wormwolrd por duas horas. Eu tento manter os finais de semana livres, mas nem sempre funciona.

RT: Falando em quadrinhos. Você já trabalhou para grandes editoras, como a Marvel, a DC ou outra?

Daniel: A saga de Wormworld é meu primeiro projeto de quadrinhos, e eu nunca trabalhei para editoras. E não acho que eu gostaria de trabalhar como um artista contratado para editoras como Marvel ou DC. Eles mantém os direitos  de tudo que você faz para eles, e você só fica com uma fração do dinheiro que eles fazem com sua arte.

RT: De onde veio a ideia de realizar Wormworld da maneira que você está fazendo? Você sempre pensou em se auto-publicar?

Daniel: Antes de entrar na estrada independente, eu fiz uma pequena pesquisa sobre editoras e as ofertas que elas geralmente fazem. Eu descobri que aquilo que elas pagam não vale o esforço, e os editores normalmente proibem a exibição de conteúdo livre na internet. Minha maior meta com a saga Wormworld é alcançar quantas pessoas for possível com a história. Por isso eu traduzi em tantas linguagens diferentes e também por isso é gratuito para ler. A saga de Wormworld foi lida mais de 450 mil vezes em menos de três meses. Se eu tivesse trabalhado para uma editora, isso nunca teria acontecido.

RT: Nós estamos vivendo uma explosão de novas tablets entrando no mercado. Isso afetou sua decisão sobre qual trilha você deveria usar para fazer dua Graphic Novel?

Daniel: Quando comecei a saga de Wormworld, o iPad não tinha sido anunciado ainda. Mas quando foi, eu imediatamente soube que poderia ser o equipamento perfeito para se ler minha graphic novel. Estou muito feliz em saber que haverão tantas tablets diferentes no mercado em pouco tempo, porque será uma grande oportunidade para apresentar meu trabalho na melhor forma possível para muitas pessoas.

RT: Você acha que nos próximos anos iniciativas como a sua podem redefinir o modo que lemos quadrinhos?

Daniel: Uma coisa especial sobre a saga Wormworld é que ela foi desenhada como um produto estritamente digital, desde o começo. O layout padrão para livros tem uma série de limitações do ponto de vista criativo, e se ater a esse formato vai limitar as possibilidades dos quadrinhos. Eu vejo muitas  versões digitais de quadrinhos que que são apenas transcrições das versões de papel, e eu acho que isso é um desperdício de oportunidade. Eu espero que minha visão possa inspirar outros artistas  para criar quadrinhos virtuais de verdade. Isto vai dar a eles mais opções de criação, mas também uma grande oportunidade de se auto editar de maneira fácil.

RT: Que conselho você pode dar a novos autores e artistas que estão procurando auto editar  seus trabalhos? Você acha que será possível fazer dinheiro de verdade nesse mercado?

Daniel: Eu diria para eles jogarem fora a ideia de “todo mundo que quiser ver meu trabalho tem que pagar”. Seu trabalho vai se espalhar muito mais amplamente se for gratuito e o único limite for a qualidade dele. ISSO é a real medida do seu sucesso. Se seu trabalho não se espalhar, isso é simplesmente porque não é bom o bastante, e você terá que trabalhar mais duro. Mas quando seu trabalho é bom, você vai descobrir que existem pessoas querendo te dar suporte. Hoje em dia, meus fãs me doaram mais dinheiro do que qualquer editor teria me pago para publicar meu trabalho.

RT: Você conhece o Brasil, ou algum artista daqui?

Daniel: Não conheço muito sobre o Brasil, Mas eu fiquei muito surpreso em quantos fãs daí se ofereceram para traduzir a Saga Wormworld para sua língua. Eu recebi dez vezes mais ofertas do Brasil do que de qualquer outro país e realmente me fez pensar que eu preciso visitar seu País em algum ponto no futuro. Talve exista alguma convenção de quadrinhos, ou algo do tipo. Eu adoraria visitar a América do Sul. Minha esposa tem parentes no Chile e na Argentina.

RT: Bom, acho que isso, obrigado por seu interesse!

Daniel: Obrigado pelo SEU interesse. Fico feliz em poder espalhar a ideia mais ainda pelo Brasil!

 

Entrevista com Adi Granov, ilustrador da Marvel Comics


Foi com muito orgulho que o blog entrevistou Adi Granov. Ele é um dos ilustradores que mais chamaram atenção nos últimos anos na indústria de quadrinhos. Dono de um estilo muito cuidadoso, muito refinado, a princípio é difícil de entender como ele produz sua arte.

Nascido em Sarajevo, hoje em dia Adi vive com sua esposa, Tamsin Isles (que faz trabalhos de colorização com ele) em Londres.

Seu design para a armadura do Homem de Ferro revitalizou o título, e o levou a ser escolhido como consultor para o primeiro e segundo filmes, como artista conceitual.

Granov foi extremamente solícito ao nos conceder a entrevista, e muito franco e direto em suas respostas.

Espero que vocês gostem! Comentem!

Adi Granov e sua esposa, Tamsin Isles

Rodrigo – Desde que idade você desenha? Você frequentou alguma escola de Artes?

Adi Granov – Comecei a desenhar muito cedo. Era um jogo divertido para mim, então eu desenhava sempre que podia. Eu frequentei uma escola de artes na Bósnia, onde nasci, onde estudei ilustração e design, e então fui para um curso de ilustração em uma faculdade em Seattle, nos Estados Unidos.

Arte conceitual para Homem de Ferro 2
A mesma arte, ainda somente em lápis

Rodrigo – Quais são suas principais influências em design e ilustração?

AG – Quadrinistas europeus, como Moebius e Liberatore, e ilustradores de posters de filmes americanos, como Richard Amsel e Drew Struzan. O designer Syd Mead tem sido uma grande influência também. Mais recentemente, eu tenho me inspirado pelos artistas japoneses Terada and Tanaka, e também por ilustradores mais contemporâneos, como Adam Hughes ou Travis Charest. Sempre fui influenciado por algo que capta meu olhar, e recentemente eu estou muito tocado por esculturas clássicas e sua poderosas representações da forma humana, que podem ser vistas bem claramente no meu trabalho de minhas capas mais recente.

Propósitto – Conte-nos um pouco sobre seu processo criativo. Como é seu dia normal de produção?

AG – Quase todo dia é um dia de produção para mim, já que meu trabalho  é inseparável do resto da minha vida. Eu geralmente gasto um logo tempo rabiscando ideias, já que eu quero criar a melhor ilustração possível, de maneira que eu apresento os melhores rascunhos para o cliente. Eu faço meus rascunhos digitalmente, o que deixa mais fácil para fazer quaisquer mudanças que sejam pedidas. Depois que o rascunho foi escolhido, eu faço um layout mais preciso baseado nele, que então imprimo do tamanho do papel que eu quero utilizar. Copio levemente o layout em papel, usando uma mesa de luz. A imagem então é desenhada em detalhe e finalizada em tons de cinza até que o trabalho tonal de luz e sombra esteja completamente finalizado. Eu então o escaneio, usando Photoshop, e trabalho as cores. Geralmente leva de dois a três dias para fazer uma ilustração com qualidade para capa. Obviamente, as vezes imagens mais simples levam apenas algumas horas, e outras, muito mais complexas podem chegar a 4-5 dias.

Rodrigo – Sua arte é muito refinada, algumas pessoas chegam a pensar que você é um artista 3D. De onde você pega referências?

AG – Em meu trabalho antigo eu costumava a fotografar referências muito mais, e tentava atingir um resultado fotorealístico. Eu não estou muito preocupado com isso mais, e tento alcançar um visual bem mais estilizado, mas preciso. Eu creio que o nível de detalhamento faz as pessoas acreditarem que é realístico, mas na verdade, eu somente baseio o trabalho de sombreamento na realidade, enquanto que as figuras são muito mais estilizadas. Eu experimentei usando 3D e fotografias em meu trabalho, mas não fiquei muito contente com os resultados, então eu tendo a não fazê-lo mais. Eu uso bonecos articulados, assim como modelos 3D e fotos para referência, mas não os uso na arte em si.

Rodrigo – Como foi a experiência de participar da produção de um blockbuster como Homem de Ferro? Quais são as grandes diferenças entre as indústrias de quadrinhos e de filmes?

AG – Da minha perspectiva, o trabalho não é tão diferente de nada que eu já faço. Eu só tentei fazer o melhor que eu pude, com os objetivos do projeto. Obviamente é sempre muito excitante estar envolvido em algo tão grande, especialmente quando o primeiro filme foi tão bem-sucedido. A grande diferença entre filmes e quadrinhos é que você passa muito tempo tentando criar o design perfeito, o que leva meses, enquanto que, nos quadrinhos você tem que seguir em frente muito rapidamente, e não tem tempo de explorar tantas direções.

RodrigoVocê está fazendo concept-art para outros filmes da Marvel? Pode dizer em quais futuros projetos você está envolvido?

AG – Eu estou neste momento trabalhando em outro grande filme da Marvel, mas infelizmente, não posso falar a respeito. Porém, tenho certeza que as pessoas podem adivinhar que projeto é, baseado em notícias divulgadas na internet*.

(*) Nota do editor – nossa aposta é que Adi Granov esteja atualmente trabalhando no filme dos Vingadores. Só um palpite.

Rodrigo – Fora os quadrinhos, você tem algum outro projeto? Se não, você pensa em fazer outros tipos de ilustração?

AG – Eu estou fazendo quase somente ilustrações para video games e filmes no momento. Quadrinhos estão na espera, até que eu termine o trabalho com esse filme que eu mencionei, assim como o video game que estou ilustrando a embalagem. Eu tenho uma série de quadrinhos aguardando, que eu vou ilustrar depois. Eu gosto de fazer diferentes tipos de coisas, pois mantém o trabalho e a vida mais interessantes, e é uma fantástica experiência de aprendizado, que transforma tudo que eu faço em produtos melhores.

Rodrigo – Você tem algum conselho para pessoas que estão entrando na profissão?

AG – Trabalho duro sempre recompensa. Nunca é fácil começar e tentar ser um artista profissional, mas bom trabalho rapidamente se transforma em sucesso, então é importante continuar produzindo o melhor trabalho que você pode. É melhor ter uma quantidade menor de trabalhos realmente bons do que uma enorme quantidade de coisas medíocres. Também é importante saber qual parte da indústria você quer trabalhar. Ter um estilo forte é vantajoso nos quadrinhos, mas as vezes é melhor conseguir fazer vários estilos se você quer trabalhar com video games. Mas no fim, não importa o que você faz, qualidade e consistência são a chave, e vão abrir muitas portas.

Rodrigo – Você conhece algum ilustrador brasileiro?

AG- Eu só conheço um artista, João Ruas, através de uma comunidade de artistas que eu sou membro. Ele faz um lindo trabalho.

Adi Granov possui um site, que você pode visitar aqui.

Entrevista: Jamile Tormann – iluminadora

Apresento aqui uma entrevista que a Jamile Tormann (iluminadora) concedeu ao meu blog.

Para quem desejar conhecer mais de seu trabalho, visite o site dela, sempre recheado de informações e novidades.

Segue a entrevista:

Jamile, fale um pouco sobre a sua formação e início de carreira.

Trabalho há 21 anos com iluminação. Tornei-me iluminadora graças à minha fada madrinha, Marga Ferreira, que desde os meus seis anos, me levava para os teatros gaúchos todos os finais de semana. Minha escolha profissional teve influência também em minha mãe, que foi professora de artes dramáticas, em meu pai, que chegou a ser editor de revistas, meu irmão que sempre me incentivou e por muita gente que sem saber passou por mim, e me influenciou no jeito de ver “luz”, de conceber, de agir, de pensar e de ser. Como diz Kafka: “somos a quantidade de pessoas que conhecemos”. Com 14 anos me tornei assistente de iluminação de João Acir de Oliveira, então chefe do Teatro São Pedro e, entre separar um filtro e outro, meu interesse pela área cresceu. Hoje, moro em Brasília, realizo projetos de iluminação cênica e arquitetural, sempre executado por equipes das empresas atuantes no mercado, supervisionadas por minha equipe. Como pesquisadora, investigo há seis anos a educação profissional no mundo produtivo da iluminação, com o objetivo de atuar no processo de formação, bem como de encontrar subsídios para desenvolver minha proposta de regulamentação profissional no Brasil, junto à Câmara Legislativa.

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Sou sócio-fundadora de duas associações: A Associação Brasileira de Iluminação (ABIL) e a Associação Brasileira de Iluminação Cênica (ABrIC). Coordeno o curso de especialização em Iluminação e o Master em Arquitetura, ambos do Instituto de Pós-Graduação (IPOG). Cursei Arquitetura e Urbanismo, no Rio de Janeiro, e Licenciatura Plena em Artes Visuais, em Brasília, tenho pós-graduação em Iluminação, mestrado em arquitetura.

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Quais as principais dificuldades encontradas nesse início? Como as superou?

O problema, desde sempre, foi a ausência da regulamentação da profissão de iluminador.  O governo necessita deste olhar mais apurado e urgente sobre o assunto para colocar ordem na casa. Fala-se tanto em eficiência energética e etiquetagem de edifícios, sabe-se que a economia gerada pelo entretenimento é a quarta maior do mundo, que sem luz não vivemos, e ainda assim não sabemos qual profissional estará de fato qualificado para atender estas demandas e lidar com a tecnologia de ponta que nos invade a cada dia. Quem sabe projetar com luz ? Ser projetista de iluminação é ser responsável por direcionar o olhar do outro. É ser um alfabetizador visual. É oferecer conforto luminoso para todos que quiserem nos contratar e usufruir deste prazer necessário. No entanto, ainda não há esse reconhecimento e nossa profissão sequer consta na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO, do Ministério do Trabalho). Somos aquele item “outros” para a lei e para os formulários que preenchemos quando, por exemplo, fazemos um check in nos hotéis. Essa é uma das razões para eu realizar uma pesquisa, por meio do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, sob a coordenação da professora doutora Cláudia Naves Amorim. Esta pesquisa pretende revelar qual a importância do profissional de iluminação, sua trajetória, área de atuação, organização, atribuições, condições de trabalho e formação profissional e, ainda, se o mercado está apto a recebê-lo. A pesquisa será a base para a elaboração do projeto de lei que pretende regulamentar o setor e será apresentado à Câmara dos Deputados pelo deputado federal Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB/ES).

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A falta de formação do profissional de iluminação e a falta de uma metodologia de projeto, com uma linguagem unificada, são duas coisas que sempre me incomodaram muito desde o inicio. Busco desafios e tento abrir o mercado de trabalho para os que estão se formando, pesquisando e estudando, pois o empirismo acabou nos anos 90 e precisamos dar um basta a ele.

Jamile, você que também trabalha diretamente com educação, sendo coordenadora e professora do curso de pós em iluminação do IPOG, como vê a formação em iluminação nos cursos de superiores (não pós) existentes no Brasil? Falta alguma coisa?

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Não há exigência de diploma para que iluminadores/lighting designers, eu chamo “projetistas de iluminação”, possam exercer suas atividades. Não há cursos regulares de iluminação, mas sim cursos livres, esporádicos, inclusive oferecidos por empresas de iluminação.

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Os interessados devem procurar estágios com profissionais que tenham escritórios, em teatros, TVs, produtoras, lojas de iluminação, empresas de iluminação ou a indústria, para aprender na prática. Para quem tem graduação em outra área, já podem contar com os cursos de especialização em Iluminação que algumas Universidades oferecem em cidades como: Rio de Janeiro, Florianópolis, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Belém, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Londrina, Fortaleza, Salvador, Aracaju, João Pessoa, Natal, Vitória, São Paulo, Florianópolis e São Luiz. Tais cursos trazem em sua grade excelentes profissionais e docentes, com uma boa proposta pedagógica e de especialização para o profissional voltar ao mercado de trabalho com formação adequada.

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Uma proposta de curso, em nível superior, poderia criar diferenciais para se crescer na profissão, seja pela aquisição de um conhecimento objetivamente sistematizado, isto é, para aplicação na vida prática do mundo produtivo, seja pela inserção do profissional no campo da pesquisa, que ainda é quase inexistente no Brasil. Eu apresentei um projeto de graduação em iluminação em 2006 mas ao longo de minha pesquisa descobri que falta mesmo é função técnica, de nível técnico, no mercado. Temos deficiência de profissionais qualificados em executarem nossos projetos. Profissionais que saibam ler o que está nas plantas e ser reconhecido como tal. Espero que a pesquisa e a regulamentação da profissão, possam ajudar a modificar para melhor o cenário da formação do profissional em iluminação, no Brasil, com o apoio da indústria, das empresas e dos profissionais deste segmento.

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Pós -formação. Qual a importância disso na vida do profissional?

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Sabe-se que o mercado de trabalho, nos dias de hoje, vem exigindo dos trabalhadores níveis de formação cada vez mais altos, para que desenvolvam competências cada vez mais refinadas, exigidas pela complexidade que caracteriza a vida em sociedade.

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Segundo relatório da UNESCO para a Educação do século XXI (UNESCO, p. 1, 2002) a Educação Profissional no Brasil está mudando. O país alertou-se para o fato de que sua população economicamente ativa não pode permanecer com tão baixos níveis de escolaridade e de formação profissional.

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Nesse contexto, a educação profissional precisa proporcionar às pessoas um nível mínimo de competências que lhes possibilitem:
– Capacidade de adaptação a um aprendizado ágil e contínuo;
– Flexibilidade na aprendizagem;
– Domínio das novas tecnologias, incorporadas ao mundo do trabalho e ao conhecimento humano;
– Refletir sobre o que diz Berger Filho, quando escreveu em 2002 sobre a educação profissional e o mundo produtivo, que “o princípio da educação profissional é o da empregabilidade, pois não adianta formar pessoas para um mercado que não existe.

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O mercado existe e isso explica meu esforço para com a educação profissional.

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Hoje existem cursos de pós-graduação em iluminação, e o acesso ao conhecimento está mais fácil do que há 10 anos. A troca de informações entre os profissionais também melhorou bastante. Existe uma demanda grande no mercado de iluminação para profissionais capacitados e, nesse sentido, se o profissional quer sobreviver ao mercado, precisa se especializar. Não tem para onde correr.

Com relação ao mercado de trabalho, percebo que fora dos grandes centros, a resistência do mercado a projetos de Lighting Design ainda é grande. O que vemos na maioria das vezes é a aplicação daqueles “splashes” de luz colorida. Qual a situação atual e as perspectivas para o Lighting Design aqui no Brasil fora dos grandes centros?

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O fazer iluminação evoluiu e transformou-se no mundo produtivo, mas não tão rápido e nítido como os equipamentos de iluminação disponíveis atualmente no mercado. A razão disto está ligada ao fato de que o material humano não é tão maleável como a aparelhagem técnica. (ROUBINE, 1998, p.182).

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Quando o assunto diz respeito aos profissionais de iluminação, o ato de intervir no espaço com a luz agrega um conjunto de ações que resultam no ato de iluminar, ato sujeito às especificidades de cada situação (local, prazos, objetivos, espaço, estrutura física, outros profissionais envolvidos, tipos de equipamentos, materiais disponíveis, nível de conhecimento do projetista de iluminação (lighting designer) sobre o “objeto” que vai iluminar). Ser um profissional de iluminação significa pertencer a uma categoria com funções determinadas pela natureza do trabalho e conhecimento na área, que não pode se desvincular do desenvolvimento tecnológico da área e das áreas multidisciplinares com as quais é necessário dialogar.

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O cenário de iluminação no Brasil, muitas vezes, apresenta uma dicotomia: de um lado profissionais com muita prática e sem o aprendizado teórico, e outros com muita formação teórica e nenhuma prática.

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Não se trata aqui de julgar ou atribuir valores aos tipos de formação existentes, mas, antes, questionar o que seria necessário ou suficiente em termos de formação profissional. O que está na pauta, atualmente, nas reflexões que busco nutrir juntos aos pares, junto aos alunos, por exemplo, é que o mercado de trabalho, de maneira geral, vem buscando cada vez mais o profissional com conhecimento específico, aprimorado e atualizado. Em suma, alguém com desenvoltura artística e técnica, prática e teórica. Principalmente em virtude dos avanços tecnológicos e dos altos custos dos equipamentos de iluminação, bem como a sua manutenção.

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Como o debate gira em torno de formação profissional, ou, ainda, a educação profissional e a sua relevância para as demandas do mundo produtivo, que são grandes, seria o caso de reconhecer o valor de uma formação que compreenda, no objeto de estudo, a prática e a teoria como fatores indissociáveis e complementares. Pois a teoria precisa estar vinculada à prática e esta, muitas vezes, precisa recorrer à teoria para obter respostas e soluções.

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Assim, para que isto seja viável, entretanto, o mercado de trabalho precisa se adequar e promover as adaptações que se mostrarem necessárias para responder ao conjunto de necessidades que estiverem em jogo, seja por parte do empregador, seja por parte do novo ou antigo profissional.

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A demanda é grande em centros urbanos mais populosos, mas fora deles não existe ainda a cultura de se contratar um profissional de iluminação. Muitas pessoas sequer sabem da nossa existência (profissional com formação acadêmica e pós-graduado) e quando sabem, por se tratar de algo ‘novo’, muitas vezes não querem pagar o valor que cobramos.

Quais pontos falham nesse sentido e que medidas poderiam ser tomadas visando o reconhecimento da profissão fora dos grandes centros?

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Neste contexto de idéias que citei anteriormente, é necessário promover ajustes no espírito de um novo paradigma: a educação profissional do projetista de iluminação (lighting designer). Valorizar-se o estudo, o aperfeiçoamento, a teoria e a prática – o conhecimento cientifico (realização de pesquisas) em diálogo com o conhecimento adquirido empiricamente, situações de ensino e aprendizagem em favor do profissional, em favor da produção artística, em favor do mercado. Penso que há muita demanda de trabalho, mas os profissionais e o mercado de trabalho estão mais preocupados em resolver o agora e não a sustentabilidade do mercado e do profissional qualificado. É difícil o reconhecimento deste profissional fora dos grandes centros, pois as grandes indústrias estão nas grandes capitais brasileiras. No entanto, creio que o reconhecimento, por meio de lei, da nossa profissão, ajudará muito. Os profissionais também precisam se reconhecerem e compreenderem que pertencem a um núcleo de profissionais ou a uma categoria profissional.

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Uma mostra pública – como a Luminalle, Fête dês Lumières, etc – não tornaria mais fácil a visualização por parte do mercado da diferença entre o trabalho do Lighting Designer especializado do daqueles profissionais com apenas a carga horária acadêmica de sua formação universitária? Quais as possibilidades disso acontecer aqui no Brasil mesmo que em menor porte que estas internacionais?

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No Brasil já existem alguns eventos específicos, prova de que já existe um vasto mercado nessa área e público para essas mostras. Um exemplo é a Expolux, que já está indo para a 13ª edição e a Lighting Week Brasil, que acontecerá em São Paulo, no mês de setembro de 2010. Os organizadores precisam investir no material humano e a indústria precisa investir em pesquisa. O que se tem feito é marketing cultural e não cultura de disseminação em iluminação tampouco eventos de cunho científico.

“A aplicação de elementos cênicos na iluminação arquitetural” ou “A iluminação hoje em dia tem um caráter cênico”. Frases desse tipo já caíram nos discursos de profissionais não especializados na tentativa de trazer para o seu trabalho um valor a mais. Eu particularmente não percebo o Lighting Design presente nos projetos de grandes nomes da arquitetura e Design de Interiores (nacionais e locais) e sim apenas uma iluminação melhorzinha – esteticamente falando – que a anterior. Quais os pilares que o projeto deve estar alicerçado para poder realmente ser considerado um projeto de Lighting Design?

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Meu processo de desenvolvimento de projetos é sempre criar o espaço a partir da luz, encontrar a função e o significado da luz naquela obra de arte, objeto ou espaço que estou iluminando, contar uma história com ela, depois analiso os recursos que tenho disponíveis e quais podem me auxiliar a contar esta história.  Ou seja, só depois parto para as especificidades de cada situação (local, prazos, objetivos, espaço, estrutura física, outros profissionais envolvidos, tipos de equipamentos, materiais disponíveis). Neste caso, creio que os principais fatores que devem ser levados em conta são:

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1º. – cuidado e atenção. Tento pensar em várias possibilidades e achar soluções eficientes para aquele projeto. Pois não existe uma solução e sim uma para cada projeto. Projetar em escala e fazer o que está ao nosso alcance, com os pés no chão. Projeto que não é executado é sonho, não é realidade. A realidade, ou seja, a implantação do projeto de luz é que nos permite fechar o círculo infinito da criação, da contemplação, da reflexão, da mudança.

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2º. – observar onde o projeto estará inserido, sob que contexto, que cultura. Que tipo de espectador ou usuário estará se apropriando dele, o quanto o usuário se apropria, o quanto este compreende os seus signos e valores, o quanto aquela luz é importante no cotidiano de vida dele. Eu acredito que a luz influenciou e influencia até hoje a vida e o comportamento das pessoas. Gosto de projetar pensando nestas questões e o quanto posso intervir e interferir neste percurso.  Procuro conhecer as pessoas, tento me familiarizar com o “modus operandi” delas.  Observo muito e fico calada. Depois, troco idéias com quem me contratou para projetar e tento trabalhar dentro da realidade local, agregando valor àquela cultura, através da iluminação.

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Concordo com o Lighting Designer mexicano Gustavo Avilés, quando diz que “a luz pode ser considerada um elo entre aspectos subjetivos e objetivos da humanidade, pois funciona como mensageiro visual que permite ao ser humano fazer diversas correlações, como medidas lineares, volumes, área, geometria, contagem do tempo, outros eventos”.

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3º. – projeto coerente ao orçamento, para que possa ser realizado integralmente.

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E por fim – a escolha dos equipamentos (abertura de facho, desenho do facho, alcance em metros da luz, potência de luz – lumens – e temperatura de cor), em virtude dos fatores supramencionados.

Finalizando, sobre a ABIL. Como e porque surgiu esta associação?

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A ABIL é uma associação, cultural e social, sem fins lucrativos, que surgiu para desenvolver o conhecimento da luz no âmbito nacional, criando assim uma cultura da luz.  Nossa missão é oferecer cursos, organizar palestras, organizar simpósios e mostras, que visam à divulgação da produção mundial das técnicas e arte de iluminar. Editar ou reeditar publicações nacionais e estrangeiras. Disponibilizar informações sobre assuntos luminotécnicos e afins de maneira mais eficaz. Mas a correria do dia-a-dia tem nos impedido de sermos mais eficientes como gostaríamos. Mas isso não anula os motivos que deram origem à Associação Brasileira de Iluminação (ABIL), isto é, a paixão pela iluminação em suas diversas linguagens e inserção no ambiente onde o ser humano interage. Já arcamos do próprio bolso a vinda de profissionais da França, Estados Unidos, Argentina, Chile, Áustria, Alemanha, além dos profissionais residentes nas várias cidades brasileiras. Tudo isso para mobilizar idéias, compartilhar experiências, produzir uma cultura da iluminação e consolidar a profissão. Nesse sentido, quero lhe parabenizar, Paulo Oliveira, por sua gestão na proliferação da cultura da iluminação, quando idealiza a realização de entrevistas com profissionais, quando administra um blog chamado Design: Ações e Críticas. Precisamos de mais pessoas como você. Obrigada.

O que é design?

O décimo primeiro episódio da série traz o professor Roger Edmund Rieger e diretor da KommDesign para falar na “lata”. O que é Design? Semana que vem tem mais!

https://www.youtube.com/watch?v=J9uzcUivmkU

Outros vídeos:

I- O que é Design? (Com Ivens Fontoura)
II – O que é Design? (Com Fernando Antonio Fountoura Bini)
III – O que é Design? (Com Lesli Reali Koenig Hess)
IV – O que é Design? (Com Alex A. Ferraresi)
V – O que é Design? (Com Marcia Elizabeth Brunetti)
VI – O que é Design? (Com Prof. Nanico Romaniello)
VII – O que é Design? (Com José Luiz Casela)
VIII – O que é Design? (Com Paulo D`assumpcao Zaniol)
IX – O que é Design? (Com Renato Bordenousky Filho)
X – O que é Design? (Com Leidemir Gabardo)

E para você, o que é design?

O que é Design?

[zdvideo]https://www.design.com.br/wp-content/uploads/2010/03/leidemir-gabardo.mp4[/zdvideo]
O décimo episódio da série O que é Design? agora conta com a professora Leidemir Gabardo. Semana que vem tem mais!

Outros vídeos:

I- O que é Design? (Com Ivens Fontoura)
II – O que é Design? (Com Fernando Antonio Fountoura Bini)
III – O que é Design? (Com Lesli Reali Koenig Hess)
IV – O que é Design? (Com Alex A. Ferraresi)
V – O que é Design? (Com Marcia Elizabeth Brunetti)
VI – O que é Design? (Com Prof. Nanico Romaniello)
VII – O que é Design? (Com José Luiz Casela)
VIII – O que é Design? (Com Paulo D`assumpcao Zaniol)
IX – O que é Design? (Com Renato Bordenousky Filho)

E para você, o que é design?

O que é Design?

[zdvideo]https://www.design.com.br/wp-content/uploads/2010/02/fernando-bini.mp4[/zdvideo]
Hoje é outro vídeo da série de vídeos feito pelos estudantes do Centro Acadêmico de Design (CAD) da PUCPR, que perguntam para diversos professores “O que é Design?” Agora com o Professor de História da Arte e também um grande crítico, Fernando Antonio Fontoura Bini.

Outros vídeos:

I- O que é Design? (Com Ivens Fontoura)

E para você, o que é design?

Christophe Szpajdel o Senhor dos logos de bandas de Metal

Conheça algumas das criações do homem que nas últimas duas décadas desenvolveu pelo menos 7 mil marcas pra bandas, na sua maioria de black e death metal mundo afora.

Ele fala em uma breve entrevista para a Vice Magazine sobre o estilo caligráfico que desenvolveu chamado Depressivo Moderno, numa tradução literal que é uma mescla de Art Decó, ambientes sombrios e o momento atual de crise da economia mundial.

Lá na minha adolescência, no início do me gosto por design, também desenhei algumas marcas para bandas. Sempre me perguntava por que diabos (com duplo sentido) a maioria era tão ilegível. Eu praticamente tinha que “aprender” a ler os nome das bandas e memorizar suas formas, pois a grande maioria não havia possibilidade de identificar os caracteres.

Quando eu as desenvolvia, queria no mínimo sanar essa dificuldade, pensando eu, que facilitaria pra banda ser identificada. Me sentia um vitorioso cada vez que conseguia manter a simetria do logo, enquanto penava para tentar mantê-la legível sem perder seu lado sombrio, agressivo, afiado.

Se a marca fosse materializada num objeto sódido, ai daquele que encostasse nela. Certamente espetaria o dedo ou se cortaria todo. Era uma vitória particular minha, já que não havia briefing para que isso fosse requisito.

Com o passar dos tempos essa estética se consolidou, e fica claro que quanto menos popular é o som da banda, mais ilegível é a ilustração da marca que lhe representa. É o conforto do caos.

Alguém concorda ou já viram alguma que saiu desse lugar comum?

Mais algumas marcas no My Space do cara.

Entrevista com Bruno Porto no Voz da Experi

Formado em Design Gráfico e pós-graduado em Gestão Empresarial / Marketing, com passagem pela School of Visual Arts, em Nova York, Bruno atualmente vive em Xangai, China, onde leciona no Raffles Design Institute. Atua em áreas do design gráfico e da ilustração, é colunista do Portal Design Brasil e autor dos livros Memórias Tipográficas das Laranjeiras, Flamengo, Largo do Machado, Catete e adjacências (2003, 2AB Editora) e Porto+Martinez 1996>2004 (com Marcelo Martinez, 2005, J.J.Carol).

Clique na imagem para ler a entrevista. Não sei se é necessário cadastro no site.

Entrevistargh!: Nitrocorpz e outros escrit

Foi publicado no blog do projeto empreendedorargh, do meu comparsa cervejeiro Luiz “voadoras”Pizzani uma entrevista com os aniversariantes do mês, o escritório dos Goianão Loco, Nitrocorpz.

Entrevistado: Rhawbert Costa Assunção

Área: Design gráfico, Webdesign e Motion design.

Serviços que oferecem: Ilustração, desenvolvimento de projeto interativos, identidade visual e animação.

Sócios:
Marcilon Almeida de Melo – Dir. Criação
Rhawbert Costa Assunção – Dir. de Desenvolvimento e Tecnologia
Cláudio C. Filho – Gerente de projetos
Greyner S. Nóbrega – Administração

Quantidade de funcionários: 5

Localização: Goiânia-GO

Ano de fundação: 2003

site:www.nitrocorpz.com

???
Qual foi sua formação?
Eu e os outros três sócios (Greyner, Cláudio e Marcilon) somos graduados em Artes Visuais com habilitação em design gráfico pela UFG em 2000. Desenhista, biólogo, office-boy, professor, escritor, garçom? cada um já foi um pouco de tudo.

Como você era como aluno?
Péssimo? nunca ligava pras datas ou avaliações? Preferia ficar estudando assuntos mais direcionados a prática do design, como tipografia, processos gráficos, webdesign, etc, pois no nosso curso estávamos bem servidos de teoria como semiologia, história da arte, processo de pesquisa e por aí vai.

Quais foram suas experiências profissionais pré-empresa?
No meu caso eu sempre tive uma tendência a trabalhar com web. Pré-impressão e produção gráfica nunca foram o meu forte. Eu gostava mesmo era de…

Para ler a entrevista completa clique na marca da Nitro.

Ainda constam no site do projeto entrevistas com os escritórios:

  • Sebastiany Branding e Design Estratégico de Marcas
  • GAD Design Consultoria, Branding e Design
  • Karuana Consultoria em Identidade de marcas
  • Seagulls Fly Mídia, publicidade e 3D promocional
  • Verdi Design Design Gráfico
  • Colletivo Design Gráfico, digital e motion graphics
  • Avesso Studio Arquitetura promocional e 3D art
  • Buraco de Bala Animação e design
  • TipoD Desenvolvimento de produtos de base tecnológica (energia, telecomunicação, defesa e informática)

Quer ser entrevistado pelo Pizzani e contar sobre o seu empreendimento? Fala com ele.

Entrevista com Frank Tyneski, o homem do BlackBerry 7100

Frank Tyneski “O design não é universal
Aos 40 anos, o designer Frank Tyneski desponta como um dos grandes nomes da atualidade. De sua prancheta saíram inovações como a série BlackBerry 7100. Um dos jurados do Idea, Tyneski conversou com o Estado em visita ao Brasil.

Quais são as tendências mais fortes do design nos dias de hoje? Estamos vivendo um momento único no campo do design. A partir da década de 1980, o fator qualidade de um produto praticamente se tornou universal. Todos os produtos concorrentes tinham qualidade similar, não importava a marca. Nos anos 1990, começamos a ver uma tendência de personalização do design – você coloca sua cor, seu toque pessoal. Hoje, as duas tendências se uniram, o que criou um campo de trabalho sem igual para o design. Hoje, todos os produtos são bonitos, são funcionais, são atraentes, e você ainda pode colocar seu toque pessoal. A nova fronteira é a chamada experiência holística do design.

Leia a entrevista completa por Andrea Vialli no Estado de São Paulo.

Entrevista de Stefan Sagmeister para a Folha Online

Em 2001, quando lançou o primeiro livro com os trabalhos do seu estúdio até então, o designer Stefan Sagmeister tinha apenas 40 anos. Já havia criado embalagens, livros e peças gráficas para Lou Reed, David Byrne e os Rolling Stones, entre outros, e receberia, no ano seguinte, um Grammy pela capa de uma coletânea da banda Talking Heads. No auge da carreira (aparentemente), tomou o rumo mais inesperado: fechou o estúdio para clientes por um ano a fim de dedicar-se apenas a experimentações.

Um dos projetos nascidos nesse período chega às livrarias americanas: “Things I Have Learned in My Life So Far” (Coisas que Aprendi na Minha Vida Até Agora, ed. Abrams, 248 págs., US$ 26.40 (R$ 46) na Amazon). O projeto teve início com uma série de frases retiradas de seu diário pessoal como, por exemplo, “tentar parecer bem limita minha vida” ou “manter um diário apóia o desenvolvimento pessoal”.

Sagmeister fez exercícios tipográficos reescrevendo cada frase de maneira inusitada. Há palavras escritas com pedaços de mobília quebrada, com a sombra da luz incidindo sobre pedaços de salsicha e até mesmo com espermatozóides manipulados em laboratório.

Em uma de suas peças mais conhecidas, um cartaz para palestra em que ele mesmo falaria, escreveu a chamada para o evento em seu próprio corpo, cortando levemente a pele com um estilete e fotografando o resultado. “Queria expressar a angústia e a dificuldade que enfrentamos para criar”, explica.

Stefan Sagmeister recebeu a Folha na cobertura em que trabalha e vive, em Manhattan, em Nova York.

Folha – O sr. começou a fazer os trabalhos deste novo livro após o período em que tirou um ano sem atender clientes ou algo foi criado dentro desse período?

Stefan Sagmeister – Eu diria que o fundamental da coisa nasceu nesse ano, mas todos os projetos foram desenvolvidos depois. A idéia original era de que gostaria de publicar design gráfico sem que esse material contivesse mensagens de clientes. Essa idéia surgiu no ano sem clientes e o motivo pelo qual ela veio foi porque…

Leia a continuidade da entrevista feita por Marcelo Pliger na Folha Online.

Projeto Artesanato Brasil com Design

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“Um projeto da Caixa Econômica Federal levou os designers Ângela Carvalho e Lars Diederichsen a conhecer o Brasil, ou melhor, esse Brasil do Norte, Nordeste e Centro-Oeste que ainda se acredita ser o mais rico em tradições culturais e em expressões artesanais.
O resultado é uma bela coleção na qual permanece a mão artesanal e, ao mesmo tempo, se percebe a sensibilidade do designer.”

Para ver outras matérias sobre Artesanato na ARC Design.

*Senti no fundo uma inveja sadia. Sonho a muito em fazer um dia uma expedição Brasil a dentro, ou até mesmo por Minas Gerais, pra ver se essas informações culturais nos são definitivamente absorvidas, na hora de representarmos nosso país e sair da mesmice da tendência da estética atual.

A dupla percorreu 8 estados, 15 cidades e 25 comunidades.