Entre os dias 20 e 24 de Janeiro, acontecerá, em Curitiba, a reunião semestral do Conselho Nacional dos Estudantes de Design. Não sabe o que é isso? O nome assustou? Convido vocês, então, pra bater um papo sobre essa rede de pessoas e entidades de base que discutem e fazem o Movimento Estudantil de Design no Brasil.
O Conselho Nacional dos Estudantes de Design, ou CONE Design, é a reunião que acontece duas vezes por ano na cidade sede do N Design do ano vigente, onde os representantes das Entidades de Base (CAs e DAs), CONDe, outras instituições estudantis e demais estudantes discutem as ações que vem sendo realizadas pelo ME, avaliam o que vem sendo feito do N Design e debate outros pontos de pauta, principalmente aqueles relacionados à PNU – Pauta Nacional Unificada.
Apesar de toda a pompa que envolve o nome e burocracia pra ser um representante, o CONE não é uma instituição ou entidade, não é fechado aos representantes: é um espaço de discussão e trabalho colaborativo de estudantes e é configurado por aqueles que participam. A pauta é decidida no primeiro dia de reunião e as atividades executivas são defiinidas ao longo do evento. O que vai ser feito e como vai ser feito é decidido pelo voto dos representantes e argumentado pela voz de todos.
O mais bacana do CONE Design é que ele é como as outras redes sociais: uma plataforma de contato e relacionamento de estudantes que, agindo colaborativamente e que de forma organizada, pensam globalmente e agem localmente. Como toda rede colaborativa, ele é tão ágil e tão efetivo quanto as pessoas que o compõe, dessa forma, sua efetividade enquanto movimento político estudantil organizado basicamente só depende do nível de envolvimento das pessoas que dele participam.
Participar de uma reunião do CONE pode ser bem estressante e muitas vezes longe de uma realidade de ação, acabando por discussões infindáveis sobre trivialidades “politicóides e egolíticas”, mas isso vem mudando cada vez mais com o envolvimento e participação de estudantes que, mesmo não fazendo parte do CA da sua Universidade, atuam com coletivos, grupos de pesquisa e Empresas Jr., e vêm movimentando o espaço acadêmico e trazendo novas experiências e perspectivas, e junto com as Entidades de Base trabalhando para um ensino de qualidade.
Mas como confiar em algo que não é uma instituição? É, eu sei, é bem complicado entender uma organização política fundada em uma estrutura tão aberta e ao mesmo tempo tão burocrática (baseada em um estatuto que não é nem registrado em cartório): que exige quilos de documentos para aceitar um votante e só valida candidaturas de Comissões Organizadoras do N Design caso a entidade de base tenha CNPJ. Contraditório? Nem tanto.
Todas as redes sociais e outras plataformas de colaboração possuem regras claras e definidas. Essas regras definem suas características e funcionamento, e que nem sempre agrada a todos. O CONE só representa quem dele participa, ele não representa todo o Brasil, exceto se todos as faculdades e universidades de Design se fizerem representadas na reunião. Logo, ela não tem um poder legislativo, as suas “leis” e decisões só são aplicáveis a quem achar que deve aplicar.
O CONE se assemelha a um Software Open Source, onde o estatuto pode ser mudado e corrigido pelos “usuários”, modificando sua forma e tornando-o “mais adequado” à realidade em que está inserido. Mas como toda participação, demanda empenho e para sua correção ser oficializada, é necessário convencer aos outros usuários.
Para quem quiser saber mais sobre o CONE Design, sugiro uma olhada nos sites do próprio CONE Design, no Wiki da PNU e no site do NDesign.
E para quem quer entender mais sobre Redes Sociais e Colaboração sugiro que assista esse vídeo:
Abraços a todos.