Exposi

A obra gráfica de Rico Lins demonstra como são imprecisos os limites entre a arte e o design. Arte compreendida no sentido amplo: não só artes plásticas, mas música, dança, arquitetura, fotografia, moda, poesia… e tudo isso ignorando uma outra fronteira interna, aquela que até bem pouco separava as formas de expressão cultas, forjadas nas academias, das formas populares, nascidas de inteligências tão potentes que vingam em territórios inóspitos, áridos e violentos.
Atividades complementares
lançamento do catálogo – 12 de março, quinta-feira, às 19hs
visita guiada e workshop com Rico Lins – 14 de março, sábado, das 10h às 17h
(vagas limitadas, inscrições através do e-mail [email protected])

Apesar da pouca idade, quando Rico Lins entendeu que o seu negócio era o design ele já era muitas outras coisas: lidava e transitava por territórios diversos, um cidadão do mundo para quem a nacionalidade não era um limite, mas uma falsa questão, e o intercâmbio de idéias, o contrabando de tempos e espaços, uma condição para sobreviver num mundo ? para o bem e para o mal ? definitivamente contaminado. Uma conclusão sedimentada por estadias duradouras em Paris, Londres e Nova York, em todas elas envolvido com a produção de discos, livros, revistas e cartazes. A essas vivências somaram-se suas passagens reais e imaginárias por Havana, São Francisco, Hanói, Varsóvia, Ulm, Weimar e, é claro, Rio de Janeiro, todas concorrendo para a confecção da história e geografia criativas do artista.

Ciente de que o design é cada vez mais uma zona de articulação entre tecnologia, mercado e cultura, Rico Lins sempre se pautou pela sobreposição de técnicas e linguagens díspares, da xilogravura e da tipografia mais ortodoxa ao recurso gráfico de última geração; do lambe-lambe à informação processada digitalmente. Trespassamento de estruturas de pensamento e de técnicas produtivas: a comprovação de que, como ele gosta de dizer, o atrito produz energia, a mesma energia que se desprende dos muros das nossas cidades.

Por tudo isso é que ?Rico Lins ? Uma gráfica de fronteira? não é uma mostra no sentido convencional, não se reduz a uma apresentação de seu magnífico portfólio. Mais do que isso, tem-se aqui um artista que traz a público a seiva de sua poética, a explicitação em estado mais puro dos processos e elementos dos quais se vale. Daí o caráter ambiental dessa mostra, uma sorte de “instalação” que esclarece a visão de mundo de Rico Lins, própria a um designer gráfico capaz de fundir, combinar e reciclar palavras, imagens e ritmos, encarnando-os em tecidos, papéis e edifícios, sons e projeções e até mesmo em suportes que rondam a imaterialidade.

RICO LINS: UMA GRÁFICA DE FRONTEIRA
Caixa Cultural RJ
Av. Almirante Barroso, 24 – Centro – Rio de Janeiro

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