O designer gráfico, grafiteiro e letrista mineiro Bernardo Sek foi um dos vencedores do Type Directors Club (TDC), uma das premiações mais importantes do mundo no campo da tipografia em todo o mundo.
O trabalho Letraço, que consiste na concepção de um alfabeto sobre portas de aço, recebeu o Certificate of Typographic Excellence na categoria Lettering, concedido por um júri internacional.
A obra é uma pesquisa visual que explora a tipografia experimental e sua conexão com o grafite, criando um alfabeto completo a partir de portas de aço do comércio de Belo Horizonte. O trabalho combina princípios do design gráfico, como contraste e alinhamento, com a essência do grafite urbano. Para os viciados em bienais, talvez já tenha visto o “Letraço” como destaque nacional na 14ª Bienal Brasileira de Design.
Em tempo: além de Sek, o projeto envolve a artista e designer Tainá Evaristo atua como colaboradora, contribuindo para sua mediação poética e interpretação crítica.
A estudante Tainá Evaristo Felizardo, do 9º período do curso de Design da UFMG, integrou um dos projetos vencedores da 71ª edição do Type Directors Club Awards (TDC), um dos principais prêmios de tipografia do mundo.
A obra foi exibida neste mês, em Nova York, durante o festival The One Club for Creativity, e passou a integrar o anuário The World’s Best Typography. A exposição também circulará por museus e escolas em países como Japão, França, Alemanha e Coreia do Sul.

Contribuições
Letraço – uma porta fechada é uma tela em branco [veja galeria de fotos no site do DCA] é um projeto com concepção e direção criativa do designer Bernardo Sek. A concepção de arte em portas de aço, tem a intenção de “revelar histórias da cidade, do som das ruas e da poesia cotidiana”, informou Tainá Evaristo.
A estudante da UFMG contribuiu para a construção conceitual, organização visual, curadoria de conteúdo e preparação de material para inscrições e exposições. “Também atuei na tradução editorial e institucional do projeto, além da montagem da exposição na Galeria Vessie, em Belo Horizonte”, relata.
Sobre a participação no concurso, a estudante considerou especialmente gratificante o contato com projetos que envolvem variações tipográficas no idioma hindi, aplicações em espaço público e outros projetos universitários. “Estive com mulheres que atuam na tipografia e designers que admiro, como Carlos Oliveiras Colom e Jason Carne”, acrescenta. Para Tainá, a experiência reforçou a ideia de que “podemos disputar com grandes marcas criando projetos autorais dentro da universidade”.