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Sei que é meio bobo falar do próprio umbigo, maaaaas… sou finalista do Salão Design Movelsul 2008!

O projeto é o móvel infantil Rafaela, uma mesa de desenho para crianças em fase de desenvolvimento da criatividade, de 3 a 7 anos.

Junto com Juneco Martinelli precisava desenvolver um projeto de mobiliário, depois de mais de um mês patinando na tentativa de fazer um móvel de tubetes de papelão com objetivos socio ambientais (sabe como é… ecodesign não é de hj) e de perceber que a coisa não daria certo (pelo menos daquela maneira) resolvemos atacar outro problema. Pra gente as crianças estão ficando cada vez menos criativas e estimuladas, prendendo-se cada vez mais em atividades passivas, seja assitir TV ou assistir brinquedos que brincam sozinhos. Não se vê mais uma caixa de sapatos com tampinhas de garrafa que formam um carrinho puxado pra cá e pra lá, este tipo de coisa (minha mãe quando criança brincava com espigas de milho como bonecas, mas aposto que boa parte de quem lê isso pode nem saber que milho tem “cabelo”).

Daí tinhamos um problema duplo, um móvel (que era a obrigação básica) e o incentivo à criatividade (o desafio auto proposto por masoquismo).

Depois de pesquisar com estudantes, profissionais e na literatura da pedagogia chegamos a praticamente um briefing do que deveríamos fazer, uma mesa de desenho.

Segundo a pesquisa o desenho é o começo da manifestação da criatividade, mas para que a criança comece a “think out the box” algumas coisas eram indicadas, como:

manter um certo descompromisso com a atividade, não poderia ser uma mesa como de desenho técnico por exemplo, pois pode causar inibição,

evitar padrões pré definidos, como livros para colorir, que por trazerem desenhos já prontos e obviamente de uma “qualidade” da qual a criança não tem a mínima chance de alcançar, pode fechar seu pensamento para descoberta da própria comunicação gráfica além do problema da frustação e possível desistência do desenho por não conseguir desenhar o carrorrinho igual o do livro.

acesso a luz natural

Dentro disso traçamos meio que o escopo do produto (o que ele deveria ser, o que ele não deveria ser). Parecer divertido, amigável, atraente, colorido e de forma alguma se parecer com uma mesa.

Agora complicações com crianças. A gente já sabia de um problema forte de ergonomia, se é complicado dimensionar produtos para adultos por causa da variação de tamanhos, imagina para crianças de 3 a 7 anos, imagine o pepino! Teriamos de fazer mesa e cadeira com um milhão de ajustes (se seguisemos uma idéia quadrada de ergonomia) mas la´pelas tantas, analisando o próprio comportamento infantil e conversando com profssionais da pedagogia chegamos a conclusão que uma cadeira poderia ser facilmente retirada do projeto. Crianças não param, estão sempre em movimento, se apoiando, escorando, ajoelhadas, etc. Daí banimos uma idéia de cadeira para usar uma almovada que vai ao chão e permite uma infinidade de movimentos. A mesa ainda dá uma escora segura por ter uma base piramidal, não vira quando se apoia no canto.

Nesta brincadeira toda tinha o problema material. Neste segmento de mobiliário infantil o plástico domina e a madeira entra em móveis sem muita personalidade, praticamente mesas de cozinha pequenas e coloridas. Pensamos em usar MDF mas mesmo sendo “madeira” ele ainda tem uma cara muito uniforme, pasteurizada, não daria a estética que queriámos.

Para conseguirmos um aspecto natural e por um preço acessível resolvemos utilizar a madeira pinus, que é leve, tem uma boa resistência a montagens e recebe bem fixações simples e traz a gram e os nós bem estampados na superfície, uma expressão de natureza no material, além de possuir um cheiro bem característico.

A almofada foi primeiramente feita com pelúcia, mas ainda era muito fechada na representação de uma tartaruga, para abistrair um pouco mais e de quebra gerar a possibilidade de confecção em comunidades de costureiras utilizando resíduos foi criada a variação usando retalhos, que é muito mais lúdica e está em maior harmonia com a famosa sustentabilidade.

Bom, deu nisso.

Agora estamos preparando os protótipos para o envio à Bento Gonçalves em parceria com a Decormade de Curitiba (marcenaria que extrapola um pouco o termo, pessoal bem fraco, trabalham com aquele menino novo aí no mercado de design, um tal de Sérgio Rodrigues) e com o pinus fornecido prla Sguario Madeiras, que plantam suas florestas e fornecem a madeira seca e serrada, tudo dentro da certificação internacional FSC. Ainda estamos abertos a parceria e patrocínio para as peças de MDF (tampos), podemos conversar (fico devendo e podem cobrar falar mais sobre certificação FSC, conversei com o pessoal da Sguario talvez faça uma visita por lá).

É isso aê povo, torçam pela Rafa!

PS:. Estou procurando novas empreitadas, projetos (ou coisa parecida, tem gente que chama de emprego). Conversas sobre o assunto em fernandogaldino@design.com.br

PS:. Tá, sei que não é lá tão grande coisa, mas esse lance de blog tem que ter essa pitada egotrip, hehe.

Update: Para o primeiro comentário.

Esqueci de escrever que o assento, a almofada, é o próprio casco da tartaruga, que engloba todas as peças quando o produto está desmontado, ou seja, também serve de embalagem protetora.

Publicado por Fernando Galdino

Acredito que o Design pode ser muito mais do que escolher tamanho de fonte do corel e cor de acabamento. Acho q essa atividade é totalmente dispensável da vida humana, porém pode melhorar qualquer tipo de produto, serviço ou outra atividade quando aplicada ao processo (sério). Eu acredito no direito de falar o que eu penso, com as informações que eu tenho. Acredito no direito de estar errado e de assumir que não sei de muita coisa, mas tô disposto a compartilhar esse pouco com quem quiser visitar este periódico vez por outra. "No fundo no fundo... bem lá no fundo... se torna raso" Benedito Galdino

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