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Para aqueles que viram o primeiro filme TRON de 1982, a volta deste título às telonas pode parecer (ou não) um sonho nerd… “até que enfim refizeram um filme futurista numa era que agora sim, dá pra fazer efeitos futuristas”!

O original dos anos 80 é um deleite àqueles que adoram estética futurista (de verdade e não a pseudo-futurista de Hans Donner) e que acompanhavam, mesmo que a passos muito lentos ainda, a produção de efeitos em 3D naquela remota época.

Cena do filme TRON de 1982 com design “tecnológico” e cores vivas para simular um ambiente virtual

O contraste entre cores quentes e frias contribuiu para que estas parececem mais luminosas do que realmente eram.
Com este truque nos estúdios, a equipe do filme conseguiu um efeito de luminescência ainda maior do que
o que seria possível apenas com tintas e aumento de contraste na ilha (de edição)

O grande resultado futurista, limpo e ao mesmo tempo instigante foi conseguido por um gênio do desenho e do design “clean” – Jean Moebius Giraud, ou para aqueles que conhecem quadrinhos: Moebius. Além de TRON, Moebius também contribuiu para filmes como Alien, O Quinto Elemento e O Segredo do Abismo.

Acompanhado com o 3D – que para a época era um show à parte, mesmo que hoje pareça algo primitivo e abaixo de qualquer game de R$ 200 – vinha também uma estética que hoje volta com força total tanto no design gráfico como também em roupas e até mesmo em alguns automóveis de marcas mais ousadas: a estética Fluor.

Na verdade, não gosto muito de utilizar a palavra FLUOR, já que esta vem sendo utilizada ultimamente para definir o uso de cores fluorescentes principalmente na moda. Digamos que para o design no geral, o que se encaixaria melhor seria o uso da palavra NEON.

Visual com cores “neon” ou “fluor” para enfatizar controles totalmente eletrônicos e oferecer um toque de “tecnologia avançada” às armas usadas no filme TRON de 1982

Se bem que NEON DESIGN pode ser associado à criação de letreiros em neon… como a criação de bolos pode ser chamada de CAKE DESIGN (leia meu outro post polêmico sobre o assunto).

Sei que seu uso no design gráfico (mídias impressas) pode tornar-se um tanto limitado, já que demanda o uso de tintas especiais que provoquem este tipo de efeito “luminoso” em letras ou detalhes, mas além das tintas, há toda um padrão estético envolvido.

Um dos últimos estilos de design gráfico que surgiu há cerca de 4 anos é o “organic design“, onde linhas sinuosas, curvas e até mesmo motivos florais passaram a ser usados como detalhe ou até mesmo como mot de muitos trabalhos não só de mídias mais rápidas, como panfletos, mas também em peças publicitárias de grandes marcas, principalmente da área de cosméticos e que têm relação com público consumidor feminino (o organic design também aplica-se à arquitetura). Poderíamos então, aplicar cores especiais na gráfica em um destes padrões orgânicos e dizer que é design NEON? Talvez não seja tão simples assim.

Além das cores fortes e “acesas” (indispensáveis) também há o uso de linhas que lembrem design futurista e nada orgânico, com linhas retas e ângulos agudos ou até mesmo linhas paralelas que lembram circuitos de computador. Este sim dá o toque ao design Neon.

Acima, visual dos atores do TRON de 1982. Logo abaixo, o visual hiper-futurista e sombrio da versão 2010

Este tipo de design pode ser de aplicação muito mais restrita, indicando para áreas onde a tecnologia esteja no scopo ou até mesmo eventos deste nicho de mercado.

De qualquer forma, fiquei imensamente feliz em ver a estética aplicada ao novo filme TRON – O Legado, onde os produtores acertaram em cheio na remodelagem das roupas, baseando-se no conceito do filme original onde as roupas pareciam estar “ligadas” ou “acesas”. O contraste dos trajes negros com toda  a ambientação noturna do cenário do filme também já traz ao visual uma acentuação do design neon, não só nas roupas, como na arquitetura, veículos e tudo o mais que compõe este cenário digital.

O visual frio e sombrio do TRON – O Legado mantém as linhas paralelas e com pouquíssima “organicidade” como no original de 1982, porém com um visual atualizado e mais crível

Vários conceitos da arquitetura e design das máquinas e armas foram mantidos na nova versão de TRON, como linhas que contornam as formas e espaços entre determinadas partes das naves

O visual rígido e ao mesmo tempo fluente das linhas paralelas e luminosas é inspirador para os apreciadores do design mais hightech

Para quem é webdesigner ou faça design gráfico para mídias digitais a notícia é que o bom e velho RGB ainda permite o uso das cores intensas e com a ilusão de parecerem estar “ligadas”. Já quando migramos pro CMYK, aí o papo é outro e como eu disse acima, devemos lançar mão do uso das cores especiais. Em dúvida? Consulte sua gráfica de confiança!

Resumindo: TRON é um filme que traz de volta a antítese do design orgânico e não deve ser assistido apenas por cinéfilos, nerds de plantão ou fãs da franquia: mas por todos interessados em design como um todo e que desejam estar sempre ligados no que acontece de mais novo nas tendências visuais deste mundo tão veloz e globalizado.

Ou assista simplesmente pra curtir o visual! Não há pecado nenhum em simplesmente se divertir (mas quem é do mercado, não consegue assistir nada sem ver o lado técnico, não é?)…

Publicado por Antonio Ribeiro

Antônio Ribeiro é designer gráfico e ilustrador com formação pela UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Já participou de inúmeros projetos e trabalhos de grande projeção no Estado do Rio e até mesmo no território nacional, como campanhas para o HSBC e outras instituições. Foi editor de arte de uma revista mensal, por 3 anos, chegando a assumir sua gerência durante um período para ajuste do workflow da equipe. De janeiro de 2005 a janeiro de 2007 foi Gerente de Marketing da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Teresópolis (RJ), onde tinha como função a criação de peças publicitárias do Governo Municipal para as mais diversas campanhas. Tinha a incumbência ainda de aprovar diversos materiais criados pelo restante da equipe das Secretarias de Comunicação e Cultura. Além disto, foi consultor para agendas de eventos culturais da Secretaria de Cultura. Antônio Ribeiro também é o criador e organizador do ANIMASERRA – Festival Nacional de Cinema de Animação e Quadrinhos da Região Serrana do Rio de Janeiro. Já indo para a sexta edição em 2011, o ANIMASERRA em apenas cinco anos já alcançou renome nacional, sendo considerado o segundo evento gratuito mais importante do Brasil no gênero. O ANIMASERRA recebe como palestrantes nomes desde Ziraldo e Miguel Paiva, passando por Marcelo Campos e Renato Guedes até mesmo Cesar Dacol Jr (supervisor de efeitos especiais do filme 300) e Levi Trindade, editor da DC Comics no Brasil. www.animaserra.com.br . Antônio também já palestrou em diversas universidades do Estado, sobre a importância do design gráfico e da animação no mercado atual. Lançou ainda também em 2007 o livro “Brasil: Referência no Cinema de Animação e HQ”, pela Editora Zem, distribuídos em diversas livrarias do Brasil e tido como uma das publicações mais abrangentes e dinâmicas sobre o assunto até então. Atua ainda como professor concursado de História da Arte pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro e da Prefeitura Municipal de Teresópolis - RJ. Também dá palestras sobre o mercado do design gráfico no Brasil e no mundo, assim como suas influências no dia-a-dia das pessoas. Também fala sobre filmes, efeitos especiais e cinema de animação. É videogamer aficcionado e tem um canal no YouTube chamad PlayTime Games News, além de também escrever para a revista eletrônica Arkade e para a europeia World Gaming Executives Magazine. Adora jogar seu XBox 360 e/ou seu PSP enquanto testa jogos ou somente como diversão mesmo.

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