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SCHINDLER GLOBAL AWARD

A 7ª edição do Schindler Global Award (SGA) aceita inscrições até dia 16 de dezembro e o envio de projetos até o dia 31 de dezembro. Estudantes de todo o mundo, que estejam no último ano de graduação ou de mestrado dos cursos de arquitetura, paisagismo, design e planejamento urbano, podem participar de uma das competições pré-profissionais mais importantes do mundo, promovida pelo Grupo Schindler.

A competição permite aos estudantes colocarem em prática suas habilidades de design em um teste de escala internacional. A edição 2017 do prêmio terá como tema a região do Ceagesp, na cidade de São Paulo, colocando como desafio aos participantes usar a mobilidade como um catalisador para a mudança, incluindo concepção de espaços públicos e infra-estrutura, dando ênfase à integração da população aos elementos urbanos e uso dos espaços.

Como participar?
Os alunos devem trabalhar em equipes pequenas de não mais do que três – sob a supervisão de um membro do corpo docente da universidade – e buscar responder nos projetos a questões que atendam condições complexas e desafios substanciais de urbanização contemporânea. Um júri internacional, formado por especialistas de renome – como Ciro Biedermann, Fernando de Mello Franco, Hubert Klumpner e Paola Viganò – irá avaliar os projetos que concorrem a um total de mais de US$ 100.000 em reconhecimento, a ser entregue em 2017.

A premiação é realizada a cada dois anos pelo Grupo Schindler, líder global em elevadores, escadas rolantes e serviços relacionados, em colaboração com o Instituto de design urbano da ETH Zurique, liderado pelo Professor Kees Christiaanse, arquiteto holandês conhecido por seu trabalho em planejamento urbano. Segundo ele, o Brasil é um local interessante para realização do Schindler Global Award porque tem uma posição intermediária entre todos os tipos de condições globais. “Há um grande potencial para futuras e significativas estratégias urbanísticas no país, tanto pelo lado do patrimônio e das tradições quanto pelos enormes problemas existentes”, explica.

O Grupo estabeleceu o Prémio Schindler, em 2003, o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, visando examinar questões sobre a mobilidade e o acesso universal no contexto europeu. O Schindler Award 2004 foi realizado em Bruxelas, na Bélgica, e seguiu com edições de sucesso nas cidades de Paris, na França (2006); Viena, na Áustria (2008); Berlim, na Alemanha (2010); Berna, na Suíça (2012) e Shenzhen, na China (2015). A competição se tornou muito conhecida e, em 2014/2015, foi aberta aos estudantes de todo o mundo.

O site oficial da competição www.schindleraward.com serve como uma plataforma para ideias, onde uma série de entrevistas e artigos serão publicados durante toda a competição.

Mais informações:

Site: www.schindleraward.com

Animação: O ABC dos arquitetos


Este trabalho é uma lista em ordem alfabética dos arquitetos mais importantes de nacionalidades diferentes, incluso o seu edifício mais conhecido. No entanto segundo os criadores Andrea Stinga e Federico Gonzalez muitos foram deixado de lado, já que era imprescindível ter apenas UM por letra, no entanto temos DOIS brasileiros nessa excelente animação.

Música: The Butterfly de Eugene C.Rose e Franco George, (Creative Commons ) baixe aqui!

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Resumo (em inglês).

  • Alvar AAlto _ Säynätsalo Town hall – Finland
  • Luis Barragán _ Satellite towers – Mexico city
  • Santiago Calatrava _ Lyon – Satolas airport railway station – lyon France
  • Luís Domènech i Montaner _ Antoni Tàpies foundation – Barcelona
  • Eduardo Souto de Moura _ Paula Rego’s House of Stories _ Cascais _ portugal
  • Norman Foster_ London City Hall _ England
  • frank Gehry _ Guggenheim bilbao _ Spain
  • herzog & de meuron _ Beijing National Stadium _ CHina
  • Arata Isozaki _ Palau Sant Jordi _ barcelona
  • Philip Johnson _ The Glass House _ New Canaan _ United state
  • Louis Kahn _ National Parliament of Bangladesh _ Dhaka city
  • le corbusier _ Villa Savoye _ Poissy, Francia
  • Ludwig Mies van der Rohe _ barcelona pavilion _ Spain
  • Oscar Niemeyer _ National Congress of Brazil, Brasília
  • Joseph Maria Olbrich _ Secession building, vienna – Austria
  • César Pelli _ Petronas Twin Tower _ Kuala Lumpur, Malaysia
  • Giacomo Quarenghi _ the Smolny Institute _ St. Petersburg, Russia.
  • Renzo Piano + Richard Rogers _ Pompidou Centre _ Paris, Francia
  • Álvaro Siza _ Ibere camargo foundation _ porto alegre _ Brazil
  • Kenzo Tange _ Tokyo Olympic Stadium – Japan
  • Jørn Utzon _ Sydney Opera House _ Australia
  • William Van Alen _ Chrysler Building _ New York City
  • Frank lloyd wright _ guggenheim new york _ United state
  • Iannis Xenakis _ Philips pavilion _ Expo ’58 in Brussels
  • Minoru Yamasaki _ World Trade Center
  • Zaha Hadid_The Pierres Vives building _ Montpellier, France

A sedução do design

O programa Milênio, da Globo News tem uma entrevista interessantissíma com o arquiteto e diretor do Design Museum de Londres, Deyan Sudjic. Conhecido por escrever vários livros como o “A Linguagem das Coisas”. A entrevista foi feita pelo Silio Boccanera.

Veja a entrevista aqui!

Confira também esse outro vídeo, feito em off com as perguntas que não foram ao ar.


Agência de Papelão

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Os designers Alrik Koudenburg e Joost van Bleiswijk (criador da técnica de trabalhar com papelão sem usar cola e pregos/parafusos) resolveram elevar o nivel de suas criações com papelão. Criando um escritório de papel para a agência de publicidade Nothing de Amsterdã, Holanda.

A ideia se resume em criar do algo do nada (Nothing) . E conseguiram, mesas, vasos, divisórias, estantes, mezaninos, mesas, letreiro, escadas e entre outras feito tudo com papelão.

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Mais fotos aqui

fonte: Treehugger.

Palavra cruzada gigante

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Geralmente eu não gosto daqueles prédios, com azulejos ou taquinhos (sei lá o nome), porque parece um banheiro. Mas essa é diferente, É um palavra cruzada gigante e foi feito em prédio em Lvov, na Ucrânia, é a mais nova atração turística da cidade (até todo mundo decorar as respostas).

A palavra cruzada de cerca de 30 metros parece apenas uma pintura engraçadinha, mas é bem mais legal que isso. Embora aparentemente esteja em branco, quando escurece e luzes especiais são acesas, ela aparece totalmente preenchida graças à tinta fosforescente usada nas letras. As perguntas para o passatempo estão espalhadas em diferentes pontos de interesse da cidade, como monumentos, teatros, fontes, etc. Assim, durante os passeios, pode-se tentar responder, conferindo à noite se as respostas estão corretas. Dá uma olhada na foto abaixo.

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sugado: “Cruzadamente legaus”!

Uma homenagem a Oscar Niemeyer


Hoje recebi um kit com o release da coleção Linhameyer da H.Stern que será lançado no 101 aniversário dele, dia 15 de dezembro. Super legal…


A Embalagem é feita em concreto, com desenhos, dentro da caixa vem algumas folhas com desenhos e um trecho do Poema das Curvas. (ambos criados pelo Niemeyer):

”Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo o homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro no curso sinuoso dos nossos rios, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”.


No final, vem um pen-drive já com todo o material de divulgação (vídeo, release, letra da música, música e imagens). que tem até um clipe em homenagem ao lançamento, e ao Arquiteto, feito por Andrés Lieban, em 2D, com trilha sonora de Carlinhos Brow e George israel, chamado Linhameyer.

Achei super interessante o trabalho todo. Dá pra notar que foi investido bastante nessa coleção. E o mais interessante é ver que uma grande empresa, consagrada mundialmente, está tratando internet como gente grande. Que fique aí a lição para muitas outras empresas.

P.S.: No site da H. Stern ainda não tem nada sobre a Linhameyer (sairá somente dia 15), então aqui vai um preview do que vem por aí:

copa 2014 – alerta

Bom, quem me conhece sabe que sou totalmente contra trazer este tipo de evento aqui para o Brasil por um motivo bem simples: existem muitas carências a serem resolvidas em nosso país e que são muito mais importantes que uma copa do mundo.

Mas me chamou a atenção um informativo que recebi do Revestir.com:

“Curitiba Copa 2014

No dia 31 de outubro iniciou um ciclo de palestras para alunos e professores dos cursos de arquitetura das universidades PUCPR, UFPR e Positivo, que tomaram conhecimento das propostas para desenvolver o Workshop Curitiba Copa 2014 organizado pela AsBEA-PR.

O ponto alto das palestras foram as explanações do arquiteto italiano, radicado em São Paulo, Bruno Padovane, que demonstrou de maneira objetiva e brilhante, as diversas formas de implantar, com forte impacto urbanístico, um megaevento esportivo e seus desdobramentos positivos. Posteriormente, o engenheiro paulista Fernando Telles, outro especialista na área de arquitetura esportiva, reafirmou a importância de dimensionar adequadamente os diversos formatos que envolvem um estádio esportivo. Por último, o arquiteto Carlos Dellacosta trouxe para o público presente, informações de relevância na hora de selecionar o local do evento.

Vejamos:

As três universidades citadas e envolvidas no evento tem entre seus cursos os de Design:

PUCPR

Desenho Industrial – Programação Visual
Desenho Industrial – Projeto do Produto

UFPR

Design

Positivo

Design – Projeto de Produto
Design – Projeto Visual

Isso sem contar cursos de Engenharias – pra isso os arquitetos vão precisar de muita engenharia – Artes, Turismo e várias outras que DEVEM ser aproveitadas da mesma maneira que arquitetura num evento deste porte. E olha que nem olhei os cursos de pós oferecidos por elas e que sabemos também existem em Design.

No entanto, não se vê movimentação alguma por parte das IES e das coordenadorias de cursos de Design, (produto, grafico, interiores, etc) destas e de outras IES, para inserir nossa área dentro do todo que comporá o projeto final de adequação da cidade de Curitiba às necessidades reais que este evento impõe.

ASBEA, claro, vai tentar fechar ao maximo o acesso de outras áreas à “essa bocada” em benefício umbigusta aos seus associados e nem tanto à importância do evento em si. Jajá aparecem IAB também na parada.

Portanto, creio que nossos amigos Designers, Engenheiros, Turismólogos, Artistas, Light Designers e vários outros devem começar a se movimentar para evitar que isso – projeção ou $$ – sejam aproveitado por poucos quando na verdade deveria ser um bem de TODOS.

E não digo apenas aos de Curitiba não, afinal o Estado todo tem profissionais qualificadíssimos nessas áreas e que certamente poderão contribuir em muito para isso.

Fica aqui o alerta a todos os profissionais de todas as cidades que serão sede da copa 2014.

Fica aqui também, mais um protesto meu contra panelinhas e movimentaçãoes tácitas e falaciosas de alguns grupos.

A rapa é dura…

e a vida não é mole nao….

Acabo de ter o desprazer de olhar o edital do mega concurso que está sendo promovido pelo (des)governo federal. Quem quiser mais informações é só acessar: http://jcconcursos.uol.com.br/DefaultInformacao.aspx?IdInformacao=11859&IdSecaoSite=2

Concurso??? Ótimo, ao menos não são CCs e o povo que entrar vai ter de mostrar competência e não apenas QI…

Porém, ao analisar os cargos e respectivas exigências notei muitas, mas muitas mesmo, incoerências.

Profissões nada a ver com o cargo estão lá listadas e outras TUDO a ver não…

Isso sem contar que vi 2 cargos para designers: 1 para produto e outro para a área gráfica. Estão mais que clara as atribuições e funções, porém, a seguir as habilitações: Desenho Industrial e…. arquitetura, claro…

Isso sem contar que ela aparece até mesmo no desenvolvimento de projetos do Ministério da Pesca no desenvolvimento de programas…. tadinhos do pessoal de engenharia de pesca…

Isso sem contar que ela aparece no IPHAN onde as atribuições são o desenvolvimento e acompanhamento de projeto???? Culturais… E onde ficam o pessoal de história, artes, etc etc etc

Isso sem contar no SFH onde o cargo destinado à financiamento, os requisitos são??? direito, economia, contabilidade e??? arquitetura…

Isso sem contar que a cada 3 cargos, em um aparece arquitetura… até mesmo nos ligados à????? pedagogia, educação….

Pois é, todos sabem que não tenho absolutamente nada contra os arquitetos (à excessão de alguns já conhecidos de todos) e muito menos com a arquitetura, porém não é assim que se faz respeitada uma profissão… Não é assim que se ganha o respeito de outros profissionais…

A impressão que passa é que quem fez este edital ou é arquiteto ou tem a mãe, esposa, filha, sobrinha, trisavó ou sei lá quem que é arquiteto na família e está desesperado pra “salvar a pele e garantir um futuro farrrrrto pra beldade “…

E também não é assim que o (des)governo federal vai mostrar o que diz ser e lutar: justo! (kkkkkkkkkk) desculpem…

E Cadê o Ministério Público que não faz nada????

FUI!

Gostem ou não!

 

Vitruvius & Sons

Todo designer que sonha em ter sua própria agência já tem em mente como que vai ser o seu escritório, mas nem todos pensam na parte externa do escritório, a Vitruvius & Sons criou este projeto para um shopping em Saint Petersburg (Rússia).

Mesmo não se tratando de ser uma agência o projeto ficou show, ótimo trabalho desta empresa de arquitetura, unico ponto contra é o site da empresa.

sugado: updateordie

Interposições profissionais e confronto direto

Dando sequência, mais uma parte de minha monografia.

Um dos maiores problemas enfrentados pelos profissionais de Design, principalmente os de Interiores e Ambientes.

Esta área nasceu da arquitetura como complemento do espaço arquitetônico construído, porém, presa a esta área, acabou por estagnar-se e virando uma releitura infindável de espaços já projetados.

Com o advento dos profissionais formados especificamente em Design de Interiores/Ambientes percebeu-se uma mudança ampla e profunda na construção projetual dos ambientes com diferenças fundamentais e significativas na arte de elaborar os projetos.

Isso intrigou os profissionais que vinham trabalhando livremente nesta área, especificamente alguns arquitetos que atuam exclusivamente com Decoração de Interiores, pois estes começaram a perder um nicho de mercado sempre disponível e rentável. Vale lembrar que, com a queda do mercado de arquitetura nas décadas de 70 e 80, os arquitetos migraram para a área de decoração como forma de manter-se no mercado. Decoração que até então era tida como uma profissão ou passa tempo de dondocas. Porém notaram que este era um mercado bastante rentável, dinâmico. Aliados a estes se encontram também profissionais de outras áreas como os de artes plásticas. Suas principais queixas são a de que a formação tecnológica ou seqüencial não capacita a pessoa para o exercício da profissão. Porém esta é uma desculpa descabida e totalmente desvinculada de qualquer fundamento, pois como já citado, não se importam nem mesmo em buscar informações corretas sobre esta formação e vivem em meio aos “achismos” e utopias que crêem piamente como verdades absolutas.

Edgar Morin, em seu livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, nos mostra uma realidade que eles insistem em não reconhecer como verdadeira. Todos erram nas interpretações das coisas, ninguém está isento disso, mas, no entanto, encontramos pessoas que agem da seguinte forma:

“Nossos sistemas de idéias (teorias, doutrinas, ideologias) estão não apenas sujeitos ao erro, mas também protegem os erros e ilusões neles inscritos. Está na lógica organizadora de qualquer sistema de idéias resistir à informação que não lhe convém ou que não pode assimilar. As teorias resistem à agressão das teorias inimigas ou dos argumentos contrários. Ainda que as teorias científicas sejam as únicas a aceitar a possibilidade de serem refutadas, tendem a manifestar esta resistência. Quanto às doutrinas, que são teorias fechadas sobre elas mesmas e absolutamente convencidas de sua verdade, são invulneráveis a qualquer crítica que denuncie seus erros.” (MORIN, 2000, p.143)

Um arquiteto tem a sua formação voltada à construção do espaço a ser habitado, à construção da escultura idealizada em sonho pelo cliente. Analisando as matrizes curriculares dos cursos de Arquitetura existentes no país, em nenhum deles foi encontrado nada sobre a elaboração de espaços no tangente ao Design de Interiores/Ambientes. Quando muito se encontra algo similar aos conteúdos dos cursos de Decoração. A alegação mais comum diz respeito à disciplina de Arquitetura de Interiores. Porém este é um engano, um engodo e já foi tratado sobre este assunto anteriormente neste trabalho. A tentativa de assegurar a sua participação neste nicho de mercado, pois nas diversas ementas analisadas e conversas com diversos arquitetos, a ementa diz respeito à concepção dos espaços internos no que tange às partes estruturais tais como aberturas, fechamentos, colunas, vigas, escadas (estruturais), elevadores. Em ponto algum consta à concepção de elementos de design ou que venha a adotar meios e técnicas de design de interiores/ambientes.

Design de Interiores/Ambientes nasceu da necessidade de projetos complementares aos projetos arquitetônicos construídos e ponto. Porém o ranço acadêmico na área de Arquitetura fica claro quando alguns arquitetos são questionados sobre suas atribuições: postam-se como deuses capazes de tudo. Segundo suas próprias palavras, é o curso mais completo, complexo e perfeito que existe – é só olhar em fóruns como os da Arcoweb e Orkut que encontrará várias citações desse tipo.

Talvez venha daí que aqui no Brasil exista a cultura no meio arquitetônico de que só eles têm direitos a realizar determinadas funções, especialmente as novas e mais rentáveis, como o Light Design, por exemplo. Temos aqui a AsBAI (Associação Brasileira dos Arquitetos de Iluminação), entidade da qual faço parte como associado. Para ser membro desta basta que você seja mais um arquiteto recém formado ou que tenha mais de 10 anos de atuação exclusiva na área, caso contrário nunca passará de um simples associado. Por mais especializações e cursos em Light Design ou reconhecimento profissional que você venha a fazer e ter, serás sempre um associado. A não ser que aguarde pacientemente os 10 anos passarem. No entanto esta associação se diz ligada e que trabalha segundo os critérios e normas da IALD (International Association of Lighting Designers). Mas analisando os estatutos, regimentos e regulamentos da IALD percebe-se que esta não faz distinção da formação acadêmica do profissional aceitando em seu quadro qualquer pessoa que se especialize nas áreas do Lighting Design, seja este profissional um engenheiro, um arquiteto, um designer (diga-se de passagem, os melhores), artista plástico, músico ou até mesmo aquele vendedor de uma loja de materiais para iluminação da Rua Santa Ifigênia lá de São Paulo e que demonstre competência e criatividade projetual, seja qual for a sua formação. O que importa é o conhecimento, a competência e a qualidade projetual do indivíduo. Porém aqui, exigem conhecimentos técnicos que somente são repassados em faculdades de arquitetura e engenharia como forma de atestar conhecimentos necessários para atuação nesta área. Porém, Francesco Iannone – fundador do IALD, em entrevista à revista Lume Arquitetura (2007) deixa bem claro que isso é incorreta tal exigência, ao definir a profissão de Light Design:

“O destacamento das estratégias de vendas e de outras especialidades profissionais (por exemplo, um Lighting Designer não faz projetos de arquitetura, não faz projeto de elétrica) dá liberdade à criatividade em encontrar uma solução: a criatividade que nasce da fantasia e da cultura. Este pressuposto é fundamental na definição da profissão e é a razão pela qual muitos Lighting Designers se vêem como parte de uma única comunidade criativa e livre.

(…) O projeto especifico de iluminação deve ser feito por um especialista, não pelo arquiteto, pelo engenheiro elétrico ou designer de interiores. De qualquer forma, somente a independência pode ser economicamente interessante ao mercado.

(…) O projeto de um Lighting Designer, enquanto fruto da capacidade criativa de um profissional, deve ser retribuído, assim como um arquiteto ou um engenheiro no projeto de uma casa ou uma ponte. Não se trata de uma consultoria e, sim, de um projeto profissional criativo. (…)”

(LUME ARQUITETURA, 2007. p.7) grifo meu.

Percebam que ele cita a forma de trabalho em parceria com outros profissionais. No caso específico do Light Design, arquitetos, engenheiros elétricos que são ao mais comumente usados. Da mesma forma é o trabalho de um Designer de Interiores/Ambientes. Sabemos de nossas limitações e temos de estar bastante conscientes de até onde podemos ir para então, se necessário, partir para as parcerias. Mas por aqui a coisa sempre tem de andar na contramão ou melhor, em direção à reserva de mercado para alguns poucos.

Ainda dentro deste ponto saliento que há anos existe um grupo que vem lutando pela criação da ABI (Associação Brasileira de Iluminação), entidade esta que pretende congregar todos os profissionais que trabalham com Light Design cobrindo todas as suas áreas nos moldes e padrões da IALD. Porém este grupo vem sofrendo ataques duros por parte de outras associações que, através de políticos e outros meandros, tentam impedir a criação desta. O detalhe é que no grupo da ABI existem arquitetos conscientes de que eles não são os únicos aptos a exercer a função de Light Designer e assumem que existem profissionais de outras áreas tão ou mais competentes que a maioria deles.

A Arquitetura hoje é e deve ser um complexo jogo de quebra cabeças onde cada peça é oriunda de um projeto específico, de um profissional específico, visando a formação do todo, da obra final e assim deve ser trabalhada. Porém, alguns deles não admitem isso e clamam para si todo conhecimento.

Outro caso a ser destacado é o da ABD (Associação Brasileira de Decoradores). Há umas cinco gestões tem em sua presidência e em sua diretoria uma maioria absoluta (senão absoluta) de arquitetos decoradores. Analisando as ações desta associação percebem-se claramente os direcionamentos favoráveis aos arquitetos decoradores e os bloqueios aos Designers e decoradores. Quando são questionados sobre essas e outras atitudes, simplesmente ignoram a não respondem. Quando o assunto toma proporções públicas em fóruns da internet ou em congressos, por vezes surgem tentativas de desmerecimento e descrédito pessoal aos que criticam. Um fato interessante e que merece ser destacado aqui é que quando os Designers de Interiores questionaram a ABD sobre a postura dela no tocante à separação e esclarecimento ao mercado sobre as diferenças entre Decorador, Arquiteto Decorador e Designer de Interiores/Ambientes a atitude deles foi clara: alteraram o nome da mesma de Associação Brasileira de Decoradores para Associação Brasileira de Designers de Interiores. Mas uma coisa ficou bastante clara: eles pegaram todos os profissionais e jogaram todos dentro do mesmo balaio sem fazer distinção alguma da formação. Para eles, hoje todos são Designers de Interiores apesar de ainda existirem nomes fortes lá dentro que teimam em firmar o termo Arquitetura de Interiores para diferenciar os arquitetos. Pra piorar ainda mais, recentemente o vice presidente, Ivan Rezende, proferiu uma palestra no Rio de Janeiro para acadêmicos do curso de Design de Interiores onde ele simplesmente, num ato insano, egoístico, lobysta, confirmou tudo o que coloco acima e ainda mais coisas. Tal fato pode ser observado neste tópico de uma comunidade do Orkut: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=41698&tid=2558987112477533137. Não sou associado da ABD por não concordar com estas e tantas outras atitudes e questionamentos que NUNCA são respondidos.

Para mostrar a incoerência desse ranço de alguns arquitetos contra os Designers vou utilizar aqui um trecho do artigo “Arquitetura, atribuição de arquiteto”[1] do arquiteto Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz, publicado na revista A Construção OESP de 2003 (atualizado em 2005) que encontrei na internet. No afã da luta dos arquitetos pela aprovação do projeto de lei da criação do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), para firmar a posição dos arquitetos da necessidade de um conselho próprio, onde as leis e normas profissionais da Arquitetura não fossem elaborados por não arquitetos ele afirma com conhecimento de causa sobre o sistema CREA/CONFEA:

“O equívoco tem início na própria nominação da autarquia – a qual não é federativa e na qual não cabem todas as profissões das quais é “instância máxima”. O Plenário do Confea prevê 18 conselheiros, com a responsabilidade definida acima: são nove engenheiros que alternam a presença de suas várias modalidades, três arquitetos, três agrônomos e três representantes de escolas (de engenharia, arquitetura e agronomia). Necessariamente, nove das 27 Unidades da Federação deixam de estar representadas e seria impensável economicamente sonhar em ter presentes todas as 240 titulações profissionais envolvidas. E, neste Plenário de tantas profissões, conselheiros decidem como “instância máxima” em assuntos profissionais de outras categorias que não as suas. Arquitetos votam em processos da área da engenharia química ou geólogos em questões específicas da agrimensura. Ou seja: ali pode o mais (deliberar em “instância máxima” sobre profissões para as quais não tem as atribuições exigidas pelo próprio Confea) quem não pode o menos (exercer tais profissões, por não ter aquelas atribuições). É inacreditável – e mais ainda se analisarmos a organização das profissões no Brasil ou no mundo. Não existe, aqui ou fora do país, um conselho profissional da saúde, por exemplo, que se arvore a controlar a prática de médicos, enfermeiros, odontólogos, veterinários, fisioterapeutas. Ao contrário, por suas especificidades, cada uma das profissões citadas – e outras mais que atuam na área da saúde – tem seu conselho autônomo, soberano no trato de suas obrigações.Também em nenhum lugar há um conselho que reúna profissões através de um laço econômico-administrativo (para tentarmos outra alternativa): naturalmente, administradores de empresas, economistas, advogados, corretores de imóveis, tem conselhos próprios a disciplinar e dar ao respeito público suas práticas profissionais.”

Interessante, bonito e correto o discurso dele. Entretanto, quando os Designers reclamam que outros profissionais estão tentando puxar o tapete no processo de regulamentação do Design, agindo corporativamente da mesma forma que o sistema CREA/CONFEA faz com eles, não admitem. O coerente e ético seria eles admitirem que, por serem arquitetos e que, profissionalmente, historicamente e didaticamente, o Design separou-se da arquitetura há muito tempo e tem vida própria e independente – se é que realmente algum dia foi ligado à ela como já mostra Acar em seu artigo – portanto, eles nada têm a ver com as questões legais de exercício profissional dos Designers. Ou então, admitir que os Designers participem na elaboração das Leis que regem e normatizam a Arquitetura – mas isso iria certamente contra tudo o que eles acreditam e pregam. Talvez, quem sabe, assim como li outro dia num fórum da internet sobre este assunto onde uma arquiteta dizia que uma das lutas da CAU seria trazer o Design pra dentro deste conselho para ali ser regulamentado, por eles. Não será mais ético e decente dentro deste conselho normatizador termos então 50% de Designers e 50% de Arquitetos? Para finalizar esta parte, continuo com o discurso dele que é bastante pertinente pela própria contradição entre discurso e prática:

“Trata-se de encarar o momento em que vivemos, libertar-nos do conservadorismo imobilizante, do burocratismo auto-imune e ouvir a voz que emana da sociedade brasileira a exigir o futuro. E fazer a nossa parte, na construção de um Brasil mais honesto, justo e contemporâneo de seu tempo.”

 (QUEIROZ, 2005, p.1, 4)

Amém!

Contemporâneo de seu tempo, mas sem se esquecer de voltar os olhos para as evoluções do mundo globalizado e contemporâneo que visa o futuro.

 



 

[1] Como o texto em questão foi retirado do site onde foi encontrado, acrescento o mesmo, na íntegra, ao final de minha monografia.