“O Jornalismo Globo está sempre aqui por você.” Essa frase ecoou no Fantástico e por todo o império midiático da Rede Globo recentemente. A campanha, com sua assinatura “Jornalismo Globo. Uma ponte segura entre fatos e pessoas”, chega em um momento de intensa polarização e bombardeio de desinformação. O mote é claro: combater fake news, defender a democracia e reforçar a credibilidade.

O Que a Campanha Esconde?
Essa iniciativa de “reafirmação” do jornalismo da Globo acontece em um contexto onde a própria empresa e sua história estão sendo revisitadas. Recentemente, em abril de 2025, foi lançado o livro “Roberto Marinho: A Globo na Ditadura – Dos Festivais às Bombas no Riocentro”, uma obra que promete aprofundar a compreensão sobre o papel do Grupo durante um dos períodos mais controversos da história brasileira. O fato de a própria Globo ter aberto seus arquivos para o autor é um sinal de que algo está mudando, ou pelo menos, sendo escrutinado mais a fundo.

A autocrítica, tão cobrada por anos, só veio à tona publicamente em 2013, com o editorial “Apoio ao golpe de 64 foi um erro”. Quase 30 anos após o fim da ditadura, e coincidentemente após a instauração da Comissão Nacional da Verdade, a empresa reconheceu que o apoio “foi um erro”. Esse tardio mea-culpa é, para muitos, um ponto de eterna discórdia, gerando críticas pela sociedade, que acusam a emissora de oportunismo político e de ter contribuído para a censura e a manipulação da informação por décadas.

Casos como o de Rubens Paiva, deputado federal cassado e desaparecido político, são cicatrizes abertas que expõem a cumplicidade ou o silêncio de grande parte da mídia da época. Enquanto a Globo e outros veículos construíam uma narrativa de “calmaria” e “desenvolvimento”, a realidade das perseguições, tortura e morte acontecia nos porões da ditadura, todas conhecidas, porém ocultada por quem deveria informar. Essa memória ainda assombra a percepção pública sobre a imparcialidade da Globo.

Globo Partidária?
Ao longo dos anos, a Globo tem sido alvo de críticas de ambos os lados do espectro político. Para a esquerda, a emissora é vista como conservadora, ligada ao establishment, e com um histórico de defender pautas que favorecem as elites. Já para a direita, especialmente nos últimos tempos, a narrativa se inverteu, acusando a Globo de ser de esquerda, progressista demais ou “comunista” — uma clara mostra da polarização que vivemos.

Essa oscilação de acusações de ser “partidária” revela um desafio enorme para qualquer grande veículo de comunicação: como manter a credibilidade em um cenário onde a neutralidade é cada vez mais questionada? O novo anúncio da Globo, defendendo o “combate à desinformação”, pode ser interpretado como um esforço para se reposicionar acima dessas batalhas ideológicas, ou apenas mais uma etapa em sua longa e complexa jornada de (re)construção de imagem.

O Futuro “Iluminista”: Por Uma Direção com Lupa na Transparência
Dito tudo isso, e com a esperança de que a história sirva de bússola, é de se desejar que a diretoria da Globo das próximas décadas seja, de fato, “iluminista”. Que essa geração não apenas reconheça os erros do passado, mas que trabalhe ativamente para construir uma ponte de verdade, pavimentada com total transparência, pluralidade genuína e um compromisso inabalável com o interesse público, acima de qualquer viés político ou econômico e cortinas de fumaça.

Que a lição da ditadura e o papel da mídia nesse período sombrio sirvam de eterno lembrete: a credibilidade se constrói na verdade, e não na conveniência. E que o jornalismo, de fato, esteja sempre por por nós!

Ficha Técnica:

Marca e Comunicação
Diretor de Marca e Comunicação: Manuel Falcão
Diretor de Criação: Ricardo Moyano
Diretora de Marketing e Operações: Mariana Novaes
Diretor de Estratégia: Bernardo Magalhães
Gerente Sr de Atendimento: Suzana Prista
Coordenadora de Atendimento: Camila Carvalho
Gerente Sr de Planejamento: Bruno Altieri
Gerente de Criação: Tai Cockell
Redator: José “Juco” Borba
Diretor de Arte: Fellini Conti e Robson Amaro
Atendimento: Tatiana Fernandes
Gerente de Produção: Ricardo Léo
Coordenação de Produção: Gabriela Bonn
Produção Executiva: Francili Costa e Fernanda Ribeiro
Locução: Bruno Rochel

Produtora Vídeo
Produtora de imagem: Tourné Audiovisual
Edição e finalização: Otávio Pinto
Assistente de edição: Cláudio Pinheiro e Ighor Calheiros
Trilha sonora: Megatrax
Motion, color e mixagem: Tourné Audiovisual

Captação
Produtora: Monomito Filmes
Operador de câmera: Lincoln Pires
Assistente de câmera: Lincoln Paiva

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