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O UFC  é uma inovação?

Eu acho que sim e a Harley Davidson também.

Para o leitor que não esta familiarizado o UFC  é hoje o maior evento de MMA (mixed martial arts) do mundo.

Esse fim de semana aconteceu o UFC 101. Sim, são 101 eventos desde que a família Gracie, criadora do chamado Brazilian Jiu Jitsu, subiu no palco do UFC pela primeira vez apresentando para o mundo alguns outros valores brasileiros diferentes de mulher e futebol. Ainda que o leitor não concorde com o estilo e violência do MMA, não podemos ignorar o fato de que o Jiu Jitsu Brasileiro está sendo considerado por alguns jornalistas internacionais como a segunda revolução cultural global liderada pelo Brasil, a primeira sendo a bossa nova.

Não existe hoje nenhum lutador de MMA do mundo que possa subir naquele octógono (o “ringue” do UFC é octogonal) sem possuir pelo menos um preparo básico no que o mundo resolveu chamar de “Brazilian Jiu Jitsu”.

O Brasil lidera os rankings do UFC e atualmente possui dois lutadores campeões em duas diferentes categorias, feito inédito. É também o único país claramente respeitado, ou seja, um lutador já adquire certo respeito e admiração apenas por ser brasileiro. Fenômeno que apenas experimentávamos antes no futebol.
Por esses e outros motivos é interessante,no mínimo, entendermos e decodificarmos alguns dos aspectos que orbitam esse fenômeno mundial.

Primeiro, pré conceitos a parte,três elementos que fazem com que o UFC seja indubitavelmente uma Inovação.

1 ) Inovação assusta quando aparece.

O UFC em seus primórdios era algo abominável e nos remetia a lutas clandestinas, algo como brigas de galo, aquelas que tem que acontecer no quintal de alguém. As pessoas comuns repugnaram a idéia e disseram que aquilo não era algo digno de se assistir, e o evento ficou restrito ao publico amante de artes marciais.

2) Inovação transcende o objeto. É sempre sobre as pessoas.

A Marca UFC é muito mais do que a luta. Ela hoje representa um estilo de vida. Pessoas que não estão diretamente conectadas a luta vivem o estilo de vida UFC. Isso pode ser visto através da proliferação do uso das Marcas que estão ligadas aos equipamentos que os lutadores usam, como é o caso da Ecko Unltd. A própria Harley Davidson e o Burger King associaram a sua Marca aos eventos para tirarem uma “casquinha” dessa atmosfera heróica proporcionada pela Marca UFC.

3) Inovação redefine a categoria.

O UFC fez o boxe ficar parecendo briga de travesseiro. Uma luta de boxe demora séculos para terminar, devido a “características de segurança” do esporte.
O Boxe perdeu uma excelente oportunidade de se reinventar anos atrás. Hoje é um esporte que está morrendo e que se não inovar ficará restrito aos jogos olímpicos e outros eventos poliesportivos. Esse é o resultado de insistir em se agarrar à mesmice, se manter fazendo “o que funciona”. Enquanto o mundo das lutas evoluía o Boxe continuou com suas luvas tradicionais e pesadas, e os seus shorts samba-calção.
O resultado é muito claro e devastador. Mostre para um adolescente a figura do Lyoto Machida (Brasileiro recém campeão do UFC, mestre de Karatê e famoso por ser um bom menino fora dos ringues), ou do Demian Maia (o lutador de Brazilian Jiu Jitsu mais venerado hoje pela sua técnica sublime), ambos lutadores que fogem completamente do estereótipo homem-bomba dos antigos lutadores.Em seguida mostre um lutador de Boxe, com a sua luva de travesseiro e o seu short samba calção. E faça uma única pergunta: Se você tivesse que escolher, você iria preferir se parecer com qual deles?
A imagem do lutador de Boxe hoje é a mesma de 20 anos atrás. E isso não é mais agradável aos olhos de ninguém, seja geração Boomer,X ou Y.

E você, se identifica melhor com esses?

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Ou com esses?

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* se você é avesso a lutas, tente considerar o contexto, e não apenas o objeto em questão e responda, qual está mais adequado ?

E o que a Harley tem a ver com o UFC?

A Harley Davidson associou a sua imagem ao UFC de forma muito inteligente. Algumas pessoas já me perguntaram: Mas isso não pode prejudicar a Marca por ser um esporte violento demais?. E também: Mas a Harley quer associar a sua imagem a violência?
A resposta é não para as duas perguntas.

O UFC elicia o arquétipo do herói em uma das suas mais tradicionais manifestações: O GLADIADOR. O Gladiador é o herói que luta pela sua vida em um espaço fechado do qual não pode sair enquanto não matar o seu oponente e ao fim de sua carreira de lutas, se sobreviver, recebe como prêmio a sua liberdade.
No UFC acontece o mesmo. Apenas após um certo número de lutas o lutador passa a ser dono do seu próprio passe.

Agora, vamos as semelhanças. O octógono (ringue do UFC), é vulgarmente chamado de “Cage” ou “Gaiola”. Qualquer adepto de Harley Davidson sabe muito bem que na linguagem dos “riders”, o termo “Cage” ou “Gaiola” refere-se aos carros. Ou seja, as pessoas estão “engaioladas” em seus carros e a Harley é o caminho para a liberdade.

No UFC: O lutador luta pela sua vida, dentro de uma gaiola e seu prêmio é a liberdade (financeira, sensação libertadora de ser imbatível, etc…)
Na vida real: As pessoas lutam diariamente as suas batalhas dentro de gaiolas (carros, escritórios…), seu prêmio deveria também ser a liberdade. A liberdade que pode ser encontrada ao andar em uma Harley.

Não só a associação direta é fortíssima entre as duas Marcas. Como é extremamente persuasiva e alinhada nas emissões de sinais.

Ou você achou que a Harley Davidson colocou o logo dela na “Gaiola” do UFC porque ela estava precisando de publicidade? Uma Marca como a Harley Davidson não está mais no estágio de investir em mídia tradicional simplesmente pela exposição.

O UFC é uma inovação. É a reinvenção da categoria lançada pelo Boxe: “Lutas dramáticas, altamente produzidas, para se ver em casa com os amigos e familiares no fim de semana”. Possui o drama do boxe, com as provocações, as histórias sofridas da vida dos lutadores e etc. Mas tudo isso de forma totalmente contextualizada e com uma linguagem consistente e adequada ao consumidor atual.


Tennyson Pinheiro é Ceo da Design Loyalty Experience Design, pioneira em Service Design no Brasil e Diretor de Pesquisa e Inovação do IFB.
http://www.designloyalty.com.br

Twitter: http://twitter.com/tennydesign

Publicado por Tennyson Pinheiro

Tennyson é Sócio-Diretor da live|work no Brasil. A live|work é pioneira em Design de Serviços com escritórios em Londres,Oslo e São Paulo atendendo a clientes como Sony,Fiat, BBC, Experian e outros. Design Thinker e especialista em Design de Serviços.Possui formação no Brasil e USA em Marketing, Tecnologia,Gerenciamento de Projetos, Experience Design e especialização em Branding. Tennyson estudou também no M.I.T – Boston US – e foi o primeiro profissional do Brasil a ser certificado pelo Design Management Institute em Design de Serviços no Design Council de Londres.Ao longo de seus 14 anos de carreira gerenciou projetos multimilionários para grandes empresas com atuações no Brasil, USA e África. Dentre essas empresas estão a Bayer,Petrobrás, Microsoft, C&A, Gol, Boticário, Bank of Tokyo, Grupo VR, Banco BNP, Siemens,Boticário e outras. Tendo nesse caminho conquistado diversos prêmios nacionais e internacionais, dentre eles Cyber Lions (Cannes). É professor do MBA de Branding da Rio Branco, também leciona na ESPM, e participa como professor convidado em diversas outras universidades.

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