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Identidade Visual da Azul: Resultado dos 7 erros

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A Azul Linhas Aéreas Brasileiras vem para mexer no setor de aviação civil e esquentar a briga entre as poucas operadoras existentes no Brasil. A princípio, isso é uma notícia boa, quando lembramos o estágio em que se encontra a qualidade dos serviços de transporte aéreo nacional. A empresa promete elevar o nível do atendimento, oferecendo vôos sem escalas pra muitas cidades não atendidas, colocando TV em todos os assentos e até quem sabe oferecendo algo melhor do que amendoim, pra quem paga R$ 300  por uma passagem. O nome Azul é simpático, simples, foi escolhido por votação popular e abre um leque muito amplo de possibilidades de exploração visual do conceito, tal qual foi feito pela operadora de celular Orange, na Inglaterra.

Depois de conhecer o nome, fiquei esperançoso de que a Azul fizesse algo melhor do que a concorrência tem feito, em termos de expressão visual de marca. Quando vi o resultado, fiquei da mesma cor da empresa: azul. Depois amarelo. Depois vermelho. Nunca uma identidade visual provocou tantas sensações coloridas em mim. Azul de passividade. Amarelo de enjôo. Vermelho de vergonha. Como uma empresa que se propõe ser moderna, honrar nosso país e aumentar o nível da aviação faz ISSO?

A seguir, coloco as 7 razões que justificam minha reação. Elas se baseiam no texto que está no site da companhia, na seção Imagem Corporativa (sic).

Erro nº 1: “A criação é de Gianfranco Beting, diretor de marketing da Azul.”

Começamos muito bem, com um diretor de marketing assumindo a tarefa de fazer um sistema de identidade visual (SIV). Na verdade não apenas diretor de marketing, mas um diretor-de-marketing-de-arte-arquiteto-faz-tudo. Não estou querendo dizer que somente designers podem fazer esse tipo de tarefa. Se um pipoqueiro, um cuspidor de fogo, um jornalista, um médico quiser fazer esse sistema, ele pode fazê-lo. Qualquer um pode, desde que tenha as “competências” para isso. E, amigos, as competências para construir um SIV não são poucas. Construir e eleger elementos de marca que sejam memoráveis e atraentes, tenham significado, sejam transferíveis e adaptáveis, possam ser protegidos legalmente, tenham resistência à aplicação em diferentes pontos de contato e impacto, atendam exigências ergonômicas etc., não é nada fácil. É um quebra-cabeças difícil. E não é daqueles para crianças de 3 anos. É para gente grande, com maturidade suficiente para combinar as peças nos lugares certos, sem afetar as que já estão posicionadas. 

Um diretor de marketing é uma peça essencial no processo, assim como a alta cúpula de empresa, visto que eles conhecem muito bem a natureza do negócio, sua posição atual, seu direcionamento, valores e crenças, enfim, aquilo que compõe a sua essência. Mas seu papel termina aí. Começar a projetar SIVs exige mais do que boa vontade e conhecimento administrativo, exige habilidades projetuais, que incluem a manipulação e gestão de recursos visuais, algo que não está ao alcance de quem não foi preparado pra isso. O diretor de marketing da companhia aérea Azul, que também já foi diretor de arte, deveria ser o primeiro a delegar essa tarefa para equipes de especialistas no assunto. O que acharia um diretor de marketing ao ver um designer tentando fazer estratégias de marketing, sem ter competência para isso?

Erro nº 2: “Este mapa “pixelizado” é a peça central da imagem corporativa.”

Quem conhece gestão de marcas sabe muito bem que imagens não são construídas ou controladas pela empresa, de modo que ninguém pode afirmar que a imagem será isso ou aquilo. O que é passível de ser controlado é a identidade, que é um conceito de emissão. A imagem é um conceito de recepção, e como tal não pode ser controlada, mas apenas influenciada. Essa imagem é como um quebra-cabeças que será formado com muitas das peças que a identidade fornecer. Se forem escolhidas as peças certas, a imagem formada poderá ser parecida com aquela que a empresa deseja. Mas não há como prever que imagem irá surgir, pois as peças vêm de muitos lugares, não apenas da identidade.

Erro nº 3: “A logomarca escolhida homenageia nosso país.”

Os erros presentes nessa frase vão desde o uso de expressões vagas como “logomarca”, que nada dizem, a problemas sutis de significado, como achar que identidade visual é um desenho. Ao invés de construir o sistema de identidade baseando-se primeiro no DNA da marca, depois na linguagem e estilo corporativo e por fim no código visual, o processo todo girou ao redor de “logomarcas” poderosas que definiriam um dos ativos mais importantes da empresa, que é sua identidade. Esse é um erro primário, de quem desconhece o papel vital de um sistema de identidade visual na formação de brand equity.

Além de demonstrar falta de conhecimento sobre princípios de construção de identidade, essa frase esconde uma premissa questionável: que vontade louca é essa de “homenagear” nosso país, vinda de um estrangeiro? Posso encarar isso como sendo sincero? Um empresário americano pode vir aqui, montar uma companhia aérea, estimular a competição no setor, preencher uma lacuna de mercado (viagens diretas entre cidades), enfim, tudo isso pode ser ótimo e representar um avanço na infra-estrutura do país. Mas agora dizer que a empresa Azul tem intenções nobres e sinceras de homenagear o Brasil, já é demais. Como vamos acreditar que um empresário estrangeiro norte-americano veio de longe pra homenagear o país dos outros? Santa inocência hein! O objetivo dessa empresa é o lucro em primeiro lugar, e esse papo de homenagem é apenas para criar simpatia nos brasileiros, para que eles enxerguem com bons olhos tudo que a Azul Linhas Aéreas faz.

Erro nº 4: “O uso intensivo da cor, aliado a traços modernos, aponta para nossa visão deste País no futuro: moderno, vibrante, inserido num contexto global, mas sem perder sua exuberância e alegria, traços marcantes de nossa nação.

Traços modernos? Vamos acordar hein! Aí tem de tudo, menos traços modernos, tio. Essa abordagem de quadradinhos é o que eu conheço como síndrome de Coreldraw, onde tudo fica com cara de quadradinho, retângulo, bolinha e círculo. Até a palheta de cores usada nesse mapa se parece com a do Coreldraw (reparem nos azuis).

Um mapa fragmentado não é coerente com a idéia da companhia de “integrar as regiões”, ligar cidades, enfim “unir” o país. Ficou tudo com cara de compartimentos isolados que, mesmo sobrepostos, ainda passam a idéia de caixas separadas, contradizendo a essência principal da Azul, que é a ausência de barreiras, de limites. Tudo o que vejo nesse mapa são limites!!

A escolha das cores é um capítulo à parte, não menos incoerente do que os demais. Empresas low-fare se orgulham de cortar custos, oferecendo passagens mais baratas por conta da economia que fazem. Daí vem um diretor de marketing (o mesmo da falida Transbrasil) e cria um símbolo gráfico que tem todas as cores. Cadê a economia? Qualquer pobre designer sabe que cada cor adicional no processo significa mais custos. Mais uma cor? Outra passagem de máquina. Mais uma cor? Mais um vinil de recorte. Mais uma cor? Mais uma linha no bordado. Mais uma cor? Mais uma mão de tinta. Custos, custos, custos, sem falar na questão ambiental, onde mais cor pode representar mais componentes voláteis orgânicos liberados na natureza, e lá vem super aquecimento. O dono da Azul se preocupa com o aquecimento das suas aeronaves, mas não se preocupa com o aquecimento do planeta.

Erro nº 5: A logotipia emprega uma clássica família tipográfica, a Helvética. Sempre atual, ela transmite segurança, solidez e seriedade, fundamentais numa empresa aérea como a nossa, focalizada primordialmente na segurança e na qualidade operacional”.

Além de um desenho incoerente com a visão do empresário, cores escolhidas sem critério, o diretor de marketing se orgulha da “logotipia” escolhida, a saber, Helvética. Em primeiro lugar, que história é essa de logotipia? Eu já ouvi falar de logotipo, icotipo, zootipo, geotipo, fitotipo, logo (como os franceses e norte-americanos usam), mas “logotipia”?

Em segundo lugar, usar Helvética, a família tipográfica símbolo da Suíça é “homenagear o Brasil”? Ei, cadê o conhecimento histórico tipográfico? A própria palavra “helvetia” significa “Suíça” em latim, e vem me dizer agora que usaram um símbolo nacional suíço pra homenagear nosso país?

Mesmo que não tivesse relação com outro país, o tipo Helvética é um tipo que perdeu sua personalidade, por ter sido associada com praticamente tudo no período modernista, principalmente na década de 70. Sabonetes pra cachorro, águas minerais, órgãos do governo federal, hidrelétricas, caneta de R$ 1,99, enfim, muitas marcas dividiram o uso dessa família tipográfica, do mesmo jeito que fizeram com AvantGarde, Futura, Times New Roman, Arial, dentre outras.

Imagine várias emissoras de TV que, querendo parecer diferentes, utilizassem a voz do Cid Moreira na maioria dos programas. Ou se todos os locutores imitassem a voz do Silvio Santos na Record, na Globo, na Bandeirantes ou MTV. Que personalidade eu poderia atribuir a esses locutores que se preocupam em imitar os outros? Nenhuma. Pois é isso que acontece quando se usa uma família tipográfica desgastada pelo uso. A identidade perde personalidade, a voz se torna comum e, ao invés de posicionar a marca como sendo única e especial, eu digo a todo instante que ela é tão igual quanto todas as outras. Igual à Webjet, que também é companhia aérea brasileira, e que usa um tipo sem-serifa estilo Helvética. Por acaso a identidade não é aquilo que identifica você, que lhe torna diferente? Faz sentido fazer uma identidade igual à de outros?

Mas como um tipo de letra tem tanta importância assim numa identidade? A família tipográfica é parte do que se chama “sugestão periférica”, que afeta a maneira como elaboramos as mensagens que recebemos via sistema de identidade visual. A teoria que explica como associamos determinada tipografia a uma marca, idéia, pessoa ou nome é a mesma do condicionamento clássico. Segundo ela, toda vez que apresentamos um determinado estímulo (ENC) acompanhado de outro (EC), obtemos uma reação não-condicionada (RNC). Quando sempre utilizamos Helvetica, acompanhada de um estímulo positivo, nos momentos em que não tiver mais esse estímulo, a família tipográfica sozinha é capaz de despertar as reações emocionais que o estímulo original gerava. Só que quando usamos Helvetica com estímulos diferentes, esse condicionamento simplesmente some, seja por habituação (estímulos repetitivos perdem efeito com o tempo) ou por falta de isolamento da relação tipografia-reação, que reduz a reação cognitiva esperada.

O diretor de marketing também defende a escolha da Helvética por acreditar que ela transmite segurança, solidez e seriedade. Esse é um discurso vazio, de quem quer justificar uma escolha sem critérios. Reflete também falta de conhecimento sobre o papel da identidade visual, pois não é a tipografia que significa isso ou aquilo. É o contexto que fornece significado, de modo que mesmo a melhor identidade visual pode se tornar inútil se for mal aplicada ou se o contexto for contraditório. Esse fenômeno tem o nome de dissonância cognitiva, que ocorre quando o argumento diz uma coisa, mas as sugestões periféricas dizem coisas diferentes.

Erro nº 6: O processo de criação e aprovação levou ao redor de oito semanas para ser concluído. Foram cinco rodadas distintas na criação da imagem e sua aplicação nas aeronaves, com opiniões vindas de todos os principais executivos da empresa.

De novo, não se criam imagens, elas são resultado do sistema de identidade. Uma identidade visual do porte de uma companhia aérea, criada em 2 meses, só podia dar nisso. Dois meses é o que se gasta no mínimo para fazer o levantamento da realidade institucional e comunicacional da empresa. “Cinco rodadas distintas na criação” é um nome chique para algo que lá em Barbacena tem outro nome: projeto mal-feito, que precisa ser refeito 5 vezes. A escolha dos elementos visuais de marca é um processo, e não um resultado. Quando feito da maneira correta, o sistema de identidade visual recebe o código adequado (cores, tipografia, símbolos, nome, logotipo, grafismos etc) sem precisar ser refeito, pois cada nova etapa do processo só acontece quando a anterior foi aprovada.

Erro 7: “Mais de 80 layouts diferentes foram examinados. O processo foi facilitado por um fator: David tinha certeza absoluta do que queria. Portanto, havia sempre um parâmetro claro para julgar as diferentes opções apresentadas”.

Apresentar oitenta layouts me parece mais insegurança do que um resultado de estudo fundamentado em escolhas adequadas. ”Já que vai ser na base da tentativa e erro, vamos dar vários tiros, pois quem sabe um deles acerta o alvo?” O que você pensaria de um arquiteto, médico ou advogado que precisasse de 80 tentativas pra atingir um objetivo?

Mostrar tantas opções e ficar esperando que o presidente da empresa faça a escolha, pode ser encarado como uma atitude positiva, de quem quer ter certeza de que todas as alternativas foram esgotadas e haverá menos chance de erro. Mas, também pode ser visto como o reflexo de um processo amador, onde houve tudo menos competência, juízo e responsabilidade, para lidar com algo tão importante quanto a identidade visual.

Tendências: muita calma nessa hora…

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É bastante comum ver pessoas antenadas e correndo atrás das tendências lançadas nos maiores eventos mundiais, seja qual for o segmento: moda, decoração, novos produtos, dentre tantos outros. Enfim, sempre temos algo de novo, praticamente todos os dias.

Mas será que isso tudo tem realmente algo a ver com você usuário, seu estilo, suas necessidades, seus sonhos e expectativas?

Muitos clientes chegam até os profissionais com recortes de revistas (ou até mesmo várias delas inteiras) dizendo: é exatamente isso o que eu quero. Isso não só compromete negativamente a vida do profissional especializado como pode complicar a sua também.

Causa estranheza quando algum profissional de Design de Interiores/Ambientes, que passou por uma formação acadêmica bastante profunda e específica tanto na área técnica quanto na criativa, se submete a simplesmente “chupar” (copiar) um projeto seja lá de onde for. Isso tolhe a capacidade criativa do profissional. Ele tem habilidades e conhecimentos para muito mais que o simples copiar algo. E, com esta prática, fatalmente ele não vai conseguir responder à altura das suas expectativas pessoais.

(…)

Gostou?

Então leia o artigo completo no meu blog www.paulooliveira.wordpress.com

Este artigo foi escrito para próxima edição da Revista Mary in Foco, de Curitiba-PR.

Arghdesign #6: Amo muito tudo isso

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“(…) Veja o caso do Chile. O Chile é uma país que entendeu o valor de sua marca. Há uma década atrás, quem no mundo tinha ouvido falar de vinho chileno bom? O café brasileiro, por sua vez, é reconhecido lá fora – mas o produto bruto, e não as marcas brasileiras. As empresas brasileiras precisam também saber valorizar suas marcas. As empresas brasileiras precisam de design!”

A frase acima não corresponde a nada de novo para nós. Já lemos, discutimos e escrevemos sobre isso há anos. Tem gente que não entende a “mania anti-design” que eu manifesto em minhas relações sociais, mas a razão está bem aí: chega um ponto onde você está tão saturado do assunto que precisa de várias – e não só uma – válvula de escape. Mas da mesma forma que você sempre aumenta o volume quando aquela música que adora toca na rádio, mesmo estando saturado de ouví-la no iPod ou CD Player, escutar esta frase completamente fora do contexto – isto é, em uma situação onde você nunca imaginaria ouvir isso, vindo da boca de alguém que você nunca imaginou se interessar por isso – é simplesmente adorável.

Esta frase saiu na quinta-feira, 11 de setembro de 2008, da boca de Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente por dois mandatos e “contador de causos” – do tipo que fala da amizade com o primeiro-ministro canadense ou Hillary Clinton como quem fala dos amigos da roda de poker das segundas à noite. E saiu em um auditório irrelevante de uma universidade irrelevante em uma cidade quase mas não totalmente irrelevante do meio-oeste de Santa Catarina.

Em Caçador-SC, um grupo de empresários, em conjunto com a universidade local (UNC) decidiu realizar uma roda de palestras “motivantes” para dar um empurrão no desenvolvimento local. A cidade está encravada no coração da região do Contestado, local de uma das poucas e breves guerras civis brasileiras, no início do século XX, e colonizada por imigrantes europeus não-portugueses (leia-se italianos, alemães, poloneses e afins) em um sanduíche cultural cujos pães são o Rio Grande do Sul, o sul do Paraná, a Argentina e a Serra do Espigão.

Muitas das empresas da região produzem essencialmente commodities para exportação, como madeira de reflorestamento, celulose e curtume, sem grandes inovações, o que via de regra tem funcionado bem através dos tempos (algumas das empresas têm mais de 60 anos!). Mas exportar com o dólar a cerca de R$1,90 e o mercado externo em crise não é um dos melhores negócios do mundo, e parece que a necessidade de investimento em diferenciação, inovação e P&D (pesquisa e desenvolvimento) finalmente bateu à porta.

Foi justamente com o objetivo de incentivar esse tipo de desenvolvimento industrial que o Programa Brasileiro de Design foi criado, em 1995, durante o primeiro mandato do então presidente FHC. De lá para cá, a atuação do PBD foi concentrada em eventos esporádicos de fomento (Bienal Brasileira de Design), concursos (Design & Excellence Brazil) e oficinas voltadas especialmente aos APLs (Arranjos Produtivos Locais), que em 2002 passaram a fazer parte também do programa de vários dos núcleos de design criados pelo programa Via Design, do Sebrae. Apenas em 2004 o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) inseriu o design nas diretrizes gerais para inovação e desenvolvimento nacional.

A extensão do trabalho do PBD pode ser “apreciada” durante o Brazil Design Week, que foi realizado de 9 a 14 de setembro no Rio de Janeiro. A primeira atividade do evento foi justamente o Fórum de Políticas Governamentais, que contou com a presença de representantes da Espanha, Coréia do Sul e Inglaterra. Os cases serviram para mostrar o que todo mundo já sabe – que uma política consistente de design está diretamente correlacionada ao desenvolvimento competitivo da indústria. Mas serviram também para mostrar a fraqueza do programa brasileiro.

A última apresentação do fórum foi justamente do PBD. Depois de três extraordinárias, ficava claro o nervosismo da representante brasileira. Ela gaguejava. Hesitava em falar das características do programa, limitando-se a enumerar as atividades que o PBD já realizou nos 13 anos de vida. Desculpou-se várias vezes (eu contei quatro) pela sua própria falta de preparo. O design fala a mesma língua no mundo todo, mas aparentemente não no Brasil. É de se imaginar o que pensavam os três representantes internacionais na primeira fila, enquanto ouviam a palestra pelas palavras do tradutor português-inglês.

Quando FHC estava saindo do nossa pousada, onde estava hospedado, rumo ao aeroporto, tive a chance de fazer uma última pergunta ao me despedir.

“ – Professor, o senhor já ouviu falar do PBD, o Programa Brasileiro de Design?”

“ – Não.”

“ – (longa pausa) Nunca?”

“ – Nunca.”

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Luiz Fernando Pizzani é coordenador geral do Projeto Empreendedorargh!, uma iniciativa de cursos de curta duração, palestras e pesquisas itinerante sobre mercado de trabalho e empreendedorismo em design no Brasil. É graduado em desenho industrial – projeto de produto pela PUCPR, pós-graduando em CBA de Gestão de Negócios pela Estação-Ibmec Business School e presta serviços de consultoria para empresas de design recém-formadas ou em fase de formação. É viciado em blackberry, ford galaxies e falar mal dos eventos alheios, não necessariamente nesta ordem.

Jogo dos 7 erros: Identidade visual da Azul Linhas Aéreas.

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Não sei se rio ou se choro. Vi a nova “identidade visual” da companhia aérea Azul e li o seguinte texto no site da empresa. O que vocês acham disso?

O trabalho foi desenvolvido ao cabo de três meses e contou com a participação direta do Chairman David Neeleman e de Trey Urbahn, vice-presidente de marketing da empresa. A criação é de Gianfranco Beting, diretor de marketing da Azul.

A marca da empresa é a representação do mapa brasileiro, revisitado através de uma livre interpretação dos Estados que compõem a República, mostrados de forma estilizada. No conjunto, mostram a imagem de um Brasil moderno, unido, exuberante, através da aplicação de uma cor-símbolo para cada um dos 26 Estados da União. Este mapa “pixelizado” é a peça central da imagem corporativa.

“O mapa é a representação clara, expressa, de nosso orgulho em servir o Brasil”, afirmou David Neeleman. “Ele sinaliza claramente nossa intenção em não apenas servir, como integrar todo o País.”

Como não poderia deixar de ser, as cores predominantes são distintos tons de azul, empregados através da ampla gama de utilizações da marca. Das aeronaves aos uniformes, de materiais impressos ao website, o azul de nossos céus é presença dominante, em contraponto à exuberância do mapa colorido.

“Queríamos uma imagem alegre, distinta, contemporânea, mas, sobretudo, eminentemente brasileira. Acredito que alcançamos nosso objetivo. A logomarca escolhida homenageia nosso país e nosso povo, sem, contudo, ter uma conotação ufanista. É o Brasil do amanhã, um Brasil moderno, que ajudaremos a construir e unir através de nosso trabalho”, resumiu David Neeleman.

Gianfranco Beting comentou alguns aspectos da nova logomarca: “O uso intensivo da cor, aliado a traços modernos, aponta para nossa visão deste País no futuro: moderno, vibrante, inserido num contexto global, mas sem perder sua exuberância e alegria, traços marcantes de nossa nação. A logotipia emprega uma clássica família tipográfica, a Helvética. Sempre atual, ela transmite segurança, solidez e seriedade, fundamentais numa empresa aérea como a nossa, focalizada primordialmente na segurança e na qualidade operacional”.

Esse orgulho ganha destaque na aplicação da nova imagem nas aeronaves. Gianfranco Beting explica as definições básicas: “Em primeiro lugar, ficou acertado o emprego da cor azul num tom mais escuro na parte inferior da fuselagem, que valoriza a esguia silhueta do Embraer 195. A parte superior na cor branca foi uma imposição de David, preocupado em facilitar a manutenção, diminuir a temperatura interna da aeronave e passar uma imagem de pureza, limpeza. O destaque do mapa na cauda valoriza a logomarca, ponto focal da imagem corporativa”.

Como toque final, as aeronaves ganharão faixas auxiliares em cores distintas, aplicadas na deriva, naceles dos motores, winglets e na fuselagem, de maneira a criar um diferencial para cada aeronave. Um aspecto que mostra que até mesmo pequenos detalhes foram pensados e discutidos exaustivamente, como explica Beting: “David e Trey foram fundamentais na definição das diretrizes básicas. O processo de criação e aprovação levou ao redor de oito semanas para ser concluído. Foram cinco rodadas distintas na criação da imagem e sua aplicação nas aeronaves, com opiniões vindas de todos os principais executivos da empresa. Mais de 80 layouts diferentes foram examinados. O processo foi facilitado por um fator: David tinha certeza absoluta do que queria. Portanto, havia sempre um parâmetro claro para julgar as diferentes opções apresentadas”.

Esse processo correu em paralelo com a escolha de nomes, mas Beting explica que a logomarca agradou de imediato. “O mapa do Brasil foi uma das primeiras propostas apresentadas e foi aprovado quase instantaneamente. Depois, uma vez escolhido o nome Azul, ele foi retrabalhado para se adequar à cor predominante.”

O primeiro emprego prático da nova identidade está neste website e entrou no ar simultaneamente com a entrevista coletiva de apresentação da nova imagem realizado dia 28/05. Nos próximos meses, o trabalho de normatização de uso e aplicação da imagem será concluído, a tempo de ser empregado em uniformes, impressos e nas aeronaves, que começam a ser entregues em dezembro próximo. A previsão de início de operações está prevista para o começo de 2009.”

 

Emprego: Diagramador – A+ Comunica

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Vaga de diagramador na A+ Comunicação – estúdio de design gráfico com foco em projetos editoriais Vaga: Diagramador / Livros Didáticos Requisitos: InDesign / Illustrator / Photoshop, compromisso, atenção com detalhes, espírito de equipe, vontade de aprender, bom humor.

Saber inglês também conta pontos.

Local: Vila Madalena, São Paulo Horário: 2a a 6a, das 9h a 18h
Início: Imediato
Interessados enviar currículo, portfolio em PDF ou link e pretensão salarial para: [email protected]

Confer

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Do dia 6 a 9 de outubro, acontecerá, em Hong Kong, a conferência internacional “Design and Emotion ? Dare to Desire“. O evento, que é o sexto da série, explora a relação entre design e emoção, objeto de grande interesse para os pesquisadores em design nos útimos anos, e discutirá os temas “valores e cultura”, “uso e interação”, “modelando a experiência”, “tecnologia e materiais”, “marcas e consumo”, além das questões metodológicas e teóricas que envolvem design e emoção.

Um dos temas de interesse especial tratado será o papel da emoção na educação em design. Haverá, além das palestras, workshops que pretendem apresentar idéias novas de um modo menos formal que no evento principal.

A conferência se realizará na Escola de Design da Hong Kong Polytechnic University, que fica em Hung Hom (Kowloon), Hong Kong.

O custo de inscrição para o evento é HKD 5.500, sendo os workshops pagos em separado. Mais informações e inscrições no site: www.sd.polyu.edu.hk/de2008.

Concurso: Academic Challenge Award 2009!

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Terminam no dia 26 de setembro as inscrições para o concurso internacional “Academic Challenge Award 2009”, que tem como meta melhorar e abrir novos mercados na área de tecnologia para esportes.

Os projetos apresentados devem combinar inovação e raciocínio sistemático com relevância prática. São contempladas as categorias “saúde”, “esportes populares e de lazer”, “esportes competitivos” e “pesquisa”. Poderão participar estudantes, pesquisadores e outros membros de instituições acadêmicas. O concurso, este ano, fará parte do “Ispo BrandNew Award”, premiação que seleciona os melhores e mais inovadores projetos da indústria dos esportes.

Os selecionados de cada categoria terão seus projetos expostos na BrandNew Village e o melhor trabalho receberá prêmio de ? 2.500,00. Inscrições e mais informações pelo e-mail [email protected]
ou no site www.academicchallengeaward.org/index2.htm.

O que você precisa em um carro?

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Muitas pessoas se perguntaram já como usou os concorrêntes ao seu favor… É fácil, junte os melhores pontos dos melhores e diga que você produz tudo em um só lugar (mas tem que ser verídico).

Clique aqui para ver o vídeo que tem 32 segundos.

As marcas citadas no comercial são:

1- Alfa Romeo (Design)
2 – Volvo (Segurança)
3 – Bavarian Motor Works (Esportivo)
4 – Mercedes (Conforto)

“Todos acima são perfeitos em seus aspectos, mas ter um AUDI é ter todos.” (Tudo em um único carro).

Palestras do Pixelshow 2008 dispon

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Aos poucos eu vou subindo as minhas.
A do Jum Nakao está fragmentada em 10 pedaços.
Aqui está o primeiro pedaço, aos poucos vou subindo outros e produrando quem já subiu alguma coisa pros sites de vídeo para compilar nesse post.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=UwxYz-5Sth4[/youtube]

Paulo Perez da Gringo.nu

  • parte 1 Vídeo retirado do ar a pedido a Gringo.nu
  • parte 2(perguntas) Vídeo retirado do ar a pedido a Gringo.nu

A Giselle (Popdesign) contribuiu mandando o flickr dela com fotos do Pixelshow 2008.

DesignFirms – 2008 Web Design Competition

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Envie até 31 de Dezembro o seu site para concorrer ao melhor site de 2008. Cada site enviado custa 25 dolares.
O Design Firms irá justar os projetos baseados nos seguintes critérios:

  • Design
  • Navigation
  • Content
  • Ease of Use
  • Programming
  • Overall Impact

Envie o seu!

Est

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Vaga: estágio – design gráfico/marketing – IBModa – SP

Descrição: Auxílio para o desenvolvimento de material para divulgação de produtos e serviços, para a atualização e reconstrução de site e de malas diretas, participação na organização e realização de eventos e projetos na área de moda.

Conhecimentos necessários: Excelente organização e domínio de informática (Photoshop e Corel Draw) e bons conhecimentos em linguagens de programação para internet e programas de editoração (Dreamweaver). Comunicação, flexibilidade, criatividade, organização e método, impacto e influência, iniciativa e persistência.

Habilidade de desenhar a mão livre será um diferencial.

Empresa: IBModa – Instituto Brasileiro de Moda – SÃO PAULO

www.ibmoda.com.br

Setor de Atuação: Serviços em consultoria, pesquisa e cursos de especialização nas áreas de moda, marketing e design

Benefícios: vale alimentação + VT + seguro saúde, plano de carreira, desenvolvimento pessoal e profissional.

Contato: enviar CV para [email protected] identificando a vaga desejada no assunto do email

iPhone Games – Skatinho de dedo

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[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=5nNz8qVFz-I[/youtube]

visto no:
http://leonardoxavier.typepad.com/mobilizado/2008/09/skatinho-de-ded.html

Concursos rel

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Valendo entradas para o TMDG, Pictoplasma e inscrições em Workshops.

– CONCURSO 1
Os participantes precisam responder ao questionário no site Blue Vertigo. Serão sorteados entre os respondentes 8 entradas para arquibancada, 4 para pista e 5 inscrições em workshops aos que já se inscreveram no evento.

– CONCURSO 2
Essa é pra quem tem conta no Flickr e/ou Fotolog. Serão sorteadas entre os participantes
10 entradas para o PICTOPLASMA ARGENTINA, 5 entradas arquibancada e 5 entradas pista para o TMDG.

Para participar publique uma das 2 imagens no seu Flickr e/ou Fotolog:
www.trimarchidg.net/concurso/pictoplasma_argentina.jpg
www.trimarchidg.net/concurso/tmdg_2008.jpg

Na postagem as imagens deverão linkar respectivamente para:
http://www.pictoplasma.com/argentina
http://www.trimarchidg.net

Assim que for publicada a imagem envie um email para [email protected], com o link da postagem, seu nome completo, número de documento de identidade e país de origem.
Ambos os concursos são válidos até dia 19 de Setembro.

Paz no mercado

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Metáforas são tudo de bom. Elas transferem o sentido original de uma palavra para um novo contexto e, com isso, contribuem muito para a gente se expressar de forma mais didática, organizar melhor os pensamentos e entender com mais clareza nosso tresloucado mundo. Ela se aproveita de idéias conhecidas e familiares para introduzir outras, mais novas e originais. Há que se ter muita cultura e criatividade para dominar essa arte, e não é à toa que a gente encontra verdadeiros mestres do riscado entre os maiores filósofos.

Os profissionais de marketing e os homens de negócios, que não são bobos nem nada, vivem explorando as amplas possibilidades dessa poderosa ferramenta. Só que num mundo mergulhado em testosterona, acabam apelando para o esperados e manjados conflitos e disputas como figura de linguagem. Independente de todos os méritos da obra “A arte da guerra”, do lendário Sun Tzu, não gosto da metáfora. Mesmo tendo inspirado tanta gente boa e servir de referência até hoje, ainda me incomodo com esse jeito de pensar. Acho exageradamente belicoso e o mundo já tem esse ingrediente em excesso. Como é que o pessoal coloca mesmo nos briefings? Ah, público-alvo. Não engulo esse nome de jeito nenhum.

Lembrei disso numa visita recente que fiz ao site de um dos maiores escritórios de design do Brasil especializado em gestão de marcas, o Ana Couto Branding & Design. Bem na página inicial, aparece a seguinte frase: O objetivo de uma marca não é atingir seu público”. Logo depois, vem: “O público não é um alvo”. O que posso dizer de tanta audácia e atrevimento? A-do-rei! Fazia tempo que não me sentia tão identificada com uma abordagem.

O uso constante da metáfora da guerra acaba por provocar esses tratamentos brutais que a gente é submetido todo dia por empresas que se dizem preocupadas conosco. Mas também, o que esperar de alguém que quer nos atingir, que nos considera apenas um alvo? Alvo não interage, é passivo. Fica quieto, só esperando ser espetado ou furado. Ninguém respeita alvo; ele está lá só como exercício, para contar pontos na competição, para somente um ganhar e todos os outros perderem (claro que o alvo nunca ganha). Alvo é bidimensional, sem nenhum refinamento ou originalidade. Ninguém quer saber o que o alvo pensa, sente, ou quer. É cruel e de mau gosto. Não sei quanto a vocês, mas eu detesto ser vista e tratada como alvo. Precisamos urgentemente de novas idéias.

Aliás, tenho até uma sugestão a dar. Que tal, se em vez de público-alvo, a gente usasse uma metáfora mais parecida com a maneira com que a empresa quer (ou diz que quer) tratar o seu cliente? Simplificaria muito mais os planejamentos, pois o grau de intimidade e atenção que se daria ao freguês ficaria mais definido: teríamos o público-pretê, o público-ficante, o público-namorado, o público-apaixonado, o público-comprometido, o público-pra-casar, o público-amigo-de-infância, o público-colega-de-aula, o público-casinho, o público-conhecido-de-vista, o público-confidente, o público-vizinho-de-porta, o público-amante, o público-sai-pra-lá, o público-só-por-uma-noite, e mais uma infinita gama de ricas possibilidades.

A metáfora da guerra, além de simplista, está datada. Que atingir o mercado, que nada. Vamos seduzi-lo, encantá-lo, atraí-lo, até mesmo desencaminhá-lo, mas jamais pela força bruta. Alvos são para meninos crescidos brincarem. E design, vocês sabem, é coisa de gente grande.

Lígia Fascioni | www.ligiafascioni.com.br

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