Nossa juventude perdida…
www.romolo.com.br
Tag Archives: Filosofias
P&D 2008 – São Paulo
O P&D | Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, é o maior congresso, na América Latina, na área de Design. Realizado bianualmente desde 1994, tornou-se um importante fórum de divulgação e discussão de questões pertinentes ao avanço do conhecimento resultante de pesquisa aplicada e pesquisa básica na área. Veja e divulgue a Chamada de Trabalhos, conheça as temáticas, e veja e acesse também uma versão preliminar do programa geral.
http://www1.sp.senac.br/hotsites/peddesign2008/pt_home.htm
Taí uma excelente oportunidade para alavancarmos esse debate sobre as Matrizes Curriculares dos cursos, avaliar e propor melhorias nas diretrizes do Mec pra os cursos de Design e o papel das IES na formação dos Designers.
Malditos Designers
Malditos Designers
Um mês atrás, num boteco em algum lugar do Sumaré, Rômolo alimenta uma conversa de bar falando mal dos designers.
Três semanas atrás, num boteco em algum lugar do Sumaré, Rômolo alimenta uma conversa de bar falando mal dos designers.
Duas semanas atrás, um indivíduo identificado por Fernando Galdino Pedron manda um e-mail para Rômolo o convidando para falar mal dos designers com umas tiras já publicadas num informativo do curso de design na PucPR, em 2006: Malditos Designers. Rômolo aceita o convite sem hesitar e ainda promete publicação tiras inéditas.
Uma semana atrás, num boteco em algum lugar do Sumaré, Rômolo alimenta uma conversa de bar falando mal dos designers. Rômolo ainda não produziu nada inédito com relação às tiras “prometidas” uma semana atrás.
Dois dias atrás, Rômolo se lembra da promessa.
Ontem, Rômolo conseguiu produzir algo.
Hoje, com a dúvida de estar contribuindo com alguma coisa inteligente, Rômolo começou sua promessa de produzir duas tiras por semana. Mas ele não está tão preocupado com isso, pois tem como base uma filosofia de boteco: “a maior inspiração é o prazo”.
Semana que vem, num boteco em algum lugar do Sumaré, Rômolo estará alimentando uma conversa de bar falando mal dos designers. E com mais um motivo.
Rômolo fala mal de designer porque também é designer.
“Às vezes o quê o espelho mostra é duro de ver. Admitir o que tu critica é bem parecido com você.” BNegão
Brinca comigo?
Confesso no alto de minha soberba que sempre fui uma criança meio besta…hoje, já adulto acredito que já evolui e sou besta por inteiro.
Nunca fui de muitos amigos, preferi os grandes à quantidade. E desde aquela época aprendi a defender aquilo que achava certo.
Na escola, local este freqüentado mais que o desejado, sempre fui bom em humanas e péssimo em ciências exatas. Alias aquele que diz que matemática é uma ciência exata é por que nunca viu Ed Sturges resolvendo uma equação de 2º grau. Reza a lenda que um professor meu teve que entrar em antidepressivos quando eu após 23…sim VINTE E TRÊS tentativas de resolver uma equação destas, consegui apresentar ao mestre 23 resultados DIFERENTES e NENHUM deles o correto. Ciência é exato é berimbau!
E eu era essa balança pedagógica. Se por um lado amava história, a matemática me odiava (e eu a ela em contra partida). Se ia bem em português, química logo se mostrava um mistério para mim, e não me envergonho de dizer que ainda é assim. (NHCL4 que diabos é isso!!!???)
Mas o fato é que na escola tive todas as matérias possíveis, matemática, português, inglês, biologia, história, física, química, arte, e uma enormidade de matérias que não vou transcrever aqui pelo tempo ser curto tal qual a minha memória.
Mas com a paciência dos professores, algum estudo e a mão de Deus eu me graduei e pude escolher minha faculdade. Apesar de já estar trabalhando em agências eu o beócio que vos fala, fui tentar inicialmente Direito (não me perguntem por que.) depois de 2 anos e de uma noite em uma delegacia (também não me perguntem!) eu desisti do Direito, após um tempo para pensar, optei pelo Desenho Industrial. Hoje me encontro totalmente realizado profissionalmente, amém!
O fato é que a primeira escolha foi inconsciente, direito é algo que eu sempre quis fazer desde criança (eu era um moleque peculiar para dizer o mínimo), e tal qual criança eu cismei que ia fazer e fiz…besteira que foi o que acabou se mostrando ser a escolha.
Desenho Industrial não, foi uma escolha sensata, foi conversada com amigos, profissionais da área, meu chefe (que ainda não entendia que diabos eu fui fazer em uma faculdade de Direito mas mesmo assim não me demitiu…esse homem ou é santo ou péssimo empresário.) li e reli a respeito e depois fui fazer meu vestibular, matricula, dias e noites sem dormir para entregar trabalhos e aquele que nunca se cortou com a famigerada faca alfa que atire a primeira pedra!
Bem se você ainda está aqui comigo nesse ponto do texto, certamente deve estar se perguntando:
“O que este néscio, está fazendo em um site sobre design e regulamentação, escrevendo sobre a infância e o estudo primário dele?”
Bem, “querido” leitor , Eu estou transcrevendo a minha infância com um enfoque maior na minha educação por que tirando pequenos detalhes e desvios, acredito eu que a minha educação se assemelha com a de vocês que freqüentam e lêem este texto (o fato de serem aptos para ler já demonstra isso.)
Hoje recebo um convite por um site pessoal de uma pessoa, não vou dizer o nome do santo mas descreverei o “milagre”.
Abaixo transcrição do texto:
“VOCÊ GOSTARIA QUE O DESIGN AUTOMOBILÍSTICO E A SEGURANÇA NO TRÂNSITO SE TORNASSEM PARTE DO CURRÍCULO ESCOLAR E FÔSSEM ENSINADOS DESDE A
PRÉ-ESCOLA, INCLUSIVE EM ESCOLAS PÚBLICAS, AUXILIANDO NO APRENDIZADO DE MATEMÁTICA, CIÊNCIAS, PORTUGUÊS, HISTÓRIA E GEOGRAFIA, TORNANDO-SE A EDUCAÇÃO ARTÍSTICA DO SÉCULO XXI?
Pois este é o projeto educacional do Professor Erasmo Rizzuto, que vem sendo desenvolvido e aplicado com sucesso, desde 1980, sem apoio da imprensa, sem vínculo político ou religioso, nem patrocínio de espécie alguma; Conheça-o e ajude VOCÊ a divulgar!
Esta comunidade destina-se exclusivamente a divulgar as PALESTRAS proferidas pelo Professor Erasmo Rizzuto, versando sobre Transportation Design e Segurança no Trânsito.
Todos aqueles que desejarem receber informações sobre datas e locais das palestras, queiram tornar-se membros, desde já, ficando cientes de que receberão regularmente informativos.
Caso deseje agendar uma palestra em sua cidade, queira visitar:
***Fim da transcrição***
Como podem ver… não resisti e disse o nome do santo…
Genial né?
Que idéia magnífica!
Que se lanhe a regulamentação! VAMOS CRIAR DESIGNERS DESDE A PRÉ-ESCOLA!
Afinal Design é mole de aprender! È um bando de desenhos, um nome legal e voilá eis a mais nova “logomarca” da galera.
Não precisamos de uma faculdade ou universidade, para que?
Basta uma “tia” legal que nos ensine o corel-draw, o photoshop e um biscoito de goiaba no recreio! Eis mais um designer feliz e esse só com 8 anos!
Bauhaus? Ciência comportamental? Psicologia das Cores? Teoria da Percepção?
BESTEIRA!
Você não vai querer confundir a mente infante dessas pobres crianças, vai? Deixa isso de lado e ensina logo o Autocad para elas! Assim elas projetam o “look” do próximo carro que o querido papai delas vai dirigir, a menos que ele seja designer como nós, aê esse ta lanhado porque vai perder o emprego pro filho dele como todos nós iremos!
Afinal eu trabalho hoje por compensação financeira, também conhecido por salário. Um criança designer vai custar muito menos! Afinal basta você dar o mais novo pokemon para elas que elas irão projetar sua sinalização, e ainda vão te achar um tio muito legal!
Se o projeto do digníssimo for à frente em alguns anos, teremos o seguinte dialogo entre clientes e profissionais do design:
Cliente: Você faz o que da vida mesmo?
Profissional: Eu sou Designer…
Cliente: Grandes M&*#@$ …meu filho acaba de formar no C.A e também pegou o diploma dele.
É aquele negócio… não ta querendo ajudar? Numa boa! Mas faz o favor de não atrapalhar!
ARGH!! Alguém pare o mundo que eu quero descer!!!!!
Se alguém estiver curioso para conhecer a comunidade mais a fundo… eis o link:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=46765377&refresh=1
Mas não digam que eu não avisei!
Acessibilidade: urgente e necessária!
Alguns assuntos são tratados com maestria por um sem-número de profissionais, é sempre admirável observar isso. Porém, assuntos como acessibilidade devem ser exaustivamente relatados, observados, repassados de todas as maneiras possíveis.
Nas minhas andanças pela web, descobri um avaliador de acessibilidade (ASES) disponibilizado pelo governo federal eletrônico em conjunto com a Sociedade Acessibilidade Brasil, nos blogs de Cristian Tretin (web para todos) e, posteriormente, no blog de Marcelo Torres.
O ASES é uma ferramenta open source (código aberto, ou seja, permite a melhoria contínua por qualquer desenvolvedor que queira ajudar), seguindo uma tendência inaugurada pelos softwares e distribuições LINUX.
Neste blog, publico sempre conteúdo inédito, normalmente evito assuntos já abordados por outros blogs. Neste caso, porém, a idéia é justamente contrária: acessibilidade e orientações de como testar ou criar conteúdo acessível devem ser divulgadas por todos os blogs relacionados com o tema, expandindo e fazendo a informação chegar para todos os desenvolvedores, estudantes e profissionais envolvidos com web, de alguma forma.
O ASES é uma ferramenta excelente, permitindo o test-drive de seus sites e blogs no ítem acessibilidade. Munido das informações sobre os pontos fracos de sua aplicação web, fica muito mais fácil a melhoria da mesma, corrigindo erros e solucionando problemas.
Várias mudanças serão efetuadas, progressivamente, neste blog, devido aos resultados obtidos pelo ASES.
Confira seus principais recursos, de acordo com o site oficial:
- Avaliador de acessibilidade (e-MAG e WCAG);
- Avaliador de CSS;
- Avaliador de HTML (4.01 e XHTML);
- Simuladores de leitor de tela (tempo) e Baixa visão (daltonismo, miopia, catarata);
- Ferramenta para selecionar o DocType, conteúdo alternativo, associador de rótulos, links redundantes, corretor de eventos e preenchimento de formulários
Definições básicas dos termos citados:
a) e-MAG: modelo de acessibilidade do governo eletrônico, atendendo as exigências do decreto 5.296, sobre acessibilidade.
b) CSS, HTML, XHTML: saiba mais neste artigo, aqui do blog.
c) Leitor de tela: software especialmente desenvolvido para leitura do conteúdo dos textos de um computador, inclusive website. Ao se escrever um código de acordo com os padrões e normas de acessibilidade, o leitor cumpre sua missão de maneira muito mais eficaz.
E por falar em leitor de tela, sugiro o download deste aqui:
http://www.nvda-project.org/download.html
Trata-se de uma excelente ferramenta freeware que lê o conteúdo do monitor, utilizando a tecnologia de voz sintetizada. Instale e experimente como suas aplicações web são interpretadas por ele, não deixe de melhorar, sempre!
Aguardem mais artigos sobre este tema importantíssimo!
Grande Abraço!
Ande antes de correr..de preferência engatinhe antes de andar!
A alguns textos atrás, um “cálega” escreveu nos comentários:
“regulamentação = utopia”
Para não encher a bola dele deixei o assunto morrer, mas passado o tempo devido eu hoje sinto-me a vontade para divagar sobre o assunto.
Tratado de forma crua a regulamentação dos sonhos é sim uma forma de utopia, como tudo aquilo que no fundo desejamos é mera utopia.. Afinal não podemos ter tudo que desejamos da forma que desejamos e a idealizamos, simples assim.
Outra forma de encarar o comentário seria de uma forma mais lacônica e sarcastica encarando que utopia seria desejar uma regulamentação para nossa atividade, quase um devaneio! Bem..aí já discordo do nosso “cálega”.
A verdade que a regulamentação sai sim, mas como tudo no Brasil é devagar, moroso, sofrido e, como já manda a tradição, corrupto.
Mas a verdade que gritar pela regulamentação tão somente nem adianta mais, ONGS, Associações, Grupos, Conselhos, Papai Noel.. todos aí já se provaram FALSOS, INEPTOS e INEFICAZES .
Regulamentar uma atividade é como correr. E ninguém correr sem aprender a andar, ninguém anda sem aprender a engatinhar. Então para regulamentar, precisamos de apoio governamental e para ter apoio governamental é preciso APRENDER A VOTAR!
Não, acreditem, não é tão distante uma coisa da outra.
2008 é ano de eleição, e já que as ongs e associações que dizem nos representar, ou até onde sei nos cobram para, querem e declaram tanto ser a favor da regulamentação, por que estas mesmas instituições não levantam junto aos candidatos seus planos de governos e não começam uma indagação sobre nossa regulamentação?
Quem sabe daí não nasce um projeto de lei decente e real? Quem sabe não se consegue uma porta de entrada em brasília?
Ahhhhh é difícil! “Né não joão!” Nós como grupo somos a galinha dos ovos de ouro de qualquer deputado, senador, sindico, candidato… o que for! Junte o numero de profissionais e estudantes ligados a nossa atividade? Imagina cada um de nós fazendo a nossa parte nas urnas… imaginou?
Então… só falta alguém explicar isso pro congrecista certo e teremos aliados a rodo aparecendo.
Ahhhhhhh é difícil! Difícil é aprender a votar… depois que aprende..tudo fica mais fácil, inclusive a vida!
OS: Agora só para exclarecer, corre no congresso projeto de lei que regulamenta a atividade das PROSTITUTAS! É isso mesmo! NEPOTISMO declarado! Todos em defesa de suas mães! Nós designers??? …pobre de nós!
Viral faz mal?
Resolvi publicar este arquivo aqui (que já foi publicado no webinsider, imasters e no meu blog) para conhecer a opinião da comunidade de designers sobre este tema. O artigo é opinativo, logo, não pretende estabelecer a verdade absoluta, na verdade, exibe o meu ponto de vista, que muitos de vocês podem concordar ou não. Fico no aguardo de suas opiniões!
O marketing viral consiste, na sua concepção mais pejorativa (que cabe em vários casos de nítido exagero), na utilização de redes sociais consolidadas para divulgar um determinado produto ou serviço, criando ou aproveitando um hype em cima de determinado tema.
Muitas vezes, aproveita-se de conceitos da moda, assuntos que estão “na boca do povo”. Por exemplo, quem conseguir, de alguma forma, vincular sua imagem ao famigerado Big Brother, terá um aumento considerável na quantidade de acessos de determinada página.
O viral é produto de uma época em que redes sociais da web e blogs estão na “crista de onda”, com força total, principalmente devido ao conteúdo colaborativo e à segmentação precisa. Seguindo este pressuposto, ao arquitetar uma nova campanha viral com eficiência, o cliente terá “dispersão zero”, como as agências adoram falar. Ao se definir uma campanha esperta, focada, que “pega carona” em determinado assunto da “moda”, os resultados aparecem, o retorno é compensador e o “amigo cliente” sai das reuniões com um largo sorriso nos lábios, assim como a agência, contando suas “pratas” e pensando nos próximos cases de sucesso.
Apesar do mundo “disneyano” descrito acima, algo nesta história não me desce bem. Posso parecer purista demais, porém não consigo deixar de pensar que muitos são “pescados” por eficientes táticas virais, tratando aquele vídeo da coca-cola e mentos como obra do acaso, não conseguindo enxergar a bela iniciativa de marketing viral por tras disso.
Pessoas que participam de comunidades diversas, criam perfis desenfreadamente em qualquer novo serviço social, sem a mínima noção de que estas comunidades que assinam se transformaram num lucrativo negócio para seus donos, ou algo do tipo. Pessoas que aceitam novos “amigos” por qualquer serviço “instant messenger” da vida, sem sequer desconfiarem que as tais pessoas “tão legais” possam ser “websurfers“, a serviço de uma agência viral.
Culturalmente falando, o culto ao efemero é algo que realmente dá nos nervos. Desesperadamente procurando qual é o último “burburinho” ou “modinha”, muitos acabam creditando mais atenção do que determinado assunto, por sua relevância, mereceria.
Há, portanto, uma “inversão de valores”, onde o mais importante é a popularidade de algo, independentemente de sua profundidade ou relevância. E necessário tomar cuidado e não se deixar levar pelo clássico argumento do sucesso, da audiência ou algo que o valha.
Apesar de ser óbvio que não estou generalizando (pois o marketing viral, quando bem desenvolvido, pode até auxiliar um sem número de usuários da web, divertindo, informando e alertando), creio que muitas estratégias virais são altamente discutíveis, seja por sua natureza apelatória, seja pela repercussão gerada, nem sempre positiva.
Acredito que a estratégia viral possa conviver harmoniosamente com a comunidade web de maneira geral, desde que deixe tudo às claras: o que é propaganda, deve ser creditado como tal, à moda dos encartes publicitários de mídia convencional. Porém, ao tentar passar algo “goela abaixo” dos usuários de redes sociais da web como verdade, corre-se o sério risco de confundir as fronteiras do real e do marketeiro, trazendo, a longo prazo, relutâncias com o modelo vigente, o que pode ser um belo tiro no próprio pé.
“Fazaê”
Quem nunca ouviu esse desprendido pedido de um amigo ou familiar?
O “fazaê” geralmente vem seguido do “radipin”, normalmente na sentença:
To pensando em abrir um negócio, tu que é “dizainer” “fazaê” a minha marca, tu é fera para tu é fácil e “rapidin” de pois te pago um chopp!
Ou ainda:
O teu tio Paulo (aquele que esquece teu aniversário e só aparece uma vez por ano) ta montando um restaurante, por que você não “fazaê” toda a comunicação visual do local para ele? Afinal de contas é teu tio…E nem pense em cobrar! Ele é da família!
O “fazaê” é quase uma instituição governamental, tal qual o Bolsa Família ou a Farmácia Popular. Visa como todo movimento social brasileiro lesar aquele que menos tem culpa no processo (o pagante de impostos) em prol daqueles “menos” favorecidos da nossa sociedade “opressora” e “maniqueísta” (duvido que o Lula saiba o que signifique maniqueísta…na verdade eu nem creio que ele saiba o que é opressora também!)
Eu tive um professor durante a universidade que dizia: “Um dia vocês todos (bem nem todos) serão designers (bem feito!), se lhe pedirem para carregar um piano, e vocês forem amigo dessa pessoa, ok! Podem carregar o piano nas costas sozinho com um sorriso na face. Mas se em seguida essa pessoa pedir a vocês que produzam a próxima capa do CD dela, COBRE AFINAL VOCÊS SERÃO DESIGNERS NÃO CARREGADORES DE PIANO!
Na época eu pensei, “Mas que linha de pensamento mais torta! Eu nem conheço ninguém que tenha uma joça de piano!”.
Sim, eu nunca fui bom em entender figuras de linguagem… e normalmente me apego aos detalhes mais desimportantes de uma história. Mas isso não vem ao caso.
Mas tempos depois eu entendi essa história (Viu “fessor” só levou uns anos…) e é bem aê que entra a industria do “fazaê”.
O “fazaê” não tem outra função senão desacreditar nossa profissão, nos dimimuir como classe e sobretudo importância profissional.
Ao me pedirem para carregar um piano ninguém espera que eu saiba muito bem o que estou fazendo. Esperam sim um par de braços fortes, mas não esperam que eu apareça munido de cobertas e cordas para proteger e amarrar o instrumento afim de facilitar seu transporte.
MAS ao me pedirem um “fazaê” eles querem que eu saiba prontamente do que se trata e de como eu devo fazer o serviço afinal já fui identificado como “dizainer” mas com o “fazaê” imbutido não esperam que eu cobre como tal.
Muito justo! E como eu odeio injustiças eu dei o meu jeito:
Hoje eu cobro para carregar pianos, assim como cobro para os demais trabalhos que executo em minha atividade ;^)
sujeito magnanimo esse que vos fala… odeia injustiças
O cara que manja “tudo de corel” não é designer!
Sim, são muitos (alguns) anos vividos neste mundão de meu Deus…
Quantas vezes ouvi isso: “Você é designer? Manja tudo de corel e photoshop?”
Quantas vezes respondi: “Sim, tenho domínio das ferramentas e mais todas as listadas aí no meu cv, porém a vaga é para designer ou operador de computação gráfica?”
A história continua a mesma.
Micreiros, os “sobrinhos que sabem tudo de computador”, estão por toda a parte, espalhados, prostituindo o mercado, baixando diversas apostilas, comprando e sustentando publicações discutíveis do tipo “seja um web designer e ganhe dinheiro em uma semana”, além de despencarem a média salarial e o custo do freela.
Sou otimista. Acredito que o mercado, como uma tartaruga, caminha rumo ao amadurecimento, entende que soluções de gente “meia-boca” só podem ser ruins e só levam ao re-trabalho muito mais difícil e complicado (o barato sai caro), mais tarde.
Porém é deprimente saber que profissionais que dedicam uma vida ao ofício do design se vejam obrigados a enfrentar, como concorrentes, os malditos micreiros e sua sabedoria onipotente.
Acho que é uma missão de todos nós: educar o cliente, informar o mercado, com paciência e dados concretos mostrar a eles a diferença de um bom design e um design “tabajara”. Reclamar entre nós não resolverá muito: todos precisam reconhecer e respeitar nossa tão sofrida profissão.
Amém.
Design para um mundo complexo
Dica de curso pra quem é de sampa:
A TV Digital e o Mito da Caverna
O mito.
Platão, esperto e sábio como poucos, criou uma bela alegoria sobre visões limitadas, fuga intencional (ou não) da realidade imediata e como algumas pessoas podem colaborar para que o bem comum ganhe. Ou seja: a pessoa de visão, que tem uma percepção diferente do mundo, que não tem medo (ou controla o medo de forma eficaz), pode fazer a diferença em compartilhar com todos (ou, pelo menos, com quem estiver mais próximo), a tal “nova visão de mundo”, proporcionando assim um crescimento de todos, ou daqueles que se livram das amarras e acreditam no novo. Ou que aquilo que sempre acreditaram ser a mais absoluta verdade não passava de sombras numa parede escura de uma caverna fria e úmida, porém confortável (notem bem, “confortável”), já que não conheciam outra realidade, mesmo.
Como podemos saber se estamos numa boa situação se não conhecemos outras realidades e experiências?
O mito da caverna conta a história de pessoas que viviam no interior de uma caverna, desde suas infâncias, e de lá nunca saiam.
As pessoas, acorrentadas, só conheciam o mundo externo por meio de sombras que eram projetadas no interior da caverna, ou seja, a visão do mundo externo era uma visão totalmente distorcida e limitada, pois se resumia as sombras diversas.
Imagine: um pequeno rato tomava as dimensões de um terrível monstro, os homens pareciam gigantes, tudo muito diferente e aterrador.
Um dos homens resolveu sair da caverna. Construiu um artefato rudimentar, conseguiu quebrar as correntes, subiu à superfície e vislumbrou a realidade.
Após ter visualizado e vivenciado um pouco do “novo” mundo e ter tido a certeza que a realidade era, de fato, simples, voltou à caverna e convidou todos a subirem, na alegoria perfeita da função do filósofo: mostrar a verdade, clarear as sombras.
A TV Digital (ou não).
A vida, interpretada pelas sombras, traduzia uma realidade diferente da verdade.
Na TV (que não pretende salvar o mundo; na melhor das hipóteses, salvará a verba do cliente), existem diversas ferramentas e meios para se comunicar conceitos, normalmente de forma visual. A utilização de diversas técnicas diferenciadas torna a televisão sofisticada, atual, moderna, “up”.
Mas a vida segue lá fora.
Ao expressar ou recriar, seja qual for o meio, um estilo de vida diferente da maioria, ao “agregar valor” a um produto qualquer por meio de recursos visuais bem desenvolvidos, há sempre a tendência de tirar o ser humano de seu meio real e leva-lo para outra realidade.
No final das contas, estaremos cercados de sombras, expostos em realidades estranhas às nossas, fornecendo visões deturpadas de vida para muitos, vendendo a idéia final do conceito superior, defendido como a verdade absoluta dos praticantes da profissão.
Sendo meramente estético, sem conceitos, ou cheio de significados, a televisão, em qualquer um de seus desdobramentos, é a “ferramenta das sombras”, traduzindo regras gerais para todos, implantando conceitos de belo e feio, de moderno e ultrapassado, de funcional e inútil.
A televisão digital é o aperfeiçoamento das sombras. Agora, os acorrentados, na frente dela, terão acesso ao maravilhoso mundo das “sombras interativas”, podendo mandar mensagens, interagir, decidir horários para a apresentação do “grupo de sombras” favorito, que tal adquirir aquela moto-sombra fantástica? E sem sair da caverna! Parcelado no cartão! É bem verdade que você nem vai usar a moto dentro de onde está, mas, e daí? O importante é consumir!
Conclusão
Há o amor, também há o ódio, cada ação provoca uma reação normalmente contrária, muitas vezes em cadeia.
A televisão digital pode ser utilizada para melhorar a vida de todos, apresentando propostas inovadoras de programação, estimulando o pensamento crítico, facilitando o acesso para cultura e informação à todos. Mas, provavelmente, nada vai mudar.
Se, na concepção original, o mito da caverna pode ser traduzido no dilema de muitos que não conhecem a verdade, a televisão pode, na mesma proporção, disseminar sombras eternas, ou, quem sabe, lançar luzes sobre as mesmas.
É de pequeno que se torce o design
A maioria dos meus post nasce de uma situação do meu cotidiano, conversas, comentários de textos meus, situações vividas ou vistas. Se existe alguma razão para meus textos serem considerados estranhos culpem o meu cotidiano, ele é o verdadeiro culpado por isto.
Este texto não poderia ser diferente, nasceu de uma conversa com um(a) colega, o nome eu não conto para evitar futuros processos e/ou divisão de autoria deste texto.
Antes que me perguntem eu adianto, não ele(a) não é designer. Mas a situação apresentada já foi vista por mim diversas vezes em alguns estudantes e até mesmo colegas de profissão. Por conseguinte merece um texto. (mesmo que não merecesse eu ia faze-lo..afinal tenho uma cota a preencher por aqui por isso, por favor, compreendam).
A conversa girava em torno da sua atividade profissional, quando ele me passou o quanto cobra por sessão. Eu argumentei que o valor estava muito abaixo do oferecido pelo mercado. Sua resposta seca foi:
“-É assim mesmo… Eu ainda estou começando.”
Mediante tal argumento, fiz o que qualquer um em meus calcanhares faria: calei-me.
Mas aquilo me incomodou profundamente – a resposta não o fato de eu ter que me calar, até por que eu curto momentos de silêncio e introspecção, mas estamos fugindo do assunto.
E comecei a dar asas a minha memória, e lembrei de quantas vezes eu ouvi e sou obrigado a confessar, um pouco envergonhado admito, proferi eu mesmo estas malditas palavras.
Na época eu achava não haver problema algum com tal atitude, mas vejo hoje que era a raiz de todo mal que eu ajuda a disseminar. Eu hoje que tanto luto e me importo pela nossa regulamentação já agi contrariamente a tudo aquilo que desejamos. E que atire a primeira pedra aquele que nunca fez isso (ED, Fernando Galdino, Canha, Antonio Ribeiro e Jonas, abaixem as pedras por favor! Foi figura de linguagem galera!)
É uma situação delicada, eu sei. Começo de vida profissional você aflito, as vezes ansioso, pelo primeiro cliente. Confesso que chegamos a beira do “fazemos qualquer negócio por um cliente”. Mas essa ansiedade é uma de nossas maiores inimigas.
Uma analise do mercado já demonstrou que consumidores de uma forma em geral possuem uma ideia de qualidade ligada a preço. Quando cobramos tão abaixo da tabela de mercado estamos passando um recado muito sutil ao nosso publico.
“Pra que pagar mais?”
Sim, sucinto assim. Infelizmente nosso empresariado e empreendedores brasileiros ainda ligam, design, publicidade a custo e não a investimento. A diferença entre custo e investimento, eu mesmo já comentei aqui e diversos colegas também, é enorme!
Custo é algo que sempre se busca cortar, economia é a palavra chave no Brasil de hoje. As altas cargas tributárias exigem do empresariado essa atitude. Podendo corta-se os custos de produção e da divulgação!
Investimento não tem jeito. É preciso fazer se deseja-se crescer. Seja investimento em pessoal qualificado, recursos e maquinário, lojas ou mesmo divulgação.
Mas opa! Divulgação consegue aparecer em ambas as listas?! Como isso é possível e como resolver esse dilema?
Ora, meus caros. Essa é a visão do nosso publico sobre nossa atvidade: “É necessário, mas se posso fazer baratinho..por que investir muito?”. Triste realidade esta que sofremos. E a concorrência é grande! Temos que lutar por espaço contra micreiros, publicitários, arquitetos, entusiastas e agora..contra nós mesmos?!?! È muito para tão poucos, não concordam?
Iniciar é preciso, todos hão de concordar comigo nesse aspecto. Afinal ninguém, creio eu, faz uma faculdade ou universidade para depois pendurar o diploma na parede para servir de alvo pros seus dardos. Espero eu que não!
Mas a iniciação não pode ser auto-empreendedora. O caminho mais acertado é o estagio. Ou pelo menos sob a orientação de um profissional qualificado.
Ao se diminuir demais o preço, seja ele pelo motivo que for criamos um vácuo no mercado. E como todos sabemos a natureza abomina o vazio. Tende a preencher esse espaço de uma forma ou de outra.
Então o que ocorre? De uma lado da tabela temos o “iniciante” que o empresário e cliente vê com certa razão como inexperiente e até mesmo “amador” cobrando bem abaixo da tabela, temos no outro extremo o profissional gabaritado com tempo na profissão cobrando o preço justo pelo serviço como recomendado pelo mercado e demais profissionais e assossiações.
E entre eles? Bem povo, entra os micreiros, arquitetos, publicitários, entusiastas e todo aquele que recém baixou o “córeudrau” e já consegue alinhar um quadrado com um circulo e escrever algo “lindjo” dentro.
Então temos preços bem abaixo da tabela, preços entremeios e o topo de linha. Os empresários e empreendedores brasileiros com suas mentes (tacanhas) buscam o meio termo…
Olha lá nós jogando contra o patrimônio!
Antes de discutir preços…precisamos nos unir..tanto estudantes quanto profissionais sejam eles de quanto tempo forem!
Abraços!
Design é igual a “desenho”
Entre tentar manter um blog de design e gravar um podcast sobre design, web design e novidades na internet, consegui falar com um amigo meu que estuda design furiosamente. Notei que em seu portfólio ele se chamava de “desenhador”. Curioso, decidi perguntar por que disto e ele prontamente me respondeu.
Vaia de bebado não vale…
É eu sei que ele não é uma sumidade em popularidade. Nem todos gostam de João Gilberto (não me perguntem por que). Mas mesmo quem não curte JG teve que dar o braço a torcer no Credicard hall de SP (noite de estréia da casa diga-se de passagem) quando contra uma turba de ignorantes JG entoou de improviso:
“vaia de bêbado não vale…vaia de bêbado não vale…”
Pronto! Bastou de fã me promovi a fanático por JG. Anos depois conversando sobre este e demais assuntos cheguei a uma conclusão muito apropriada sobre criticas.
Nós como povo estamos muito acostumados a fazer criticas (ou pouco caso e piadas) a todo e qualquer projeto ou tentativa de melhoria que nos é apresentada, mas da mesma forma que criticamos na maioria dos casos (e pessoas) não somos capazes de fazer melhor… Olha só que coisa!
Quem apostaria comigo que a meia dúzia (ou 2 duzias!) que vaiava JG no Credicard Hall anos atrás, nem cantar no chuveiro cantaria, tocar vilão então só se fosse para transportar o instrumento por que tirar acordes..é ruim!
Eu mesmo estudo violão (e guitarra) a anos, me considero como guitarrista um excelente holder. Me esforço muito para fazer o que os músicos profissionais fariam com uma mão nas costas (se não precisassem de ambas as mãos para tocar o instrumento).
Mas pombas Eduardo! Surtastes?! Vai ficar falando de João Gilberto, violão e musica no design.com.br? Que que isso tem a ver com design? Ora, meu caro mancebo TUDO!
Quantas vezes não vimos discussões em fórum de design sobre a regulamentação de nossa atividade ser abalroada por abrobrinhas proferidas por micreiros e arquitetos?
Agora eu vos pergunto: Que chongas esses dois grupos citados entende de design?
Mas fazem questão de nos vaiar e meter o bedelho em nossa regulamentação?! Ora vão para a (censurado pelo próprio autor do texto).
E até mesmo aqui neste digníssimo espaço. Quantas sugestões ou textos não foram malhados ou mesmo massacrados por não condizerem exatamente com as crenças do comentarista.
Alias, vamos combinar? Comentarista comenta, e tá de bom tamanho já. Todos nós temos direito a uma opinião. Mas que a mesma seja baseada em estudo, observação e por favor um mínimo de conhecimento sobre o que se tenta argumentar.
Dizer que temos que ser regidos pelo CREA por que temos que ser regidos pelo CREA é um argumento tão válido quanto o daquelas crianças mimadas que chantageiam os pais com ameaças de nunca mais respirar (?!?) se não ganharem o que desejam. Se bem que no caso de alguns arquitetos e micreiros eu até topava a ameaça..e se ficar difícil para de respirar..chama o titio Ed que ele ajuda! ;^)