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Ricardo Martins é professor de tipografia, metodologia visual, projeto de embalagens e design avançado de identidade visual da Universidade Federal do Paraná. Além de professor na UFPR, atua como designer gráfico freelancer desde 1993. É diretor institucional da ProDesignPR (www.prodesignpr.com.br), membro do Type Directors Club de Nova Iorque (EUA), da Sociedade Brasileira de Design da Informação (SBDI) e do Communication Research Institute, em Melbourne (Australia).

Design ou Engenharia de Valor?

Leia o seguinte texto e tente descobrir sobre qual área de atuação ele fala:

“As fase do plano de trabalho são:

Fase de orientação: aqui se decide o que deverá ser desempenhado, quais os desejos e necessidades reais do consumidor, quais as características e propriedades desejadas quanto ao peso, dimensões, aparência, vida desejada, etc.

Fase de informação: devem ser coletados todos os fatos e informações disponíveis sobre: custos, quantidade, fornecedores, métodos de manufatura, informações sobre o mercado fornecedor, controle de qualidade, embalagem, etc. Deve se determinar qual a quantia que poderá ser razoavelmente gasta em cada um dos fatores em vista das quantidades, custos e outros fatos pertinentes. As funções devem ser estabelecidas, definidas e avaliadas. Devem ser definidas as funções secundárias (funções que não representam a essência do valor).

Fase criativa: após adquirir e entender as informações, são geradas as alternativas. Elas devem ter como consequencia a eliminação de funções desnecessárias ou maneiras mais simples de satisfazer a função requerida.

Fase de análise: aqui cada idéia é avaliada e julgada, de modo a indicar qual alternativa irá funcionar. As idéias são quantificadas e prioridades são estabelecidas.

Fase de planejamento do programa: dividir o trabalho numa programação das áreas funcionais, por exemplo, mecânica, elétrica, proteção (ou conteúdo, programação, projeto gráfico, impressão, acabamento, etc).

Fase de execução do programa: aqui coletam-se mais informações pertinentes e as especificações são confirmadas. Avalia-se o impacto sobre a qualidade, os clientes, usuários, etc.

Fase de resumo e conclusão: um relatório é feito sobre os resultados obtidos e alcançados.”

Isso parece a descrição das fases envolvidas no trabalho de design, certo? Sim, parece. Continue reading Design ou Engenharia de Valor?

Qual a prioridade no projeto de interfaces?

Recentemente, com a moda da Web 2.0, do conteúdo colaborativo, o poder do conteúdo nas mãos dos usuários etc., muita ênfase se deu ao que se diz ou se apresenta nos sites e sistemas de informação. Mas o principal geralmente fica em segundo lugar: a tarefa. O que o usuário quer fazer com essa informação? Ele consegue encontrá-la? Consegue ler? Guardar? Enviar pra um amigo? Imprimir?

Uma reflexão interessante sobre esse assunto pode ser vista no artigo <<Gerry McGovern Says “Manage the Tasks”>> http://www.uie.com/articles/managethetasks/ em inglês.

O texto também fala sobre a importância de se descobrir quais são as tarefas principais (Top Tasks), através do comportamento dos usuários, com o objetivo de garantir que a interface os ajude a completá-las com 100% de sucesso.

Vale a pena ler.

Associação nasce para fortalecer o design paranaense

Associação

Aconteceu quarta-feira, dia 21/10, a Assembleia de Constituição da PRoDesign, a Associação de Empresas e Profissionais de Design do Paraná. O evento foi realizado no Teatro Paiol, em Curitiba, e contou com a participação de mais de 120 pessoas, sendo que 44 já se associaram como fundadores. Na oportunidade, foram apresentados o estatuto e a diretoria da Associação, que tem objetivos práticos. São eles:

  • promover o constante aumento do valor do design por meio das melhores práticas, do conhecimento e da visibilidade;
  • integrar e coordenar seus associados, imprimindo unidade à sua ação, no sentido de apoiá-los em suas questões profissionais;
  • aumentar a visibilidade das empresas e profissionais de design do Paraná;
  • instituir a representatividade, social e educacional dos designers;
  • promover o aperfeiçoamento dos profissionais de design, organizando debates, conferências, exposições, seminários e outras atividades congêneres;
  • difundir o conhecimento sobre o design, em especial, o paranaense;
    • formular, coordenar e executar projetos e programas.

Para 2010, o objetivo principal será a visibilidade do design paranaense na Bienal Brasileira de Design Curitiba 2010. Empresas, profissionais, professores, estudantes, além de parceiros, poderão fazer parte do quadro de associados.

Além da Bienal, também serão realizadas iniciativas que contemplem os interesses de designers empregados, freelancers e estudantes de design, através de comissões de trabalho criadas para esse fim. Essas comissões serão formadas pelos próprios associados, que terão espaço para propor idéias e levá-las adiante. Continue reading Associação nasce para fortalecer o design paranaense

Convite: Lançamento da Associação de Designers do Paraná (PRoDesign)

Você está convidado a participar da assembléia de constituição da PRoDesign, a Associação de Empresas e Profissionais de Design do Paraná. A PRoDesign lutará pelo valor do design paranaense e possui os seguintes objetivos:

a) promover o valor do design por meio das melhores práticas, do conhecimento e da visibilidade;

b) integrar e coordenar seus associados, imprimindo unidade à sua ação, no sentido de apoiá-los em suas questões profissionais;

c) aumentar a visibilidade das empresas de design;

d) instituir a representatividade dos designers (política, social e educacional);

e) promover o aperfeiçoamento das empresas de design e de seus profissionais, organizando debates, conferências, exposições, seminários e outras atividades congêneres;

f) difundir o conhecimento sobre o design.

Esta é a hora de participar e contribuir para que nossa atividade seja mais valorizada no mercado. Na oportunidade será aclamada a diretoria e validado o estatuto da instituição.

Venha e participe! Faça parte da história do design no Paraná.

Se quiser, convide outros profissionais de design para vir também.
Vamos provar que designers podem ser unidos.

Local: Teatro do Paiol – Rua Coronel Zacarias,00 – Prado Velho – Curitiba, PR
Data: 21 de outubro (próx. quarta-feira)
Horário: 19h30

Grupo de Organização do Prodesign


PS: Confirme sua presença enviando um email para [email protected]

Participantes da pesquisa pró-Design paranaense

Queremos agradecer o incrível apoio que temos recebido, em torno do movimento a favor do design paranaense. Na lista a seguir estão o nome das pessoas que já participaram da pesquisa. Se você é designer no Paraná e também quer se juntar a nós, ainda dá tempo de participar.

Designers que participaram da pesquisa, até o momento:

  • Aguilar Selhorst Junior
  • Alan Pablo Montenegro
  • Alessandra Gebur Kuster
  • Alessandro Tauchmann
  • Alessandro Toloczko
  • Alexander Czajkowski
  • Alexandre Barros Neves
  • Alexandre de Macedo
  • Alexandre de Mello Maravalhas
  • Alexandre Luiz Marinho
  • Aline Emi Horie
  • Alini Nicolau Cunico
  • Alvaro Gusso
  • Amanda Coimbra Ferreira
  • Ana Barbara Vicentin
  • Ana Maria Wilhelm de Camargo
  • Ana Paula Vicentin
  • André Castanheira Santos
  • André Vilela Réus
  • Angela Coradin
  • Anna Lucia da Silva Araujo Vörös
  • Annelise Papaleo
  • Aulio Zambenedetti
  • Bráulio Holvorcem Gontijo
  • Bruno Cerkuenik
  • Bruno Torres Boeger
  • Camila Cavali
  • Camila Morais Lages
  • Camila Ribeiro Fava
  • Carlos Alberto Brunhara
  • Carolina Carvalho Ribeiro
  • Carolina Taeko Fujita
  • Caroline Hasenauer Perelles
  • Carolline Remer Silva
  • Cassiane da Silva
  • Cassios Gabardo
  • Celina Farina Schnekenberg
  • cinara cristina bastos de almeida
  • Claudia Pudell Rossi
  • Clecyo Albertho de Sousa
  • Cristina de Oliveira Weber
  • Danilo Thome Goncalves
  • Débora Carolina Colombo
  • Débora Jordão
  • Debora Mathias Pinheiro
  • Deiver dos Santos Brito
  • Denise Shibata
  • Diego Antonio Biscaia da SIlveira
  • Diego de Lara Miguel
  • Diego Luiz Kowalsky
  • Diego PaulinoSilvério
  • Diego Tabisz de Freitas
  • Douglas Nunes Carvalho
  • Edgar LArsen
  • Edson Luiz de Ramos
  • Eduardo Carneiro Moreno
  • Eduardo gomes de Camargo
  • Elton Franco Fogiato
  • Emerson Santos
  • Érico Fernandes Fileno
  • Erlon Leandro Antunes
  • Fabiane Alves de Lima
  • Fabiano Braga
  • Fabiano Burgo
  • Fábio Alexandre Leal Dias Pampuch
  • Felipe N de P Machado
  • Felipe Sanson Zagonel
  • Felipe Sutter Gaio
  • Felipe Zimmermann Gomes
  • Fernanda Ramos Assolari
  • Fernando Ayres Lysko
  • Fernando Galdino
  • Flávio Eduardo Martins
  • Francisco Eduardo de Mello Franco Sá
  • Frederick van Amstel
  • Gabriela Rocha de Oliveira
  • Gerson Luiz Cordeiro
  • Gerson Paulo Cruz
  • Gheysa Caroline Prado
  • Gilberto Alexandre Szmidziuk filho
  • Gisele Ribeiro Soares
  • Guilherme Henrique de Oliveira Cestari
  • Guilherme Marques
  • Hélcio José Prado Fabri
  • Helder de Castro
  • Herico Ferreira Prado
  • Itamar do Carmo Tavares
  • Ivone de Castro
  • Izamara Vanessa Carniatto
  • Janaina Honorio Barbosa
  • João Angelo Belotto Filho
  • João Paulo Fricks
  • José Augusto Tulio Filho
  • José Humberto Boguszewski
  • Josieli Gwadera
  • Juliana Bach
  • Juliana Yamamoto
  • Juliano Domingues
  • Julio Cesar Corrêa
  • Karine Scharam
  • Kellen Almeida Ribas de Carvalho
  • Laís Isfer
  • Larissa Durigan Kuser
  • leonardo bettinelli
  • Leonardo Davi Güther Prade
  • Leonardo G. Spezia
  • Lilian Krzesinski
  • Lizie Capello
  • Loara Feix
  • Lucas Borges Saad
  • Luciano Cavicchiolli
  • Luiz Augusto Bruneri
  • Marcelo Catto Gallina
  • Marcelo Mattozo Ferraz
  • Marcio Correia Brasil
  • Marcio Fabio Oliveira Leite
  • Marco Aurélio de Oliveira Abbonizio
  • Marcos Minini
  • Marcus Brudiznski
  • Mari Suoheimo Nascimento
  • Mariana de Mello Franco Sá
  • Mariana Jorge Oliveira
  • Mariane Esberard
  • Marilia Isfer Ravanello
  • Marilia Isfer Ravanello
  • Mauren Camila Scarpin Buest
  • Mauricio Simões
  • Mayara Carvalho Gonçalves Clebsch
  • Milena Maria Rodege Gogola
  • MONICA HANSEN
  • Nadia Dalla Costa
  • naotake Fukushima
  • Neliffer Horny Salvatierra
  • Nelson Luis Smythe Junior
  • Nívia de Cássia Teixeira Bellos
  • Patricia Pereira
  • Paulo Henrique de Araujo Perantunes
  • Paulo Roberto Lima dos Santos Jr
  • Pedro Henrique dos Santos Vissotto
  • Rafa Camargo
  • Rafael de Castro Andrade
  • Rafael Gaideski
  • Rafael Kozoski
  • Rafael Matta Carnasciali
  • Rafaela Romeiro
  • Ralph Brodhage Sant’ Anna
  • Reinaldo Rehme
  • Renata Silva Santos Machado
  • Re-nato Bertao
  • Ricardo Hurmus
  • Ricardo Martins
  • Ricardo Martins
  • Rita de Cássia Soliéri Brandt Braga de Moraes
  • Roberto dos Santos Querido
  • Robertson Alfredo Vendramin
  • Rodolpho Augusto Silva Cenovicz
  • Rodrigo Braga
  • Rodrigo Fernando Cavallari
  • Rodrigo Lino
  • Romi Trombini Teixeira
  • Samara de Araújo Barbosa
  • Sara Pfeuffer Worms
  • Scheila M. Della Justina
  • Sérgio Murilo Borges Afornali
  • Sheila Gouveia dos Passos
  • Silvestre Micaloski Junior
  • Silvio Silva Junior
  • Tais Cristiane de Jesus Cavallieri
  • Taís da Silva Ribeiro
  • Tamara de Ramos Alves
  • Tathiany Makiyama de Campos
  • Tatiana Zimmerman
  • Tereza Mit Luz
  • Thamirys Layla Voz
  • Thiago Berardi
  • Vagner Silverio
  • Vanessa Almeida
  • Vanessa Mezzadri Brudzinski
  • Verônica Alves
  • Victória F. Romano e Silva
  • Vinícius Alberto Iubel
  • Vinicius Nava de Assis
  • Vivian Daniele Lima
  • Willams Nunes Rocha

Participe: Pesquisa sobre os designers do Paran

Se você gostaria de se juntar a outros designers do Paraná, como forma de ganhar força para lutar por objetivos em comum, chegou a sua hora. Estamos estabelecendo um compromisso para valorização do design paranaense, formalizando uma entidade e convidando-o a participar de seu desenvolvimento, através de uma pesquisa, neste primeiro momento.

Para tanto estão convidados os

  • profissionais de escritórios de design gráfico,
  • designers freelancers,
  • escritórios de design de produto,
  • agências de publicidade ou comunicação integrada,
  • escritórios de webdesign,

ou qualquer empresa que em sua formação possua setor ou departamento de design, dentro do estado do Paraná.

Caso você tenha interesse em saber mais sobre como se juntar a esse movimento a favor do design paranaense, leia a carta e responda a pesquisa.

Você pode divulgar essa carta para quantas pessoas você quiser. Quanto mais pessoas, mais informações vamos ter para conhecer a realidade do design no Paraná.

Se você acha que os designers são uma classe desunida, que nunca se junta para defender a profissão, este é o momento de mudar isso. Portanto, contamos com sua opinião.

Cordialmente,

Grupo de Valorização do Design Paranaense

PS: Divulgue essa pesquisa para outros designers!

Entenda como funciona a leitura no cérebro

Para as pessoas que gostam de tipografia, mas também se interessam pela forma com o cérebro processa a leitura dos textos, aí vai um resumo de 3 capítulos do livro “Compreendendo a leitura”, do Frank Smith. É leitura OBRIGATÓRIA para quem estuda tipografia a fundo. O texto foi resumido em 2008 pelo aluno Gabriel Jacobi, para a disciplina de Tipografia, na UFPR.

Capítulo 4: Entre os olhos e o cérebro

Nessa primeira parte, o autor discorre sobre os processos fisiológicos da percepção e como isso influencia na nossa forma de ler. A primeira distinção importante a ser feita é a dos elementos necessários para que a leitura ocorra: os visuais e os não-visuais. Os visuais são os aspectos “físicos” como uma iluminação apropriada, letras impressas (ou projetadas) e até mesmo os óculos. Já os aspectos não-visuais são aqueles que carregamos em nossa mente, como o domínio do idioma e o domínio do assunto abordado. Quanto mais informação não-visual possuímos, menos necessária é a informação visual. Por isso crianças e leitores inexperientes têm dificuldades com a leitura: seu repertório muitas vezes é limitado, tornando a compreensão lenta, ou até mesmo impossível. É preciso que haja uma combinação entre os elementos visuais e não-visuais para que ocorra uma interação entre o leitor e o texto.

Muitos de nós pensamos que a visão ocorre de uma forma automática: os olhos são literalmente janelas para o mundo. Na verdade a visão é uma ilusão que o cérebro produz, uma sensação de que estamos vendo. O que vemos na verdade não é a realidade e sim uma parte dela. Grande parte é “completada” por informações que já temos armazenadas no nosso cérebro. O que vemos também não fica muito tempo em nosso cérebro: ela permanece apenas por alguns milésimos de segundos num local chamado armazenamento sensorial. Se a troca de imagens ocorre de uma forma muito rápida, um fenômeno chamado mascaramento ocorre, onde a informação anterior é apagada pela posterior. Outra ilusão que temos é a que os nossos olhos sempre olham de forma fixa para os objetos. Involuntariamente nossos olhos estão sempre vibrando. Isso acontece para que diferentes células receptoras focalizem um mesmo objeto, reduzindo o esforço da retina. De fato, se anularmos esse efeito, toda a nossa percepção é prejudicada e o objeto começa a perder suas características diante de nós.

Porém o movimento do olho que realmente importa para a leitura é o que o autor chama de “movimento sacádico” Esse movimento é a forma como analisamos amostras ao nosso redor. Seja percorrendo as expressões de um rosto, seja percorrendo as linhas de um texto. Para a maioria dos ocidentais, esse movimento ocorre da esquerda para a direita e de cima para baixo. Quando fazemos uma pausa, chamamos esse momento de fixação. É durante a fixação que absorvemos as informações de um texto. Outro movimento que todos os leitores, experientes e inexperientes, fazem é o chamado de regressão: quando os olhos correm em direção contrária ao texto impresso. Tanto o número de fixações quanto o número de regressões pode diferenciar um leitor iniciante de um leitor mais fluente, este último precisa de um número bem mais reduzido desses movimentos. Porém, mesmo um leitor experiente pode ter dificuldades. Digamos que ele está lendo um texto de um idioma em que ele pouco domina: seu número de fixações e regressões será semelhante ao de um leitor notívago.

Todas essas explicações servem para mostrar que a visão deve ser rápida, seletiva e dependente da informação ao visual. Rápida porque, se demorarmos demais para processar uma informação, o discurso perde o sentido. Seletiva porque o cérebro não pode se sobrecarregar com muitas informações. Se isso acontecer, temos a chamada “Visão de Túnel”, como se o mundo fosse observado através de um canudo. E a única forma de tornar a leitura rápida e seletiva é através das informações não-visuais: o repertório que cada um tem e que permite ao leitor identificar rapidamente palavras e frases que lhe são familiares, retirando rapidamente significado do texto. Assim, podemos eliminar alternativas e o cérebro rapidamente faz as conexões necessárias para a compreensão.

Capítulo 9: A identificação do sentido

Quando lemos, pensamos estar processando letra por letra, até formar uma palavra. Depois, juntando palavra por palavra, formamos uma frase e extraímos o sentido dela. Na verdade isto está muito longe da realidade: quase todo esse processo é imediato. Talvez esse seja o ponto mais pertinente para a tipografia. Ela deve permitir que as letras (e o conjunto delas!) sejam identificadas quase que imediatamente a fim de que a extração do sentido também seja processada instantaneamente. A razão para isso é novamente o nosso repertório de informações não-visuais. Nesse caso, os nossos conhecimentos do idioma. No capítulo 4, o autor propunha a eliminação das alternativas. Isso poderia ser feito de duas formas: através do nosso conhecimento gramatical e através do contexto em que as palavras se encaixam. Por exemplo, se uma palavra começa com “h”, pelos nossos conhecimentos de português, sabemos que logo em seguida virá uma vogal e não uma consoante. O mesmo ocorre com o contexto: se temos uma frase que diz “Amanhã iremos ao c-“, as alternativas que completam essa sentença são relativamente pequenas, logo não levamos muito tempo tentando extrair o significado da frase. E mesmo que não saibamos o significado de uma determinada palavra, muitas vezes podemos deduzi-las de acordo com o seu contexto. Grande parte de nosso vocabulário é aprendido dessa maneira. Da mesma forma, o conhecimento prévio do que está para ser lido faz uma enorme diferença para a leitura. Isso ocorre porque as incertezas são diminuídas, então nos tornamos mais confiantes para seguir adiante.

Outro ponto importante é a forma como capturamos o sentido de uma palavra. Pensamos que é o conjunto de letras que nos dá o significado. Mais próximo disso e dizer que a imagem da palavra nos remete diretamente ao seu sentido. Quando lemos “mesa”, por exemplo, isso não se traduz para a definição de mesa e depois para a sua imagem. Ela ocorre de forma muito mais automática. Nesse sentido é interessante notar que é exatamente assim que funciona o alfabeto chinês ou japonês, onde cada símbolo gráfico carrega em si mesmo o sentido da palavra. Esse processo de identificação do sentido se perde se tentamos “subvocalizar” o que estamos lendo, ou seja, quando nós ouvimos a nós mesmos lendo. Ela retarda o processo de leitura e, conseqüentemente, o processo de compreensão.

Com esses conhecimentos, conseguimos entender porque muitas formas de ensino de leitura se tornam frustrantes. Em vez de se concentrarem no significado do discurso como um todo, os professores tem a tendência de se concentrar primeiro nas letras, depois nas palavras e finalmente nas frases. Da mesma forma, crianças se sentem pouco desafiadas com algo que elas ainda não estão habituadas. A leitura significativa é a melhor forma de expandir o vocabulário e proporciona uma base de conhecimentos sólida. Isso não pode ser obtido através da identificação de palavra por palavra.

Capítulo 10: Lendo, escrevendo e pensando

Nesse capítulo, o ator afunila seus assuntos e se concentra no próprio ato de leitura. Ele rejeita a idéia da leitura como uma idéia abstrata ou teórica e parte do pressuposto que a leitura deve estar ligada ao seu propósito. Dessa forma, a leitura não pode ser separada do próprio pensamento. Segundo essa lógica, o autor defende que a leitura, mais do que uma “transmissão de mensagem”, é compreensão. Sua definição é riquíssima e depende da finalidade do por que o leitor está lendo e o que ele está lendo. Não é apenas uma questão de identificar letras e palavras, mas sim de extrair seu sentido. Os sinais impressos no papel servem para responde questões que o próprio leitor formula. Logo, a leitura é a busca pela resposta dessas questões.

Para extrair o sentido do texto, o leitor vai se baseando em previsões (ou expectativas) em relação ao texto. Essas previsões são múltiplas e abrangem diversos níveis: algumas duram por toda a leitura enquanto outras são rapidamente descartadas. Digamos que o leitor esteja diante de um livro de mistério. Sua previsão global para o texto é a da solução do crime e ele irá percorrer todas as páginas esperando por ela . Porém dentro do texto, outras previsões vão surgindo: o clímax de alguma perseguição no meio da narrativa, por exemplo. Nesse caso, haveria uma previsão focal. Essas previsões se estendem pelos parágrafos e até mesmo pelas frases – ao terminar uma frase, logo queremos partir para a outra. São essas expectativas que o leitor tem que mantém o desenvolvimento da compreensão (pode ocorrer também de essas previsões simplesmente não se cumprirem). Essa mesma estrutura é adotada pelos escritores ao compor um texto. Digamos que o escritor queira explicar sobre o porque dos jilós terem um sabor desagradável. Essa será a sua intenção global. Para provar seu ponto de vista, ele irá passar por diversos argumentos, suas intenções focais e assim por diante. A maneira utilizada para que as expectativas e as intenções se cruzem é através das convenções: esquemas do gênero, a páginas, a estrutura do discurso, a coesão, a gramática e, por fim, a ortografia. Essa estrutura não deve ser considerada rígida: muitas vezes o escritor as quebra justamente para exceder as expectativas do leitor (José Saramago poderia escrever por páginas sem utilizar a pontuação, por exemplo).

O autor finaliza o capítulo explicando sobre as relações da leitura com o aprendizado e o pensamento. Para ele, o aprendizado é um processo sem fim e, “quanto mais lemos, mais somos capazes de ler”. Seja uma nova palavra ou uma nova idéia. Livros podem mudar nossa maneira de pensar. As experiências encontradas nos livros muitas vezes são tão vívidas quanto às da “vida real”. Nosso cérebro funciona à base de narrativas e até mesmo nossa percepção sobre um objeto em movimento é visto como uma “interação” em forma de narrativa. E não há atividade mais engajada em histórias do que a leitura.

Você tem que ver isto: Google Wave

Se você quiser saber qual a próxima revolução, depois do e-mail e do google, assista este vídeo sobre o Google Wave.

Video Google Wave

Infelizmente está em inglês, mas mesmo assim é possível entender o que acontece só vendo as demonstrações ao vivo.

Em resumo, o Google Wave é uma nova maneira de se comunicar pela Internet.

Ao invés de usar um e-mail, você usará uma “wave”. Eis algumas características desse sistema:

1. Enquanto você escreve sua wave, todos vêem as letras que você digita, como era no antigo ICQ (você pode desligar esse recurso tbem).

2. O texto que você coloca numa wave pode ser modificado por outras pessoas. E você saberá o que ela mudou, apagou ou adicionou na mensagem.

3. Você pode usar uma wave pra atualizar um blog. E os comentários que as pessoas fizerem no seu blog, aparecem entro da mensagem wave também.

4. Você pode incluir fotos na wave. Você pode compartilhar essa wave com outros usuários que também podem colocar mais fotos dentro dela.

5. Você pode ter várias pessoas digitando AO MESMO TEMPO dentro da wave, em tempo real, como se houvessem vários teclados digitando na mesma hora.

6. Você pode conversar com pessoas que falam chinês, francês, alemão, e o sistema traduz pro português, EM TEMPO REAL.

7. Você pode adicionar mapas do google dentro da wave, e enquanto vc faz zoom no mapa ou faz anotações nele, todos os participantes vêem isso em TEMPO REAL.

8. Você pode fazer pesquisas de opinião com seus amigos, dentro da wave, e saber as respostas à pesquisa ao mesmo tempo em que as pessoas respondem.

9. Você pode publicar suas mensagens numa “twave” que é uma wave para twitter.

10. Você pode organizar várias waves numa só.

11. Você pode embutir vídeos na mensagem wave.

12. Você pode escrever uma wave no celular, iPhone, blackberry, e seus amigos podem ver o conteúdo em tempo real.

13. Você pode escrever um texto numa wave e programas como Indesign, Illustrator, Word, Corel, vão poder atualizar um layout usando esse texto, em TEMPO REAL.

Esqueça o e-mail. Uma nova revolução está a caminho.

Desculpem-me, mas é IMPOSSÍVEL não se empolgar depois de ver esse vídeo. É uma coisa de louco.

Ricardo Martins

Como escolher a resolução para imagens, em grandes formatos

Quando alguém fala de arte-final para impressão, surge o número mágico na mente: 300 dpi. De onde ele saiu? Porque ele não representa a resolução adequada para todas as imagens, a serem impressas?

A resolução que se costuma usar em gráficas (300 dpi), para arquivos de arte-final, não é um número mágico. Ela está relacionada à linhatura de saída, que por sua vez está ligada ao tipo de retícula usada e o suporte de impressão.

Na tabela abaixo você pode entender isso melhor:

Definições para visualização a Meio Metro de Distância (0,5 m)

Suporte
Linhatura de saída
Tipo de Retícula
Resolução de saída (2 x lpi)
Resolução de saída (1,5 lpi)
Tecido
18 lpi
Periódica
36 dpi
27 dpi
Papel jornal
90 lpi
Periódica
180 dpi
135 dpi
Papel sulfite
133 lpi
Periódica 266 dpi
200 dpi
Papel couchê
150 lpi
Periódica 300 dpi
225 dpi
Banner impresso em jato de tinta

Não-periódica
72 dpi


Veja que essas medidas são usadas quando a distância de visualização é próxima, ou seja a meio metro aproximadamente. Isso serve para uma página de revista, um cartão de visitas, um anúncio de jornal.

No entanto, quando você for fazer um material que vai ser visto de longe, essa resolução (dpi) muda, pois os olhos processam a informação vista à distância de maneira diferente (quem quiser saber mais sobre o assunto, procure o assunto “Função de Sensibilidade ao Contraste – FSC” em algum livro sobre óptica humana).

Como regra prática, considere o seguinte:

Se um material que vai ser visto a 0,5 m de distância, for ser visto a uma distância 10 vezes maior (5 METROS), então a resolução pode ser 10 vezes MENOR.

Um exemplo:

Resolução a 0,5 m
Resolução a 5 m (visto 10 x mais longe)
Jornal 180 dpi
18 dpi
Sulfite 266 dpi
26 dpi
Couche 300 dpi
30 dpi
Banner jato de tinta 72 dpi
7,2 dpi


Portanto, se você for fazer um material que vai ser visto a 5 metros, e vai ser impresso usando uma retícula não-periódica (como a estocástica, da jato-de-tinta), você pode fazer sua arte-final com o tamanho 1:1 em 7,2 dpi.

Outra dica: para impressão em uma plotter jato-de-tinta de alta qualidade, você não precisa fazer sua arte-final em CMYK, pois a impressora não trabalha com 4 componentes de cor e sim com 6 ou até mais componentes. Portanto, se você envia sua imagem em CMYK, vc reduz o espectro da sua imagem, reduzindo a saturação e a faixa tonal. Deixe como RGB, e sua impressora irá usar os 6 componentes pra extrair o máximo de cores que ela conseguir.

Resumindo: a resolução depende de vários fatores, sendo que os principais são: linhatura de saída, tipo de material e distância de visualização. Desconhecer esses fatores faz com que sejam gerados arquivos gigantescos, quando na verdade era preciso um arquivo muito menor, ou se gerem arquivos com resolução muito baixa, sendo que uma resolução maior era necessária. Logo, pra sair do chutômetro, é importante entender a teoria sobre resolução e a forma como a visão funciona à distância.

abs,

Ricardo Martins

Regulamentação ou mudança cultural?

Na minha opinião, que enxerga apenas parte do problema e não tem a pretensão de ser uma verdade suprema, a regulamentação da profissão de designer esconde algumas armadilhas:

“Regulamentação resolve tudo”

Não, não resolve. Muita gente tem mania de ficar esperando que uma coisa chamada “governo” resolva tudo sozinha e que uma lei consiga operar milagres, como a mudança instantânea de uma cultura de produção e uso do design.

Vou citar um exemplo de como uma regulamentação não resolve nada sozinho, em outro campo, o da medicina:

Médicos prescrevem medicamentos usando uma receita médica. Só que muitos deles escrevem de forma incompreensível, levando a todo tipo de problemas, desde danos à saúde, até à morte do paciente. Problema sério, certo? Com uma lei que regulamentasse a escrita das receitas, tudo se resolveria, certo? Errado.

Médicos escrevem receitas difíceis de entender por uma série de fatores, que se não forem resolvidos em conjunto, dificilmente se irá resolver o problema.

Dentre os fatores que contribuem para que uma receita incompreensível cause danos aos pacientes, temos:

1. A formação dos médicos nas faculdades, já que não se ensina o jeito adequado de se produzir receitas. Logo, temos um problema na base do conhecimento médico, na própria universidade.

2. Não há uma lei ou padrão sobre como devam ser as receitas. A lei resume-se a dizer que elas devem ser “legíveis”, sem explicar o que é “ser legível”. Legível pra quem? O médico lê sua própria receita, logo, pra ele, ela é legível. Ou seja, uma regulamentação mal feita, não gera resultado nenhum. O próprio governo do Paraná criou uma lei exigindo que médicos escrevessem usando caixa alta, letra de forma ou de imprensa, e sabem o que aconteceu? Nada. Os médicos continuam escrevendo com letra cursiva, como fazem há séculos.

3. Depois de formados, médicos ganham mal (mesmo tendo sindicato, conselho federal de medicina, tabela de preços para procedimentos médicos etc.). Por isso, fazem várias jornadas de trabalho e ficam cansados. Precisam atender muitos pacientes para poder ganhar melhor, mas pra isso precisam ganhar tempo, e vão tirar o atraso nos procedimentos burocráticos, como escrever uma receita. Ela é escrita com pressa, e o resultado são as letras com formato irreconhecível.

4. Não bastasse tudo isso, as farmácias querem vender seus remédios, e isso não combina com a recusa de uma receita que ninguém entendeu. Mesmo não tendo certeza do que o médico escreveu, as farmácias querem vender de todo jeito, e aceitam as receitas, quer sejam compreensíveis, quer não.

Portanto, quando um paciente toma um remédio errado, ou na dose errada, ou na frequência errada, enfim, isso não é culpa da letra do médico. Isso é uma combinação de fatores, que começa com falhas na formação universitária, falta de leis claras que definam com precisão o que deve ser feito, baixos salários, necessidade de atender muitos pacientes com pressa e farmácias que querem vender de qualquer jeito, e só pensam no próprio bolso. Neste caso, das receitas, resolver a questão da regulamentação sem melhorar a formação dos médicos sobre este procedimento, sem melhorar as condições de trabalho, sem modificar o comportamento dos médicos e sem fiscalizar as farmácias, não vai impedir o problema das receitas incompreensíveis, que prejudicam pessoas.

Trazendo para o lado do design, criar uma regulamentação não vai resolver o problema dos baixos salários, da baixa valorização do design, falta de reconhecimento do papel cultural do design e da baixa qualidade do ensino do design nas instituições. Para que a situação melhore, é preciso uma mudança cultural, e esse processo é lento e exige um esforço planejado, não podendo depender do acaso e da sorte.

Um caminho possível, que foi adotado nos Estados Unidos, é o da criação de uma associação forte de designers profissionais, que não cobra diplomas nem faz provas de conhecimento para admitir novos associados (diferente do modelo europeu, que se parece com um club fechado, e exige aprovação de portfolio). Essa associação estadunidense chama-se AIGA, e foi fundada em 1914, numa sala com 20 pessoas. Hoje tem mais de 20.000 membros. Diferente do modelo de club (fechado, difícil pra entrar), a AIGA usa o modelo de hub, rede (aberto, fácil pra entrar, mais difícil pra ficar). Ao invés de fazer exigências na entrada, a AIGA cobra dos seus associados a obediência a um código de ética profissional.

Em troca dessa obediência, a AIGA oferece:

1.Apoio ao designer em todos os pontos da sua carreira, seja como estudante, recém formado ou designer com muitos anos de experiência.

2. Defesa do valor do design perante empresários, governo e sociedade.

3. Uma voz única, representativa do design, que fala em nome de todos eles, defendendo seus interesses quando necessário.

Para cada item citado acima, a AIGA desenvolve dezenas de programas e atividades, agindo diante de diversos públicos interessados, como os designers, profissões relacionadas, empresários, governo, sociedade civil. Através de diversas frentes de trabalho, o design deixa de ter apenas um nome chique, mas distante das pessoas, para ter uma voz e ser uma força cultural pró-ativa, que não simplesmente reage aos problemas, mas procura se antecipar a eles.

Para quem se interessar em saber mais sobre a associação, o site deles é www.aiga.com

Essa é minha contribuição para essa discussão sobre a regulamentação. Vale lembrar que eu não sou contra a regulamentação em si. Eu sou contra a visão de que ela será uma panacéia, e vai livrar os designers de se associarem e tomarem uma atitude PRÓ-ATIVA, em nível local.

Como disse Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

PS: Foster, estou esperando você para o café 🙂

Why we design?

Essa carta foi publicada na revista Before&After, por um designer que trabalha no Haiti, um país onde metade das crianças são subnutridas, 1 em cada 10 vai morrer, 7 em cada 10 adultos são analfabetos e metade da população não tem água potável. A carta está em inglês (desculpe, não tenho tempo para traduzi-la agora), mas fala sobre fazer design num país com essas condições. Eu achei o texto inspirador, e espero que alguns designers também o achem.

Carta do designer haitiano:

John Currelly works for the U.S. Agency for International Development [today he works here] as officer of a monitoring unit that keeps the agency, local government and others up to date on the economic and health status of Haiti’s rural populations. Its work is published quarterly in the USAID Monitoring Report and sent free to interested parties.

His Report is like many other desktop-published reports — it’s plain, with pages of text, tables, charts and maps set mainly in Times, in black & white. But it is different in one way. The difference between Mr. Currelly’s report and yours is its content.

Page 4: “Total preschool-child malnutrition rates showed little average difference between January–August last year and the same period this year. In both periods, about 54 percent of children attending the monitored facilities were found to be underweight for their age, and close to 20 percent were moderately or severely affected.”

Page 5 is morbidity data.

Page 6 is low-birthweight data.

Page 16 shows that infant mortality — that’s deaths — is 1 in 10.

Page 17 is the price of food, and it isn’t Taco Bell kind of food; it’s plantain-and-millet kind of food.

Mr. Currelly writes, “I have to say that your publication gives me inspiration to continue on the path of discovery that is desktop publishing. Oddly enough, having been raised as a practical farmer, one of my biggest problems has been getting to believe that making something merely look better was worthy toil. I often justified hours spent on design (expensive hours, paid for by the U.S. taxpayer) by emphasizing the benefits of ‘clarity’ or ‘ease of understanding for busy folks’ that it gave to the production.

“I am coming to believe that pleasing design needs no apology, even, if not especially, in scientific publications. Our societies are now at the stage that a great number of us can not only appreciate the pleasures offered by good design, but almost demand that artistic expression be placed on the same level as informational expression. I’m not sure why, but it has much to do with why we are human.”

Such contrasts these are! Here is a reader, a farmer, who has worked 15 years in a nation where half the children are undernourished and 1 in 10 will die, 7 of 10 adults are illiterate, half the urban population has no access to safe water . . .

. . . pause here for a moment . . .

. . . writing to a magazine subtitled “How to design cool stuff”. . .

. . . inspired by what we do.

What accounts for this? How does design even exist in such an environment, much less inspire?

You might look again at what you do. You sit with a full tummy in your warm office at a blank screen with an ad to make, and you’re thinking, “Jeez, I have to come up with something original and clever and it better be soon.” That’s not how to think. As a designer you have a privilege, one that others do not. It is the privilege of making visible that which others can only imagine, feel or think. When you do this, you open a window through which your audience can see, know and understand.

Design is about communication.

To take a word or a thought and design it is to give it form and body, so others can see, too, and respond.

The more compelling the design, the deeper the response.

By more compelling, I don’t mean prettier, necessarily, or artsier. I mean richer, more complete, more efficient. The design I’m talking about isn’t about making something only look better, but actually function better. Design has to do with how a thing works.

It’s exciting.

So who will give form and body to your company’s name? Who will open the world’s window to your product?

Who will speak for the poor Haitians?

You will. You’ll work at it until it shouts.

You will because you can.

Design is worthy toil.

Por que, agora, tudo é identidade?

Agora branding virou moda entre os designers. De repente todo mundo vira especialista em identidade corporativa, e quando se pergunta a diferença entre identidade corporativa, identidade institucional, identidade de produto e identidade de marca, fazem cara de paisagem e dizem que é tudo igual. Mas não é. E esse é um grande desafio pra todos que trabalham com comunicação, pois o tipo de mensagem emitida muda de acordo com o nível em que ela é expressa.

Isso dá o que pensar.

Diferença entre design e ciência

“A diferença primordial entre design e ciência é que o pensamento do design lida primariamente com o que ainda não existe; enquanto cientistas lidam com a explicação do que já existe. Esses descobrem as leis que governam a realidade atual, enquanto que os designers inventam um futuro diferente, o que é um tema comum. Logo, enquanto ambos os jeitos de pensar sejam baseados em hipóteses, a hipótese do design difere da que é levantada pela ciência.” Jeanne liedka, Diretora Executiva do Instituto Batten, Escola Darden de Negócios – Universidade da Virginia “Strategy of Design” (2004)

“The most fundamental difference between [design and science] is that design thinking deals primarily with what does not yet exist; while scientists deal with explaining what is. That scientists discover the laws that govern today’s reality, while designers invent a different future is a common theme. Thus, while both methods of thinking are hypothesis-driven, the design hypothesis differs from the scientific hypothesis.”
Jeanne liedka, Executive Director of the Batten Institute, University of Virginia Darden School of Business. “Strategy of Design” (2004) – Citado no site do Mestrado em Design, da Herron School of Art and Design.

Para refletir.

Pressões para mudar o design

Num artigo sobre a importância da pesquisa para o design, Meredith Davis aponta cinco motivos pelos quais o design que temos hoje precisa mudar:

  • houve um deslocamento do paradigma mecânico, centrado no objeto, da prática do design, em direção a um modelo caracterizado por sistemas que evoluem e se comportam organicamente;
  • há uma transferência do controle dos designers para a mão dos usuários e participantes (também chamados de co-criadores);
  • uma maior ênfase na importância da comunidade;
  • conscientização sobre a convergência das mídias;
  • e a exigência de equipes interdisciplinares que dêem conta da complexidade dos problemas contemporâneos.

Enquanto fora do Brasil eles já estão discutindo o service design (quarto passo, numa sequência que começa com 1.logo, 2.identidade corporativa, 3.branding), aqui ainda estamos discutindo o passo número 1 (logo).

Isso dá o que pensar.